Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 194 [Parte 2]: Adolescentes aquecem a noite

Yasmin firma os braços nos ombros de Victor e envolve o quadril dele com suas pernas, cruzando bem os pés às costas dele para não cair. O loiro não abraça ela, o que faz Yasmin indagar:
   — Você vai me deixar cair? 
   — Você está caindo? Não. 
   — Victor!? — O loiro ri e se balança, fazendo Yasmin quase ir para o chão. — Victor Aguiar!
   — Você não vai cair, larga de ser medrosa. 
   — Eu não sou medrosa!
Ele inclina o tronco e Yasmin tem que colocar os pés no chão para não cair, porém mesmo assim se desequilibra. 
   — Filho da p*ta — ela xinga jogando o cabelo para trás. Victor, rindo, pega no braço dela e a puxa para si. 
   — Olha a boca, mocinha.
   — Filho, da, p*ta — repete pausadamente Yasmin. 
   — Isso é feio, sabia? 
   — Eu te perguntei alguma coisa? — ela corta sorrindo. 
   — Ok, vou embora. 
O rapaz dá um passo em direção à porta. 
   — Ai, Victor, para de frescura!
   — Eu estou de frescura? — ele pergunta se aproximando dela. — Eu estou de frescura? 
O loiro empurra Yasmin contra parede e rouba um beijo de tirar o fôlego dela. Em seguida, pega a namorada no colo e a vira de ponta cabeça. 
   — Victor, para! — pede Yasmin olhando para o chão próximo do seu rosto. 
   — Quem está com frescura agora? — ele começa a caminhar e Yasmin só não se debate pois fica com receio de cair de cara no chão. — Seu pé é feio — comenta Victor chegando na sala. 
   — Antes o pé do que o corpo todo como é o seu caso. 
   — Ah, é? Isso não é uma coisa agradável para se dizer em um momento desses. 
Yasmin ri e é largada no tapete. Ela se vira de barriga pra cima e olha para Victor parado em sua frente. Eles se olham por um tempo e riem. 
   — Otária — fala Victor sentando em uma poltrona. Yasmin ri e levanta do tapete, indo para o mesmo lugar que ele. Ela senta no colo do namorado e esconde o rosto em seu pescoço. 
   — Victor? 
   — O que foi? — ele questiona colocando uma mão na coxa dela. 
   — Eu te amo. 
Victor sorri e dá um beijo no cabelo dela. 
   — Obrigada. 
Yasmin ri e dá uma mordida no pescoço dele. 
   — Trouxa. 

Vestidos com roupões, Isabela e Felipe conversam sentados atrás de um dos sofás da sala de estar. Vinícius desce a escada com rapidez e se surpreende ao vê-los no local. 
   — O que vocês estão fazendo aí? — pergunta andando lentamente até a porta. 
   — A gente está com preguiça de trocar de roupa — responde Isabela sorrindo. 
   — Eu não tenho roupa para trocar. 
   — Pobrezinho — ironiza Vinícius e sai da mansão. 
Isabela ri e olha para o namorado. 
   — Por que você não coloca a sua sunga e deixa as roupas na secadora? Em um instante estão secas. 
   — Não precisa, daqui a pouco eu já estou indo embora. 
   — Ah, fica mais um pouco. 
   — Amanhã a gente tem aula — lembra Felipe. 
   — E daí? O Victor vai dormir na casa da Yas. 
   — Eu não sou o Victor. 
   — Nossa! Depois dessa vai embora — ordena Isabela rindo. Felipe firma ainda mais os seus braços na cintura dela e dá um beijo sereno em seus lábios. 
   — Meu Deus, que despudorados! — Isabela e Felipe se desgrudam e olham para Marina, que passa pela porta ao lado do namorado. — E aí? 
   — Credo! — exclama Felipe. — Agora que a Marina chegou eu vou até para casa. 
   — Já vai tarde — retorque Marina rindo. Os outros três riem com ela e Vinícius fala no ouvido da namorada:
   — Vamos lá para cima.
Marina sorri e pega na mão dele, indo para o primeiro andar com o cacheado. 

Em seu quarto, Malu cochila desde que terminou de almoçar. Durante seu sono, sonha com Samuel:
   Ela está deitada em uma cama, em um quarto que no sonho é o de Samuel, porém está solitária no cômodo. Fica desse modo por alguns minutos, até que Samuel entra no quarto e se espanta ao vê-la deitada em sua cama. 
   — Malu? — indaga fechando a porta. Ela sorri e senta na cama.
   — Surpresa. 
   — Que maravilhosa surpresa. 
Malu levanta da cama e anda até ele. 
   — Pensei, por que não fazer uma surpresinha pro Sam? 
   — Eu adorei. 
Samuel abraça Malu e a beija intensamente. Sem interromper o beijo, ela caminha para trás, levando Samuel consigo. Eles deitam na cama e o rapaz tira a xaqueta jeans que usava. 
   — Malu — fala. — Eu tenho uma coisa para te dizer. 
   — O quê? 
   — Não se espante e nem fuja — ele pede em um sussurro e dá um beijo na clavícula dela. 
   — O que você vai me dizer? — indaga Malu sorrindo. — Que já matou uma pessoa? 
Samuel ri. 
   — Não, não é isso. 
   — Então o que é? 
O rapaz fica sério repentinamente e encara profundamente os olhos escuros de Malu. 
   — Eu te amo. 
A morena fica estupefata e sua boca fica entreaberta. 
   — Você o quê? 
Samuel fecha os olhos e repete:
   — Eu te amo. — Um sorriso surge no rosto de Malu e ela o beija em resposta. As mãos de Samuel percorrem as costas dela, deixando-a arrepiada. 
   Em um instante, a cena do sonho se altera. Agora, Malu e Samuel estão deitados sob um lençol preto, desnudos e ofegantes. 
   — Eu também te amo — fala a garota. — Você foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos anos. 
   — Mesmo com todos os problemas que eu trouxe junto comigo? 
Malu ri. 
   — O que seria da vida sem algumas emoções? 
Eles gargalham e se beijam. Samuel enlaça o cabelo dela e puxa levemente enquanto Malu arranha suas costas. Instantes depois eles já estão se entregando um ao outro novamente e Malu emite gemidos de prazer, sentindo seu corpo se  aquecer por fora e, principalmente, por dentro. Seu coração bate em ritmo descompassado, reação provocada pela presença de Samuel, e sua mente para completamente para que o corpo aproveite e guarde cada segundo deste momento. Do mesmo modo que ela, Samuel saboreia cada instante e seu corpo também reage às carícias. O seu interior vibra de paixão ao mesmo tempo que suas mãos percorrem o corpo dela, como se não acreditassem que a tem em sua frente. Seus olhares buscam um ao outro e quando isso ocorre, ambos sentem o seu íntimo se aquecer ainda mais. 
   Com a testa suada, Malu desperta e senta na cama ofegante. Devido ao movimento repentino, seu braço lateja e ela morde o cobertor para extravasar a dor. Quando o seu braço volta ao normal, o sonho invade sua mente novamente e ela sente um calor se espalhar por todo o seu corpo. 
   — Eu não acredito que eu sonhei com isso! — exclama e deita na cama novamente. A porta do quarto é aberta e Graziele entra, trazendo uma vasilha de plástico. 
   — Oi! — Ao olhar para o rosto da amiga, ela se espanta. — Nossa, você está suada mesmo com o ar ligado? 
   — É que eu tive um sonho muito quente. 
   — Hum — Graziele expressa. — Um sonho quente em que sentido? 
Malu não consegue controlar a risada. 
   — No sentido que a mocinha está pensando. 
   — Chega pra lá! — pede a ruiva sentando na beirada da cama da melhor amiga. — Sonhou com quem? Com quem? Dave Grohl?
Malu ri. 
   — Não, uma pessoa mais possível. 
   — Quem? — Um segundo depois o queixo de Graziele despenca. — Não vai me dizer que você sonhou com o Samuel! — Malu assente lentamente. — Ai meu Deus, me conta tudo! — A morena sacode a cabeça negativamente. — Ah, não! Pode ir contando. 
   — Não quero falar. 
   — Por que não? 
   — Porque eu não queria ter sonhado com ele. Eu não podia ter sonhado com ele!
   — A gente não controla os sonhos. 
   — Eu sei! — Malu puxa o cobertor para esconder o rosto, porém Graziele não deixa ela se esconder. 
   — Vai, me conta. 
   — Ai, caramba, eu sonhei que transava com o Samuel. 
   — Oh my god! Era bom pelo menos? — Malu ri e revira os olhos. — Ai, amiga, você está gostando dele. 
   — Ah, a gente falava que se amava no sonho. — Quando termina de falar Malu sente as bochechas pegarem fogo e nota que ficou envergonhada de expressar em palavras o ocorrido. 
   — Uau! Você não acha melhor conversar com ele? 
   — Você é louca? 
   — Cara, você está sonhando com ele, ele senta atrás de você, ele gosta de você. Uma hora ou outra vocês terão que conversar. 
   — Eu não sei se quero conversar com ele. Cara, ele ficou com a Maísa! Você tem noção da gravidade disso? Eu falei para ele que não me importava e tal, mas é claro que eu me importo. Ela é uma colega minha, eu estava ficando com ele e agora eles se beijam enquanto eu estava internada? Ai, só de falar disso me dá raiva!
   — Se acalma — pede Graziele. — Olha, eu acho que falar sobre isso agora não é a melhor coisa que nós possamos fazer, afinal tudo está muito recente. Enfim, eu trouxe torta de frango pra você. 
   — Sério? — indaga Malu com os olhos brilhando. — Eu amo torta de frango. 
   — E você acha que eu trouxe por quê? 
Elas riem e Graziele entrega a vasilha para Malu. 

Deitados na cama dele, Marina e Vinícius conversam enquanto assistem a um programa de clipes musicais. Em um certo momento, o clipe de Pumped Up Kicks começa a passar e Marina pula da cama e começa a cantar e dançar pelo quarto. Vinícius ri e fica observando a performance dela. 
   — Você não vai ficar aí parado, não — fala a garota e puxa ele da cama. Ela começa a dançar em torno dele, que ri e acaba se mexendo junto com ela. Após essa música inicia-se Love Me Like You Do e Marina abraça Vinícius e eles dançam de rostos colados por um momento. Em seguida, Vinícius pega em uma das mãos dela e a gira, Marina sorri e volta a abraçar o namorado. Instantes depois eles estão praticamente fazendo a coreografia do clipe e riem enquanto dançam. A terceira música dançada pelo casal é Uptown Funk e Marina requebra loucamente durante o refrão. 
   — Amo essa música — fala Vinícius.
   — Eu também. Já reparou que a gente ama as mesmas coisas? Você me ama e eu também me amo! — Ela ri e dá um beijo curto no namorado, que gargalha. 

No andar de baixo, Isabela se despede de Felipe na porta da mansão. 
   — Queria dormir aqui — ele fala dando selinhos nela. 
   — Eu também queria. 
   — Amanhã a gente se vê. 
   — Fazer o quê? 
Felpe ri ironicamente. 
   — Você está muito engraçadinha, sabia? Muito engraçadinha — ele fala fazendo cócegas na barriga dela. 
   — Para! — pede Isabela gargalhando. Felipe também ri e abraça a garota. 
   — Durma bem, pequena. 
   — Você também.
Felipe segura o rosto dela entre as mãos e a beija. 
   — Até amanhã!
   — Até!
Ele caminha até o portão e Isabela entra na mansão. 

Na cozinha de sua casa, Yasmin aguarda a pipoca ficar pronta e enquanto isso conversa com Sandra. 
   — A gente vai ficar boa parte da noite jogando — conta entusiasmada. — A gente teve uma briguinha, mas nada que atrapalhasse a nossa noite gamer. 
   — Que bom!
   — Sim! Muito bom. 
Sandra coloca um enorme balde de pipoca sobre a bancada que Yasmin está e a loirinha pula da banquetinha com a pipoca nas mãos. 
   — Valeu. — Ela sai da cozinha e segue rumo à sala de televisão no primeiro andar. Ao ouvir o som da voz de Victor, diminui o passo e atenta os ouvidos. 
   — Vem, vem! Isso, rapaz! — vibra o garoto. — Mais um, mais um! Ah, chupa, otário. 
Yasmin para no batente da porta e fica observando Victor, que se diverte com um jogo de guerra tão concentradamente que não nota a chegada dela. O loiro está em pé em frente a televisão, com os dedos hábeis no controle do videogame. Olhando para a tela, Yasmin vê cinco soldados inimigos cercando Victor. 
   — Vocês acham que vão conseguir me matar? — indaga o loiro rindo. — Estão muito enganados! Vêm pra cima. — Ele dispara duas vezes e mata dois soldados. — Faltam três! — Em menos de um minutos, consegue matar os que estavam e comemora, pois passa para o outro nível. — Não acredito que passei dessa fase! — vibra e joga o controle entre as mãos. Yasmin sorri sem emitir nenhum som e continua analisando Victor. Ele começa a jogar a nova fase e continua comentando. 
A loirinha chega à conclusão de que o Victor que está vendo não se parece nem um pouco com o Victor que estava sentado na sala quando ela chegou com Humberto e muito menos com o Victor que brigou com Jonas dias antes. Ele tem tantos jeitos em uma só personalidade ela pensa e o pior é que eu gosto de todos eles. Gosto tanto das qualidades quanto dos defeitos. Outro sorriso surge entre seus lábios e Victor comemora ao matar com um fuzil um soldado inimigo. Ele é tão lindo, tanto por dentro quanto por fora. Nossa! Por fora é muito lindo! Ela se controla para não rir. E ele parece tanto comigo, é a minha versão masculina, cara. É verdade, ninguém nunca me compreendeu e nem me aguentou tanto como ele. Talvez eu nunca encontre um outro garoto tão incrível quanto ele. E eu também não quero procurar, eu já encontrei. 
   — É ele, eu não tenho dúvidas — conclui em voz alta e Victor olha para porta. 
   — Ah, você já voltou. 
   — Sim, acabei de chegar — ela enrola e coloca o balde de pipoca sobre o sofá. 
   — O que você falou quando entrou? — indaga o loiro. — Não ouvi. 
Yasmin abraça ele por trás e responde:
   — Nada demais. — Ela dá um beijo na nuca dele e o abraça com mais força. 

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