Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 203: Yasmin sai do castigo

Sem parar de sorrir, Isabela bagunça o cabelo de Iago e seu olhar cai de relance em Felipe. Seu sorriso diminui consideravelmente ao ver a expressão vazia dele e ela lembra automaticamente das reações de Victor. Imaginando o motivo para o estado do namorado, Isabela tira as mãos de Iago e fala, dando um sorriso amarelo:
   — Vou pro meu lugar. 
   — Ok — fala Iago ajeitando os fios de seu cabelo. Ao se sentar em sua carteira, Isabela se vira para Felipe e pergunta inocentemente:
   — Está tudo bem? 
Felipe olha para ela e sorri carinhosamente, deixando de lado as palavras de Mayara e guardando em sua mente apenas as declarações que Isabela já fez para ele.  
   — Está. — Ele pega na mão dela e Isabela fica animada por ele não ter ficado chateado. "Ele não é como o Jonas" pensa e também sorri. 

Ao final da aula, eles são liberados e vão para suas respectivas casas. Após algumas horas do almoço Malu sai para ir à praia. A areia não está lotada, no entanto diversas pessoas circulam pelo local. A garota busca a parte mais vazia da areia e se senta para observar o mar. Uma agitação no mar, porém, faz com que ela fique em estado de alerta. De repente várias pessoas correm em direção à água e ela constata assustada:
   — Tem alguém se afogando ali.
O socorro para o garoto que se afogava é tão rápido que não dá tempo de Malu cogitar se levantar e ir até lá. Ela observa de longe, o rapaz ser retirado do mar e ser atendido na areia, onde uma roda de curiosos é formada ao redor dele. Poucos minutos depois as pessoas se dispersam e a rotina tranquila retorna. Malu, por sua vez, volta a fitar o mar, tentando esvaziar sua mente de todo e qualquer pensamento. 

À beira da piscina, Victor tira um cochilo, porém desperta ao sentir uma mão deslizar por suas costas nuas. Mesmo sem abrir os olhos, ele adivinha:
   — Yasmin. 
   — Como você acertou? — indaga a garota rindo. 
Victor abre os olhos e responde:
   — Eu conheço o seu toque. 
   — Ai, que meigo — Yasmin brinca e dá um beijo na nuca dele. Victor se vira de barriga para cima e fala:
   — Assim como conheço as pintinhas da suas costas, a manchinha de nascença no seu calcanhar e também a espinha que está no seu nariz. 
Yasmin dá um sorriso irônico quando ele termina de enumerar. 
   — Estava tão bonitinho, mas você conseguiu estragar. 
Victor gargalha, mas interrompe sua risada, indagando:
   — Como você está aqui? 
   — Eu saí da minha casa, caminhei pelas ruas, toquei o interfone, falei com a empregada...
   — Eu sei — corta o loiro. — E o seu castigo? 
Um sorriso de satisfação surge no rosto de Yasmin. 
   — Chuta? 
Victor senta abruptamente na espreguiçadeira. 
   — O seu pai acabou com o castigo? 
   — Sim! — vibra Yasmin. 
   — Ah, não — fala Victor levantando —, essa a gente tem que comemorar. 
   — Eu também acho, estava pensando em... Victor! — exclama quando o rapaz pega ela no colo. — O que você está fazendo? 
   — Esse é o meu jeito de comemorar. 
Victor corre até a piscina com Yasmin em seu colo e salta. Eles mergulham e o loiro solta a namorada. 
   — Você é um viado, sabia? — reclama a garota ao voltar para a superfície. — Eu tomei banho antes de vir para cá. 
   — Legal. — Ele ri e dá um abraço nela. — É pra comemorar, amor. 
   — Amor? — repete Yasmin envolvendo os ombros dele com seus braços. 
   — É, meu amorzinho loiro, minha coisinha esquisita, minha porquinha magricela. 
Yasmin sacode a cabeça. 
   — Você é muito otário. 
Victor gargalha e dá um beijo nela. 

Como combinado durante a manhã, Laís, Aline, Lorenzo e Iago foram até a casa de Maísa para assistirem a um filme. Enquanto a dona da casa e Lorenzo arrumam a sala para eles ficarem melhor acomodados, Laís, Aline e Iago preparam as pipocas. 
   — Fazia séculos que eu não via uma panela de fazer pipoca — fala Iago encostado na pia esperando a pipoca ficar pronta. 
   — É que aqui na casa da Maísa eles não compram pipoca de microondas — conta Laís. 
   — Por quê? — Aline questiona da cadeira onde está sentada. 
   — Porque eles são o mais naturebas possíveis. 
   — A Maísa se destoa do resto da família, né? — brinca Iago e eles riem. Laís, que vigia a panela, olha para trás a tempo de ver Aline e Iago trocando um olhar enquanto gargalham. Para os dois o gesto foi normal, mas Laís nota o clima que rola entre eles e resolve dar um empurrãozinho na situação. 
   — Eu vou perguntar pra Maísa por quanto tempo mais a pipoca vai ficar no fogo — fala, inventando uma desculpa qualquer. 
   — Não precisa — fala Aline com tranquilidade. — Quando parar de fazer barulho é porque tudo estourou. 
   — Eu sei, mas, sei lá, do jeito que eles são estranhos nunca se sabe. — Laís ri e praticamente corre da cozinha. 
   — Faz sentindo — diz Iago. Ele caminha até a mesa e senta ao lado de Aline. — Cada louco com a sua loucura, né? 
Ela ri. 
   — Exatamente. Eu acho legal essa vida mais saudável, mas não consigo seguir. 
   — Eu também. — Eles riem e trocam mais um olhar meigo. Dessa vez, Iago percebe a conexão que há entre eles e fala sem pensar: — Quer dançar comigo? 
Aline continua sorrindo. 
   — O quê? Dançar? 
Iago sente seu rosto queimar e explica tentando não gaguejar:
   — Dançar comigo na festa junina. 
A garota compreende e fica surpresa. 
   — Ah! 
   — V-você aceita? 
Aline volta a sorrir e responde:
   — Aceito!
Iago fica aliviado e eles ficam sorrindo um para o outro. 

Depois de muito pensar Malu decide ir comer algo. 
   — Um sanduíche de queijo branco, por favor — pede no balcão após correr os olhos pelo cardápio. A garçonete anota o pedido dela e se afasta. Malu olha distraidamente para os lados e vê o garoto que se afogou bem próximo à ela. 
   — E aí — fala —, já está tudo bem com você? 
O garoto de cabelos médios e bagunçados olha para ela. 
   — Está falando comigo? — indaga com espanto. 
   — Sim, foi você que se afagou agora a pouco, não foi? 
Ele assente. 
   — Foi. 
   — Pois é, está tudo bem? 
   — Agora sim, mas na hora foi o maior susto. 
Malu sorri e observa os olhos castanhos esverdeados dele. 
   — Como foi acontecer isso? Você não sabe nadar? 
   — Por incrível que pareça, eu sei. — Eles riem. — O meu pé se enroscou em uma sacolinha plástica e eu comecei a engolir muita água quando fui tentar tirar a sacola dele. 
   — Ah, entendi. O mais impressionante é que não foi por culpa da natureza, e sim do ser humano. Louco, né? 
   — Muito! — apoia o garoto e arrasta sua cestinha com um salgado para mais perto de Malu. — Por causa de um erro do próprio ser humano ele se ferra. 
Eles riem. 
   — É verdade. 
   — Me chamo Ben, prazer. 
   — Malu, prazer. 
   — Malu de Maria Luíza? — indaga Ben com curiosidade. 
   — Sim. E Ben, é de Benjamin? 
O garoto ri e passa a mão no cabelo, sacudindo os fios quase secos. 
   — Não, Ben de Ben mesmo. 
   — Nossa, sua mãe estava "Ben" inspirada quando escolheu o seu nome, né? 
Os dois gargalham. 
   — Exato e as pessoas sempre ficam "Ben" animadas para fazer piadas com o meu nome. 
   — Desculpa, mas é que o seu nome praticamente pede. 
   — Eu sei, isso é "Ben" normal. 
Eles gargalham por alguns segundos. 
   — Quantos anos você tem? — pergunta Malu para a conversa fluir. 
   — Dezoito e você? 
   — Dezesseis. 
   — Pra fazer dezessete ou já fez dezesseis? 
   — Pra fazer dezessete — responde Malu sorrindo — e você? 
   — Fiz dezoito semana passada. 
   — Ah, parabéns atrasado. 
Eles sorriem. 
   — Obrigado. Você estuda? 
   — Sim, estou no terceiro ano. Você já terminou o colégio? 
   — Não, estou no terceiro também. 
   — Entendi, onde você estuda? 
   — No colégio 21. 
   — Sério? — se surpreende Malu. 
   — Sim, por que o espanto? 
   — Os meus pais estudaram lá. 
   — Nossa! — Ele sorri. — Você estuda onde? 
   — Otávio Mendes. 
Ben assente. 
   — Ah, sim. — Pela expressão que ele faz, Malu percebe que algo em seu colégio o desagrada. 
   — Você não gosta do Otávio Mendes? — indaga. 
   — Não, o problema não é o colégio. 
   — E qual? 
O rapaz hesita e responde:
   — É pessoal. 
   — Ok, não insisto mais. — Ela ri e muda de assunto. 

Enquanto dedilha uma música em seu violão, Samuel pensa no convite que fez a Maísa e imagina como será dançar com ela após o que aconteceu entre eles. Devido a esse pensamento ele não consegue deixar de lembrar do beijo que eles deram e alguma coisa faz ele recordar do quase beijo que deu em Jaqueline no dia anterior, o que leva ele a pensar na ficada deles na festa na casa de Maísa. 
   — Que ironia! — exclama. — O mais irônico ainda é que mesmo com essas duas loiras, eu não consigo esquecer uma única morena. 

Ao final da tarde, Yasmin e Victor sentam no sofá da sala de estar da casa dele. Marina desce com o cabelo molhado do banho e pergunta ao olhar para o casal:
   — Por que vocês estão com essas roupas amarrotadas?
   — É que a gente passou a tarde na piscina e depois ficamos no Sol pra roupa secar sozinha — responde Victor enquanto Yasmin puxa os pelinhos loiros do braço dele, ignorando a presença de Marina. A gêmea de seu namorado revira os olhos dando um sorriso e senta em uma poltrona enquanto liga a televisão. — Então — fala Victor olhando para Yasmin —, nós vamos chamar mesmo o pessoal para comer pizza? 
   — Ah, vamos, né? 
   — Ok. — Victor pega o seu celular e manda no Little Rebels: "Galera, para comemorar a saída da Yasmin do castigo a gente resolveu comer pizza. Todo mundo convidado."
Os celulares de Marina e Yasmin tocam quando chega a mensagem de Victor e Marina pergunta após ler:
   — Você vai pedir pizza? 
   — Sim, mas é a Yasmin quem vai pagar. 
   — Sua bunda — rebate a loirinha mexendo em seu celular. 
Victor ri e o joga o cabelo dela no rosto dela mesma. 
   — Você que foi a beneficiada com o fim do castigo, você que paga. 
   — Você também estava interessado no fim do meu castigo. 
   — Quem falou? 
   — Eu sei que estava. Aposto que sentiu falta da minha presença nas suas tardes. 
Victor gargalha. 
   — Você é tão iludida. 
   — E você é tão mentiroso. 
   — Querida, saiba que eu arrumo outra loira em dois segundos. 
   — Bom pra você, assim não sofre por muito tempo quando eu te der um pé na bunda. 
Marina, que finge não ouvir a conversa, se controla para não rir. 
   — Cala a boca, Yasmin — pede Victor e ela ri. 
   — Ficou sem argumentos, foi? 
   — Se comporta, se não eu te mando embora. 
   — Nossa! — exclama Yasmin. — É melhor ficar sem argumentos do que soltar esses de criança. "Para, o brinquedo é meu, vai embora da minha casa" — fala imitando voz de criança. 
Victor ri ironicamente e Yasmin gargalha ao seu lado. 

Depois de algumas horas de conversa, Malu e Ben se despedem no calçadão da praia. 
   — A gente se fala — diz Malu entrando no táxi. 
   — Como? Você não me deu seu telefone — fala Ben sorrindo. 
   — Ah é. — Eles gargalham e Malu passa seu número para ele. — Agora sim, a gente se fala.
Ben sorri e bate a porta para ela. Malu, sorrindo no interior do carro, vai para casa se sentindo bem mais leve. 

Durante a noite, Victor, Marina, Isabela, Vinícius, Felipe e Yasmin dividem pizzas na sala de televisão da mansão de Lua e Arthur. Isabela sai para ir ao banheiro e minutos depois Victor vai até o seu quarto para colocar o celular para carregar. Marina, Vinícius, Felipe e Yasmin conversam e gargalham quando Victor entra no cômodo carregando Isabela sobre o ombro. 
   — Me põem no chão, Victor! — exige a garota com sua voz fina. 
   — Olha que engraçado — fala Victor se aproximando dos amigos. — O cabelo dela é tão grande que toca no chão. 
Os outros quatro se atentam ao fato comentado por Victor e sorriem. 
   — Coloca ela no chão, Victor — pede Vinícius —, a cabeça dela está ficando vermelha. 
   — Relaxa, ainda vai demorar um tempo para ela morrer. 
Yasmin gargalha, Marina sorri e Felipe e Vinícius dão um leve sorriso. 
   — Me coloca no chão — choraminga Isabela. 
   — Ai, que bonitinha — fala Victor e dá um beijinho na perna dela. 
   — Não me beija — reclama Isabela. — Não quero me contaminar com suas bactérias. 
   — Ei, me ofendeu também — fala Yasmin e eles gargalham. 
   — Victor — chama Felipe. — Coloca logo ela no chão que ela já está muito vermelha. 
   — Ai, vocês são muito bonzinhos — fala o loiro andando até uma mesa de pingue-pongue. 
Ele desvira Isabela e senta ela na mesa. 
   — Passou? — indaga segurando o rosto dela entre as mãos. 
Marina comenta de propósito com Felipe:
   — A Isabela e o Victor são bonitinhos juntos, né? 
   — É, igual o Vinícius e a Yasmin. 
Marina ri debochadamente.
   — Babaca. 
Vinícius, que ouvia o diálogo deles, fala:
   — Sabe o que é mais engraçado? Que você, Felipe, não pode fazer ciúmes com a namorada dele. 
Yasmin ri junto com eles. 
   — Tire as mãos de mim — pede Isabela empurrando os braços de Victor. 
   — Ficou bravinha? — pergunta o garoto sorrindo. 
   — Sai, Victor — ela pede tentando pular na mesa. 
   — Você parece uma criança, sabia? Tipo, o seu tamanho. 
   — Legal, o problema é meu. 
Victor gargalha. 
   — Você está mesmo brava? 
   — Sai, garoto. 
Ele coloca uma mecha do cabelo dela atrás de sua orelha. 
   — Grande anã — fala com a voz mais suave —, me desculpa. É que você é tão pequena que parece um chaveiro e eu pensei que pudesse te carregar por aí. 
Mesmo com os carinhos que o namorado faz em sua amiga, Yasmin continua observando-os com tranquilidade e até se diverte com a situação. 
   — Nossa, que engraçado — satiriza Isabela. — Agora, sai. 
Victor sorri e abre espaço para ela descer da mesa. Isabela pula e começa a caminhar para perto do sofá onde está o restante do grupo, porém Victor dá um abraço nela por trás e beija sua bochecha. 
   — Ok, chega com a brincadeira, né? — fala Felipe rindo, mas falando sério. 
   — Opa — fala Victor soltando Isabela repentinamente —, não quero problemas com o meu cunhado. 
Isabela se desequilibra e o irmão de Marina segura na cintura dela para dar apoio. 
   — Vocês viram? — ele pergunta aos demais. — Eu sou o super herói dela, o Capitão América. 
Isabela revira os olhos sorrindo, empurra as mãos de Victor de sua cintura e senta ao lado do namorado no sofá. 
   — Eu acho que vou trocar o Capitão América do carnaval pelo Capitão América da festa do Terceirão — fala Yasmin se referindo à Lorenzo. Victor senta ao lado dela e fala:
   — Tá, vamos para com a brincadeira. 
Eles todos gargalham e Vinícius comenta:
   — Ficou com ciúmes foi? 
   — Eu não. Eu não sinto ciúmes da Yasmin — fala Victor. 
   — Credo, parece até que você não se importa com ela — Isabela diz sorrindo. 
   — Eu não me importo mesmo. 
Yasmin gargalha. 
   — Não se importa não, só está comigo a quase seis meses. 
   — Eita! — exclama Victor. — Vai fazer tudo isso? 
   — Vai. 
   — Passou tão rápido. 
   — É porque quando a coisa é boa a gente não vê o tempo passar — retorque Yasmin e eles gargalham. 

Duas semanas se passam. Em uma manhã de sábado, Thiago acorda sobressaltado, maneira a qual tem acordado costumeiramente desde que foi descoberto por Yasmin. Ele olha para Graziele, que permanece dormindo ao seu lado e fala em um sussurro para si mesmo:
   — Eu preciso criar coragem e contar logo pra eles. A última semana do mês está chegando e se eu não falar a Yasmin vai dar com a língua nos dentes. — Ele passa a mão no rosto, nervoso. — Só que como eu vou contar isso pra ela? — se pergunta olhando para o rosto sereno da namorada. 

Com o auxílio do despertador, Marina acorda. A primeira coisa que ela faz é checar suas redes sociais e lê a última mensagem que Brian mandou, às 5h da manhã: 

Estou embarcando. 

Daqui a algumas horas estarei pisando no Brasil. 

Me aguarde, Marina!

Me aguarde, Brasil! kkk


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