Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 188: Arrependimento e indignação marcam carnaval fora de época

A cabeça de Samuel está apoiada no encosto do banco e sua mente gira com tamanha velocidade que o deixa tonto. Várias partes de seu corpo latejam, principalmente a barriga e o rosto. Mesmo com vários problemas físicos e mentais ele conta para Pedro o que aconteceu entre ele, Maísa e Jonas.

   — Car*lho! — exclama Pedro de queixo caído. — Não acredito que você pegou a Maísa! 

Samuel passa a mão no rosto e geme de dor. 

   — Eu não sei o que me aconteceu! A Maísa veio vindo e você sabe como ela é...

   — Irresistível — completa Pedro. 

O rapaz machucado solta um suspiro e fecha os olhos. 

   — Eu fiz uma merda tão grande! Como vai ficar agora? Briguei com o meu melhor amigo e fiquei com uma garota lá da sala que não tinha a menor necessidade. 

   — Até porque ficar com a Jaqueline tinha muita necessidade, né? — provoca Pedro rindo. 

   — A Jaqueline é diferente, mesmo depois da ficada a gente consegue bater um papo sem problema algum. Como eu vou falar normalmente com a Maísa agora? Ainda mais com o Jonas por perto? 

   — Isso sem contar a Maria Luíza — Pedro lembra e Samuel sacode a cabeça. 

   — Não quero nem pensar na Malu. O pior é que quanto mais eu tento não pensar nela, mais eu penso.

   — Ah, vocês nem são namorados. 

   — Eu sei, mas... cara, ela é a Malu. 

   — E daí? Ela é mente aberta, talvez nem fiquei grilada. 

   — Eu não quero perder o que eu tenho com a Malu por causa de um beijo estúpido. 

   — Pelo o que você me contou não foi um beijo tão estúpido assim. 

   — Enquanto eu beijava ela tava maravilhoso, mas depois que a ficha caiu as coisas mudaram. 

Pedro tenta aliviá-lo e diz:

   — Pelo menos você curtiu o carnaval. 

No quarto dele, Victor e Yasmin conversam ainda vestidos com suas fantasias usadas no carnaval. Ele está sentado nos pés da cama enquanto ela caminha de um lado para o outro na frente dele. 

   — Por que ele foi fazer isso com a Malu? — indaga Yasmin. — Sério, eles não são namorados nem nada, eu sei, mas a garota está lá no hospital, deu um baita susto em todos nós e o que ele faz? Fica com uma das colegas dela! A Maísa atiçou, eu sei, mas quando um não quer dois não brigam. 

   — No caso, se beijam — fala Victor sorrindo. 

   — É, quero só ver como a Malu vai reagir, porque ela é super desencanada, mas ela estava gostando bastante dele. Se o Samuel deixar a minha amiga magoada, ele vai se ver comigo!

   — Ótimo, ótimo. — Victor estica os braços e segura no pano vermelho que está ao redor do quadril dela, o puxando para si. A loirinha cai no colo dele e ele dá um beijo no ombro dela. — Você não acha que está dando muita importância para esse caso, não? 

   — Não — responde Yasmin de imediato. — A Malu é minha amiga e eu estou preocupada com ela, assim como estou preocupada com a Isabela e o Felipe. Tudo isso por causa de quem? 

   — De quem? — pergunta Victor entediado. 

   — Do Jonas! Se ele não tivesse beijado a Isa, a Maísa não teria beijado o Samuel, que não teria feito merda com o lance dele com a Malu. Sem contar que sabendo que foi o Jonas, o Felipe pode querer armar algo contra ele e vai dar merda de novo no namoro do Felipe com a Isabela. Estou dizendo, a gente tem que matar o Jonas e todos os problemas serão resolvidos!

Victor ri e pega Yasmin no colo antes de se levantar. 

   — Ótimo, agora vou ter uma namorada assassina. — Ele a joga na cama. — Não quero ser seu cúmplice. 

   — São nesses momentos que a gente vê a parceria. 

Eles riem e Victor dá um beijo nela, deitando ao seu lado. Yasmin abraça o namorado e coloca uma perna sobre o quadril dele. 

   — Meu Capitão América — fala entre os beijos. Victor ri e desamarra o nó que prendia o pano vermelho ao corpo dela. 

O queixo de Felipe despenca. 

   — Não acredito que foi o Jonas quem te beijou!

   — Foi. 

   — Caramba, Isabela, eu vou matar aquele moleque! — Felipe dá um soco na porta e Isabela estremece. 

   — Você não vai fazer nada, Lipe. 

   — Eu vou matar ele!

Isabela levanta da cama e anda até ele. 

   — Felipe, deixa isso pra lá — pede tirando a máscara dele. 

   — Como você soube que foi ele? 

Isabela engole em seco. 

   — Eu reconheci o beijo — conta em seguida. 

   — Como? 

   — Na hora que ele me beijou, eu sabia que conhecia aquilo e sabia que não era você. Depois ele fez uma coisa que eu reconheci que era ele. 

   — Que coisa? 

   — Você não vai querer saber. 

Felipe franze levemente a testa. 

   — O que foi que ele fez? 

   — É que quando nós namorávamos ele costumava morder o meu lábio e dar um selinho no canto da minha boca. Ele repetiu isso hoje. 

O garoto fica em silêncio por um tempo com o ciúmes estampado no rosto. 

   — Legal — fala depois de um tempo e Isabela sorri. 

   — Vamos esquecer isso? 

   — Isa...

   — Por favor — ela pede dando um abraço dele. — Por mim. Eu não quero te ver em confusão de novo. 

Felipe olha intensamente para os olhos castanhos dela e é convencido. 

   — Ok, vou deixar isso pra lá. 

Isabela sorri e fica nas pontas dos pés para beijá-lo. 

Ainda no evento do Colégio 21 Lorenzo se despede de Iago, Maísa e Aline. 

   — Até segunda, gente — fala indo para o seu carro. 

   — Até! — os três respondem. 

Minutos depois o carro de Maísa também chega e eles entram. 

   — Quer que eu te deixe em casa, Aline? — indaga a loirinha. 

   — Não precisa, eu combinei com o meu pai dele ir me buscar na casa do Iago depois da reunião que ele ia ter. 

   — Ah, tá. Então vamos para o apartamento do Iago. 

O motorista atende à ordem dela e sai suavemente. 

Sozinha em seu quarto Marina tira a fantasia de Zatanna. Ao mesmo tempo que retira as peças, liberta as lágrimas que apertam sua garganta e entristecem seu coração. 

   — Parece que quando as coisas começam a dar errado não param mais! Primeiro teve o sonho sinistro com o Brian e eu fiquei com a sensação de que traí o Vinícius. — Ela soluça e senta na cama para tirar a meia calça. — Agora o Vinícius me traiu. De verdade! — Ela não consegue terminar e se joga na cama, chorando compulsivamente. — Pode ter sido sem a intenção dele, mas eu não vou conseguir esquecer daquele beijo facilmente. Eu nunca tinha visto ele beijando outra garota! Agora a sensação de que sempre fui eu na vida dele acabou. Acabou!

A garota esconde o rosto no travesseiro e se pergunta:

   — Por que comigo? Por que comigo?

Victor interrompe os amassos com Yasmin e se levanta da cama, dizendo:

   — Preciso trocar de roupa. Essa fantasia está me sufocando!

A loira sorri e deita esparramada na cama dele. 

   — Eu também quero trocar, mas estou com preguiça de ir pra casa. 

   — Se você quiser pode ficar sem nada. Eu não me importo — fala Victor abrindo o seu armário. 

Yasmin ri. 

   — Engraçadinho. Você não tem nada que eu possa usar? 

   — Não sei. 

Ela levanta da cama e para atrás dele, fitando o armário. 

   — As regatas eu sei que cabem, agora e pra baixo? — pergunta. 

   — Você pode ficar de calcinha — Victor sugere em um falso tom de inocência. 

   — Já estou ficando — ela ironiza e passa por ele, ficando na frente do armário. Victor a abraça por trás e dá um beijo na nuca dela. Yasmin se apoia contra o corpo dele e continua analisando as roupas com o olhar. — Achei! — fala e se solta para pegar uma samba canção preta. — Acho que cabe, o que você acha? — Ela se vira de frente para ele mostrando a peça. 

   — Vai ficar bem larga, mas acho que não cai. Infelizmente — acrescenta sorrindo. 

   — Idiota. — Yasmin dá um selinho nele, agarra a samba canção e pega uma regata qualquer antes de ir para o banheiro se trocar. 

Victor pega uma bermuda e começa a se trocar. Minutos depois, Yasmin abre a porta do banheiro e sai usando as roupas de Victor.

   — O que achou? — pergunta e dá uma volta segurando sua fantasia nos braços. 

   — Você fica muito sexy com as minhas roupas — Victor responde sentado em um poltrona sem camisa. 

   — Eu fico sexy de qualquer jeito — ri Yasmin. Ela joga as peças de sua fantasia na cama dele e retorna para o banheiro. — Agora vou tirar essa maquiagem! Pena que aqui não tem nenhum produtinho, vai ter que ser com água mesmo. 

Victor sorri e instantes depois levanta e vai para o banheiro. 

   — Cheguei! 

Yasmin, que já está com o rosto quase limpo, sorri e joga mais água na pele. Victor se apoia na parede atrás dela e fica observando ela terminar de tirar o restante do rímel. Ao finalizar, Yasmin se vira para ele e Victor se aproxima dela, pegando uma toalha em uma das gavetas da pia. Ele enxuga a pele dela com delicadeza e quando termina, dá um beijo na ponta do nariz dela. Yasmin sorri e abraça o namorado, beijando-o lentamente. Victor envolve a cintura dela e a senta no tampo da pia. Eles permanecem se beijando com suavidade por alguns minutos. 

   — É tão estranho quando a gente fica assim — ele comenta dando selinhos nela. 

   — Assim como? 

   — Tranquilos. Tipo, os nossos beijos sempre são quentes. — Para afirmar o que diz ele aperta a cintura dela e a puxa para mais perto. 

   — É bom diferenciar as vezes. 

Victor sorri e dá um selinho nela. 

   — Gosto tanto de você. 

Ela o abraça com força e responde com o rosto no pescoço dele. 

   — Eu também gosto muito de você. 

   — Chegamos — fala Maísa quando o carro para em frente ao edifício que Iago mora com os pais. 

   — Obrigado — diz o garoto abrindo a porta do veículo. — Fica bem, tá?

Maísa sorri levemente.

   — Vou tentar.

Iago faz um carinho na mão dela e sai do automóvel. 

   — Tenta esquecer o que aconteceu — aconselha Aline. — Precisando desabafar, é só me ligar, tá bom? 

   — Tá, obrigada.

Aline dá um abraço em Maísa e também desce. 

   — Vem — chama Iago. — Vamos entrar.

Os dois entram no edifício e vão para o apartamento dele. 

Felipe tira a namorada do chão e caminha até a cama dela, deitando a garota lentamente. Isabela tira a capa com um sorriso no rosto e Felipe faz o mesmo com a sua fantasia. Eles se abraçam e se beijam. 

   Felipe dá um selinho em Isabela, um beijo no queixo, um no pescoço e vai distribuindo beijos até chegar nos pés dela. Ele tira lentamente cada bota e joga o par no chão enquanto Isabela retira as próprias luvas e o acessório na cabeça. Felipe senta sobre as pernas dela e começa a se despir da fantasia de Batman. A garota deita a cabeça no travesseiro e fica observando o corpo dele e sentindo um calor se espalhar por seus membros na medida que cada parte de pele dele fica exposta. Assim que retira toda a sua fantasia, Felipe deita sobre a namorada e a beija calorosamente. Ofegante, Isabela para o beijo e pula da cama, caminhando até o interruptor. Depois de apagar a luz ela volta para a cama e fica em pé no colchão, abrindo lentamente a peça principal da fantasia. Felipe não espera ela terminar de se despir e a puxa para baixo com rapidez. Eles voltam a se beijar com volúpia e Felipe retira a fantasia de Isabela. 

   O casal, apenas em trajes íntimos, continuam se beijando intensamente e Isabela arranha as costas dele, fazendo Felipe ficar arrepiado. Em seguida ele enlaça o longo cabelo dela em sua mão e puxa levemente. Isabela solta um gemido baixo e apoia a cabeça no travesseiro, de modo que seu pescoço fique exposto. Felipe começa a beijar a região e dar mordidas na pele dela, o que deixa Isabela ainda mais fervorosa. 

 Depois de deixar Pedro em casa, Samuel partiu rumo à sua própria casa. Ele abre a porta do casarão lentamente e olha para o interior com atenção em busca de qualquer sinal que indique a presença de sua mãe. Como não vê nada suspeito, entra e bate a porta com cuidado. Com ainda mais precaução sobe os degraus e vai para o seu quarto. 

   Ao se trancar no cômodo, tira a camisa de marinheiro e vai até o espelho, ficando espantado com sua aparência. Seu abdômen está com manchas vermelhas e roxas, o seu rosto com a boca inchada e ensanguentada, o maxilar arroxeado, o olho roxo e também inchado e o curativo na testa ensanguentado. 

   — Se o meu amigo fez isso, imagine o que o meu inimigo faria? — comenta e vai para o banheiro lavar o rosto e tirar o curativo da cabeça. Quando termina de higienizar os machucados, volta para perto da cama e tira o resto da fantasia, ficando apenas de cueca. Ao recolher as peças do chão vê a fitinha que Maísa usou para limpar o sangue de sua boca. Ele dá um leve sorriso e fala:

   — Se o Jonas e a Malu não existissem eu até investiria nela. 

Victor sai de seu quarto com Yasmin agarrada em suas costas. Ele caminha com ela até a sala de jogos e a joga no sofá. 

   — O que nós vamos jogar? — pergunta ligando o videogame. 

   — Você que escolhe. 

   — Comprei um de guerra muito legal — ele comenta e entrega o controle para ela. 

   — Joga primeiro para eu ver como é. 

   — Ok. 

Victor inicia o jogo de guerra. O objetivo é atirar nos soldados do exército inimigo e liberar cada nível. Quando ele morre, Yasmin começa a jogar. 

   — Vai morrer fácil — pragueja Victor rindo. 

   — Vai tomar no c*!

O loiro ri e acompanha o desempenho dela. Instantes depois, Yasmin é baleada e perde. 

   — Até que para uma iniciante você foi bem. — Ele reinicia o game. — Agora veja como se faz. 

Yasmin sacode a cabeça e ri, dando um chute na perna do namorado. 

No quarto dele, Iago e Aline conversavam quando ela recebeu uma mensagem de seu pai, avisando que já estava lá em baixo. 

   — Eu te levo — fala Iago e eles saem do quarto. 

   — Eu nem vi seus pais — comenta Aline. 

   — Estão viajando. 

   — Ui, que fino!

Os dois riem e saem do apartamento. No elevador, Aline fala:

   — Adorei passar um pouco da noite com você. 

   — Eu também. Quando te conheci não pensei que você fosse ser tão legal assim. 

Aline sorri. 

   — Eu te surpreendi? 

   — Muito. 

Eles sorriem um para o outro e chegam ao térreo. Antes de sair, Aline dá um abraço em Iago. 

   — Tchau, Luigi. 

   — Tchau, cangaceira. 

Os dois riem mais uma vez e ainda abraçado nela, Iago dá um beijo no ombro de Aline. 

   — Dorme bem e sonhe com os anjos. 

   — Vou sonhar com você, seu anjinho — ri Aline soltando o garoto. 

   — Cuidado, hein? Sonhar comigo pode ser pesadelo. 

   — Duvido. 

Iago acaricia a bochecha dela. 

   — Falando sério, fica bem. 

   — Você também. 

Eles se olham demoradamente e acabam rindo. 

   — Até segunda, Iago — ela se despede e passa pela porta do edifício. 

   — Até segunda!

Iago sorri sozinho e volta para o elevador enquanto Aline caminha até o portão. 

Deitados nus na cama de Isabela, ela e Felipe se beijam e conversam. 

   — Quem diria que a tarde seria tão agitada? — ela pergunta. 

   — Quem diria que a noite seria tão boa? — Felipe retorque e eles sorriem. 

   — Estou com tanto sono. 

Felipe dá um beijo no topo da cabeça dela. 

   — Eu também. 

   — Você vai dormir aqui, né? 

   — Não era os meus planos, mas quem consegue resistir a você? 

Isabela sorri e o beija. Os dois adormecem abraçados minutos depois. 

Deitado em sua cama, criando coragem para descer e comer alguma coisa no jantar, Vinícius manda uma mensagem para Marina: "Quero muito conversar com você, nós precisamos esclarecer algumas coisas. Eu te amo acima de tudo o que aconteceu e acima de qualquer coisa que irá acontecer." Também deitada em sua cama Marina lê a mensagem, porém não responde. Na mansão em que ela está, Victor e Yasmin se despedem no portão. 

   — Tenha uma boa noite — ele fala dando selinhos nela. 

   — Você também, sonhe com a sua namorada gata vestida de Miss Marvel. 

Victor gargalha. 

   — Pode deixar. 

Eles se abraçam e se beijam. 

   — Tchau! — fala Yasmin abrindo o portão. 

   — Depois eu quero as minhas roupas de volta. 

   — Vai sonhando! — Ela ri e caminha vestida com as roupas dele e com um chinelo do mesmo, carregando sua fantasia nos braços. 

Assim que toma banho, come um lanche e retorna para o seu quarto, Maísa liga para a prima e melhor amiga. 

   — Laís? 

   — Oi, Maísa! Como foi o carnaval? O dia com os meus tios foi um saco!

   — Eu fiz uma merda gigante! — conta Maísa e narra para a amiga passo a passo de tudo o que aconteceu no carnaval fora de época. 

   — Maísa, não acredito que você fez isso — fala Laís ao término. 

   — Fiz, eu estou tão arrependida! — Maísa se joga na cama e se afunda sob as cobertas. 

   — Você não pensou nas consequências dos seus atos? 

   — Não!

   — Maísa!? O que você fez foi muito grave, amiga. 

   — Eu sei, mas eu não pensei em nada na hora. Queria tanto poder voltar no tempo. 

   — Infelizmente isso não é possível. Como vai ficar agora? 

   — Não sei. 

   — Você e o Samuel não deviam ter feito isso. Além de estragar a amizade dele com o Jonas vai estragar também o lance dele com a Malu. 

   — Isso é o que está mais me deixando triste, porque eu não sou a melhor amiga da Malu, mas gosto dela. Não queria prejudicá-la de jeito nenhum!

   — Mas prejudicou. A única parte boa é que você e o Jonas vão se distanciar. 

   — Ai, Laís, não fala assim. 

   — Falo, sim! Olha o que você fez, Maísa. Esse garoto libertou o seu lado mau, isso não é saudável para ninguém. 

Maísa assente. 

   — Você tem razão. Eu estou tendo a sensação de que estraguei tudo e que nunca mais a minha vida será feliz!

   — Menos, Maísa! Essa tempestade vai acabar e eu tenho certeza de que você irá colher experiências daí. 

   — Eu quero que acabe logo tudo isso!

   — Ei, se acalma. Respira. 

Maísa inspira profundamente. 

   — Obrigada, amiga.

   — Imagina, mesmo você tendo feito essa caca, eu vou ficar do seu lado. 

A loirinha sorri. 

   — Ainda bem que eu tenho você. 

   — Você sempre terá, sua bobinha. 

Elas sorriem. 

   — Agora eu vou dormir — fala Maísa. — Preciso descansar pra ver se esqueço esse dia ruim. 

   — Ok, tenha uma boa noite. 

   — Você também. 

As duas desligam e Maísa levanta para apagar a luz e volta para a sua cama onde tenta dormir. 

Na saída do cinema, Graziele e Thiago namoram e vão para o estacionamento. Eles sentam em um banco e continuam namorando. 

   — Adorei passar a tarde com você — fala a garota. 

   — Eu também, nós poderíamos repetir isso todos os dias que eu não iria enjoar. 

Graziele sorri e beija o namorado. 

   — Adorei o filme também. 

   — Eu também, mais ainda a companhia. 

   — O que você tem, Thi? — ela pergunta rindo. — Está tão romântico. 

Thiago ri e dá um selinho nela. 

   — É que eu te amo. 

   — Eu também. 

Ele passa a mão pelo cabelo alaranjado dela e eles se beijam mais uma vez. 

A madrugada de sábado para domingo é curta e o domingo passa voando. Na manhã de segunda-feira os adolescentes vão para o colégio. Maísa e Laís conversam no corredor do primeiro andar:

   — Eu quero me esconder, enfiar minha cabeça nessa parede e fingir que não existo. 

Laís afaga o ombro dela. 

   — Fica tranquila, não adianta chorar pelo leite derramado. 

Os herdeiros de Chay e Mel descem do carro e entram no colégio seguidos por Samuel. O rapaz está com a boca arroxeada, assim como o maxilar e o olho direito, além do curativo na cabeça. O seu estado chama a atenção de alguns alunos e ele finge não se importar e sobe a escada com rapidez. Ao chegar na sala de aula, vai para a sua carteira e Jaqueline se aproxima, sentando na cadeira que é ocupada por Malu e que nos últimos dias tem estado vazia. 

   — O que aconteceu com você? — ela pergunta surpresa. 

   — Nada demais. 

Jaqueline ri. 

   — Nada demais? Sua cara está toda machucada, Samuel. 

Samuel olha com uma expressão tediosa para ela. 

   — O que parece que aconteceu, Jaqueline? 

   — Você brigou sério com alguém. 

   — Até que você é inteligente. 

Eles sorriem. 

   — Tudo bem, se você não quer falar, vou te respeitar. 

   — Muito obrigado. — Ele sorri para ela e eles começam a conversar. 

Thiago e Graziele chegam juntos ao colégio e logo no pátio do térreo ficam sabendo de alguns acontecimentos do final de semana. 

   — O Samuel e a Maísa ficaram — conta Alexandre para a surpresa do casal. 

   — Como é? — indaga Thiago. 

   — Não acredito que eles fizeram isso! — diz Graziele. Alexandre explica os detalhes do ocorrido e Graziele opina: — Nada justifica. Eles caíram no meu conceito. P*rra, cara, a Malu merecia um garoto melhor!

Os irmãos Borges também chegam ao colégio e ao cruzar a porta da sala, Yasmin caminha até Vinícius. 

   — E aí, Vini? Como está? 

   — Bem. Bem mal. 

Yasmin dá um leve sorriso e passa a mão pelos cachos dele. 

   — O seu namoro com a Marina está turbulento, né? 

   — Turbulento é pouco, está pendurado. — Ele suspira. — Estou com medo de que a gente termine. 

   — Fica tranquilo, vai dar tudo certo. 

Vinícius abraça ela. 

   — Deus te ouça. 

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