Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 190: Malu desabafa com Graziele

Diante das expressões pasmadas dos irmãos, Paola pergunta:
   — Está tudo bem com vocês? 
Vinícius se recompõem com rapidez. 
   — Está — responde. — Cadê o nosso pai? 
   — Está vindo. Entrem! — Paola abre espaço para eles e o casal de irmãos passam pela porta. Enquanto a loira fecha a porta Isabela lança um olhar questionador para Vinícius, que dá de ombros sem saber o que responder. Eles sentam no sofá e a garota coloca a embalagem que trouxe sobre a mesinha de centro. Paola caminha até uma poltrona e se senta, dando um leve sorriso para eles. A sala fica em silêncio por um tempo até que Chay surge, falando:
   — Que surpresa vocês aqui!
Ele caminha até os filhos, que se levantam, e os abraça. 
   — A gente estava almoçando naquele restaurante que o senhor gosta e a Isa teve a ideia de trazer o seu prato favorito — conta Vinícius. 
   — Sério? — indaga Chay. — Que maravilha!
Isabela pega a embalagem na mesa e entrega para o pai. 
   — Bom almoço. 
Chay sorri, pegando o embrulho das mãos da filha. 
   — Olha — fala olhando para Paola —, já temos um almoço. 
   — A porção é só para uma pessoa — observa Isabela sem maldade. 
   — A gente dá um jeito. Vocês vão comer com a gente? 
   — Não — responde Vinícius. — A gente almoçou no restaurante. 
   — Ah, claro! 
   — Sem contar que a mãe está esperando a gente lá embaixo — conta Isabela e Chay ergue as sobrancelhas. 
   — É? 
   — Sim. 
   — Por que ela não subiu? 
   — Porque não quis. Eu insisti, mas agora vejo que foi melhor assim — fala a garota em um tom inocente. 
Chay dá um sorriso sem graça e afaga o ombro da filha. 
   — Fiquei feliz com a surpresa de vocês. 
   — Esperamos não ter atrapalhado nada — fala Vinícius. 
   — Imagina — garante o cantor. 
   — Agora a gente vai indo — diz Isabela e caminha para a porta seguida pelo irmão e pelo pai. Chay abre a porta e os dois saem, então ela pergunta: — O que ela está fazendo aqui, pai? 
   — Ela veio pegar alguns equipamentos. 
   — Que equipamentos?
   — Eu não posso dar detalhes. 
   — Pai!? 
   — Isa, calma — pede Vinícius e olha para Chay. — Pai, essa mulher é mesmo sua funcionária? — indaga com controle.
O cantor sorri. 
   — Fiquem tranquilos. 
   — Como eu vou ficar tranquila? — pergunta Isabela. — O senhor não fala nada para gente!
   — Na hora certa eu contarei. 
Isabela revira os olhos. 
   — Tá bom, pai — fala de má vontade. — Vamos, Vini? 
   — Vamos. Tchau, pai!
   — Tchau!
Eles se abraçam e Isabela fala:
   — Tchau, pai. 
   — Tchau!
Chay tenta abraçá-la, mas Isabela dá meia volta e caminha até o elevador. O cantor vai até ela e segura em seu braço, a puxando para um abraço apertado. 
   — Para de malha, garotinha — fala e dá um beijo na testa dela. Isabela não esboça reação e entra no elevador com Vinícius. 

Samuel aguarda o elevador que pediu chegar e quando as portas se abrem Graziele sai e esbarra com ele. 
   — Desculpa — ele pede. 
   — Tá, você visitou a Malu? 
   — Sim. 
   — Contou à ela? 
   — Contei. 
Graziele assente e passa por ele, caminhando apressadamente pelo corredor. Samuel entra no elevador e se apoia na parede, fechando os olhos em uma lamentação silenciosa. 
Depois de passar por toda a higienização necessária, Graziele entra no quarto de Malu e encontra a morena deitada com os olhos fechados. 
   — Você está dormindo? — indaga e Malu abre os olhos como resposta. — Eu cruzei com o Samuel. 
   — Você sabe, né? Todo mundo já deve estar sabendo. 
   — Não, só o povo da nossa sala — a ruiva tenta tranquilizá-la, mas não dá certo. 
   — Eu quero matar o Samuel! — fala Malu, apertando um botão na lateral da sua cama, que aos poucos vai dobrando para que ela fique sentada. 
   — Como você está? 
   — P*ta da cara! É claro que ele não sabe disso, mas eu quero matar ele, torturar ele, tudo com requintes de crueldade. 
Graziele dá um leve sorriso e senta aos pés da cama de Malu. 
   — O que você falou para ele? 
   — Disse que ele não tinha que dar satisfações para mim, já que nós não somos namorados. Eu até acreditava nisso, só que... eu acha que a gente tinha algo diferente, sabe? Eu, pelo menos, não tinha vontade de ficar com outros e ele ficou com ninguém mais, ninguém menos do que a Maísa. A Maísa! Ela é outra, f*da-se se ela queria se vingar do Jonas, precisava ficar com o Samuel? Ficasse com o Pedro!
   — O Pedro tem a Daniela. 
   — A Daniela não está internada depois de levar um tiro no braço! — esbraveja Malu. — Ai, eu quero matá-los!
   — E o que você vai fazer com relação ao Samuel? 
   — Estou dizendo, vou matá-lo. 
Graziele sorri. 
   — Eu estou falando sério, amiga. 
   — Ai, nem sei! Ele parecia estar arrependido, mas a merda já vou feita. 
   — Você viu como ele ficou machucado? — indaga Graziele. 
   — Vi, bem feito!
   — Malu, não é pra tanto. 
   — É, sim! Quero mais que ele arda no fogo no inferno.
   — Ai, Malu.

Isabela e Vinícius entram no carro da mãe.
   — Vocês foram rápidos, hein! — comenta Mel. 
Isabela engole em seco enquanto Vinícius fala:
   — O pai estava ocupado. 
   — É? — indaga a empresária ligando o motor. 
   — Sim — confirma o garoto sem dar detalhes. Mel assente e acelera. 

Durante a tarde, Yasmin e Victor vão à um parque. Ela leva o seu skate e ele um lençol e comidas. A loirinha começa a andar pelo parque enquanto Victor deita no lençol e come alguns petiscos. Minutos depois Yasmin retorna para perto dele, um pouco suada, e deita ao seu lado.
   — Você comeu tudo — ela acusa vendo o canto da boca dele sujo de torrada. 
   — Eu não — se defende Victor. 
Yasmin abre a cesta em que está a comida e vê que ainda há bastante coisa. 
   — Acho bom. 
   — Cala a boca.
Ela ri e se inclina para beijá-lo, porém o loiro vira o rosto. 
   — O que foi? — indaga Yasmin.
   — Você está suada. 
   — Jura que você vai ficar de frescura, Victor? 
O garoto empurra ela para o lado e senta em suas pernas. 
   — Estou brincando. — Ele a beija intensamente, porém Yasmin interrompe o afeto e fala:
   — Se comporta, a gente não está sozinho.
Victor sai de cima dela e deita ao seu lado. 
   — Se você quiser nós podemos ir para outro lugar. 
   — Victor, Victor. 
   — O quê? Só para nós termos um pouco mais de privacidade. 
   — Eu estou bem aqui. Obrigada. 
Ele ri e dá um selinho nela. 
   — Não custa tentar, né?
   — É, um dia você consegue.
Eles gargalham. 

Os demais dias da semana decorrem com rapidez. Marina pegou gripe durante a semana e tem usado isso como desculpa para evitar conversar com o namorado. Samuel continua sem falar com Jonas e tentou visitar Malu em todos os dias, porém sempre que ia ao hospital era impedido pelas enfermeiras, que alegavam que Malu estava dormindo ou fazendo exames ou indisposta ou na fisioterapia, ele percebeu que eram apenas desculpas mas não desistiu. No sábado de manhã, Graziele, Thiago, Yasmin, Felipe, Isabela, Vinícius, Marina, Victor e Mayara se reúnem na casa de Maria Luíza. 
   — Vai, gente! — apressa Graziele. — Daqui a pouco ela está chegando. 
Marina funga e prende o varal de bexigas na parede, falando:
   — A gente está dando o nosso máximo. 
Ela desce da escada e Felipe leva o objeto para fora da sala. Yasmin passa pela porta correndo e anuncia:
   — A Malu chegou!
   — Todos para os seus lugares — manda Graziele e todos os adolescentes se agrupam atrás de uma mesa com um bolo, salgadinhos, docinhos e refrigerantes. 
   — Isso está parecendo aniversário — observa Victor e eles riem. 
   — Fica quieto — pede Yasmin. Eles ficam em silêncio, todos com os olhos pregados na porta à espera de Maria Luíza. 
   Minutos depois, a porta da mansão é aberta e a garota entra seguida pelos pais. Ela está visivelmente mais magra e o seu braço esquerdo está enfaixado. 
   — Seja bem-vinda! — berram os adolescentes e ela toma um susto. 
   — Não acredito! — exclama cobrindo a boca com a mão direita. Ela sorri e os seus amigos riem e gritam o seu nome. 

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