Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 185: Chay apresenta Paola aos filhos

A porta do quarto de Malu é aberta abruptamente e duas enfermeiras entram às pressas.
   — Ela está desmaiada — constata uma das enfermeiras. A outra, uma loira, corre até Malu e checa a respiração dela. 
   — Ela não está respirando!
A enfermeira morena sai do quarto correndo e a loira pega um reanimador manual e começa a utilizá-lo em Malu. Instantes depois a enfermeira retorna com um médico e ele analisa Malu enquanto a enfermeira loira administra a respiração dela com o equipamento manual.
   — Avermelhamento da pele, inchaço pelo corpo, principalmente na garganta — observa o profissional com rapidez — e frequência cardíaca instável — conclui tomando o pulso da garota. Ele olha para as enfermeiras e pede: — Levem ela para a emergência. Agora!
Ele sai do quarto e instantes depois Maria Luíza é transferida para a emergência ainda desacordada. 

Chay coloca uma das mãos nas costas da loira, que sorri para os filhos dele, e apresenta:
   — Essa é a Paola, nova integrante da equipe Suede. — Ele e Paola trocam um olhar cúmplice e sorriem, deixando Isabela desconfiada do comportamento deles. 
   — É um prazer conhecê-los — fala Paola esticando a mão para Isabela, porém a garota está tão espantada que não retribui. Vinícius é rápido e aperta a mão da loira antes que ela se sinta desconfortável. Isabela percebe que deixou a mulher no vácuo e sorri levemente para se desculpar. 
   — Então já está tudo pronto? — indaga Chay olhando para Paola e ela confirma com a cabeça. — Ok, vamos ao trabalho!
Os quatro vão para trás do palco e sobem. 

Aproveitando o fim de tarde tranquilo, Victor assiste um jogo de futebol americano acompanhado pela irmã. Marina para de prestar atenção no jogo ao receber uma mensagem de Brian em seu facebook: "Estou bem, e você?" Ela fica espantada, pois vê que ele respondeu a uma pergunta que foi mandada por ela minutos antes, porém ela não entra na conta desde a manhã.
   — Ué! — exclama e digita: "Eu não te mandei nada rsrs". 
"Como não?" pergunta Brian e ela responde: "Sei lá, isso nunca aconteceu antes!" Logo após a esta mensagem que ela manda aparece "Que estranho" como se ela também tivesse mandado isso.
   — O que está acontecendo? — se pergunta Marina. "Eu não mandei 'Que estranho'" digita a garota e aparece em seguida "Eu sei". — Gente, o que é isso?
   — O que foi? — pergunta Victor, mas Marina não responde pois está concentrada na tela de seu celular porque vê "Marina está digitando..." só que os seus dedos não estão tocando uma só letra. 
"Sou eu, sua bobinha" surge como se ela tivesse digitado. "Brian, não sou eu quem está digitando essas coisas. Acho que fui hackeada" Marina digita em inglês e ele responde: "Sou eu, sua bobinha". 
A ficha de Marina cai.
   — Filho da p*ta!
Victor está vidrado na partida que está em um momento decisivo. O celular de Marina começa a tocar e ela atende:
   — Oi, Brian! Você me hackeou, seu filho da mãe — ela fala em inglês. 
Brian ri do outro lado da ligação. 
   — Foi para relembrar os velhos tempos, lembra quando a gente hackeava as contas do pessoal da sala só pra passar o tempo? 
Marina ri, se recordando. 
   — Lembro. 
   — Pois é, por isso eu fiz isso. Mas pode ficar relaxada, eu não fucei em nada. 
   — Acho bom — fala Marina rindo —, porque se não eu teria que fazer o mesmo com você. 
Brian gargalha. 
   — Está me ameaçando, garotinha? 
Eles riem e continuam conversando. 

Depois que saiu da casa da melhor amiga, Yasmin foi para a sua própria casa e tomou um banho. Agora caminha tranquilamente até a mansão de Lua e Arthur.
   — Oi, coisinha! — fala ao passar pela porta que é aberta por uma das empregadas. 
Marina está conversando com Brian ao celular e Victor permanece compenetrado no jogo de futebol americano e nenhum dos dois respondem a Yasmin. A loirinha revira os olhos e caminha até o sofá em que eles estão sentados. Marina olha para ela e sorri levemente e Victor só vai perceber sua presença quando ela senta ao seu lado. 
   — Oi, Yasmin! — ela fala surpreso. — Nem te vi chegar. 
   — Percebi. — Ela ri e dá um selinho nele. — O que você está fazendo? 
   — Assistindo futebol americano. 
   — Não tem nada mais interessante pra ver? — indaga Yasmin. 
   — O futebol é o mais interessante. 
   — Nossa!
Victor volta a prestar a atenção no jogo e comemora quando o time para o qual está torcendo faz um touchdown. 
   — Isso! — vibra enquanto Yasmin permanece inexpressiva. Depois de uns intantes, ela fala:
   — Eu acho que vou voltar para casa. 
   — Por quê? — pergunta Victor sem desviar os olhos da televisão. 
   — Porque eu pensei em vim para cá para fazer uma coisa mais legal. 
   — Assistir futebol comigo não é legal? 
   — Você nem olha para mim!
Victor vira a cabeça na direção dela. 
   — Estou olhando. 
Yasmin revira os olhos. 
   — Eu tô falando sério. 
   — Eu também. 
A loirinha tenta levantar, mas Victor segura no braço dela. 
   — Já vai acabar, Yas. 
Ela afunda no sofá e cruza os braços. Victor sorri e dá um selinho nela antes de voltar a prestar atenção no jogo. Minutos depois, ele levanta alegre do sofá, pois o time para o qual estava torcendo ganhou o jogo. 
   — Vem — chama Yasmin —, vamos lá para o meu quarto. 
A garota também levanta contente, mas não pelos vencedores, e sim porque o jogo finalmente acabou. Eles sobem e Marina continua falando e rindo com o ex-namorado ao telefone. 

Paola está sentada em amplificador assistindo à passagem de som de Chay. Do outro lado do palco Isabela e Vinícius comentam sobre ela:
   — Ela é bonita — fala Vinícius. 
   — Bonita até demais! Olha o cabelo dela.
Os dois observam os fios ondulados que escorrem pelas costas de Paola até a cintura. 
   — E o rosto? — comenta o garoto. 
Os dois analisam o rosto da loira, a boca corada e carnuda, o nariz fino e empinado e os olhos pequenos esverdeados. 
   — Você não acha estranho ela fazer parte da equipe do pai e estar parada? — alfineta Isabela. 
   — Ah, sei lá, Isa. — Vinícius dá de ombros. — Talvez ela já tenha feito a parte dela. 
   — Desde que a gente chegou ela não fez nada além de olhar para o pai e para a banda. 
   — Se o pai falou que ela é da equipe é porque ela é da equipe. Não fica encanada!
Isabela assente. 
   — É, ele não mentiria para a gente, né? — indaga tentando se convencer disso. 

Sozinha na sala, Marina continua conversando com Brian. 
   — Você não pode ficar se envolvendo em confusões, Brian — aconselha quando a conversa atinge um campo mais sério. 
   — Ele fica me provocando, querendo pegar o meu lugar.
   — Deixa ele provocar, se você é o quarterback por tanto tempo é por algum motivo. Você é bom!
   — Eu sei. 
   — Convencido. — Eles riem. — Mas falando sério, não fica de briguinha, isso só vai te prejudicar. 
   — Você brigava com as meninas que tentavam roubar o seu lugar de capitã das líderes de torcida. 
Marina engole em seco e demora um tempo para responder.
   — Isso é passado!
   — Ah, agora é passado, né?
Eles gargalham mais uma vez. 
   — Cala a boca, garoto!

Nathália caminha de um lado para o outro no corredor. Ela voltou para o hospital com a intenção de visitar a filha, mas quando chegou ao local recebeu a informação de que Malu foi transferida às pressas para a emergência. Desde então não teve mais nenhuma notícia da garota. 
   — Senhora Nathália? — chama o médico responsável por Malu ao se aproximar dela. 
   — A Malu está bem? — pergunta a empresária parando de caminhar. 
   — Sim, o quadro dela é estável.
Nathália fica um pouco menos preocupada. 
   — O que houve com ela? — quer saber. 
   — Ela teve anafilaxia. 
   — O que é isso? — pergunta Nathália de imediato. 
   — Anafilaxia é uma crise alérgica muito grave. Ela chegou nesse estado devido à troca de um de seus remédios. 
   — Eu não sabia que ela era alérgica a alguma coisa. 
   — É, não tinha nada na ficha dela, então nós não nos preocupamos em alterar o medicamento. Enfim, por causa da anafilaxia o corpo dela ficou inchado, principalmente a garganta, os lábios e a língua. 
   — Meu Deus! — exclama Nathália assustada. 
   — As vias aéreas dela ficaram bastante estreitas por causa desse inchaço, o que dificultou e muito a respiração dela. Nós a encaminhamos para a emergência e ao identificarmos o que ela estava apresentando injetamos epinefrina, que é adrenalina. Ela ainda está em observação, mas já está bem melhor. 
   — Quando eu vou poder vê-la? 
   — Ainda não temos previsão para isso, porque ela está em observação extrema. 
   — Ela já está respirando normalmente? 
   — Ah, sim. E o inchaço já reduziu consideravelmente. 
Nathália solta um suspiro de alívio. 
   — Ai, que bom!

Yasmin e Victor se beijam deitados no tapete ao lado da cama dele. Entre os beijos eles dão mordidinhas, cócegas e risadas. Victor dá um selinho nela e começa a beijar o seu pescoço. Yasmin sente arrepios por todo o corpo e puxa o cabelo de Victor. Ele leva as mãos à cintura dela e aperta antes de começar a fazer cócegas. Yasmin ri e empurra ele de cima de si. Quando se recupera dos risos, senta por cima dele e começa a fazer cócegas no pescoço dele. O loiro joga ela para o lado e eles rolam pelo tapete até chegar ao piso gelado. É Yasmin quem fica por baixo e reclama:
   — P*ta que pariu! Que troço gelado. 
Victor ri e dá mais uma volta com ela, deixando Yasmin em seu colo. 
   — Melhorou? — pergunta sorrindo, sentindo o frio penetrar por sua camiseta. 
   — Essa foi a maior prova de amor que você já me fez. 
Eles gargalham e voltam a se beijar com volúpia. 

Enquanto jogam uma partida de videogame Jonas e Pedro conversam sobre as garotas que estão presentes em suas vidas. 
   — Eu gosto da Daniela — fala Pedro —, mas não para namorar. O bom é poder ficar com ela e ficar com outras também. 
Jonas ri e retorque:
   — Mas se você pode ficar com outras, ela também pode. 
Pedro dá de ombros. 
   — Fazer o quê?  — Eles ficam em silêncio por um tempo, concentrados no jogo. — E aí, você já pegou a Maísa? — pergunta Pedro repentinamente. 
   — Ainda não, quer dizer, a gente deu um beijinho durante o filme mas nada muito empolgante. 
   — O beijo dela não te empolgou? 
   — Não foi isso, é que foi tão curtinho que nem deu pra aproveitar. 
   — Ah, entendi! Ela deixou um gostinho de quero mais, não é? 
   — Gostinho não, gostão. 
Eles gargalham. 
   — Mas você vai continuar investindo nela? 
   — Vou, cara, eu quero ficar com ela. 
Pedro ri. 
   — Só não deixa ela te amarrar. 
   — Ela não vai me amarrar. 
   — Se eu fosse você não teria essa certeza. 
Jonas franze a testa. 
   — Por quê? 
   — Porque você está caidinho nela. 
   — Claro que não. 
   — Você ficou com outras desde que está tentando ficar com ela?
O ex-namorado de Isabela pensa por um tempo. 
   — Não, mas isso não quer dizer nada. 
   — Quem não te conhece que te compra, Jonas.
Os dois riem. 
   — Vamos deixar isso pra lá porque eu preciso me concentrar pra te matar direitinho — ri Jonas. 

Ao fim da passagem de som Chay se dirige aos filhos. 
   — Gostaram? 
   — Muito! — responde Isabela sorridente. — O Vinícius gostou ainda mais da Paola — acrescenta para ver a reação do pai. 
Chay ri enquanto Vinícius indaga:
   — Eu o quê? 
Isabela o ignora e pergunta para o pai:
   — O que ela faz na sua equipe? 
   — Ainda não posso contar. 
   — Por que não? — questiona desconfiada. 
   — Porque ainda não é o momento certo. 
   — Por quê? 
Chay sorri com tranquilidade. 
   — Calma, mocinha — pede tocando o nariz dela. 
   — Pai, se o senhor quer dizer que ela é sua...
   — Isabela — corta Vinícius. 
   — Vem, vamos comer alguma coisa — chama Chay, passando um braço em torno dos ombros dos filhos. Isabela olha de relance para Paola ao passar pelo lugar em que ela está, desconfiada do papel dela na vida de Chay. 

Na varanda da mansão de seus pais, Victor se despede de Yasmin. Eles estão abraçados e ela fala:
   — Acho que quando chegar em casa terei que tomar outro banho. 
   — Por quê? 
   — Porque a gente rolou tanto naquele chão que eu acho que preciso de outro banho.
Victor ri. 
   — Não precisa, não. 
   — Talvez eu não precise, mas você precisa. 
   — Está me chamando de sujo? 
   — Se a carapuça lhe serviu — ela fala rindo. 
   — Idiota. 
   — Eu sei, só isso explica eu ser sua namorada. 
Eles riem e se beijam. 
   — Agora eu tenho que ir — ela fala se desvencilhando dos braços dele. 
   — Tchau, coisinha. 
   — Tchau!
Victor acompanha com o olhar Yasmin caminhar até o portão e sair. 

Os dias que faltavam para a chegada do final de semana passam praticamente voando. Malu se recuperou bem e retornou para o quarto em que estava, porém vem tentando não tomar todos os remédios que deve pois está com medo de ter outra grave crise alérgica e voltar para a emergência. 
Isabela desperta em sua cama e coça os olhos sonolenta. Seu olhar cai em um embrulho ao pé da sua cama e ela sorri. 
   — Minha fantasia! 

Aproveitando a manhã de sábado, Samuel vai visitar Maria Luíza. A garota tem tomado remédios para ansiedade, o que a tem deixado mais calma. Sua pele está mais pálida e fina, suas bochechas mais profundas e suas olheiras mais acentuadas. Quando passa pela porta, Samuel fica espantado com a aparência dela, mas não demonstra. 
   — Oi. — Malu sorri levemente enquanto ele se aproxima da cama dela. — Como você está?
Quando ela fala Samuel fica ainda mais surpreso, pois a voz dela está diferente por causa do medicamento, está mais suave. 
   — Estou bem. — Dessa vez Samuel não consegue esconder o espanto e Malu pergunta: — O que foi? Pela sua cara parece que eu estou morrendo. 
   — Não, não é isso. É que você está... diferente. 
Malu sorri. 
   — Eu tenho tomado uns tranquilizantes, ou algo do gênero. 
Samuel assente. 
   — Entendi. Desculpa por não ter vindo te visitar antes — ele pede pegando na mão direita dela. 
   — Antes tarde do que nunca, né? 
Samuel ri. 
   — Eu ia vim te visitar no dia que você passou mal, mas a minha avó apareceu lá em casa e eu não consegui sair. 
   — Ainda bem que você não veio, né? Porque eu ia estar na emergência e você nem ia me ver. 
   — É verdade. — Ele acaricia os dedos dela. — Me conta, o que realmente aconteceu com você? 
Malu relembra do que houve e Samuel tem a sensação de que ela ficou ainda mais pálida. 
   — Eu pensei que fosse morrer — ela conta. — Minha garganta fechou e eu parei de respirar. 
   — Caramba! Que susto você deu em todo mundo, hein? Quando a Grazi contou lá no colégio todo mundo ficou preocupado. 
Malu sorri levemente. 
   — E você, como está? 
   — Estou melhor, já me acostumei com o curativo. — Ele ri. — Vou até pular carnaval hoje. 
   — Hã? 
   — O Jonas me chamou para ir para um carnaval fora de época com ele. Eu não estou com a mínima vontade de ir, mas a minha mãe ficou tão empolgada pra escolher a minha fantasia que eu não consegui dizer não. 
Malu assente. 
   — Compreensível. 
Eles ficam em silêncio por um tempo e Samuel fala:
   — Então, acho que eu vou embora. Você vai dormir daqui a pouco, né? 
   — Eu acabei de acordar — conta Malu sorrindo. 
   — Sério? — Samuel ri. — Então eu posso ficar mais um pouco, né? 
Maria Luíza constata que ele não ficou chateado com o que ela disse na última vez que eles se viram, ou que pelo menos não está mais. Ela acaricia carinhosamente a mão dele e responde:
   — Eu adoraria. 

Parado em frente a sua fantasia, Jonas manda uma mensagem de texto para Maísa: "Você me chamou, eu vou! A minha fantasia para o carnaval fora de época já chegou... Não vejo a hora de ver a sua." 
   Horas mais tarde, Mel e os filhos se reúnem à mesa para o almoço. 
   — Como foi o passeio com o pai de vocês? — pergunta Mel. — Eu nem lembrei de perguntar no dia. 
   — Foi legal — responde Vinícius. — Nós assistimos a uma passagem de som dele. 
Mel ri. 
   — Que original! — ela ironiza. 
   — Desse vez teve uma novidade — conta Isabela distraída. 
   — Que novidade? — indaga Mel. 
   — Tinha uma nova funcionária na equipe do pai. 
   — Que funcionária? 
Vinícius tenta alertar a irmã dando um chute na perna dela por baixo da mesa, porém acaba acertando o pé da cadeira da garota. 
   — Uma loira metida a gostosa — Isabela responde bebericando o seu suco. 
Mel se atenta aos adjetivos que a filha põem na nova funcionária de Chay e automaticamente lembra da mulher que viu saindo do restaurante com o ex-marido dias atrás. Vinícius sacode a cabeça, pensando: "Tarde demais."

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