Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 177: Alunos são baleados na saída do colégio


Mel acompanha com o olhar Chay andar com a loira até um carro.
   — Não é o dele — observa atentamente. 
O cantor e a mulher param perto do carro e se aproximam, fazendo Mel prender o ar. Ele dá um beijo na bochecha dela e os dois se abraçam. A estilista expira com alívio por eles não terem se beijado nos lábios e assiste a loira dando a volta no veículo e abrindo a porta do motorista. Na calçada, Chay acena para ela com um sorriso simpático no rosto. Mel fecha o vidro instantes antes de Chay olhar para o trânsito. O cantor fixa seu olhar no carro dela e Mel sente uma fisgada na boca do estômago.
   — Será que ele sabe que sou eu? — se pergunta pois Chay não desvia o olhar. — Não, não tem como ele saber, esse carro é da empresa, o Chay não sabe que eu estou usando ele. 
Um tempo depois Chay pisca os olhos com rapidez e volta para o restaurante. 

O sinal toca e os adolescentes começam a regressar para as salas de aula. Ainda usando o chapéu de festa, Yasmin caminha pelos corredores junto com os amigos.
   — Pelo visto o Victor está curtindo a festinha — fala Marina.
   — O que será que ele vai dar de presente pra garota? — Felipe provoca e todos, incluindo Yasmin, gargalham.
   — O que você acha que ele vai dar, amiga? — Isabela entra na brincadeira.
   — Por mim ele pode dar o que ele quiser — fala sorrindo.
   — Até um beijo? — indaga Felipe.
   — A boca é dele.
Eles riem e chegam à sala de aula ao mesmo tempo que Victor chega ao andar usando um chapéu igual ao de Yasmin e um pratinho de bolo e doces nas mãos.
   — Pelo visto você conseguiu o bolo — fala Vinícius sorrindo.
   — Consegui tudo — Victor responde pegando um brigadeiro de seu pratinho.
   — Hum — fala Felipe com malícia e eles riem. Victor se aproxima de Yasmin e pergunta:
   — Quer um brigadeiro? Pode pegar, eu não sou egoísta.
Yasmin estreita os olhos sorrindo.
   — Engraçadinho. — Ela olha para o maxilar dele que está começando a ficar arroxeado e uma marca no pescoço dele desperta o seu interesse. — Isso é batom? — indaga passando a mão em cima da marca de um beijo. 
   — Te pegou, Victor  — Felipe atiça.
   — Deve ser da aniversariante  — responde o loiro.
   — Ela beijou só o seu pescoço ou outras partes também?
   — A bochecha também.
   — Abusadinha, né! — Marina ri.
   — E você deixou, né? — Yasmin puxa o elástico do chapéu dele e solta.
   — Ai — ele reclama. — Pelo menos ninguém fica me desenhando. 
   — Victor — ela censura.
   — O quê?  Falei alguma mentira?
   — Não vamos falar sobre isso agora — ela corta. — Não é o melhor lugar, ainda mais com plateia.
   — Vamos entrar, gente — chama Isabela entendendo a indireta.
   — Não precisa, Isa. — Quando todos voltam a conversar, Yasmin pede no ouvido do namorado: — Não vamos brigar por causa de um desenho.
   — Não é com você que eu quero brigar.
   — Nem com o Lorenzo, né?
   — Não posso dizer o mesmo.
   — Ei, é só um desenho. 
   — Ele desenhou você perfeitamente.
   — Se o desenho fosse feio poderia? — brinca a loira dando uma gargalhada e Victor revira os olhos. — Para de ser assim, Victor. 

A sala de reunião é ampla e com uma decoração simples e sofisticada. No centro há uma mesa retangular de mogno e na parede oposta a da porta, uma televisão plana na parede. Anelise está sentada em uma das cadeiras da mesa com as mãos unidas sobre a madeira aguardando, em sua mente, Mel. A porta é aberta e Sophia passa por ela, vendo as costas de Anelise. 
   — Bom dia — fala educadamente enquanto fecha a porta. 
Anelise se surpreende por ser Sophia a se juntar à ela e vira a cadeira giratória.
   — Sophia? 
A loira caminha até a mesa tão surpresa quanto Anelise e e senta na cadeira da cabeceira da mesa. 
   — Oi, Ane. O que você está fazendo aqui?
   — Eu tenho uma reunião marcada com a Mel. Acho que ela quer me falar alguma coisa. 
Os pontos se ligam no cérebro de Sophia e isso transparece em sua expressão.
   — Ah, é você.
Anelise fica confusa.
   — Como?
   — Você é blogueira, não é?
   — Sim, sou. 
Sophia sorri.
   — Meu Deus, que mundo pequeno. Ou não, acho que a Mel escolheu você a dedo. 
   — Desculpe, Sophia, mas eu não estou compreendendo. 
Sophia coloca as mãos sobre a mesa, adotando uma postura mais profissional. 
   — Nós estamos em busca de um rosto para a nossa equipe de analistas sociais, por isso estamos entrevistando várias pessoas da área e a Mel falou de uma blogueira que trabalhava para uma marca fixa, porém eu não sabia que era você. 
Anelise sorri, entendendo o motivo de sua presença ali. 
   — Fico feliz pelo convite. Como é o projeto mais detalhadamente? 
   — Então, nós temos uma equipe de analistas sociais, que são as pessoas que cuidam e gerenciam das nossas redes sociais e site. Porém, a gente está com um projeto de aproximar mais a marca do consumidor, por isso pensamos em criar um canal no Youtube para falar não só da Melphia, mas de moda em geral. Só que nós não queremos apenas uma pessoa falando ali na frente da câmera em uma sala ou algo do gênero, nós queremos ir mais além. Em que sentido eu falo isso? A gente quer uma pessoa que o público já conhece para ir à eventos e aos desfiles. É algo parecido com o que você já faz, né?
Anelise assente.
   — Sim, porém lá eu falo sobre tudo: moda, beleza, comportamento e também vida pessoal. 
   — Entendi. Aqui na grife seria um trabalho mais afastado da sua vida pessoal e mais próximo do jornalismo. Você é formada em jornalismo, não é?
   — Sou. 
   — Pois é, nós gostaríamos muito de ter você na equipe. 
A blogueira sorri. 
   — Eu gostaria muito de me juntar à vocês e o projeto é muito interessante, muito mesmo. 
Sophia abre uma gaveta ao seu lado e pega uma pasta.
   — Agora que eu já apresentei o projeto a você, vamos falar de números. Afinal, um emprego tem que ter o quê?
   — Salário — responde Anelise rindo. 

Ainda parada no congestionamento, Mel imagina diversas razões para Chay ter encontrado com a loira no restaurante. Seu celular começa a tocar, afastando seus devaneios.
   — Ai meu Deus — se espanta lendo "Chay" no identificador de chamadas. — Ele sabe que eu tô aqui. Não, Mel, calma, não tem como ele saber. Por que eu estou assim? Nós somos adultos. — Ela atende. — Oi, Chay!
   — Oi, Mel. Tudo bem? 
   — Tudo e você? 
   — Também. Eu estava aqui pensando, você já comprou o seu carro novo? 
   — Não, ainda não tive tempo. 
   — Ah tá, pensei que você tivesse dispensado os meus serviços indo comprar sem mim.
Os dois riem. 
   — Eu não magoaria os seus sentimentos — Mel brinca sorrindo.
   — Eu estou te atrapalhando? — indaga Chay. — Não quero atrapalhar o seu trabalho. 
   — Não, eu ainda nem cheguei no trabalho.
   — Nossa — Chay se espanta. — Por quê? 
   — Estou presa em um engarrafamento. 
   — Caramba! Em que rua você está? — pergunta Chay. — Porque tem um engarrafamento aqui na frente do restaurante que eu estou. 
Mel engole seco e mente o nome da rua, falando uma avenida do outro lado da cidade. 
   — O que você está fazendo em um restaurante a essa hora? — pergunta em seguida, esperando obter uma resposta que justifique a presença da loira. — Tomando café da manhã mais tarde?
Chay ri e responde com simplicidade:
   — Eu estava em uma reunião de negócios. 
   — Negócios? — Mel repete desapontada, pois acredita que Chay está mentindo para ela. 
   — Sim.
   — Entendi. Eu tenho que desligar, Chay, o trânsito andou um pouco.
   — Tudo bem. Tchau!
   — Tchau!
Eles desligam e Mel suspira.
   — Não acredito que ele mentiu para mim — diz fitando a traseira do carro em sua frente, que não se moveu um centímetro. 

Horas mais tarde os alunos são liberados. De mãos dadas, Marina e Vinícius são os primeiros dos filhos dos ex-rebeldes a passarem pelo portão do colégio. Ela brinca e ri com o namorado. Logo atrás do casal, Isabela e Yasmin saem gargalhando de uma brincadeira feita pela loira. Felipe e Victor vêm em seguida conversando sobre futebol americano e brasileiro. 
   A rua do colégio está movimentada como sempre, com alunos caminhando pelas calçadas e uma fila de carros tentando cruzar a via. O pipoqueiro está no mesmo lugar, posicionado no meio fio. 
   Entre a multidão de alunos, Aline e Maísa saem junto com Iago. A primeira está com as mãos nos ombros dele como crianças que brincam de trenzinho. 
   — Ah, gente, contra outra — fala Maísa. — Eles combinam muito, é o casal mais perfeito que existe. 
   — Sei lá — fala Aline — ele com a Jennifer Aniston era fofo. 
   — Vocês vão continuar falando dos casamentos do Brad Pitt? — pergunta Iago e eles riem. Os três caminham pela calçada e param aguardando pelos carros que irão buscá-los.
   — Onde está a Laís? — pergunta Maísa. 
   — Ficou pra trás conversando com o Alexandre — responde Iago. — Vocês viram o Lorenzo? 
   — Foi ao banheiro — Aline responde. — Daqui a pouco ele tá aqui. — Ela observa Jaqueline passar em sua frente com Luciana, Amanda e Talita. — Não suporto essas quatro. 
   — Quem gosta? — rebate Maísa amarrando seu cardigã na cintura. — Não sei como a Dani era amigas delas. 
   — Pelo menos ela saiu do lado "Negro da Força" — brinca Iago e eles gargalham. 
Metros de distância deles, Yasmin, Victor, Marina, Vinícius, Isabela e Felipe conversam reunidos. 
   — Sei não — fala Yasmin —, ele é sempre confuso demais. 
   — Se a Malu gosta dele — opina Isabela dando de ombros. 
   — O Samuel que não magoe Malu, se não vai se ver comigo — Yasmin franze a testa.
   — Ui, que medo — ironiza Victor e eles riem. Marina, que observava a rua conforme elas conversavam, analisa um homem que está parado do outro lado da rua encostado em uma árvore. Ele observa os alunos com as mãos no bolso e Marina estranha o comportamento dele, porém acha que é loucura de sua cabeça e volta a prestar atenção na conversa dos amigos. 
   Jonas, Samuel e Pedro saem do colégio seguidos por Maria Luíza, Graziele e Thiago. Os três garotos atravessam a rua e passam pelo homem que Marina reparava enquanto Malu e o seu casal de amigos vão até Maísa, Iago e Aline.
   — Será que o Evaldo vai demorar? — pergunta Isabela apoiada em Felipe. — Tô com fome.
   — Quer pipoca? — pergunta o moreno. 
   — Não, se não eu não almoço. 
   — Eu também tenho que parar de comer pipoca na saída — se intromete Yasmin. — Depois quando eu chego em casa fico sem fome pro almoço. 
   — Eu nunca perco a fome — Victor diz.
   — Alô, Alô, fome zero — brinca Felipe e todos gargalham. No entanto, suas risadas cessam com um estampido de dar calafrios. Eles olham na direção do barulho e os rostos risonhos dão lugar aos rostos apavorados. Vários alunos gritam e correm para todos os lados, se afastando do homem que apertou o gatilho de uma arma. 
   — Ele está armado! — grita Marina e eles se agacham instintivamente. O homem que ela analisava corre no meio da rua, desviando dos carros.
   — Quem se aproximar eu atiro — avisa aos berros e para concretizar o que diz, atira às cegas para a calçada do colégio. Yasmin, que está apavorada, ouve um grito de terror e se agita ainda mais, olhando ao redor para ver quem foi que gritou e vê mais a frente Maria Luíza deitada no chão. 
   — Malu — fala tentando se levantar, mas Victor segura em seu braço com força, impedindo que ela fique de pé. 
O homem dispara uma terceira vez, agora para o céu e vira a esquina correndo. Todos na rua continua perplexos e apavorados e assim que vê o homem desaparecendo, Yasmin levanta, se desvencilhando à força do aperto de Victor e corre até Malu. 
   Ao se aproximar da garota, tem a sensação que seu coração parou. Maria Luíza está desmaiada, deitada de barriga para cima, com as pernas estiradas na calçada e uma poça de sangue sob o braço esquerdo, manchando o uniforme branco de vermelho. 
   — O que aconteceu com ela? — pergunta Victor que veio correndo e agora está parado atrás de Yasmin. Ele olha para Graziele, aguardando uma resposta, mas a ruiva está paralisada e olha fixamente para o rosto de Malu. Thiago puxa o cardigã da cintura de Maísa e se ajoelha ao lado de Malu, envolvendo o braço dela com o tecido. Diversos alunos se amontoam ao redor deles para ver o que está se passando, porém alguns deles vão para o outro lado da rua, o que desperta o interesse de Victor. Ele se afasta de Yasmin e passa por dois carros para chegar na outra calçada. Ele se assusta ao ver Pedro sentado na calçada com o abdômen sangrando. Samuel e Jonas estão agachados cada um no lado dele e conversam com ele para acalmá-lo. 
   — Ele levou um tiro? — Felipe indaga chegando perto dele. 
   — Não sei. 
Danilo, que está próximo à eles, conta:
   — Ele levou um tiro de raspão. E a Malu?
   — Levou um tiro no braço — Victor conta e Danilo leva as mãos à boca. 
As sirenes de ambulâncias são ouvidas e os carros na rua abrem espaço para elas passarem. 
   Após Maria Luíza e Pedro serem levados pelas ambulâncias, o alvoroço na porta do colégio permanece, pois viaturas policiais vieram para prestar os devidos serviços. Yasmin, Felipe e Victor foram com Ulisses e Isabela, Vinícius e Marina com Evaldo. 
   — A Malu não estava nem perto, gente — fala Yasmin com indignação. — Por que isso foi acontecer justamente com ela? 
   — Foi naquela hora que o cara atirou pro nada — observa Felipe. 
   — Como será que ela está? Será que é grave? Ela estava desmaiada!
   — Yasmin — Victor coloca uma mão na coxa dela —, fica calma. 
   — Ela é minha amiga e levou um tiro. Como eu vou ficar calma? 
No outro carro, os três também conversam sobre o ocorrido. 
   — Como isso foi acontecer na rua do colégio? — indaga Isabela perplexa. — Isso nunca tinha acontecido. 
   — Eu vi o cara parado olhando para todo mundo — Marina conta assustada. — Eu achei estranho, mas nunca ia desconfiar que ele ia sair atirando assim. 
   — Ele não atirou gratuitamente — fala Vinícius. — Alguma coisa aconteceu. 
   — O que aconteceu? — Isabela indaga com a testa franzida. — O que poderia ter levado à isso? 
   — A gente só vai saber mais tarde, quando todo mundo estiver mais calmo e começar a contar — Vinícius fala sabiamente. 


Comentários

  1. O que achou do capítulo 177? Deixe o seu comentário aqui. *-*

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  2. Que capítulo foi esse? Tô passada! Tomara que a Malu se recupere logo. Geente, tô igual a Isa, como isso pode acontecer?

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  3. Uau! Não nem palavras para descrever o capítulo de hoje... Estou tão chocada quanto os personagens kkkk

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  4. Qual será que foi a verdadeira causa dos tiros? Tô ansiosa pra saber, tomara que não aconteça nada grave com a Malu, seria fofo o Samuel no hospital todo preocupado com a Malu *-*

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  5. Que do da malu e do pedro, tomara q eles fikem bem

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  6. Esse capítulo foi bapho! Você sempre se superando, não é atoa que o seu Imagine é o melhor de todos.

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  7. Amei o capítulo de hoje. Foi uma surpresa e tanta o que aconteceu, torcendo pela Malu e pelo Pedro (só porque é uma coisa séria, porque continuo não gostando dele kkkk). Quero que quinta chegue logo!! :D

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  8. Que desespero!! Tomara que o Pedro e a Malu! Chega logo quintaaa

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  9. Capítulo insano! Esse cara precisa ser pego e logo!

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  10. Espero que a Malu fique bem,tinha que ser justo ela? E quem o homem queria realmente acertar?
    Tambem espero que o Chay não esteja mentindo para a Mel e que ele não tenha arrumado outra.
    Seu Imagine ChaMel é perfeito! Sem palavras

    Ass:Gabriela

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  11. Quem Será esse homem?
    Que perfeito esse suspense.
    vc poderia fazer mas cenas assim agitadas

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  12. EU acho que foi o pai do Samuel. Que contratou um cara Para atirar na Malu maid tbm pegou no Pedro!!!!!;
    #ansiosa

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  13. Hoje tem Imagine e eu não perco por nada!!

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