Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 173: Felipe faz surpresa romântica para Isabela


Isabela continua observando o rosto do ex-namorado e depois de alguns instantes o beija profundamente. Molhados e risonhos, Yasmin e Victor correm pela areia de volta para o guarda-sol. Ela, que está a dois passos a frente, para abruptamente e estica o braço no caminho de Victor. O loiro para, batendo com a barriga no braço dela.
   — O que foi? — pergunta. 
Olhando para o guarda-sol, Yasmin responde sorrindo:
   — Pelo visto eles se acertaram. 
Victor analisa o casal sob o guarda-sol. 
   — Até eles estão se beijando. 
Yasmin ri e bagunça o cabelo do namorado. 
   — Nem começa. Vem, vamos voltar pro mar. 
   — A gente não ia descansar um pouco? 
   — E atrapalhar o clima dos dois? — Yasmin corre de costas para o mar, dizendo para Victor: — Duvido você me alcançar! 

A próxima semana passa com rapidez, levando consigo o mês de abril. Depois do beijo na praia Isabela pediu um tempo para Felipe para organizar seus pensamentos e no decorrer da semana se aproximou um pouco mais dele, porém sem se afastar de Iago. O moreno passou as tardes dos cinco dias uteis na companhia de Branca e o piano dela. Yasmin continuou jogando com Victor e o loiro começou a evitar ficar sozinho com ela. Após um encontro com Douglas e outros amigos, Thiago voltou a fumar, dessa vez escondido de todos, principalmente da namorada, Graziele. 
   Na manhã de sábado, Yasmin vai até a casa de Maria Luíza. As duas sentam à beira da piscina e conversam.
   — Acho que ele já aprendeu a lição, Yas — opina Malu com relação ao tempo que Yasmin vem dando em Victor. 
   — Sabe — diz a loirinha balançando os pés dentro da piscina — eu queria continuar por mais uns dias só pra ele sofrer mais ainda, só que eu também estou sentindo falta dele. É f*da ficar provocando!
Malu ri. 
   — Quem mandou começar com isso? 
   — Eu queria que ele pagasse pelo o que fez com o Lorenzo e não há maneira melhor para isso do que tirando o que ele mais gosta. 
   — Nossa, abaixa o ego aí, queridinha. 
Yasmin gargalha. 
   — O pior é que eu não tava falando exatamente de mim, tava me referindo aos prazeres carnais. 
   — Prazeres carnais? — repete a morena aos risos. 
Yasmin coloca uma das mãos na coxa de Malu, falando em tom de segredo. 
   — Uma coisa que eu aprendi observando o casamento dos meus pais é: quer punir o homem? Tira o sexo dele. Não há remédio melhor! — Maria Luíza começa a rir compulsivamente e ela completa: — Como o meu relacionamento com o Victor ainda nem chegou a ter sexo, tirei os beijos mesmo. 
   — Você é hilária — diz Malu entre risos. 

Apoiada na calda de seu piano, Branca observa Felipe terminar de tocar a música que vem treinando há um tempo. O rosto dele se contorce em uma careta de dor ao esticar os dedos, e mesmo assim ele começa a tocar a música mais uma vez. Branca coloca suas mãos sobre as deles, o paralisando de imediato. 
   — O que foi? — pergunta Felipe olhando para ela. — Errei? Estou tão concentrado que não percebi, foi em...
   — Não é isso, querido — interrompe a senhora. 
   — Então o que foi? 
   — Você está tocando sem parar faz duas horas. 
   — Eu preciso treinar, vó. Em hipótese alguma posso errar amanhã. 
   — Você não vai errar — o tranquiliza Branca. — Já faz dias que você está tocando perfeitamente. 
   — Ontem eu errei no final — ele lembra. 
   — Um errinho entre milhares acertos. 
   — Eu não posso errar em nenhum momento! E se esse errinho acontecesse amanhã? 
Branca se senta no banco ao lado dele. 
   — Felipe, você tem que se acalmar. Está tudo certo, nada vai dar errado amanhã. 
Ele suspira e coloca as mãos doloridas sobre as coxas. 
   — Isso é muito importante pra mim, eu não posso errar. 
   — Você não vai errar — Branca garante com firmeza. 
   — Ok, vou treinar só mais essa vez. — Felipe leva as mãos às teclas do piano, mas Branca volta a segurá-las. 
   — Você tem mais coisa para fazer. 
   — Que coisas? 
   — Já ligou para o dono do caminhão que vai levar o piano para o condomínio? Ligou para a Mel? Falou com o Vinícius? 
Felipe pula do banco. 
   — É verdade! Tenho que ligar para eles. 

O iPad de Marina está nas mãos dela exibindo um documentário chamado Hackers: Criminosos e Anjos. Ela assiste deitada em sua cama, concentrada no que vê. Seu coração dispara quando vê um estranho abrindo a porta de seu quarto. Ela joga o iPad para o lado e se senta velozmente. 
   — Quem é você? — pergunta com coração acelerado. 
O rapaz que está parado na porta tem cabelos castanhos com um topetinho charmoso, rosto delicado e boca rosada. 
   — Me chamo Fred. Frederico, na verdade, mas todo mundo me chama de Fred. — Ele demonstra estar tão assustado quanto Marina e notando isso, ela levanta um pouco mais calma e menos desconfiada. 
   — O que você está fazendo aqui? — indaga e mesmo não temendo tanto ele busca com o olhar algum objeto que possa usar como arma de defesa. 
   — Eu trabalho na gravadora do seu pai — informa Fred mais relaxado. — Ele me pediu para vir buscar umas composições que ele esqueceu no escritório dele. Desculpa ter entrado desse jeito, é que ele disse que o escritório ficava na segunda porta depois da escada. 
   — Fica na segunda porta só se contar de trás para frente — Marina fala em tom de reclamação. 
   — Desculpa, eu devo ter ouvido errado. 
   — Ou o meu pai te passou a informação errada. — Fred não diz nada. — Deixa pra lá, eu te levo até o escritório dele. 
   — Não precisa — o rapaz fala de imediato. — Eu não quero te atrapalhar mais. 
   — Agora já atrapalhou — a morena resmunga. — Desculpa, você só está fazendo o seu trabalho. 
   — Fazendo errado — Fred reclama consigo mesmo. 
Marina ri. 
   — Relaxa, ninguém vai saber. Vamos logo! 
Ela passa por ele para sair do quarto e nota o quanto ele é alto, pois mesmo tendo uma altura considerável, a cabeça dele fica um palmo acima da sua. Fred segue Marina até o escritório de Arthur em silêncio. 
   A morena gira a maçaneta, dizendo:
   — Bem-vindo ao Santuário Aguiar. 
Fred ri e ela constata que um dos caninos dele fica um pouco a frente dos demais dentes perfeitamente alinhados. Mesmo encontrando esse defeitinho, acha o sorriso dele agradável. 
   — Ele disse que estaria na primeira gaveta da mesa — fala Fred caminhando até a mesa de trabalho de Arthur. 
Marina, ainda parada à porta, olha para o cômodo que raramente entra e encontra várias xícaras de café espalhadas e diversos objetos fora do lugar, sem contar a papelada que está esparramada pela mesa. 
   — Isso que dá não deixar as empregadas entrarem aqui — fala para si mesma. 
Fred ergue o olhar.
   — O que disse? 
Ela sacode a cabeça.
   — Nada demais. Quer ajuda aí? — pergunta vendo que o rapaz não está encontrando o que procura. 
   — Ele disse que estaria aqui, mas não tem nenhuma composição aqui, só registros de shows — fala Fred analisando os papéis. Marina anda até a mesa e começa a abrir outras gavetas, procurando pelas tais composições. 
   — O meu pai tem andado meio viajado ultimamente — comenta para quebrar o silêncio. 
   — Essas viajadas ajudam na hora da composição — diz Fred sorrindo levemente. 
   — Como você sabe? Compõem? — Marina olha para ele e vê que o rapaz ficou envergonhado. — Trabalha na gravadora esperando que um dia tenha oportunidade de mostrar o seu trabalho? — tenta adivinhar e constata que Fred ficou ainda mais acanhado. 
   — Não é nada demais — ele diz fitando as papeladas. 
   — Então por que você ficou desse jeito? — Marina pergunta e para de procurar as composições, achando muito mais interessante analisar Fred. — Você canta também? 
   — Sim — o rapaz responde baixinho.
Marina se apoia na mesa. 
   — Que legal! Você toca alguma coisa? 
Fred fecha uma gaveta e passa a procurar em outra. 
   — Toco. 
   — O quê? 
   — Violão, guitarra e violino. 
   — Uau! Guitarra e violino? Não são instrumentos com sons parecidos. O que te fez aprender os dois? 
   — Eu gosto de misturar as coisas — Fred responde com mais tranquilidade. — Gosto do resultado da união dos dois. 
   — É impossível tocar os dois simultaneamente — conclui Marina —, pra unir os dois você tem que tocar com outra pessoa, tem uma banda? 
   — Eu toco com uns amigos, mas não é nada sério. 
   — Entendi. Então está lá na gravadora tentando mostrar o seu som ou não? 
Fred sorri com a insistência dela. 
   — Estou lá para aprender. — Ele fecha mais uma gaveta e vai para a última do seu lado da mesa. 
   — Então se você tivesse oportunidade não mostraria o seu trabalho? — questiona Marina com descrença. 
   — Talvez não — ele responde com sinceridade. — Não acho o que eu faço bom o suficiente para mostrar para alguém que não seja os caras que tocam comigo. 
   — Você só vai saber se mostrar. 
Fred sorri e dá de ombros. 
   — Quem sabe um dia? 
   — Ao mesmo tempo que você tem cara de novinho, você fala com se já tivesse vivido muito, qual é a sua idade? 
   — Vinte e dois. 
O queixo de Marina cai. 
   — Você tá brincando? — pergunta rindo. — Você não aparenta ter mais do que vinte. 
   — As aparências enganam. — Ele fecha a última gaveta. — Acho que o seu pai se enganou. 
   — Você ainda não viu desse lado — diz Marina dando espaço para ele se aproximar da outra extremidade da mesa. Fred passa por ela e começa a procurar nas outras gavetas. 
   — E quantos anos você tem? — pergunta depois de um tempo. 
   — Quantos anos você me dá? 
Fred olha para ela e Marina se arrepende da pergunta, pois se sente incomodada com a intensidade do olhar dele. 
   — Não sei, dezessete? 
   — Por um. Dezesseis. 
   — Não parece — ele fala voltando a olhar para as gavetas. 
   — Tá falando que eu estou acabada? — acusa Marina, mas sorri. 
Fred também sorri. 
   — Não, é que você parece ser madura para a idade que tem. 
   — Obrigado. — Ela senta na mesa sobre alguns papéis. — Voltando a falar de você, faz alguma faculdade? 
   — Faço. 
   — Deixa eu adivinhar o curso, música? 
Fred ri. 
   — Engenharia da computação. 
   — Sério? Eu também quero cursar engenharia da computação. Em que área você quer atuar? 
   — Fabricação de hardware e você? 
   — Desenvolvimento de softwares. 
   — É uma área que também me atrai — confessa Fred. — Em que instituição você quer cursar? 
   — Stanford.
   — Uau! Ousado, não? 
   — Eu sei que não vou passar em nenhuma faculdade aqui, então por que não tentar estudar no país que foi criada e no mesmo lugar que o Sergey Brin estudou? 
Eles riem. 
   — Por que você tem certeza de que não vai passar aqui no Brasil? — pergunta Fred.
   — Porque eu sou péssima em todas as matérias, menos nas exatas. 
   — É, número é igual em qualquer lugar do mundo. 
   — Ei! — reclama Marina. — Eu sou boa de verdade. 
Fred ri. 
   — Não duvido disso. Então, você pretende ir sozinha para os Estados Unidos? 
   — Voltar — ela corrige. — Acho que vou sozinha mesmo, os meus pais não querem voltar e eu não sei se o Victor pretende fazer faculdade lá. 
   — Você não tem namorado?
Marina tem a sensação que uma mão comprime seu coração ao se imaginar indo para os Estados Unidos sem Vinícius. 
   — Tenho, mas eu acho que ele não vai comigo e nem vou pedir. Não é justo pedir para ele mudar a vida toda por mim. 
   — Realmente não é justo. Eu já passei por um situação parecida. 
   — Sério? — indaga Marina com interesse. 
   — Sim. Eu sou de Curitiba e quando ganhei minha bolsa na PUC tive que largar tudo para realizar o meu sonho. Inclusive minha namorada. 
   — Nossa, que tenso. Vocês nem tentaram continuar namorando? 
   — Tentamos, mas depois de dois anos acabou. 
Marina assente. 
   — E agora você está solteiro? 
   — Estou. 
  — Deve estar pegando todas, né? — brinca Marina. — Inteligente, bonito, solteiro e músico. 
Fred ri. 
   — Obrigado pelo inteligente e bonito. 
   — Não há de quê. — Os dois riem e Marina pula da mesa, deixando cair vários papéis no chão. — Baguncei o bagunçado. — Ela se agacha para pegar as folhas e Fred faz o mesmo. A morena segura uma das folhas no mesmo instante que Fred. Eles erguem os olhos das próprias mãos e se fitam por poucos segundos antes de Fred piscar com rapidez e puxar a folha das mãos de Marina. 
   — São as composições! 
Marina olha para o resto das folhas que caíram. 
   — É verdade. Estava em cima da mesa esse tempo todo. 
Eles voltam a se encarar e sem explicação caem na gargalhada. 

Mel está em uma farmácia comprando produtos de beleza quando seu celular começa a tocar. 
   — Oi, Felipe — cumprimenta atendendo. 
   — Oi, Mel, tudo bem?
   — Sim e com você? 
   — Também. Queria te pedir uma mãozinha. 
   — Se tiver ao meu alcance. 
   — Então — ele começa — já faz um tempo que eu venho preparando uma surpresa para a Isabela, para reconquistá-la. 
   — Sério? — Mel interrompe a explicação dele. 
   — Sim, e eu queria saber se você podia liberar a casa para nós dois. 
   — Liberar a casa? Em que sentido? 
   — Eu queria que a Isabela tivesse sozinha amanhã a noite. Completamente sozinha. 
Mel sorri. 
   — Sei, durante a noite toda, até de manhã? — Pela demora da resposta Mel percebe que Felipe ficou constrangido. 
   — É — ele fala depois de um instante. — Seria bom se a casa permanecesse vazia até de manhã. Isso caso a surpresa cause o resultado esperado. 
   — Ela vai voltar para você! — Mel fala com tanta convicção que Felipe fica até surpreso. 
   — Como você pode ter tanta certeza? 
   — Felipe, o amor de vocês vem desde a infância. Vocês só foram perceber que se amam mais do que amigos no final do ano passado, mas esse amor sempre existiu entre vocês. 
   — Com você falando desse jeito fica tudo tão simples. 
   — Mas é, o amor é simples, a gente é quem complica. 
Felipe ri. 
   — Então você vai liberar a casa? 
   — Vou — Mel responde rindo. — Dispensarei todas as empregadas, mas a Vera fica, tudo bem? 
   — Sim. 
   — Eu vou pedir para ela só sair do quarto se vocês a chamarem. 
Felipe sorri. 
   — Sem problemas. 
   — Você já falou com o Vinícius? 
   — Sim, acabei de ligar para ele. Ele falou que vai dormir na casa da Marina. 
Mel ri. 
   — Que esforço para ele — ironiza e Felipe ri com ela. 
   — Então tá, obrigada, Mel. 
   — Imagina, depois eu quero saber os detalhes dessa surpresa. 
   — Pode deixar — Felipe ri e eles se despedem. 

Depois de ajudar Fred a guardar as composições em uma pasta, Marina o leva até o portão. 
   — Demorei mais que o dobro do tempo para pegar esses composições — Fred constata passando pelo portão. 
   — É porque o meu pai passou as informações erradas — justifica Marina. 
   — E porque eu fiquei de papo com a filha dele. 
   — Ei, nada ver — ela tenta levantar a moral dele. — Se você não tivesse conversado comigo iria demorar o mesmo tempo. 
   — É, pelo menos a nossa conversa tornou a procura mais agradável. 
Marina sorri. 
   — Se você vier buscar mais alguma coisa aqui em casa pode errar a porta de novo. 
Fred ri.
   — Pode deixar. — Ele abre a porta do seu carro, um Fiat Strada Adventure da cor cinza cromo. — Foi um prazer te conhecer. 
   — Digo o mesmo. Boa sorte com a sua banda de amigos nada sério e sua faculdade.  
   — Obrigado — fala sorrindo.  Espero ler que a filha do Arthur Aguiar foi para Stanford com o namorado. 
Marina gargalha e Fred entra no carro. 

Felipe senta no sofá da sala de estar de Branca. 
   — Pronto! Liguei para o dono do caminhão que vai levar o piano, liguei para o Vinícius e liguei para a Mel. 
   — Tudo deu certo? 
   — Sim! — Ele esfrega as mãos. — Estou começando a ficar ansioso. 
Branca sorri e senta perto dele. 
   — Por que, meu filho? 
   — E se ela me der um fora? 
   — Vocês não se beijaram semana passada? 
   — Sim. 
   — Ela não correspondeu? 
   — Sim.
   — Então não tem porquê se preocupar. 
Felipe pula do sofá e corre até o piano. 
   — Vou treinar mais um pouco. 
Branca sorri e fala para si mesma:
   — Esse menino não tem jeito. 

O resto do dia voa como foguete. No domingo, Isabela acorda por volta das onze horas da manhã e se arruma para ir à um parque de diversões com Iago. Quando está descendo as escadas se depara com Mel na sala. 
   — Aonde você vai, filha? — pergunta a empresária. 
   — Em um parque de diversões com o Iago — Isabela responde arrumando a bolsa por isso não vê a expressão de desânimo da mãe. 
   — Com o Iago? — repete Mel. — O outro guerreiro? 
   — Como? — Isabela ergue a cabeça e chega ao térreo. 
   — O outro garoto que está lutando pelo seu coração? 
A adolescente sorri e senta no sofá ao lado da mãe. 
   — Ninguém está mais lutando pelo meu coração. 
   — O que te faz pensar isso? 
   — Tanto o Felipe quanto o Iago falaram que vão parar de tentar me conquistar se eu escolher o outro. 
   — E você já escolheu? 
Isabela levanta do sofá e começa a caminhar para a porta. 
   — Não, vou fazer a minha escolha hoje a tarde. 
   — Como assim? — pergunta Mel preocupada. — Você vai confirmar que é o Iago? 
Isabela sorri e abre a porta. 
   — Não quero me atrasar, mãe. 
Mel sente o impulso de ir atrás da filha, mas como não quer entregar a surpresa de Felipe fica onde está. 

Victor assiste televisão em seu quarto usando apenas uma samba canção. Em alguns momentos cochila, em outros assiste. A porta abre e Yasmin surge com um ar sedutor usando um hot pants jeans e uma camisa de tecido transparente vermelha que exibe seu top de renda preto.
   — Ah não! — exclama Victor virando de bruço na cama. Yasmin ri e entra no quarto, batendo a porta ao passar. Ela tira os chinelos e senta na cama. 
   — Vim te ver!
   — Já viu — fala o loiro com a voz abafada pelo travesseiro. — Pode ir embora. 
Yasmin ri e senta sobre os glúteos dele, inclinando o seu tronco sobre o dele. 
   — It's over — conta no ouvido dele. Victor se vira abruptamente e Yasmin cai de cima dele, escorregando da cama. 
   — Ai! — deixa escapar quando suas costas batem no chão. 
   — Nossa, desculpa — pede Victor levantando ela do chão. Ele puxa a loirinha de volta para a cama. 
Os dois sentam com as pernas cruzadas um de frente para o outro. 
   — O que você quis dizer com "It's over"? — pergunta Victor. 
   — Pensei que você falasse inglês. 
Victor estreita os olhos.
   — Você sabe que eu falo inglês. 
   — Então você sabe o que quer dizer It's over. 
   — Eu sei, mas eu quero entender o que exatamente acabou.
Yasmin sorri e vai de joelhos até Victor, sentando no colo dele de frente para ele, que estica as pernas acomodando ela em suas coxas. 
   — Você não faz nenhuma ideia? — pergunta Yasmin e morde o lábio inferior dele lentamente. 
Victor sorri e aperta a cintura dela. 
   — Você quer dizer que o tempo acabou? 
   — Você já foi mais rápido — brinca Yasmin passando a mão pelo cabelo dele. O sorriso de Victor aumenta e a alegria fica estampada em seu rosto que costuma ser impassível. Ele tenta beijá-la, mas Yasmin coloca o dedo indicador na boca dele. 
   — Primeiro eu quero te falar uma coisa, te perguntar, na verdade.
   — Pergunta. 
   — Você não achou estranho eu te pedir um tempo e não me afastar?
   — Achei — ele confessa —, mas você é estranha. Então... — Dá de ombros. 
   — Eu não pedi esse tempo para sentir saudades, e sim para te punir. 
Victor franze a testa. 
   — Como assim? 
   — Foi o jeito que eu pensei para te punir pela humilhação do Lorenzo. 
   — Como é que, Yasmin? 
   — Eu queria que você pagasse pelo que fez com o Lorenzo. 
   — Você não pode estar falando sério. 
Yasmin nota que a raiva está começando a surgir nos olhos dele. 
   — Estou. 
Victor tira as pernas dela de cima de si e levanta da cama. 
   — Você me fez de otário por causa do Lorenzo?
   — Eu não te fiz de otário. 
   — Ah não? Eu estou quase subindo pelas paredes e descubro que você fez tudo isso por causa do Lorenzo? 
   — Foi a maneira que eu pensei para te fazer pagar. 
   — Nossa, Yasmin, muita sacanagem isso!
Yasmin levanta da cama e se aproxima dele. 
   — O que importa é que acabou. 
   — Não, você me fez de palhaço. 
   — Óbvio que não — Yasmin bate o pé. — Olha, é passado. Eu estou aqui agora e doida para te beijar. — Ela tenta abraçar Victor, porém ele prende os braços dela no ar. 
   — Quer saber, agora quem vai dar tempo sou eu. 
Os ombros de Yasmin caem.
   — Como é que é? 

Arthur está em seu escritório e Marina dá duas batidinhas na porta anunciando sua entrada. 
   — Oi, filha — ele diz levantando a cabeça.
   — Oi, pai. — A adolescente caminha até a mesa dele. — O senhor deu o maior trabalho para o Fred ontem. 
   — Você conheceu o Fred? 
   — É claro, eu tive que ajudar o coitado a achar as composições porque elas não estavam na gaveta que o senhor falou. 
   — Não? 
   — Não, estavam em cima da mesa. 
   — Nossa, jurava que tinha deixado na gaveta. 
   — Pois é, o Fred teve que ralar para encontrar. 
   — E você muito prestativa o ajudou — fala Arthur com malícia. 
   — Credo, pai, é assim que você me vê? Eu tenho namorado, ok? — Ela ri. — Mas o Fred é muito legal. O senhor sabia que ele faz engenharia da computação? 
   — Não. 
   — Pois é, ele tem uma bolsa na PUC.
   — Nossa, interessante. 
   — Ele tem uma banda também. 
   — O Fred? 
   — É, quer dizer, não é uma banda, ele disse que são só uns amigos que tocam com ele. Só que ele compõem, pai, e toca violão, guitarra e violino. 
   — Violino?
   — Sim, não é demais? 
   — Vocês conversaram bastante, né? 
   — É claro — responde Marina —, ele demorou um século para encontrar as composições. Na verdade quem encontrou fui eu, eu tava sentada em cima delas. 
   — Então quer dizer que você sentou na minha mesa? 
   — Ai, paizinho, relaxa. 
Arthur coça o queixo. 
   — Quer dizer que o Fred da gravadora toca violino e compõem? Por essa eu não esperava. 
   — Não conta pra ninguém! — Marina se apressa em dizer. 
   — Por que não? 
   — Porque ele não quer que ninguém saiba. Foi um sacrifício eu arrancar isso dele, sabia? 
   — Posso imaginar — ironiza Arthur. 
   — É sério, pai, não conta pra ninguém. O Fred não quer. 
   — Você se interessou bastante nele, hein? 
   — Respeitar a decisão dele é interesse? — Com a voz mais meiga, acrescenta: — Só não conta pra ninguém, tá? De verdade.
Arthur assente. 
   — Tudo bem, vou ficar de bico calado. 

Em seu quarto, Victor solta os braços de Yasmin e repete:
   — Quem vai dar um tempo sou eu. 
   — Victor, faz uma semana que eu não te beijo. 
   — Porque você quis assim. 
   — Eu não quero mais falar sobre isso. — Yasmin toca com uma das mãos o abdômen dele. — Estou sentindo sua falta. 
   — Quantas vezes eu disse isso pra você? Várias, e você nem se importou, por que eu tenho que me importar agora? 
   — Por isso. — Yasmin se lança nos braços dele e o beija intensamente. O beijo não dura cinco segundos, pois Victor afasta Yasmin. 
   — Eu estou falando sério, Yasmin. 
Ele passa por ela e senta em sua cama. 
   — Victor, para! — Yasmin senta ao lado dele. — Era para você entender o motivo, não se vingar. 
O loiro não fala nada e Yasmin começa a acariciar as costas dele, porém Victor empurra sua mão. 
   — Vai embora, por favor — ele pede. 
   — Não, não vou. 
   — Yasmin.
   — Eu não vou sair daqui até a gente se acertar. 
Victor olha para ela. 
   — Você quer que eu esqueça isso? Eu passei os últimos dias te cobiçando com o olhar, desejando te beijar, eu até sonhei com você!
   — Você sonhou comigo? 
   — Sonhei. 
   — Como era o sonho? 
   — Você não vai querer saber. — Victor levanta e vai para a sacada. Yasmin segue ele. 
   — Como era? — insiste. 
   — A gente transava — ele conta sem rodeios, apoiando os braços na parede da sacada. Yasmin o abraça por trás e beija sua nuca. 
   — Era bom? 
   — Era maravilho. Selvagem. 
Yasmin ri, mandando uma lufada de ar quente para a pele dele. 
   — Selvagem? — Ele assente. — Você gosta de sexo selvagem? 
   — Eu gosto de sexo. 
   — E eu gosto de você. — Yasmin beija novamente a nuca dele e constata que ele se arrepiou. Sorrindo, continua: — Eu gosto da sua pele, gosto do seu cheiro, gosto do seu toque, gosto das suas piadas, gosto do seu humor, gosto do jeito que você me trata, gosto até das suas patadas. 
Victor vira de frente para ela. 
   — Você sabe como me dobrar, né? 
Yasmin sorri e dá um selinho nele. 
   — Sei. 
   — Mas não vai funcionar. — Ele se desvencilha dos braços dela. — O meu tempo vai continuar. 
   — Ah não! — Yasmin segura no braço dele, obrigando-o parar. — Você não vai ficar de charminho. 
   — Você pode e eu não? — pergunta Victor se virando para ela. 
   — Mais ou menos isso. 
O loiro revira os olhos. 
   — Você é demente. 
   — Sou e você também é, por isso que a gente se ama tanto. 
Yasmin volta a roubar um beijo dele e dessa vez Victor não a empurra. Pelo ao contrário, envolve a cintura dela com seus braços, a apertando contra seu peito. Yasmin se amolece e beija cada vez mais vorazmente o namorado. Ele pega ela no colo sem interromper o beijo e Yasmin envolve seu quadril com as pernas. Ele caminha de volta para o quarto e deita Yasmin em sua cama. 
   A loirinha sente o corpo dele sobre o seu, transmitindo um calor febril, e explora a boca dele com paixão, desejando mais e mais do beijo de Victor. Com os olhos fechados, sente as mãos do loiro percorrem uma de suas pernas e cintura. Ela cessa o beijo com selinhos e morde o lóbulo da orelha de Victor, sentindo os lábios dele em sua clavícula. 
   — Tava sentindo falta da sua pele na minha — fala Victor sem parar de beijá-la. 
   — Eu também. — Yasmin puxa o cabelo dele sentindo a mão de Victor subir por sua perna até suas nádegas. Eles voltam a se beijar e Victor mantêm as mãos onde estão enquanto Yasmin arranhas as costas dele com as unhas vermelhas. 
   Após o longo e intenso beijo, Victor começa a abrir os botões da camisa de Yasmin, dando um beijo em cada centímetro de pele que fica exposto. A loirinha afunda a cabeça no travesseiro dele e solta um suspiro de prazer, sentindo seu interior vibrar com o toque dos lábios dele. 
   Victor chega ao último botão, pouco acima dos seios dela e o abre, observando a barriga sequinha dela e os seios pequenos sob o top rendado. Yasmin tira os braços da camisa e Victor afasta a peça do corpo dela, contemplando o que vê. Observando o olhar de prazer dele, Yasmin se sente desejada e fica ainda mais alucinada pelo namorado. Com uma das mãos puxa Victor pra perto novamente e o beija com ainda mais fervor. O loiro sente a excitação através do beijo dela e fica mais confortável para deixar as mãos caírem até o zíper do short dela. 
   Yasmin permite que ele abra e tire sua hot pants, revelando sua calcinha preta. Victor se afasta do corpo dela e começa a beijar um de seus pés, subindo lentamente. Enquanto beija uma das pernas, acaricia a parte de trás do joelho da outra perna, provocando uma sensação inédita e prazerosa no corpo de Yasmin. Ela fecha os olhos, se concentrando no toque dele. Quando Victor dá um beijo na virilha dela, a loirinha solta um gemido baixo e ele sorri. 
   A herdeira de Sophia e Micael se senta na cama, abraçando Victor, e ele passa as mãos pelas costas dela, subindo rumo ao top. O loiro começa a levantar o top sem pressa e Yasmin fecha os olhos imaginando o que vem pela frente a partir do momento que Victor tirar o seu top e o resto. Seu coração vai ficando acelerado conforme sua imaginação vai aflorando e sua garganta se aperta. Quando Victor está quase revelando os seus seios, ela cobre as mãos dele com as suas. 
   — Tudo bem? — pergunta Victor sentindo os dedos dela frios. 
   — Ainda não. 
   — Oi? 
Yasmin sai dos braços dele e levanta da cama. 
   — Eu ainda não estou pronta. 
Victor não a compreende. 
   — Não? Você estava tão relaxada agora pouco. 
A loirinha pega sua hot pants e a veste. 
   — Eu estava, mas... ainda não dá. 
Ele assente e se controla para não demonstrar sua tristeza. 
   — Tudo bem, não tem problema. 
   — Eu vou embora — fala Yasmin vestindo sua blusa. 
   — Yas, não precisa! — Victor se apressa em dizer. — A gente pode ficar conversando, jogando, fazendo o que você quiser. 
Yasmin nega fechando o último botão de sua camisa. 
   — Não, eu prefiro ir para casa. — Ela calça os chinelos e dá um selinho em Victor antes de sair do quarto. Ele deita de bruços na cama, respirando fundo para fazer seu corpo se tranquilizar enquanto sua mente está agitada, tentando compreender o que se passou. 

Depois de uma tarde engraçada e descontraída com Iago no Parque de Diversões, Isabela come algodão doce em frente a uma barraca de tira ao alvo, onde ele tenta acertar. 
   — Vai, Iago! — ela torce rindo. 
   — Eu sou ruim de mira. 
   — Estou percebendo! — Os dois riem e Iago erra sua última oportunidade por conta das gargalhadas. 
   — Não foi dessa vez — ele comenta se afastando da barraca com ela. 
   — O importante é que a gente se divertiu. — Isabela passa um braço pelos ombros dele. 
   — Gostou do passeio? — pergunta Iago rodeando a cintura dela com seu braço. 
   — Adorei, de verdade. 
Eles sorriem e caminham para a saída comentando sobre os brinquedos em que foram. No entanto, a alegria de Isabela vai dando espaço ao nervosismo, pois ela começa a escolher mentalmente as palavras que usará com Iago nos próximos minutos. 
   Os dois param em frente ao portão do parque e Iago coloca um pouco de algodão doce na boca dela. 
   — Iago. 
   — O que foi? — ele pergunta analisando o rosto dela. 
   — Eu quero conversar com você — diz Isabela com a voz pesarosa. 
Ele afaga a bochecha dela. 
   — Não precisa dizer nada, eu já sei. 
   — Não — ela discorda. — Você não sabe. 
   — Eu sei mais do que você pensa, Isa. Eu sinto as coisas, eu sinto você. 
   — Iago, deixa eu falar — ela praticamente suplica. 
O garoto sorri. 
   — Não precisa ficar angustiada, eu já estava esperando por essa conversa. — Ele pega nas mãos dela. — Eu sinto que você fez a sua escolha. 
   — Fiz — Isabela assente. 
   — Eu sei que não fui eu a sua escolha. 
Isabela pisca rapidamente. 
   — Como? 
   — Eu já imaginava que você escolheria o Felipe e durante essa semana que vocês se reaproximaram, eu fui me preparando para esse momento. 
A morena se joga nos braços dele. 
   — Desculpa — pede apertando os ombros de Iago. 
   — Não precisa se desculpar — ele diz passando a mão pelo cabelo dela. — O seu coração escolheu e a gente tem sempre que ouvir o coração. 
   — Você também está no meu coração — garante Isabela se afastando com as mãos unidas com as dele. — Só que como amigo. 
   — Você também está no meu. — Ele acaricia a palma das mãos dela. — Sabe, Isa, nós sempre fomos amigos, porém você se deixou levar por esse sentimento quando terminou com o Felipe e eu interpretei errado o que sentia por você. 
   — Você é um garoto maravilhoso, Iago. Te digo isso com toda a minha sinceridade. 
   — Você também é. — Ele sorri. — Eu torço muito pela sua felicidade, que o Felipe te faça feliz como você merece. 
Isabela sorri e come mais um pouco do algodão doce, sentindo um enorme alívio no peito. 
   — Obrigado. 
Iago ri. 
   — Finalmente você se decidiu, né? 
   — Antes tarde do que nunca. — Ela sorri e o abraça mais uma vez. Em seguida eles terminam de comer o algodão doce à base de gargalhadas. 

Duas horas depois, Mel está saindo da mansão rumo à garagem. Isabela saltita entre o jardim e chama a atenção da mãe. 
   — Nossa, quanta alegria! — Mel observa enquanto a filha para em sua frente. — Posso saber o motivo? — indaga com ansiedade. 
   — Eu consegui fazer a minha escolha e as coisas saíram melhor do que o planejado! — Isabela vibra. 
   — Então você escolheu mesmo o Iago? — pergunta com tristeza na voz e a adolescente não percebe, pois está flutuando em seu universo paralelo. 
   — Não, mãe, eu escolhi o Felipe. Sempre foi o Felipe e sempre será! Amanhã eu vou falar isso para ele. — Ela saltita para o interior da mansão, deixando Mel sorridente. 
   — Você vai poder dizer isso antes do que imagina. 
Nas escadas, Isabela encontra com o irmão, que está descendo com uma mochila nas costas. 
   — Vai sair? — ela pergunta. 
   — Vou dormir na casa da Mari. 
   — Você vai dormir com a sua namorada e eu com o meu travesseiro — brinca Isabela. 
   — Ai, irmãzinha. — Vinícius dá um beijo na testa dela e continua descendo a escada, sorrindo divertidamente ao passar pela porta. 

Assim que termina sua maratona de Once Upon a Time, Yasmin desce para pegar um copo d'água. No corredor se depara com Felipe vestido com um terno preto. 
   — Pra onde você vai assim? — questiona estupefata. 
   — Vou ser um príncipe em um conto de fadas. — Felipe sai enigmaticamente e Yasmin fica paralisada no corredor com a testa franzida. Nos degraus da escada, Felipe cruza com Victor, que sobe com uma garrafa de Coca-Cola e uma caixa de pizza nos braços. 
   — Uau! Vai pra onde? É algum velório? 
Felipe ri ironicamente. 
   — Vou realizar a minha surpresa. 
   — Para a Isabela? 
   — É — responde Felipe nervoso. 
   — Então boa sorte, cara — deseja Victor sem brincadeiras. — Que dê tudo certo e você consiga reconquistar a grande anã. 
Felipe sorri e analisa os alimentos nos braços do loiro. 
   — Isso é para a Yasmin? 
   — Cada um com o seu romantismo — Victor responde sorrindo. 
   — Boa sorte! — Ele ri. — Vou indo, não quero me atrasar. 
   — É que a Isabela sabe muito do horário, né? — ironiza o loiro. Felipe ri e desce a escada enquanto Victor sobe. Ele encontra Yasmin no corredor e ela fica ainda mais perplexa. 
   — O que você está fazendo aqui?
   — Vim passar a noite com você. 
Yasmin sorri e caminha até o namorado. 
   — Você é o meu príncipe.
   — Isso quer dizer que eu não preciso estar de terno igual ao seu irmão?
   — Você encontrou o Felipe? — pergunta rindo. — Pra onde ele tava indo? 
Victor dá de ombros. 
   — Não sei. Vamos comer? Daqui a pouco a pizza esfria. 
Yasmin pega a Coca-Cola da mão de Victor e entrelaça os seus dedos livres nos dele, o arrastando para o seu quarto. 

Minutos depois, Felipe chega à mansão de Mel e Chay. Um caminhão está parado na calçada e após um telefonema seu, Vera libera o portão da garagem. 
   — É o seguinte — Felipe fala para os homens que contratou. — Vocês vão entrar pelo portão da garagem e vão para o jardim, quero que o piano fique exatamente embaixo daquela janela — diz apontando para a sacada de Isabela. — E o mais importante, silêncio absoluto. Eu sei que é difícil carregar um piano em silêncio, mas se esforcem, é importante. Combinado? 
Os homens assentem e começam o trabalho. 
   Dentro da mansão, em seu quarto, mais especificamente no banheiro, Isabela se delicia na banheira. O sorriso não deixa seu rosto durante todo o banho e quando ela sai do banheiro, coloca um roupão. Depois de se enxugar, coloca sua lingerie e uma camisola longa de seda preta. 
   Após pegar um livro em sua estante, deita na cama tentando relaxar após o longo dia. Quando está se concentrando absolutamente na narrativa, começa a ouvir o início da música River Flows In You que foi uma das opções para entrar na trilha sonora da saga Crepúsculo. Ela começa achar que está pensando na música e tenta se concentrar novamente no livro, porém os acordes vão ficando cada vez mais claros e nítidos.
   Isabela coça o cabelo, que está preso em um coque frouxo, e franze a testa relendo a página buscando compreender o que está escrito e expulsar a música de Yiruma de sua cabeça. No entanto, a música permanece presente em seus ouvidos. 
   — O que está acontecendo? — pergunta pulando da cama. Ela apura a audição e constata que o som é real e que vem do lado de fora da mansão. — Será que algum vizinho está tocando? 
A morena caminha até a sacada e sente o estômago se agitar ao ver o jardim iluminado e com pétalas de rosas brancas espalhadas pelo gramado. Porém, o que mais chama a sua atenção é o que está no centro das luzes e pétalas: Um piano de calda preto sendo tocado por Felipe. 
   Ele ergue a cabeça para a sacada e constata que Isabela está ali. Ela leva uma mão à boca, atônita. 
   — Isso não é real — sussurra para si. 
Felipe continua tocando a música mas não volta a olhar para Isabela, pois teme errar já que suas mãos estão suando frio. Ele toca exatamente como veio treinando e pensa que não está ali, sob o olhar de Isabela, e sim na sala de Branca. Mesmo com esse pensamento, seu coração sente a presença de Isabela e não se acalma em um só momento da canção. Assim que termina de tocar, levanta a cabeça para sacada de Isabela, e fita a jovem que permanece ali. 
   — Vem aqui — fala e através de leitura labial, Isabela entende o que ele quer que ela faça. Obrigando os seus pés a se moverem, ela sai da sacada e do quarto. Nos degraus da escada, solta o cabelo que cai por suas costas como uma cascata. 
   Felipe seca as mãos na calça e quando a porta da mansão se abre e Isabela surge, ele começa a tocar Bella's Lullaby, música de Carter Burwell que entrou na trilha sonora da saga adorada pela filha de Chay e Mel. Isabela caminha até o piano e os seus olhos vão se enchendo de lágrimas enquanto seu coração bate descompassado. O moreno toca e olha para ela também emocionado, recordando de quando teve a ideia de fazer a surpresa em uma tarde no quarto de Vinícius. No meio da música, Isabela começa a chorar e se apoia na calda do piano, balançando a cabeça com incredulidade, não acreditando que o sonho de ver alguém tocar essa música pessoalmente está se realizando, principalmente que essa pessoa é Felipe. 
   Felipe se esforça para tocar a música até o final e quando termina, deixa uma lágrima escapar. Isabela respira ofegante e não consegue se mover, pois suas pernas estão bambas. Felipe levanta do banco do piano e se aproxima dela. 
   — Isso está mesmo acontecendo? — pergunta Isabela com a voz embargada e o rosto encharcado pelas lágrimas. 
   — Sim e é tudo por você e pra você — Felipe responde com a garganta apertada. Ele se ajoelha no gramado entre as pétalas de rosas e pega nas mãos dela. — Isa, aceita voltar a namorar comigo? 
Isabela sorri com os olhos marejados e o rosto iluminado pelas luzes do jardim. 


Comentários

  1. O que você achou deste capítulo? Quero saber a sua opinião, deixe aqui nos comentários ;)

    ResponderExcluir
  2. Sem Palavras Para Descrever Oq Eu Estou Sentindo Nesse Momento. BeLipe É Vidaaaaaaaaaaaa

    ResponderExcluir
  3. Ahhhhhh! Isalipe vai voltar 😍😍😍😍😍😍 Não estou acreditando que esse momento chegou

    ResponderExcluir
  4. Chorei junto com eles nesse final. O capítulo todo foi perfeitíssimo!

    ResponderExcluir
  5. Oi! nossa quase chorei nesse capitulo! queria encontrar um principe felipe na minha vida! Amo o seu imagine! bjs!

    ResponderExcluir
  6. Imaginando A Noite De BeLipe ❤💏👫😍

    ResponderExcluir
  7. Nossa que capítulo perfeito quase tive um treco meus deus que lindo as casias.
    Parabéns Rê vc sempre me surpreendendo.
    QUE LINDO !!!!
    totalmente sem palavras <3

    ResponderExcluir
  8. O que dizer sobre esse capítulo? Foi perfeito como os outros (melhor eu acho). Mas vamos la!

    ResponderExcluir
  9. Não sei nem o que dizer sobre o Thiago ter voltado a fumar, ainda mais escondido da Grazi, tipo, quando ela descobrir vai ficar super chateada com ele, eu acho, porque ela tá dando o maior apoio para ele parar e ele faz isso? Ao mesmo tempo que fico brava com ele fico com dó, porque o cigarro é um vício e ele não vai conseguir para assim, "do nada". O que ele precisa é de tratamento e espero que ele fique bem. Agora, você tá mandando super bem por falar desse tema. Eu nunca vi neh um outro Imagine falar disso desse jeito. Arrasou como sempre!!!

    ResponderExcluir
  10. Meu YasVic voltou. Oremos!!!!!! Ainda bem que a Yasmin desistiu desse tempo e conseguiu dobrar o Victor, porque por um momento eu pensei que ele fosse realmente dar um tempo pra se vingar dela kkkkkkk Eu achei super fofo ele chegar com Coca-Cola e pizza pra dormir com ela depois da travada que ela deu, isso mostra que ele não está só interessado em sexo e que ama ela e respeita o tempo dela. Torço para que a Yasmin se sinta preparada logo!

    ResponderExcluir
  11. E por último e não menos importante, FELIPE DIVO, PRÍNCIPE DOS NOSSOS CORAÇÕES, fez a melhor surpresa que ele já fez. Foi extremamente lindo e fofo, chorei junto com a Isa kkkkk A noite deles promete 💛💛

    ResponderExcluir
  12. Ahhh, e como eu fui esquecer do Fred? Uau! Achei ele super interessante. Será que ele vai dar uma abalada no namoro da Marina e do Vinícius? Acho que não, né? Não sei, fiquei confusa kkkkkk Porém o que mais mexeu comigo na cena dos dois foi a Marina dizendo que quer fazer faculdade fora. O meu coração se apertou junto com o delá, só de imaginar a despedida dos dois.

    ResponderExcluir
  13. Eu li ontem pelo celular, por isso não deu pra ler ouvindo as músicas. Agora que eu to no PC li ouvindo as músicas... Tudo fica ainda mais perfeito! Você escreve muito bem e é impossível não se viciar no seu Imagine.

    ResponderExcluir
  14. Me recomendaram o seu Imagine, eu comecei a ler e estou encantada! Você escreve muito bem e de um jeito que prende o leitor. Parabéns!

    ResponderExcluir
  15. Queria Que Hoje Fosse Um Eventual Domingo. 😂😢😢

    ResponderExcluir
  16. Ai!! Até que enfim rolou a surpresa do Felipe... Valeu a pena esperar, foi lindo demais!!! <3 Não canso de ler

    ResponderExcluir
  17. Gostei do Fred, tomara que ele continue na história.

    ResponderExcluir
  18. A volta de Belipe foi linda, valeu a pena esperar

    ResponderExcluir
  19. Perfeição define o seu Imagine <3

    ResponderExcluir
  20. Perfeito demais, Rê, a volta de belipe foi linda! Obrigada por agitar as minas noites/madrugadas <3

    ResponderExcluir
  21. A cada capítulo eu me apaixono mais pelo seu Imagine e pelos personagens.

    ResponderExcluir
  22. Você descreve as coisas tão bem que parece que eu estou assistindo o Imagine em vez de lendo. É incrível! Você é a melhor escritora de Imagines que eu já vi. Parabéns e não pare de escrever nuuuuunca!!

    ResponderExcluir
  23. É ótimo quando o clima esquenta entre YasVic, mesmo quando não chega nos finalmentes! Eu AMO.

    ResponderExcluir
  24. Foi linda a surpresa do Felipe. Linda mesma!!

    ResponderExcluir
  25. coisa linda essa surpresa do felipe

    ResponderExcluir
  26. Amei amei amei e amei mais pouco

    ResponderExcluir
  27. uhuuuuu enfim surpresa do felipe para isa.

    ResponderExcluir
  28. Mal posso esperar para o próximo capítulo!!

    ResponderExcluir
  29. Ai que bom que o Iago nao ficou chatiado.

    ResponderExcluir
  30. Meu Deuss o capitulo está PERFEITOOOO,amei a surpresa do Felipe para a Isa,Belipe é vida

    ResponderExcluir
  31. Meu Deus que capitulo PERFEITOOO,eu ameii tudo,a surpresa do Felipe ficou linda,amo Belipe.....Você escreve perfeitamente bem,sou viciada no seu imagine

    ResponderExcluir
  32. AMO d+ quando as coisas esquentam entre YasVic eles são perfect's!

    ResponderExcluir
  33. Belipe de volta é um sonho <3

    ResponderExcluir
  34. Amei o capitulo, volta belipe demais, amooooo...

    ResponderExcluir
  35. Simplesmente, Aguardando O Imagine *-* ❤

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Veja mais

Mostrar mais

Postagens mais visitadas deste blog

Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - 1º Capítulo: Os rebeldes se reencontram

Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 85: Isabela reencontra Jonas no primeiro dia de aula