Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 189: Vinícius socorre Marina


O rosto de Jonas está tão machucado quanto o de Samuel e quando ele entra na sala Danilo não consegue esconder o espanto e exclama:
   — Eita! 
Jonas ignora tanto o comentário de Danilo quanto os olhares do resto da turma e caminha em silêncio e com o queixo erguido para o seu lugar. 
   — Samuel — Jaqueline fala em um sussurro. — Vocês dois brigaram com quem? 
O rapaz se irrita com a insistência dela e corta:
   — Ai, Jaqueline, se você quer tanto saber vai falar com ele. 
   — Nossa! Não precisa de tanta grosseria, ok? 
Samuel suspira.
   — Desculpa, eu descontei em você. 
Jaqueline pega na mão dele. 
   — Se você precisar desabafar com alguém, saiba que eu estou aqui, tá bem? 
Yasmin, que observa tudo de longe com Vinícius, comenta com o amigo:
   — Vai rolar um flashback com a Jaqueline? Era só o que faltava nessa altura do campeonato!
   — Eu não me importo com quem ele fica — diz Vinícius com sinceridade. 
   — Nem eu, mas quando ele for contar para a Malu, que eu espero que ele tenha dignidade de contar, vai dizer o quê? Que ficou com todas as loiras da sala? 
   — Opa, você é loira! — alerta Vinícius rindo. 
   — O meu cabelo é castanho claro — retorque Yasmin e eles gargalham. 
   — Ah, mas ele não ficou com todas as loiras. Olha, ele não ficou com a Mayara. 
   — É, porque ela não quis, porque eu lembro bem que no começo do ano ele tava interessado nela. 
Vinícius ri. 
   — O que você não lembra, sua fofoqueira? 
Yasmin dá tapa no braço do melhor amigo. 
   — Cala a boca!
   De braços cruzados, Felipe encara Jonas e Isabela percebe.
   — Felipe — chama, pegando no braço dele e o garoto olha para baixo, fitando os olhos dela. — Se controla. 
   — Eu estou fazendo alguma coisa? 
   — Você está fuzilando o Jonas com o olhar. 
   — Sorte dele que é com o olhar. 
Isabela revira os olhos e dá um beijo no ombro dele. 
   — Para com isso. 
   — Eu estou quieto, Isa. 
   — Ai, Felipe, você entendeu o que eu quis dizer. 
O garoto descruza os olhos e abraça a namorada. 
   — Desculpa. 
Isabela sorri e é beijada por ele. 
   Pedro passa pela porta e vai para o seu lugar. Ele deixa sua mochila sobre e a mesa e se aproxima de Jonas. 
   — E aí, cara, tudo bem? 
   — Sim — responde Jonas. 
   — Não parece — ele ri e Jonas lança um olhar raivoso pra ele. — Desculpa, cara, é que está muito engraçado você e o Sam todos arrebentados. 
   — Quer entrar pro time também? 
Pedro ri. 
   — Não, obrigado. Mas falando sério, eu quero que você saiba que eu estou neutro nessa situação, ok? Vocês dois são os meus amigos e eu não quero ficar escolhendo entre um e outro. 
   — O problema é seu. 
Pedro sorri e chuta o pé da mesa de Jonas. 
   — Me respeita, moleque, quer mais um roxo pra essa carinha? 
Jonas continua sério, mas Pedro gargalha. 
   Victor entra na sala seguido de perto pela irmã gêmea. Eles se juntam aos amigos e Victor cumprimenta à todos com um "Oi" enquanto Marina fala "Bom dia" e olha para os colegas, menos para Vinícius. 
   — Pelo visto o estrago foi grande, né? — fala Victor se referindo aos rostos de Samuel e Jonas. 
   — Como você se sente sabendo que contribuiu para aquilo? — indaga Isabela em tom de censura.
Victor sorri e fala com tranquilidade:
   — Muito bem. 
Yasmin, Felipe e Marina riem, porém Vinícius pergunta:
   — Como assim? Eu pensei que o Victor tivesse separado os dois. 
   — Eu dei um soco no Jonas — conta Victor.
   — Sério? 
   — É, ele acertou as costas da Yasmin quando foi tentar socar o Jonas. Foi o motivo que eu precisava para dar uns socos nele. 
   — Prestaram atenção? — indaga Yasmin. — Ele não deu um soco no Jonas pra me defender, foi só um pretexto. 
Victor ri. 
   — Claro que não. 
   — Aham, sei. 
   — Mas ele te acertou sem querer, né? — comenta Isabela. 
   — Sim, mas ficou roxo!
   — Sério? — pergunta Felipe e a sua irmã ri. 
   — Não. Mas poderia. 
Os seis riem. A aula tem início e os alunos quase não conversam nos três primeiros tempos, pois estão compenetrados nos conteúdos novos e nas provas que virão. Durante o intervalo, Samuel senta em uma mesa com Jaqueline e Luciana enquanto Pedro em outra com Jonas. As duas garotas levantam para comprar salgados e ele fica sozinho, oportunidade esperada por Maísa, que vai até ele. 
   — E aí, como está? — ela pergunta sentando em uma das cadeiras vazias. 
   — Bem, na medida do possível. 
   — Eu estou péssima! — ela conta e os seus ombros caem. — Enfim, queria saber o que você vai fazer agora. 
   — Comer. 
Maísa ergue uma sobrancelha. 
   — Eu quis dizer com relação ao Jonas.
O rosto de Samuel fica ainda mais fechado. 
   — Eu não vou falar com ele. 
   — Vocês são amigos, Samuel. 
   — Não preciso de um amigo que faz isso comigo — ele fala, apontando com as mãos para o rosto. 
   — Ele estava bravo pelo o que aconteceu entre a gente. 
   — Você está do lado dele? — questiona Samuel. 
   — Não, mas eu o compreendo. 
   — Ah, então quer dizer que você vai se aproximar dele de novo? 
   — Não! — Maísa respondem sem hesitar. — Eu quero distância do Jonas, eu me tornei outra pessoa depois que comecei a me envolver com ele. 
   — Não estou te entendendo. 
   — O que eu quero dizer, é que uma coisa é eu me afastar do Jonas. Nós nos conhecemos esse ano, faz pouco tempo que nos aproximamos e tal. Agora você é o melhor amigo dele, Samuel. Eu acho que vocês dois têm que se desculparem. 
   — Eu não quero papo com ele. 
Maísa sacode a cabeça. 
   — Eu acho que uma amizade não pode ir para o ralo por causa de garoto ou garota nenhuma. Eu me sinto culpada pela briga de vocês. 
   — Maísa, eu estou p*to com o Jonas porque ele me bateu, você não tem relação com isso. 
   — Ah, não? Ele te bateu por quê? Porque a gente se beijou!
   — Mesmo assim, teria outras formas de resolver isso. 
   — Só que o Jonas é estourado, você mais do que ninguém deveria saber disso. 
   — Eu sei, mas ele deveria se controlar comigo, afinal nós somos, ou éramos, amigos. 
   — Tudo bem, eu não vou conseguir mudar a sua cabeça. A minha opinião você já sabe. — Samuel sorri levemente e assente. — E a Malu? Como vai ficar? 
O rapaz engole em seco e olha para o piso da lanchonete, sem saber o que responder. 
   — Não sei — fala instantes depois ao voltar a olhar para Maísa. 
   — Você vai contar para ela, né? 
   — Sim. 
   — Tomara que ela não fique brava. — Samuel fica quieto. — Enfim, vou comer alguma coisa. 
Maísa levanta e se afasta. Samuel observa o cabelo dela balançar em suas costas conforme ela caminha, porém Graziele interrompe o contato ao passar por Maísa e encostar no balcão. Ele vê a ruiva pedir algo para a atendente e aguardar o seu pedido batucando no balcão. Decide, então, ir até ela. 
   — Graziele — fala parando ao lado dela. 
A ruiva olha com desinteresse para ele e pergunta:
   — O que é? 
Pela atitude dela, Samuel percebe que ela já sabe do ocorrido do final de semana. Mesmo assim, continua falando com normalmente. 
   — Eu queria saber qual é o horário de visitas da Malu essa semana. 
   — Meio-dia começa. 
   — Ah, obrigada. 
Ele se prepara para se afastar, quando Graziele fala:
   — Eu acho mesmo que vocês precisam conversar. 
   — Você já está sabendo, né? — ele pergunta só para confirmar. 
   — Sim. 
   — Então caso você vá visitar ela antes de mim, não fala nada, tá? 
   — Tá. 
Samuel tamborila os dedos pelo balcão e pergunta:
   — Como você acha que ela vai reagir?
   — Quando você contar, saberá — responde a ruiva com rispidez. — Só não estressa ela, já não basta essa situação que você a colocou. 
   — O que você quis dizer com isso? 
   — Eu quis dizer que a Malu não precisava passar por uma situação dessa. A volta dela pro colégio já vai ser complicada por causa de tudo o que aconteceu, agora ainda tem esse clima estranho que vai ficar, porque afinal você beijou uma das garotas mais próximas dela.
   — Não fui eu que beijei a Maísa, ela que me beijou e eu... retribuí — completa baixinho. 
   — Não interessa! Eu só acho que a Malu não precisava passar por nada disso. 
A funcionária coloca o lanche dela sobre o balcão, Graziele pega e sai andando apressadamente. Samuel fecha os olhos e sacode a cabeça. 

Marina e Isabela sentam à mesa com o resto do grupo e a menor coloca sobre a mesa uma bandeja com sanduíches, salgados, refrigerantes e sucos. Cada um pega o seu pedido e ficam apenas dois sanduíches aparentemente iguais. 
   — Qual é o meu, qual é o seu? — indaga Isabela rindo. 
   — O meu é de frango com molho e o seu? — fala Marina.
   — O meu é um novo, tem frango e um molho também. 
Elas riem e Marina pega um dos sanduíches. 
   — Ah, tanto faz. 
Isabela sorri e pega o outro. Poucos minutos depois, Marina deixa seu sanduíche pela metade na bandeja. 
   — Não vai comer mais? — pergunta Felipe.
Marina sacode a cabeça negativamente e responde baixinho:
   — Não. — Ela dá um leve sorriso e desvia o olhar, encarando a porta da lanchonete. Em seguida coça o pescoço e abaixa as mãos sob a mesa. Vinícius nota algo estranho nela e suas sobrancelhas se unem levemente. Ele olha para Victor, que está inexpressivo mas olha demoradamente para a irmã, e constata que o loiro também percebeu alguma coisa. 
   — Você viu o último episódio de Once Upon a Time? — pergunta Yasmin para Isabela. 
   — Vi! — Elas começam a dialogar sobre a série e minutos depois Marina levanta, dizendo:
   — Vou ao banheiro. 
Felipe continua comendo enquanto Vinícius e Victor acompanham Marina com o olhar. O primeiro está tão concentrado nos passos da garota que se surpreende quando Victor pergunta somente para ele:
   — Os braços dela estão vermelhos? 
   — Oi? 
   — Os braços da Marina estão vermelhos? 
   — Não sei. 
   — Eu tive essa impressão — fala Victor se recostando em sua cadeira. Vinícius levanta também e fala para o loiro:
   — Vou ver se ela está bem. 
Ele anda até o banheiro feminino e se senta em um banco que fica próximo à porta. Alguns minutos se passam e diversas garotas entram e saem do banheiro, exceto Marina. Uma dessas garotas comenta com a outra ao passar pelo banco dele:
   — Você ouviu aquele barulho esquisito?
   — Ouvi, parecia alguém vomitando. 
   — Eca!
Ao ouvir o que elas falam, Vinícius pula do banco e entra sem hesitar no banheiro feminino. Três boxes estão fechados e ele tenta ouvir qualquer ruído que remeta aos comentários das garotas. Uma das portas se abre e uma aluna do segundo ano sai e se espanta ao vê-lo.
   — Você não pode entrar aqui — fala e Vinícius ouve um gemido vindo do box ao lado do que a garota estava. 
   — Tá, tá bom. — Ele dá um chega pra lá na menina e empurra a porta do box, que por sorte não está travada. Marina está ajoelhada em frente ao vaso sanitário e está com o rosto e os braços vermelhos. — Marina! — Vinícius envolve o tronco dela e a levanta. — Você está bem? 
   — Meu estômago está doendo muito — sussurra Marina com os olhos marejados. 
   — Vem, vou te levar para a enfermaria.
   — Eu preciso... eu preciso do meu antialérgico. 
   — Hã? 
   — Eu estou tendo uma crise alérgica, preciso do meu remédio. 
   — Onde é que está? 
   — Na minha mochila. 
   — Ok, você fica aqui enquanto eu vou buscar? 
   — Aham. 
   — Tá bom, só vem cá. — Ele pega Marina no colo e sai do box. Ele a coloca sentada na pia e sai correndo do banheiro, sem ligar para os olhares curiosos de algumas pessoas que passam por ali. Marina se curva de dor enquanto sente as costas coçarem e geme baixinho. 
   Vinícius retorna com rapidez e entrega uma caixa de remédios para ela. Marina abre e tira um comprido da cartela. Depois de ingeri-lo, ela coça a nuca e as costas sobre o uniforme. 
   — Está melhorando? — pergunta Vinícius com preocupação. 
   — Vai melhorar — garante Marina mais calma. O garoto coloca as mãos nos joelhos dela.
   — Você comeu alguma coisa com amendoim?
Aos poucos Marina vai ficando menos vermelha e com menos coceiras e responde:
   — Eu acho que eu peguei o sanduíche da Isabela, com certeza tinha alguma coisa de amendoim lá. 
   — Mas eu lembro que você olhou, um tempo atrás, no cardápio e viu que nenhum dos sanduíches levava nada de amendoim — diz Vinícius. 
   — É, mas o sanduíche é novo no cardápio. 
   — Verdade, ela disse isso. 
Marina assente e fica olhando para o chão por alguns minutos. 
   — Acho que já estou melhor — ela fala e pula da pia, ficando com o corpo próximo ao dele. Vinícius aproveita da proximidade e acaricia a bochecha dela. 
   — Você me assustou. 
   — Acredite, o susto maior foi meu — fala a garota e eles sorriem. O casal fica se olhando por alguns segundos e Vinícius aproxima o seu rosto do de Marina, que não se move. Quando eles estão prestes a se beijar uma garota entra no banheiro e exclama:
   — Ai, que susto!
Vinícius se afasta de Marina e ela sai apressadamente do banheiro carregando sua caixa de remédio. 
   Os outros quatro ficam surpresos ao saber que Marina teve uma crise alérgica, porém ficam aliviados ao saberem que ela já está bem. O sinal toca, eles voltam para a sala de aula e Marina evita Vinícius o máximo que consegue. 
   No final da aula, os alunos saem e lotam a calçada em frente ao colégio. Samuel entra no carro de sua mãe e ela pergunta:
   — Como está? 
   — Bem — ele responde colocando o cinto. Ruth dá partida no carro e sai. — A senhora pode passar em um fast-food?
   — Por que, filho? O almoço está pronto. 
   — É que eu quero passar em casa só para trocar de roupa. Pretendo visitar a Malu.
   — Ah, entendi. Tudo bem, a gente passa em qualquer lugar pra comprar um lanche pra você. Quer que eu te leve pro hospital? 
   — Não vai ser incômodo? 
   — Claro que não, filho. Então, como foi reencontrar o Jonas? 
   — A gente não se falou. 
   — Vocês vão continuar assim? 
   — Mãe, eu não quero falar sobre isso — pede o garoto e Ruth assente, compreendendo-o. 

Na hora de almoço, Marina conta aos pais sobre a sua crise alérgica durante o intervalo. 
   — Meu Deus! — exclama Lua. 
   — É por isso que você sempre deve estar com o remédio — Arthur alerta. 
   — É, estava na minha mochila. 
   — Você conseguiu sair do banheiro e ir pegar o remédio? — pergunta Lua. 
   — Não, o Vinícius pegou para mim.
Victor sorri levemente e continua comendo o seu almoço. 
   — Então vocês estão juntos de novo? — Arthur indaga e Marina hesita em responder.
   — É... tecnicamente nós nunca terminamos, mas nós continuamos distantes. 
   — Vocês têm que conversar, filha — aconselha Lua. 
   — Mãe, o almoço está tão gostoso, não vamos ficar falando de assuntos pesados. 
Lua sorri levemente e sacode a cabeça. 
   — Tudo bem, tudo bem. 

Em um restaurante, Mel almoça com os filhos. 
   — É um gentleman esse meu filho — ela fala sorrindo. 
   — Não foi nada demais — diz Vinícius espetando um pedaço de bife com o garfo. — A Mari precisava da minha ajuda, eu ajudei. 
   — Pena que vocês ainda não se acertaram — Isabela opina. 
   — É — Mel concorda —, mas eu sinto que não vai demorar muito pra que isso aconteça. 
Vinícius sorri com o otimismo da mãe e sua irmã comenta:
   — Eu estou comendo esse frango empanado e lembrei do pai, sempre que ele vem aqui pede esse prato. 
   — Pede um e leva para ele — sugere Mel com simplicidade. 
   — É? 
   — Ah, acho que ele vai ficar feliz se você aparecer lá no apartamento dele com o prato favorito dele. 
   — É verdade — apoia Vinícius. 
   — Ok, então eu vou pedir. A senhora leva a gente lá? 
   — Claro, a gente passa lá no caminho pra casa. 
Isabela sorri e chama o garçom. 

Usando uma camisa branca com a estampa de uma caveira com o penteado da cantora Amy Winehouse, uma calça jeans preta e tênis All Star, Samuel entra no hospital em que Malu está internada. 
   — Esse daí veio por conta própria para a emergência? — indaga uma mulher que está aguardando para visitar um paciente com a amiga. Elas riem e Samuel passa sem notá-las ali. O rapaz pega o elevador e vai para o andar em que fica o quarto de Malu. Ele esfrega as mãos na calça e começa a arrancar algumas peles dos lábios, porém logo para pois a boca machucada dói. O elevador chega no andar desejado e ele obriga os próprios pés a saírem do espaço. 
   A cama de Maria Luíza está elevada de modo que ela fique sentada e ela lê um livro, segurando-o apenas com a mão direita. Uma batida na porta atrapalha a sua leitura e como sabe do horário de visitas, fecha o livro e fala empolgada:
   — Entra!
Samuel passa pela porta e Malu arregala os olhos. 
   — Caramba. 
   — Estou pior do que você — comenta Samuel caminhando até a cama dela. Malu ri e pergunta:
   — O que aconteceu com você? 
   — É uma longa e ridícula história, mas eu preciso contá-la para você. 
   — Hã? 
   — Calma, daqui a pouco você vai entender. Posso sentar aqui? — pergunta olhando para a lateral da cama dela. Malu arrasta as pernas para um lado, abrindo espaço para ele sentar. 
   — Pode. Agora me conta, o que houve? 
   — Jura que não vai me interromper? 
   — Pra que tudo isso? 
   — Jura. 
   — Ok, ok. Eu juro. Agora conta. 
Samuel respira fundo, umedece os lábios e começa:
   — Sábado eu fui no carnaval fora de época que eu te falei, né? — Malu assente. — Quem eu sabia que iria era o Jonas, a Maísa e as pessoas que iriam com ela. Quando a gente chegou lá, encontramos com o Pedro e o Jonas foi conversar com a Maísa. Ela deu um perdido nele e Pedro convenceu o Jonas a ficar com outra garota para provar que não estava apaixonado por ela. 
Malu revira os olhos. 
   — O Pedro é tão babaca. 
   — Então, o Pedro escolheu uma garota para o Jonas ficar e o Jonas foi. A garota era a Isabela e eles se beijaram, porque o Jonas estava com uma fantasia igual à do Felipe e a Isa não conseguiu distinguir a tempo. 
   — Caramba — Malu repete tão perplexa. 
   — Pois é, a Maísa ficou sabendo que o Jonas tinha beijado a ex e ficou p*ta da cara. Então, ela resolveu se vingar. 
   — Maísa impulsiva é uma merda. O que ela fez? 
Samuel engole em seco e cria forças para continuar fitando os olhos de Malu ao prosseguir:
   — Ela veio dançar comigo. — Malu estreita os olhos e ele nota que ela já imagina o que vem a seguir. — Depois da gente dançar por um tempo, ela... ela me beijou. No começo eu fiquei chocado e não fiz nada, mas... — Samuel fecha os olhos —, mas depois eu retribuí. 
Malu morde o lábio inferior e assente. Diante do silêncio dela, Samuel abre os olhos para saber qual foi a sua reação. 
   — Nem sei o que dizer — fala Malu olhando diretamente para os olhos dele.
Samuel reúne coragem e finaliza:
   — O Jonas viu e a gente brigou, por isso eu estou assim. 
   — Você brigou com o seu melhor amigo por causa da Maísa? — Ela assente. — Legal. 
   — Malu, desculpa. Eu não sei o que aconteceu, quando vi já...
   — Por que você está se explicando pra mim? — questiona a garota. 
   — Como assim por quê? 
   — Nós não somos nada um do outro, Samuel. Você não me deve satisfações. 
   — Eu discordo, eu beijei uma das...
   — Eu já entendi o que você fez — corta Malu. 
   — Então, nós estamos tendo alguma coisa, por isso eu não acho certo o que eu fiz, ainda mais com quem eu fiz. 
   — Samuel, eu nunca fui e nunca serei nada sua. Se você beijou a Maísa, o problema é de vocês. Você f*deu com a sua amizade com o Jonas!
   — E pelo jeito f*di com a nossa também. — Malu não fala nada. — Desculpa, de verdade, se eu pudesse apagaria aquela tarde, mas infelizmente eu não posso. 
   — Você não me deve satisfações — repete Malu pausadamente. 
   — Malu, você entendeu o que eu quis dizer. Você sabe muito bem que nós não temos apenas uma amizade. 
   — Realmente não tínhamos, mas a gente nunca foi namorados, Samuel. Eu acho que apenas namorado deve satisfação para a namorada. Agora, por favor, vai embora. 
   — Malu, a gente tem que conversar.
Ela ri. 
   — Conversar sobre o quê? Vai embora, sério, eu não quero mais você aqui. 
   — Malu...
   — Samuel. 
Eles se olham intensamente e o rapaz lembra das palavras que Graziele disse: "Só não estressa ela, já não basta essa situação que você a colocou." Como não quer prejudicar o estado de saúde dela, ele pula da cama e diz:
   — Eu gosto muito de você e você sabe disso. O que aconteceu foi um erro, mas não mudou o que eu sinto e por quem eu sinto. 
   — Sai — repete Malu sem expressar nenhuma emoção. Samuel assente e atende ao pedido dela.

Depois de saírem do restaurante, Mel, Isabela e Vinícius partiram rumo ao apartamento que Chay está morando. A empresária para em frente ao prédio e fala:
   — Vou ficar esperando vocês. Não demorem, tá? 
   — A senhora não vai subir com a gente? — pergunta Isabela. 
   — Não, filha, vou ficar por aqui mesmo. 
   — Por quê? 
   — Isabela — censura Vinícius do banco de trás. 
   — Tudo bem — fala a garota. — A gente não vai demorar. 
Ela pega a embalagem com o almoço que pediu para Chay e desce do veículo com o irmão. Eles sobem até o apartamento do cantor enquanto Mel fica no automóvel, analisando a rua. 
   — Não teve nada demais eu pedir para ela subir — fala Isabela no elevador. 
   — Não? Ia ficar uma situação constrangedora, né? 
   — Por quê? 
   — Isa? 
   — O quê? É verdade, eu não vejo nada de constrangedor nela subir com a gente. 
   — Ah, não? Ia ficar parecendo uma família feliz de comercial de margarina em que a mãe aparece com os filhos para uma surpresa animada para o pai. 
   — Ai, eu só queria um momento em família. 
   — Isa, não. 
A garota revira os olhos e eles chegam ao andar em que Chay mora. O casal de irmãos caminham silenciosamente até o apartamento e tocam a campainha. Isabela puxa Vinícius para o lado e sussurra:
   — Sai do alcance do olho mágico para a surpresa ficar melhor.
Vinícius sorri e sacode a cabeça. A porta é aberta e Paola sorri para eles. 
   — Oi! 
Isabela e Vinícius olham atônitos para ela. 


Comentários

  1. OMG! Paola atende a porta...
    sdds do Vinícius e Marina 😍
    CONTINUAAAAAAA......

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  2. quero ChaMel de volts :( yo torcendo pra malu desculpa o samuel, continua logo

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  3. Postaaa rê,sorry n te visto antes é que eu estou dormindo cedo ultimamente

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  4. Posta mais,tomara que tudo se resolva.

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  5. To curiosa, continua logo

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  6. Amo demais sua Web faz Chamel voltar

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