Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 187: Jonas recebe tapa de Isabela e agride Samuel

De braços cruzados, Pedro observa a situação com Samuel com uma certa distância. O outro rapaz estreita os olhos vendo não Jonas e o casal que ele ainda não reconhece, e sim Yasmin.
   — A Yasmin está aqui? E por que ela está tão interessada? — pergunta baixinho para si mesmo e ao terminar o questionamento arregala os olhos e volta a olhar para os três. Só então identifica Isabela e pelo corpo, Felipe. — Caramba, ele beijou a Isabela. 
Pedro vira a cabeça para encará-lo. 
   — Como? 

   — O que está acontecendo aqui? — Felipe insiste em saber. Jonas olha de relance para Isabela, que está pálida feito papel, e sai correndo. O moreno tenta segui-lo, mas Isabela segura em seu braço e pede:
   — Deixa isso pra lá!
   — Esse babaca estava te beijando — fala Felipe com indignação e começa a chamar atenção das pessoas que estão mais próximas. 
   — Felipe, não vale a pena arrumar confusão aqui. 
O garoto olha demoradamente para ela e assente, desistindo de ir atrás do outro Batman. 
   — Gente, o que foi isso? — indaga Yasmin parando ao lado dos dois. 
Isabela aos poucos vai recobrando a cor natural e conta à amiga:
   — Eu senti braços me abraçando por trás e vi as mangas pretas da fantasia do Batman, eu pensei que fosse o Felipe, né? Quando virei não tive tempo de ver o rosto e o garoto — ela evita falar o nome de Jonas — me beijou. 
   — Filho da p*ta — xinga Felipe. 
Yasmin fica espantada. 
   — Caramba! Que coincidência um garoto justamente vestido de Batman te beijar — Yasmin comenta. 
   — Você não conseguiu ver nada dele? — questiona Felipe. — Não tem nem ideia se conhece ou não ele? 
Isabela se sente pressionada pelas perguntas do namorado e fica sem saber o que responder. 

Marina sacode a cabeça com a boca entreaberta e fala confusa:
   — Eu preciso sair daqui. 
Ela dá meia volta e sai correndo por entre as pessoas fantasiadas, deixando Fred sem entender. O músico e futuro engenheiro da computação corre atrás dela, empurrando sem querer algumas pessoas na tentativa de não perdê-la de vista. 
Vinícius se recupera do susto e empurra a ruiva. 
   — Ficou maluca, garota? — pergunta limpando os lábios. A menina sorri e dá um selinho nele antes de sair pulando. — Caraca, velho! — exclama olhando para Victor. 
   — A Marina viu — informa o loiro e Vinícius arregala os olhos. 
   — Não acredito!
   — Pois acredite. 
O garoto de cabelo cacheado olha para os lados. 
   — Pra onde ela foi? 
   — Saiu correndo pra lá. — Victor aponta na direção em que a irmã foi. 
   — Ai, caramba! Ai, caramba! — Vinícius sai correndo, repetindo essas palavras. 

Depois de dar algumas gaguejadas, Isabela responde:
   — Eu não vi nada. 
   — Ele tava mascarado, né? — apoia Yasmin. — Nem teria como ver. 
Felipe tira a sua máscara do Batman. 
   — Essa máscara não esconde tanto. 
   — Não esconde quando você já conhece o rosto, agora não tem como identificar alguém só vendo as partes que ficam visíveis. 
Isabela permanece quieta, sentindo-se mal por ocultar a verdade do namorado, porém não conseguiu dizer nada devido a vontade que tem de conversar com Jonas antes. Maísa se junta à eles:
   — Oi, gente! — Ela olha para os rostos deles. — O que foi? Aconteceu alguma coisa? 
Diante das expressões tensas dos três, a loira nem pensa em comentar que a fantasia de Felipe é igual a de Jonas. 
   — Um garoto beijou a Isa — conta Yasmin.
   — Sério? 
   — Sim, ele tava com uma fantasia de Batman também — responde Felipe mal-humorado. O rosto de Maísa fica ainda mais branco e ela emudece. Isabela observa atentamente a reação dela e percebe que ela sabe que Jonas está na festa, principalmente, com que fantasia ele está.
   — E-eu tava indo... indo pro banheiro — Maísa se atrapalha com as palavras e se distancia com rapidez. 
   — Eu, hein! — comenta Yasmin com a testa franzida. 

Sentados no meio-fio Marina e Fred conversam. Ele passa a mão pelas costas dela, tentando tranquilizá-la. 
   — Já está melhor? — Marina confirma com a cabeça, menos perplexa. — Quer me contar o que te deixou assim? 
   — Eu vi o meu namorado beijando outra garota — Marina fala olhando para o asfalto. 
   — Sério? 
   — É, uma garota chegou e roubou um beijo dele. 
   — Ah, então não foi um beijo que ele queria, a guria que chegou em cima? 
   — Sim, mas ele beijou. 
   — Ah, Marina, eu acho que você deve conversar com ele. Mesmo sendo carnaval fora de época as pessoas perdem a linha mesmo. A culpa não foi dele, foi da menina que veio pra cima. 
Ela esconde o rosto nas mãos. 
   — Ai, não sei!
Fred a abraça e ela afundo o rosto da camisa dele. 

Assim que se reúnem em uma calçada um pouco vazia, Jonas, Samuel e Pedro começam a conversar sobre o ocorrido com Isabela.
   — Eu não sabia que era ela! — exclama Pedro. — Se eu soubesse que era ela não tinha nem falado pra você ir. 
   — Não sabia nem que eles iriam vir — Samuel fala. 
   — Nem eu — concorda Jonas. 
   — A Isabela te reconheceu? 
   — Acho que sim. 
Samuel opina:
   — É óbvio que ela te reconheceu, vocês namoraram durante um bom tempo, você acha que ela esqueceu de como é o seu beijo? 
   — Você tem razão. 
   — Nossa, mano, quando o Felipe souber que era você ele vai ficar louco — Pedro fala e acaba rindo. 
   — Isso que dá ouvir os conselhos do Pedro — Samuel zoa. 
   — Mas eu não me arrependo — Jonas confessa e os seus amigos ficam surpresos. 
   — Não? — indaga Samuel. 
   — Eu reconheci a Isa no instante que abracei ela. Eu já tive aquele corpinho nos meus braços muitas vezes — fala com nostalgia. 
   — E perdeu porque quis — Samuel corta. 
   — É. Mas enfim, eu reconheci ela e mesmo assim beijei ela. Faria de novo se tivesse oportunidade. 
Pedro questiona:
   — Como assim, cara? Foi você que terminou com ela, agora parece que está com saudades. 
   — Saudade não seria a palavra ideal. 
   — E qual seria a palavra ideal? 
   — Desejo. 
Samuel exclama:
   — Oi!? 
   — Sei lá, cara, quando eu beijei ela quis mais, sabe? 
   — Igual você quis mais do beijo da Maísa? — pergunta Pedro. 
   — Car*lho, a Maísa! — Jonas se sobressalta. — Ela vai ficar p*ta se descobrir.
   — Se a Isabela contar para alguém que foi você é claro que a Maísa vai ficar sabendo. 
Jonas dá um soco no ombro de Pedro. 
   — Viu na encrenca que você me meteu? 
Pedro dá de ombros. 
   — Não te obriguei a fazer nada. 
Jonas revira os olhos. 

Aline, parada em uma calçada esperando Iago e Lorenzo voltar com bebidas, vê Maísa se reaproximar transtornada. 
   — Demorou no banheiro, hein? — comenta antes de notar o estado da amiga. Assim que percebe, pergunta: — O que aconteceu? 
Maísa conta:
   — O Jonas beijou a Isabela. 
   — C-como? — Maísa repete o que ficou sabendo para a amiga. — Caramba, o Jonas não presta mesmo! — exclama Aline quando ela termina. 
   — Se ele acha que vai me fazer de otária está muito enganado. 
   — Como assim, Maísa? 
   — Eu vou me vingar dele. Ele acha que vai ser assim? Tenta me beijar e minutos depois já está agarrando a ex? 
   — O que você vai fazer? — indaga Aline com receio na voz. 
   — Não sei, mas precisa ser algo pra ontem!

Após caminhar por toda a rua e esbarrar em diversas pessoas Vinícius acha Marina. Ela permanece nos braços de Fred com o rosto escondido na camisa hippie dele. 
   — Marina — chama Vinícius e Fred ergue o olhar enquanto Marina esconde o rosto ainda mais. — Marina, a gente precisa conversar.
A garota continua imóvel e em silêncio. 
   — Marina — fala Fred —, é melhor vocês conversarem. — A morena continua quieta por alguns instantes até que resolve encarar o namorado. 
   — Agora não, Vinícius — pede. — Por favor, é melhor pra nós dois. 
   — Por favor, Mari. 
A garota levanta e puxa Fred consigo. 
   — É melhor a gente não conversar agora, nós vamos dizer coisas que vamos nos arrepender.
Fred permanece impassível atrás de Marina e não olha para o casal. Vinícius concorda com a cabeça e diz:
   — Tudo bem, só não faça nada que vá nos prejudicar. — Ele olha sem disfarçar para Fred e Marina se segura para não discutir com ele ali mesmo. 
   — Eu não vou retribuir na mesma moeda — retorque e pega no pulso de Fred antes de se afastar. Vinícius chuta o meio fio com raiva e frustração. 

Ao ver que está impedindo a conversa inevitável que Felipe e Isabela terão que ter, Yasmin fala:
   — Eu vou atrás do Victor. Fui!
Ela se afasta em sua fantasia de Miss Marvel. É só ficar sozinha com o namorado que Isabela pede:
   — Desculpa. 
Felipe coloca as mãos na nuca dela. 
   — Tudo bem, você não teve culpa. 
   — Eu pensei que fosse você, eu não queria que isso tivesse acontecido. — Ela apoia a testa no peito dele. — Desculpa, Fê, de verdade. 
Ele acolhe ela em seus braços. 
   — Está tudo bem, Isa, não tinha como você saber que não era eu. Fui tudo muito rápido!
   — Sim! — Eles dão um selinho e ela avisa: — Vou ao banheiro. 
   — Quer que eu te acompanhe? 
Isabela sorri levemente. 
   — Não, está tudo ok. 
Felipe dá um beijo na testa dela e Isabela caminha na direção dos banheiros. 

Sozinho, Victor toma um gole de refrigerante dançando devagar no meio da rua. Yasmin chega por trás e dá um beijo na nuca dele. O loiro sorri e se vira para ela. 
   — Até que enfim você voltou. Cadê o refrigerante? Deu tempo de eu ir comprar um pra mim em uma barraca lá do outro lado, voltar pra cá e nada de vocês. 
   — Eita, com os acontecimentos eu até esqueci de pegar o refrigerante com o Humberto. 
   — O que aconteceu? 
Yasmin desata a contar sobre o beijo que Isabela recebeu. Victor fica surpreso e quando ela termina, ele relata sobre o beijo roubado que Vinícius recebeu. 
   — Nossa, parece que roubar beijo está na moda por aqui. 
Victor passa um braço em torno da cintura dela e a puxa pra si com rapidez. Um segundo depois está com os seus lábios nos dela. 
   — Beijo roubado é mais gostoso — ele fala dando uma mordiscada no lábio dela. 

Parada próximo a fila do banheiro, Isabela pega o seu celular e disca o número que sabe de cabeça. 
   — Jonas? — indaga quando ele atende. 
   — Isabela? 
   — Onde você está? — pergunta só pra ouvir da boca dele, pois ouve uma música eletrônica tanto presencialmente quanto pela ligação. 
   — Você sabe onde eu estou.
   — Por que você fez aquilo? — ela questiona com raiva. — Melhor, vamos conversar pessoalmente. Me encontra daqui a pouco ao lado do palco, entendeu? 
   — Perfeitamente. 
Eles desligam e Isabela caminha sorrateiramente pela calçada para que não seja vista em hipótese alguma por Felipe. 

Marina e Fred chegam à esquina e ali ficam. Ela se apoia na parede e ele fica em sua frente. 
   — Você não vai poder ficar adiando a conversa com seu namorado por muito tempo — ele avisa. 
   — Eu sei, é que agora realmente não dá pra conversar. Eu sei que se falasse com ele a gente ia acabar brigando sério!
   — Entendo. 
Marina fecha os olhos e uma lágrima escorre por sua bochecha. Fred aproxima-se com rapidez dela e enxuga seu rosto. 
   — Ei, não precisa chorar. 
   — É que o nosso namoro já estava balançado por causa de uma coisa. Agora então... — Ela continua com os olhos fechados e mais lágrimas desligam por sua pele. Fred pega em suas mãos.
   — Marina, olha para mim. 
A morena abre os olhos lagrimejantes e fita o rosto dele. 
   — Hoje era para ser um dia alegre, se você não quer conversar com o seu namorado agora, pelo menos se divirta. 
   — Como eu vou me divertir se eu acabei de ver o Vinícius sendo beijado por outra? — retruca Marina aos prantos. 
   — Pra começo de conversa pare de chorar. — Ele tira a bandana de sua testa e enxuga as lágrimas dela com suavidade. Marina fita os seus olhos com intensidade e ele retribui. Ela toma consciência do pouquíssimo espaço que há entre eles e por impulso dá um passo para mais perto dele. Fred guarda a bandana em seu bolso e acaricia a bochecha dela delicadamente sem desviar o contato visual. 
   — Está melhor? — pergunta com a voz macia e Marina assente com a cabeça. — Então vem comigo, vamos dar uma volta. 
Fred se afasta dela e pega em sua mão, a rebocando para a rua carnavalesca novamente. 

Felipe chega perto de Yasmin e Victor, que dançam uma marchinha. 
   — Cadê a Isabela? — pergunta Yasmin vendo que ele está sozinho. 
   — Foi ao banheiro.
   — Estou sabendo do que aconteceu — fala Victor. — Que f*da!
   — Quero matar esse garoto!
   — A Isabela iria odiar se você fizesse isso — sorri Yasmin. 
Longe deles, Isabela se encontra com Jonas no local que combinaram. Eles vão para uma calçada que está quase deserta. 
   — Por que você fez aquilo? — ela volta a perguntar.
Jonas responde sem rodeios:
   — Eu não sabia que era você. O Pedro te escolheu para eu ficar e mostrar para ele que não estou apaixonado pela Maísa, daí eu aceitei. Só fui te reconhecer quando te abracei. 
   — E por que me beijou mesmo assim? 
   — Porque me deu vontade. Eu senti vontade de te beijar como nos velhos tempos, Isa. 
   — Isabela. E como assim te deu vontade? Você ficou maluco? 
   — Não sei o que aconteceu. Foi bom e eu não me arrependo.
   — E a Maísa, você não se importa nem um pouco com ela? 
   — Eu não tenho nada com ela, mas não conta nada pra ela. Por favor! — suplica e deixa Isabela ainda mais espantada. 
   — Eu só não conto com uma condição. 
   — Que condição? — pergunta Jonas imediatamente. 
   — Se você mesmo contar. 
Ele bufa. 
   — Ai, Isabela!
   — Você não pode fazer a garota de boba como fez comigo! E saiba que eu vou contar para o Felipe também. 
   — Eu não tenho medo do seu namorado. Só não conta para ele antes de eu contar para a Maísa, assim reduz as chances dela saber por outra pessoa. 
   — Não garanto isso — retorque Isabela. — E não precisa mesmo ter medo do Felipe, ele não vai fazer nada contra você de novo. 
   — Como assim de novo? 
Isabela percebe que falou demais e emenda com agilidade:
   — Aquela vez que ele te bateu na casa noturna quando soube que você estava me traindo. 
   — Ah, isso — fala Jonas revirando os olhos. 
   — Eu já dei o meu recado, Jonas. Se você não contar pra Maísa até segunda, eu conto. 
Jonas assente. 
   — Tudo bem. — Isabela dá um passo para se afastar dele e Jonas provoca: — Não vou ganhar nem um beijo de despedida? 
A garota retorna com rapidez e dá um tapa no rosto dele. 
   — Eu sou contra a qualquer tipo de violência, mas isso é pra você aprender a me respeitar. 
Ela ajeita sua capa e caminha de volta para o meio da multidão. 

Desanimado, cabisbaixo e emburrado, Vinícius volta para perto dos amigos. 
   — A Marina está com o Fred e não quis falar comigo no momento — fala. 
   — Talvez seja melhor vocês não conversarem mesmo — opina Felipe. — Espera a poeira abaixar um pouco. 
Isabela também retorna e dá um selinho em Felipe. 
   — Você demorou — ele constata. 
   — A fila estava enorme — fala para não precisar mentir. — Mais tarde eu preciso falar com você — diz abaixando o tom de voz. 
   — Você descobriu alguma coisa de quem te beijou? — indaga Felipe esperançoso. 
   — Mais tarde. 
   — Se você descobriu quem foi me conta, Isa!
Isabela dá mais um selinho nele. 
   — Agora não — fala pausadamente. 

Não muito longe dos seis, Samuel senta em um meio fio e espera Pedro voltar do banheiro e Jonas da conversa que foi ter com Isabela. Não é nenhum dos seus amigos que se aproxima dele, e sim Maísa. 
   — O que um jovem faz sentado sozinho em um carnaval fora de época? — ela pergunta sorrindo ao parar na frente dele. Samuel ergue o olhar lentamente, observando o corpo perfeitamente delineado dela, e não consegue não imaginar como seria tê-lo. No entanto logo se lembra que ela está enrolada com o seu melhor amigo e lembra também de Malu.
   — Oi, Maísa. 
   — Cadê o Jonas? 
   — Foi ao banheiro. — Ele não gosta de estar mentindo para ela, mas desta vez prefere proteger o amigo. 
Maísa se controla para continuar fingindo que está tudo bem e sorri, propondo:
   — Já que o Jonas não está aqui, dança comigo? 
   — Eu? 
   — Sim. Vem! — Maísa pega na mão dele e o puxa para cima. Samuel ri e deixa se envolver pela dança com ela. 

Não muito distante deles, estão Aline, Lorenzo e Iago. 
   — Por que a Maísa está dançando com o Samuel? — questiona Iago. 
   — Enquanto vocês estavam comprando refri, o Jonas beijou a Isabela e a Maísa ficou sabendo — Aline conta brevemente. 
O queixo de Iago despenca e Lorenzo arregala os olhos. 
   — Ele estava beijando a Isabela? — repete Iago em estado de choque e Aline nota que ele ficou com ciúmes. 
   — Sim, parece que ele está com a mesma fantasia que o Felipe e a Isabela não viu direito e deixou que ele a beijasse, um lance assim. 
   — E o que isso tem a ver com o fato da Maísa estar dançando com o Samuel? — indaga Lorenzo e eles três olham automaticamente para os dois. 
Maísa e Samuel estão bem mais próximos e ela rebola de maneira sensual, sem parecer vulgar, enquanto ri e fala no ouvido dele. 
Aline, Lorenzo e Iago entendem automaticamente o que ela quer fazer e Lorenzo balança a cabeça negativamente, dizendo:
   — Isso não vai dar certo. 
   Jonas caminha por entre as pessoas e se aproxima do trio, não ficando muito distante de Samuel e Maísa. A loira ri de algo dito por Samuel e olha de maneira ardente para ele. Samuel fica espantado com a atitude dela e não reage quando ela coloca uma mão em sua nuca.
   Maísa aproxima lentamente o rosto do dele e fecha os olhos no instante em que sua boca toca a dele. Samuel fica tão espantado que não se opõem. Com a mão na nuca dele Maísa aprofunda o beijo e explora a boca dele, se surpreendendo com a maciez dos lábios dele em contato com o seu. Samuel também começa a saborear o momento e acaba retribuindo o beijo e envolvendo a cintura dela com os seus braços. Ela sente o seu corpo todo ficar aquecido quando ele a abraça e intensifica ainda mais o beijo, acariciando o cabelo dele por baixo do chapéu de marinheiro.
Jonas acompanha a cena com perplexidade e movido pela fúria decide intervir. Ele passa por Aline, Lorenzo e Iago e chega aos dois.
   — Vocês são uns traíras! — acusa em alto e bom som. Samuel e Maísa se afastam ofegantes e olham para ele. — Como você foi capaz de fazer isso comigo? — ele berra raivoso com Samuel. A maioria das pessoas ao redor passam a observá-los e Samuel continua quieto, sem acreditar no que acabou de acontecer. — Se você for homem o suficiente, me encontra na rua lateral! — Jonas se afasta, empurrando algumas pessoas pelo caminho. 
   — O que foi que eu fiz? — Maísa fala para si mesma e segura no braço de Samuel quando ele dá a entender que seguirá Jonas. — Não vai atrás dele! — pede. 
   — Eu preciso resolver essa história — fala Samuel, puxando o seu braço. — E você não devia ter feito isso. 
Maísa fica sozinha, recebendo olhares de diversas pessoas, e Samuel vai atrás de Jonas. Aline, Lorenzo e Iago correm até ela. 
   — A gente viu tudo! — conta Aline. 
   — Ai, gente, eu não deveria ter feito isso! — fala Maísa com arrependimento e desespero. 

Ao som de uma música pop, Victor dança distraidamente e Yasmin o observa enquanto come um pastel. Ele olha para ela e começa a dançar de maneira sedutora com o auxílio de seu escudo. Yasmin ri e não consegue controlar o desejo de agarrá-lo e beijá-lo, por isso propõem no ouvido do loiro:
   — Vamos para um lugar mais vazio. 
   — As ruas laterais são uma ideia — fala Victor sorrindo.
   — Vem!
Yasmin pega no pulso dele e os dois caminham para o local sugerido pelo loiro.

Jonas está parado em uma calçada ao lado de uma caçamba de entulho e bufa de raiva. 
   — Jonas, desculpa — pede Samuel parando atrás dele. Jonas fecha os olhos, respirando fundo, e se despe da capa do Batman. Ele joga o pano no chão e se vira, dando um soco em Samuel, que é pego desprevenido e quase cai na calçada. — Jonas, ficou maluco? 
   — Você sabia que eu estava a fim dela! — berra Jonas despejando sua raiva. 
   — Sim, me desculpa — insiste Samuel massageando o maxilar. — Eu não sei explicar o que aconteceu. 
Jonas cerra o punho e acerta o rosto de Samuel mais uma vez. 
   — Eu sei explicar, você foi um fura olho do car*lho! 
Samuel respira ofegante, sentindo o olho latejar. 
   — Dá para parar de me bater? 
   — Eu quero quebrar a sua cara — grita Jonas e dá um chute na perna do amigo, que se curva de dor. — Eu estou tentando ficar com a Maísa faz tanto tempo e na primeira oportunidade você pega ela! Você é o pior amigo que eu poderia ter, seu filho da p*ta! — Ele dá mais um soco em Samuel, que xinga de dor. 
   — Foi sem querer! — fala elevando a voz. — Você nem se importa tanto com ela assim, se ligasse para ela não teria beijado a Isabela. 
Jonas tenta chutar novamente a perna dele, mas dessa vez Samuel consegue desviar. 
   — Isso não justifica o fato de você ter beijado a minha garota!
Sentindo várias partes do corpo latejar e uma forte dor no local que recebeu uma coronhada do assaltante, Samuel grita:
   — Ela não é sua garota! E eu já disse que foi sem querer, p*rra!
   — Ah, foi sem querer? — ri Jonas e dá uma joelhada no abdômen do amigo. — Você tropeçou e caiu com a boca na dela?
Samuel se afasta, curvado, com dificuldades para respirar. Quando se recupera um pouco do último golpe, fala:
   — Não, mas eu não tive a intenção de te trair, cara. 
   — Conta outra! Eu lembro que no começo do ano você também tava interessado nela. 
   — Eu nunca tive um verdadeiro interesse pela Maísa. 
Jonas dá um soco na boca de Samuel. 
   — Não fala o nome dela!
   — Foi ela que me beijou — conta o rapaz sentindo o gosto de sangue. 
   — E você retribuiu! — Jonas tenta acertar outro soco nele, mas Samuel se esquiva novamente. 
   — Para de me bater, p*rra!
   — Eu vou te matar, seu fura olho de merda! 
Jonas empurra Samuel contra a parede e o garoto sente sua visão ficar turva quando sua cabeça atinge o concreto. O ex-namorado de Isabela começa a dar socos na barriga dele e Samuel tenta se defender. 
   — Para com isso, Jonas — pede empurrando o amigo. 
Quando nota que não está atingindo resultados satisfatórios, vê que não tem outra defesa que não seja o ataque. Assim, Samuel começa a revidar aos golpes de Jonas e acerta dois socos consecutivos no garoto. Jonas se afasta, abalado.
   — Você não tem o direito de reagir assim! Quantas vezes você já não traiu a Isabela? E acabou de ficar com ela sabendo que tinha um lance com a Maísa — fala Samuel.
   — Nada justifica você ter ficado com ela!
   — E nada justifica você bater me mim!
   — Discordo — fala Jonas voltando para cima de Samuel. Cansado de apanhar, Samuel começa a desferir socos e chutes pesados em Jonas. O primeiro de seus chutes acerta o joelho de Jonas e quando ele se inclina um pouco, Samuel aproveita para dar dois socos no rosto dele. Jonas urra de dor e tenta acertar um soco em Samuel, porém o rapaz segura sua mão e dá uma série de joelhadas no abdômen dele. 
Yasmin e Victor viram a esquina e veem ao longe dois garotos brigando. Instintivamente, eles correm para apartar a briga e ao chegarem mais perto reconhecem Samuel. 
   — Samuel! — chama Yasmin no instante em que o garoto recebe um soco de Jonas. — Victor, separa eles!
O loiro vai para cima de Jonas e tenta tirá-lo de cima de Samuel. Quando vê que Samuel não está colaborando para o término da briga, Yasmin corre para segurá-lo. 
   — Para, Samuel. Para! — grita se colocando na frente dele, de costas para Jonas e Victor. 
Jonas tenta acertar Samuel por sobre a cabeça de Yasmin, mas acaba acertando o ombro da garota, que cai nos braços de Samuel. Victor empurra o garoto vestido de Batman e fica em sua frente antes de dar um soco certeiro eu seu maxilar. A agressão é tão forte que Jonas cai contra a lateral da caçamba de entulho e escorrega para o chão. 
   — Você está bem? — pergunta o loiro para a namorada. Samuel coloca Yasmin de pé novamente e ela responde:
   — Estou, não foi nada. 
Victor olha para Jonas e Samuel e pergunta cutucando a perna de Jonas com o pé:
   — Por que as damas estão brigando? 
   — Esse fura olho do car*lho! — fala o garoto se levantando com os dentes semi-cerrados e Yasmin olha alerta para ele. 
   — Jonas? — pergunta, reconhecendo a voz. — Jonas, é você? 
Victor se aproxima de Jonas e puxa a máscara apertada do Batman da cabeça dele, revelando a sua identidade. 
   — Vocês estava saindo no soco? — indaga com espanto. Jonas encara Samuel com ódio por alguns segundos e se afasta mancando pela rua. 
   — Por que vocês estavam brigando desse jeito? — questiona Yasmin perplexa. Com a boca sangrando e o maxilar latejando, Samuel conta o que levou à briga. 
   — Você ficou com a Maísa? — Victor repete surpreso. — Caramba!
   — E a Malu? — Yasmin lembra. 
   — Nós não somos nada um do outro. 
A loirinha sacode a cabeça com incredulidade e o seu olhar recai sobre a capa e a máscara de Jonas que ficaram esparramadas no chão. Ela se agacha, pega a máscara e só então percebe:
   — O Jonas estava fantasiado de Batman. 

Em uma calçada atrás de uma barraca de doces e bolos, Maísa é consolada pelos amigos. 
   — Eu não deveria ter feito isso! — ela exclama. — Só Deus sabe o que está acontecendo entre o Jonas e o Samuel. Tudo por minha culpa! Isso sem contar com a Malu — ela desabafa. — Eu traí a amizade da Malu!
   — Calma, Maísa — pede Iago passando uma mão pelas costas dela. — Ficar nesse estado não ajuda em nada. 

Distante de toda a confusão Fred confere as horas em seu celular. 
   — Tenho que voltar pro palco — informa à Marina. 
   — Sério? — ela pergunta cabisbaixa. 
   — Infelizmente. 
Marina sorri levemente. 
   — Então tá, não quero atrapalhar o seu trabalho. 
   — Você vai ficar bem? — ele pergunta com preocupação. 
   — Sim, pode ficar tranquilo. 
   — Então, vou ficar de olho em você de cima do palco. 
Marina ri e é abraçada por ele. 
   — Obrigada por tudo — agradece com o rosto no ombro dele. 
   — Imagina, precisando estou aqui.
Eles sorriem e viram o rosto no mesmo momento para beijarem suas bochechas. Os seus narizes quase se tocam e as suas respirações se misturam. Marina vira o rosto para que Fred dê um beijo em sua bochecha e em seguida ele faz o mesmo. 
   — Eu já te dei o meu whats — ela fala —, então depois a gente conversa. 
   — Claro!
Eles se soltam e vão para direções opostas, ambos fingindo que não houve nenhuma situação embaraçosa. 

Samuel se afasta, andando todo machucado em sua fantasia de marinheiro. Ao ficarem sozinhos na calçada com a capa e a máscara de Jonas, Victor e Yasmin se olham e falam simultaneamente:
   — Foi o Jonas que beijou a Isabela. 
Yasmin sacode a cabeça revoltada e resmunga:
   — Deveria ter deixado você bater mais nele. 

Marina chega aonde os seus amigos estão e não troca nenhuma palavra, nem um olhar sequer, com Vinícius. Ela fica sabendo do beijo que Isabela recebeu e fica espantada como todos. 

   Maísa avista Samuel virando a esquina da calçada em que eles estão e corre até ele. Aline fala para Iago e Lorenzo:
   — É melhor a gente continuar aqui e deixar eles conversarem. 
   — Parece que o Samuel apanhou ou é impressão minha? — pergunta Iago estreitando os olhos. 
   — Parece que as coisas foram mais sérias do que a gente imaginava — comenta Lorenzo. 
Maísa analisa o rosto de Samuel e fica chocada. 
   — Você e o Jonas brigaram? — indaga e ele confirma com a cabeça. — Ai meu Deus! A culpa é toda minha. Desculpa, Samuel! Eu estou me sentindo muito mal, não deveria ter feito nada daquilo. Eu agi por impulso porque soube que o Jonas beijou a Isabela e...
   — Você já sabe?
   — Sim. Foi por isso que eu dei em cima de você, porque queria que o Jonas pagasse. Desculpa, eu jamais queria que você se machucasse. Sem contar na Malu, eu não quero atrapalhar o lance de vocês. Samuel, de verdade, eu estou me sentindo péssima!
   — Você não deveria ter feito isso, mas você não fez sozinha. Eu te beijei porque eu quis. Infelizmente. 
Maísa fica envergonhada e não fala nada. Eles veem Jonas passar entre um grupo de foliantes e Maísa vai até ele correndo enquanto Samuel fica apenas olhando de longe. 
   — Jonas — ela chama. — Você está bem? 
   — Me deixa em paz! — pede o garoto se encaminhando até um carro. 
   — Jonas, você está machucado. 
   — O problema é meu — ele fala sem olhar para ela, abre a porta do carro e entra. O veículo sai e Maísa fica parada por alguns segundos antes de retornar para perto de Samuel. 
   — Eu não deveria ter me envolvido com o Jonas — fala a loirinha. 
   — Também acho. — Samuel tira o chapéu de marinheiro e Maísa dá um grito sufocado. 
   — O seu curativo está vermelho de sangue. 
   — Posso imaginar, está doendo muito. O Jonas deu alguns socos aí. Só que o machucado dele também deve estar pior, porque eu também acertei a cabeça dele. 
Maísa sacode a cabeça e puxa uma fitinha de sua saia de havaiana para estancar o sangramento da boca dele. 
   — Você precisa ir pra casa o mais rápido possível — ela fala pressionando a fitinha embolorada na boca dele. 
   — Já chamei o meu motorista. 
   — Desculpa, Samuel — ela pede mais uma vez. 
   — Tudo bem, Maísa, nós erramos juntos. 
Ela olha profundamente nos olhos dele, dizendo:
   — Queria voltar no tempo.
   — Eu também. 

Após decidirem que não vão contar nada à todos sobre o que descobriram, Yasmin e Victor vão procurar os amigos e assim que os encontram, falam:
   — É melhor a gente ir embora, né? 
   — Já deu essa festa. 
Isabela apoia os dois:
   — Ótima ideia!
Eles ligam para os seus motoristas e vão para o mesmo ponto onde os homens os deixaram. 

Pedro acha Samuel e Maísa e fica de queixo caído. 
   — O que aconteceu? Eu fui ao banheiro e quando voltei não encontrei mais você nem o Jonas. — Ele encara o rosto do amigo. — Você se meteu em alguma briga? 
Samuel vê seu carro chegar e fala:
   — Vamos embora comigo, no caminho eu te conto. 
   — Beleza. 
Samuel olha para Maísa. 
   — Obrigada pela ajuda. 
   — Isso foi o mínimo depois de tudo o que eu fiz — ela fala cheia de remorso. 
   — Não adianta se culpar agora, Maísa. O que foi feito está feito. Tchau!
   — Tchau!
   — Até mais, Maísa — se despede Pedro e ela responde com um aceno de cabeça. 

Quase uma hora depois, no comecinho da noite, Evaldo estaciona o carro na garagem da mansão de Mel. Do veículo saem Isabela, Vinícius e Felipe. O casal de namorados entram e vão direto para o quarto dela. 
   Ao fechar a porta, Felipe pergunta:
   — O que você tem pra me contar?
Isabela respira fundo, tira a sua capa e senta na cama. Só então responde:
   — Foi o Jonas quem me beijou. 

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