Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 175: Marina apronta com Vinícius


Suados e com os antebraços vermelhos e no caso de Vinícius, um pouco inchados, o casal de namorados se jogam na grama da parte da frente da casa dela.
   — Vamos entrar? — chama Marina ofegante. — Cansei. 
   — Eu também, a gente correu pela casa toda. 
Marina ri e apoia a cabeça no peito de Vinícius. 
   — Eu ganhei!
   — Eu deixei você ganhar. — Ele ri e dá um beijo no cabelo dela. Marina ergue a cabeça e toca os lábios de Vinícius com os seus. Os dois ficam aos beijos durante uns dez minutos e são interrompidos por Lua. 
   — As crianças não vão entrar, não? — pergunta da porta principal. Marina solta Vinícius e senta na grama.
   — A gente não é mais criança, mãe. 
Lua ri. 
   — Quem é que estava brincando de pega-pega? 
Gargalhando, Vinícius levanta da grama e pega nas mãos de Marina, ajudando ela a se levantar também. Eles caminham até a porta e passam por Lua, que fala:
   — Vocês estão todos sujos e suados. 
   — Foi oferecimento da OMO — responde Marina —, porque se sujar faz bem. 
Os três gargalham e os adolescentes sobem para o quarto dela. No cômodo, Marina tira a blusa enquanto Vinícius coloca a mochila que trouxe na cama dela. 
   — Vou tomar banho — ela informa caminhando para o banheiro com uma toalha no ombro. 
   — Ok.  
   — Tem toalha limpa no meu closet — diz de dentro do cômodo. 
Vinícius assente e tira da mochila sua escova de dentes. Minutos depois, Marina, que está lavando o cabelo de olhos fechados, sente a presença de alguém dentro do banheiro. Sem pensar duas vezes abre os olhos e enxerga Vinícius se despindo. 
   — Vim tomar banho com você. 
Ela sorri e abre o box de vidro. Vinícius se junta a ela sob o chuveiro e eles começam a tomar banho juntos. 

Victor termina de escovar os dentes no banheiro de Yasmin enquanto ela caminha para o próprio closet. O loiro sai do banheiro com uma toalha entre as mãos enxugando a boca e constata que ela está trancada no closet. Sem pensar, ele vai até o espaço e abre a porta de correr. Sentindo que o tempo parou e tudo ao seu redor congelou, ele fita as costas nuas dela, observando as pintinhas que ela tem e principalmente seus glúteos, que não estão completamente despidos por causa de uma calcinha amarela pequena. Ele praticamente ouve um estalo de dedos mental que o desperta do transe. Piscando rapidamente, assiste Yasmin pegar uma regata e colocá-la com agilidade antes de ver ela se virar para ele. 

   — Victor? — ela repreende.
   — Desculpa — pede o loiro. — Eu não imaginei que você tivesse trocando de roupa. 
   — O que eu estaria fazendo com a porta fechada? — A pergunta dela sai mais grosseira do que ela gostaria. 
   — Menos, Yasmin, eu não vi nada demais!
   — Então por que você está com essa cara de bobo alegre? 
   — Sei lá, gostei do que vi. 
   — Fazia quanto tempo que você tava aí? O que você viu exatamente? 
   — Eu acabei de chegar, só vi você de costas. — Yasmin assente e não fala nada. — Aliás — Victor continua diante do silêncio dela — você não pode falar de mim, quem foi que viu quem pelado aqui? 
   — Foi sem querer — Yasmin se explica pegando um short de algodão. 
   — Assim como foi sem querer agora. 
   — Tá bom, Victor, já entendi. Vamos deixar isso pra lá!
Yasmin tenta sair do closet, mas Victor fecha a porta atrás de si antes que ela chegue lá. 
   — O que você está fazendo? — pergunta a loirinha encarando o olhar dele. 
   — Você é linda. 
   — Eu sei, agora abre a porta. 
Victor ri e se apoia na porta, cobrindo a maçaneta com seu corpo. 
   — O que foi, Yasmin? 
   — Nada — ela responde e coloca as mãos na cintura. 
   — Parece que você está... nervosa. — O loiro segura uma risada, saboreando o gosto de sua provocação. 
   — Por que eu estaria nervosa? 
Victor se aproxima dela, mas não toca em nenhuma parte de seu corpo. 
   — Porque você tem medo de ficar sozinha comigo. 
   — Eu não tenho medo de ficar sozinha com você. 
   — Não é o que os seus olhos estão dizendo. 
   — Ai, quer saber, Victor? — Yasmin passa a mão no cabelo e dá a volta na penteadeira, deixando o móvel entre ela e Victor. — Eu não estou nervosa por estar sozinha com você, eu estou nervosa pelo que pode acontecer quando eu fico sozinha com você. — Ela começa a falar sem pausas. — Porque quando a gente está sozinho e se beija, as coisas mudam, o clima esquenta, a gente perde o controle e quando a gente está quase lá, eu travo sem explicação. Não consigo entender ainda porque isso acontece, não sei se é porque não é o momento certo, não sei se é porque eu não me sinto confortável, não sei se é porque eu sou nova pra isso, eu não sei!
Victor apoia as mãos na ponta da penteadeira, o ar zombeteiro deixou seu corpo conforme Yasmin falava. 
   — Desculpa, eu não quero te pressionar. 
   — Você não me pressiona, eu me pressiono. 
   — Então para de se pressionar — ele aconselha com simplicidade. — As coisas têm que fluir com naturalidade para dar certo. 
   — É aí que a coisa complica, Victor! Por exemplo, hoje mais cedo as coisas estavam fluindo com naturalidade até a hora H, daí eu travei e saí do seu quarto daquele jeito. 
   — Vamos fazer o seguinte? Vamos deixar isso pra lá, na hora que for pra acontecer vai acontecer. Sexo tem que ser uma coisa boa e prazerosa para os dois, não uma coisa tensa. 
Yasmin contorna a penteadeira, voltando a se aproximar dele. 
   — E se eu travar sempre? 
   — Você não vai travar sempre. 
   — E se demorar pra eu destravar? 
Victor dá de ombros e envolve a cintura dela, trazendo a loira para a sua frente.
   — Eu vou te esperar. 
Yasmin sorri com as costas apoiadas em sua penteadeira. 
   — Você não disse isso — fala impressionada. 
   — Por quê? Falei alguma coisa errada? — ele pergunta preocupado e o sorriso de Yasmin aumenta. 
   — Não, é que você falou certo demais. 
   — Hã? 
Yasmin coloca uma mão na nuca dele. 
   — Deixa pra lá. — Ela puxa o rosto dele para o seu e eles se beijam. Victor para o beijo com um selinho e passa um braço por trás dos joelhos dela, a erguendo do chão. 
   — Vem, vamos dormir. 

Marina e Vinícius deixam o banheiro enrolados em toalhas brancas. Sob a água não aconteceu o que aconteceu na banheira dela, apenas beijos quentes e algumas mãos bobas. Ela vai para o seu closet enquanto ele pega a mochila. Instantes depois a morena se junta a ele já vestida com um babydoll.
    — O meu braço tá doendo — ela reclama sentando na cama.
    — O meu também. — Vinícius enxuga os pés despreocupadamente e Marina olha para os braços dele, ficando espantada.
    — Amor, o seu braço ficou machucado! — Ela chega mais perto dele na cama.
    — Depois passa — ele responde relaxado.
    — Ficou com marca — a morena observa os vergões na pele avermelhada dele.
    — É que a minha pele é sensível.
Marina assente após ouvir a explicação.
    — Eu não bati com muita força.
    — Imagina se tivesse batido.
Vinícius levanta com a toalha e vai para o closet dela.
    — Ah, Vini, você bateu com mais força — ela retorque analisando as vermelhidões de seus antebraços.
   — Foi sem querer. — Ele retorna para o quarto com as mãos livres.
   — Eu não me importo — fala Marina deitando na cama. — Faz parte da graça de brincar.
   — Têm algumas meninas que não gostam.
   — Ah, eu não vou morrer por causa disso.
Vinícius ri e deita perto dela.
   — Não gostei de bater em você, nem por brincadeira.
   — Isso aí, eu não aceito apanhar de homem nenhum.
   — Nenhuma mulher deveria aceitar.
   — Mas você acha que elas escolhem? — retorque Marina acariciando os cabelos molhados dele.
   — Algumas parece que gostam .
   —  Eu acho que não, amor. Quem gostaria de passar por isso?
Vinícius olha para ela.
   — Você já viu Casos de Família?
   — Já ouvi falar, mas nunca vi.
   — Então, as vezes aparecem mulheres lá que gostam de apanhar. Os caras bates nelas, daí elas devolvem e assim eles ficam.
   — Credo! Como alguém consegue ter uma relação dessas?
   — Pois é, a base do relacionamento não é o amor, é a porrada.
   — Deus me livre! — Ela afasta a mão da cabeça dele e levanta da cama. — Vem, vamos secar o cabelo.  
   — Vamos? — repete Vinícius. — Por que esse verbo está na primeira pessoa do plural?
   — Porque nós vamos secar os nossos cabelos.
   — Eu nunca seco o meu cabelo.
   — Mas hoje você vai secar. Você está achando que vai dormir com essa juba molhada no meu travesseiro?
   — Eu não durmo de cabelo molhado, faz mal. 
   — Nossa, você tem que se ver falando isso, fica muito gay — brinca Marina. 
   — Bobona, mas é sério, já já o meu cabelo seca. 
   — O que é que custa, amor? O secador não vai te comer. 
   — Não, Mari, parece que está me queimando. 
Marina gargalha e vai até a cama.
   — Vem, Vinícius — ela fala puxando o braço dele. — Vem!
Não querendo contrariar a namorada, Vinícius levanta e deixa ser levado para o closet. Ela senta no namorado de frente para um espelho e pega o seu secador. 
   — Ai — solta Vinícius encolhendo os ombros com receio. 
   — Relaxa, amor.
Ela liga o secador e começa a secar os cachos dele. 
   — Ai, está esquentando — Vinícius se remexe e Marina começa a rir. 
   — Vinícius, para de ser fresco. 
   — Está quente!
   — Vini, está no nível mais fraco. 
Vinícius remexe por mais algum tempo, mas acaba cedendo e deixa Marina secar o seu cabelo. 
   — Terminou? — indaga quando ela desliga o secador. 
   — Sim, agora vou passar para o babyliss. 
   — Babyliss? — questiona Vinícius de olhos arregalados. — Eu sei o que faz um babyliss e você não vai fazer no meu cabelo. 
   — Eu já liguei, já tá quente, eu não posso desperdiçar energia. 
   — Ah não, amor! 
Marina dá um beijo na nuca dele. 
   — Para, Vini, só pra eu ver como vai ficar. 
   — Vai ficar feio. — Ele vira para trás. — Vamos fazer o seguinte, a gente faz amanhã, já está tarde. Vamos dormir!
   — Não, amanhã você vai me enrolar. 
   — Não vou, não. 
   — Jura? — Vinícius fica quieto. — Viu, sabia? — Ela vira o corpo dele. — Vai, fica quietinho. 
Vinícius fecha a cara e Marina começa a definir os cachos dele. 

Com o coração leve como um balão de ar solto ao céu, Felipe observa Isabela dormindo de bruços ao seu lado. Ele admira o corpo despido dela tentando encontrar um defeito, mas como está tão apaixonado por ela não enxerga nada. Depois de cultuar o corpo dela, coloca os pés para fora da cama, pega e veste sua cueca e levanta, pegando a embalagem do preservativo. Ele vai até o banheiro, joga a embalagem fora e encara o seu reflexo no espelho. 
   — Eu consegui — fala baixinho para não acordar ela. Um sorriso instantâneo e apaixonado surge no rosto dele. Instantes depois, sai do banheiro e retorna para a cama, onde abraça Isabela e tenta adormecer. 

Abraçados na cama dela, Yasmin e Victor tentam dormir. Ele está com a cabeça apoiada nos seios dela e ela alisa o cabelo dele com os dedos. 
   — Era legal — ele relembra da vida que levava nos Estados Unidos. — A gente curtia muito. 
   — E aqui você não curte?
Ele ri.
   — Curto, mas é diferente. 
   — Você gosta mais de lá ou daqui? 
   — Sei lá, eu não consigo escolher. Eu amo lá, mas eu também aprendi amar aqui. Vou falar uma coisa fofa, presta atenção — ele avisa sorrindo.
   — Fala. 
   — Eu aprendi amar aqui em parte por sua causa. 
   — Ai meu Deus, você está muito fofo hoje — ri Yasmin abraçando a cabeça dele. 
   — Estou no paraíso — Victor brinca fazendo referência à localização da sua cabeça. 
   — Idiota. — Ela solta a cabeça dele e volta a acariciar seu cabelo. 
   — Ah! — Victor se levanta com rapidez. — Eu estava esquecendo de uma coisa. 
   — O quê? — indaga a loirinha. 
   — Posso ir no seu closet?
Yasmin franze a testa.
   — Pode, mas por quê? 
   — Quero ver uma coisa. — Ele entra no closet dela e por lá fica por um tempo. 
   — Victor? — chama Yasmin sentando na cama. — O que você está procurando? 
O loiro passa pela porta com as mãos nos bolsos. 
   — Fecha os olhos — pede. 
   — Por quê? O que você acha que tem no meu closet que eu nunca vi? 
   — Fecha, Yas.
Ela ri e atende ao pedido dele. Assim que vê que a loirinha está de olhos fechados, Victor caminha até o interruptor e apaga a luz. 
   — Você abriu os olhos? — pergunta.
   — Claro, você apagou a luz, eu não vou ver nada mesmo. 
Victor ri. 
   — Mesmo assim, fecha os olhos. 
   — Ai, Victor, o que você está aprontando? — ela pergunta fechando os olhos mais uma vez. 
   — Relaxa. 
Ele retorna para a cama e pega na mão dela. 
   — Achei isso lá em casa — ele fala e Yasmin franze a testa sentindo ele colocar algo em seu dedo anelar. 
   — Você pegou um anel no meu closet ou achou na sua casa? — indaga e ao terminar a pergunta entende o que exatamente Victor está colocando no dedo dela. — Ai, Victor! — ela fala sorrindo. 
   — Pra você nunca esquecer do nosso lance, que mesmo na escuridão aparece. — Ele dá um selinho nela. — Pode abrir o olho. 
Yasmin abre os olhos e ergue a mão, enxergando o anel vermelho fluorescente que Victor deu para ela na festa dele na fazenda. 
   — Minha coisa porca e linda! — ela fala e olha para o dedo anelar direito dele, onde também está o anel que se destaca no escuro. 
Victor sorri e dá um beijo nela. Eles deitam na cama sem cessar o beijo e Yasmin afasta sua boca da dele segundos depois. 
   — Vamos dormir — fala deitando a cabeça no tórax dele. 
   — Boa noite, coisa. 
   — Sonhe comigo. 
   — Aí não vai ser sonho, vai ser pesadelo.
Yasmin gargalha. 
   — Você sonhou comigo esses dias. 
   — Nem me fala desse sonho.
   — Por quê? 
   — Porque o meu corpo fica... agitado. 
Ela ri. 
   — Eu te excito? — pergunta dando uma lambidinha na pele dele. 
   — Yasmin, para — pede o loiro. 
   — Você está excitado agora? — se diverta a garota. 
   — Yasmin!?
Yasmin gargalha. 
   — Tá bom, parei. — Ela apoia a cabeça novamente. 
   — Vamos dormir. 
Ele começa a passar a mão pelo comprimento do cabelo dela. 

   — Credo! — exclama Vinícius pulando da cadeira ao se ver no espelho. — Eu estou horrível!
Marina se curva, tendo uma crise de riso. 
   — Você está horrível. 
   — Como eu tiro isso? — pergunta o jovem passando a mão pelo cabelo, abrindo os cachos. — Marina, faz alguma coisa. 
Ela continua rindo descontroladamente e começa a ficar sem ar, querendo parar mas sem conseguir. 
   — Eu não consigo — ela ri — eu não consigo parar. 
   — Para, Marina — ele pede começando a se desesperar. — Tira isso de mim! 
   — Tô tentando parar, mas não dá. — A morena gargalha e tenta respirar ao mesmo tempo. 
   — Marina!
Dois minutos depois, ela consegue driblar a crise de riso. 
   — Passou, passou. 
   — Como eu tiro isso de mim?
Ainda vermelha e ofegante, Marina analisa o cabelo dele. 
   — Ah, você já desfez todos os cachos mesmo. 
   — Não desfiz não, ainda está estranho o meu cabelo. 
   — Não está, Vinícius, acredita em mim. Só você percebe a diferença. 
Ele se observa no espelho. 
   — Tem certeza?
   — Tenho. Agora deixa eu secar o meu cabelo. 
O garoto abre espaço para ela sentar na cadeira e permanece encafifado com o próprio cabelo. Marina liga o secador mais uma vez e só tira a umidade de seu cabelo. 
   — Pronto — fala após alguns minutos. 
   — Tô pensando em molhar o meu cabelo de novo. 
   — Ah não! — reclama Marina guardando tanto o secador quanto o babyliss. — A gente vai dormir, amanhã é segunda e a gente tem aula. 
   — Como eu vou aparecer no colégio desse jeito?
Marina sorri e coloca as mão nos ombros dele. 
   — Relaxa, Vini, você vai dormir, seu cabelo vai amassar, vai ficar tudo natural amanhã. 
   — Jura?
   — Juro, meu lindinho. Vamos dormir agora?
   — Vamos. 
Eles caminham para fora do closet e se jogam na cama. 

Na manhã seguinte, Maria Luíza acorda com o despertador e esconde a cabeça sob o travesseiro. 
   — Não quero ir para o colégio! Não quero acordar agora! 
O toque do celular permanece e ela alcança o aparelho para desligá-lo. Em seguida joga as cobertas para o lado e levanta, arrastando os pés para o banheiro. Em outro canto da cidade, Maísa desperta e um sorriso desabrocha de seu rosto ao lembrar do ocorrido da noite anterior: Ela e Jonas foram ao cinema e durante todo o filme ele tentou beijá-la porém não conseguiu. 
   — Jonas, Jonas, Jonas — ela cantarola ficando em pé. — Você ainda vai comer na minha mão. 
Uma hora depois, os adolescentes começam a chegar ao colégio Otávio Mendes. 
   — Bom dia! — cumprimenta Laís ao passar pela porta. Os únicos na sala são Alexandre, Danilo, Iago e Aline. 
   — Bom dia — eles falam e Laís deixa sua mochila em sua carteira antes de se juntar a Alexandre e Danilo. 
   — Estou vazando — fala Danilo e caminha para perto de Iago e Aline. 
   — O que está acontecendo com ele? — indaga Laís.
   — Está tentando unir a gente.
Laís gargalha. 
   — Parece que todo mundo está tentando unir a gente. 
   — Como assim?
   — A Maísa fica falando de nós dois. 
Alexandre dá um passo na direção dela. 
   — Se todos dizem é porque tem alguma coisa, concorda? 
Laís ri. 
   — Alê, Alê. 
   — Alê o quê? 
   — Nada. 
Ele, que está com a cabeça abaixada para olhar para o rosto dela, diz:
   — Eu cortei meu cabelo faz tempo e você nem falou nada. 
   — Desde quando a minha opinião importa? 
   — Faz um tempo que passou a importar. 
Laís sorri, ficando envergonhada com a resposta dele. 
   — Ficou bonito — ela responde sem olhar para os olhos dele. 
   — Amiga! 
Laís e Alexandre viram as cabeças em direção à voz e encontram Maísa colocando a mochila apressadamente sobre a própria mesa. 
   — Eu preciso te contar como foi ontem — fala parando ao lado deles. Diante das expressões dos dois, pergunta: — Estou atrapalhando?
Alexandre solta um suspiro enquanto Laís responde:
   — Não, está tudo bem. Vamos lá pra fora e você me conta. — Ela volta a fitar Alexandre. — Depois a gente se fala. 
   — Tudo bem. 
Ela passa pela porta com Maísa e cruza com Samuel no corredor. Ele se aproxima de Maísa e coloca uma mão na cintura dela, surpreendendo Laís. 
   — Se fez de difícil ontem, né? — ele pergunta sorrindo no ouvido dela. 
   — Ele te contou? — indaga Maísa virando a cabeça para olhá-lo. Eles ficam com os rostos próximos e Laís chega à conclusão de que formariam um casal bonito. 
   — Contou, né? Ele é meu amigo — responde Samuel em tom de obviedade. 
   — Eu não sabia que garotos falavam disso. 
   — Você não estava indo falar exatamente isso com a Laís? 
   — Tava. 
   — Pois é, o Jonas foi mais rápido e me contou ontem a noite. 
Maísa ri. 
   — Ele ficou como?
   — Frustrado. 
O sorriso dela aumenta e Maria Luíza passa por eles rumo à sala. 
   — Era isso que eu queria. 
   — Você está se divertindo, né? 
   — Muito.
Samuel ri e se afasta dela, indo para a sala. 
   — Desde quando você e o Samuel são tão íntimos? 
   — A gente tem se aproximado conforme eu e o Jonas vamos ficam mais próximos. 
   — A Malu que pareceu não ter gostado. 
   — A Malu passou por aqui?
   — Sim e com uma cara de poucos amigos. 
Maísa sorri. 
   — A Malu sempre está com cara de poucos amigos. 
Laís ri e admite:
   — Isso é verdade. Mas agora me conta sobre ontem. 
Maísa se agita e começa a narrar sua ida ao cinema com Jonas para a amiga. Samuel anda para o seu lugar observando Malu. 
   — Bom dia — ele diz. 
   — Bom dia. 
Samuel senta em seu lugar. 
   — Chegou faz tempo? 
Maria Luíza vira para trás, fitando-o. 
   — Cheguei quando você tava de papinho com a Maísa. 
   — E esse tom de nojinho na voz? 
   — Tom de nojinho? 
   — Você gosta da Maísa?
   — Gosto, ela é legal. — Ele sorri radiante com a resposta dela. — Porquê desse sorriso? 
   — Se você ficou p*ta da cara por causa do meu papinho com a Maísa e gosta dela, a única explicação é ciúmes. 
   — Como?
   — Você ficou com ciúmes de mim com ela. 
Malu ri.
   — Você é tão iludido. 
   — Admite. 
   — Nunca. — Malu levanta e sai da sala ao mesmo tempo que Lorenzo entra. 
Minutos depois, a maioria dos alunos já estão na sala de aula. Lorenzo está na mesa de Iago com seu caderno de desenhos. Eles conversam e Iago conta sobre a decisão de Isabela, que está em sua carteira conversando com Felipe. 
   — Poxa, cara, que azar — fala Lorenzo. 
   — Pois é, mas ela está feliz, então eu também fico feliz. 
   — É, assim que tem que ser. 
Jonas entra na sala e se acomoda na carteira de Malu para conversar com Samuel. Carteiras à frente, Isabela diz para Felipe:
   — Eu prefiro ficar um pouco distante. 
Felipe assente e se afasta ainda mais dela. 
   — Eu entendo. Quando você vai falar com ele? 
Isabela sorri.
   — Meu Deus! Ontem eu fiquei tão emocionada que não te contei. 
   — Contou o quê? 
   — Eu já tinha decidido — ela conta com um sorriso meigo no rosto. — Eu escolhi você. 
   — É sério? 
   — Aham, eu passei a tarde no Parque de Diversões com o Iago e tive a confirmação que a gente sempre foi amigo, apenas isso. Eu só quero ficar distante porque mesmo com isso é estranho, né?
Felipe aperta as coxas. 
   — Estou me controlando para não te beijar. 
Isabela ri e olha para a porta, assistindo Yasmin e Victor entrarem. 
   — Oi, gente! — fala a loirinha. 
   — Oi — responde Isabela. 
   — Trouxe as minhas coisas? — pergunta Felipe sem rodeios para Victor. 
   — Trouxe a sua mochila — o loiro responde —, você deixou arrumada, né? 
   — Deixei. 
   — Então está tudo aqui. 
Yasmin interrompe:
   — Do que vocês estão falando? 
   — Como a gente dormiu um na casa do outro, a gente combinou de trazer a mochila do outro — conta Victor.
   — É, tipo, eu trouxe a mochila do Vinícius, o Vinícius vai trazer a do Victor e o Victor trouxe a minha — Felipe explica. 
   — Nossa, deu um nó na minha cabeça — brinca Yasmin. 
   — Mas e o uniforme e a calça? — pergunta Isabela para o namorado. — Você chegou de terno lá em casa. 
   — É tudo do Vinícius. 
Isabela ri. 
   — E o meu modelito hoje é todo do Felipe — acrescenta Victor e as duas garotas riem. 
   — Vou deixar a minha mochila lá no meu lugar — fala Yasmin se afastando deles. Ela passa pela carteira de Iago, passa pela de Malu onde está Jonas e chega no fundo da sala. 
   — Vou encher o saco dela — informa Victor e se afasta dos amigos um milésimo de segundo depois que Lorenzo deixa a mesa de Iago. O garoto franzino pretende ir para o fundo da sala e rodear por lá para chegar em sua carteira do outro lado. Quando está passando pela mesa de Malu, sente seu pé acertar algo e cai de rosto no chão, seu caderno escapa de sua mão fazendo folhas soltas se espalharem pelo piso. As risadas de Jonas, Pedro e Samuel ecoam em seus ouvidos e a voz de Victor surge atrás dele:
   — Deixa eu te ajudar, cara. — Ele passa por Lorenzo e se agacha próximo a cabeça dele, onde o caderno caiu. Lorenzo ergue o tronco e começa a recolher seus desenhos juntamente com Victor. Yasmin observa de seu lugar, que é bem perto do ocorrido, sentindo o ódio por Jonas aflorar. Victor pega as folhas soltas e as reúnem. O primeiro desenho chama a sua atenção e ele vira a folha, que estava de cabeça para baixo. 
   Sua expressão se esvazia ao fitar o perfil de Yasmin desenhado por Lorenzo. A loirinha, que está posicionada às costas do loiro, também vê seu retrato e pula da mesa em que estava sentada. Seu coração se agita, temendo a reação de Victor. 


Comentários

  1. O que você achou desse capítulo? Qual você acha que será a reação do Victor? Deixe sua opinião aqui nos comentários. :)

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  2. Capítulo DIVO!!!! Parte de mim torce para o Victor relevar porque eu gosto do Lorenzo e ele em uma treta com o Victor ia se ferrar, só que a outra parte ama um barraco, então estou na dúvida kkkkkkk

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  3. A Marina fazendo babyliss foi Hilário e pelo jeito ataque de risos é uma coisa incomum entre os gêmeos kkkkkk

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  4. Tomara que o Victor não faça nada!!

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  5. Divo, perfeito, genaltecer, brilhante. O seu Imagine é tudo isso!

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  6. Foi mto engraçado a Marina fazendo babyliss no Vini. Não gostava muito deles, mas estou começando a me apaixonar pelo casal

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  7. Quero que o Victor quebre o pau só pra as coisas ficaram ainda mais quentes kkkkk

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  8. E a Rainha dos Imagines ataca novamente!

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  9. P-e-r-f-e-i-t-o! Eu adooro Samuel e Malu e fica louca com qualquer cena deles, mesmo que chega um pequena. Eu não quero que o Victor faça alguma coisa, porque o Lorenzo ia ficar morrendo de medo e eu gosto dele kkkk Sem contar que a Yasmin poderia ficar brava com ele de novo.

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  10. Sou apaixonada por Maricius, eles são divertidos, tranquilos e românticos... Como não shippar e se apegar? kkk Adorei a conversa que a Yasmin teve com o Victor, é importante que ele entenda que ela tem o tempo dela e não forçar nada nem pressionar ela. Felipe encantado com a Isabela é tipo eu quando ele os capítulos, fico procurando um defeito na história mas não acho, porque é perfeito kkkkkk Estou aguardando ansiosamente pelo namoro da Malu com o Samuel e a primeira vez deles, porque do jeito que eles são parece que a coisa promete kkkkk Laís e Alexandre são uns fofos e eu quero que a Maísa faça o Jonas sofrer bastante hahaha Concordo com a Laís que ela e o Samuel formariam um casal bonito, mas eu amo ele com a Malu então não vou nem torcer hahaha
    Não quero que o Victor faça nada porque o Lorenzo é meio "inocente" e é só um desenho do perfil da Yasmin. Seria pior se fosse ela nua hahahaha Porém acho que ele vai fazer algo, porque ele não confia no Lorenzo e acha ele falso. CHEGA LOGO SÁBADO!!

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  11. Queria que o Victor relevasse, o Lorenzo é muito inocente. Ele não faz por mal,coitado! Seu imagine é o melhor que eu já li! 👏😍

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  12. Maravilhoso! Felipe observando o corpo da Isabela foi meigo.

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  13. Está a cada capítulos mais incrível! Estou morrendo de curiosidade para saber o que o Victor vai fazer.

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  14. E como todo mundo diz, você sempre acaba na melhor parte kkkkkkkk É só pra deixar a gente curiosa!

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  15. Simplesmente maravilhoso
    muito top sua web Rê
    Parabéns por tamanha criatividade

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  16. Capítulo perfeito,ameii.Como faz para fazer parte do grupo do WhatsApp??

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    1. É só mandar seu nome com o número com DDD por dm no twitter (@AdooroRebelde) ou pela ask (ask.fm/adoororebelde) :D

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