Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 162: Isabela faz revelação à Yasmin

A manhã seguinte surge ensolarada e mais quente do que a anterior. Marina, chateada por ter sido obrigada por Lua a sair da cama, entra no carro que a levará para o colégio junto com Victor. O loiro está com óculos escuros e fones de ouvido que tampam toda a sua orelha. Sua irmã afunda no banco e apoia a cabeça na janela, tentando tirar um cochilo antes do colégio.

   Perto dali, Graziele e Larissa conversam seriamente. 

   — Eu sei que você gosta dele, filha — diz a empresária — mas você acha que esse relacionamento com o Thiago é saudável para você? 

   — Claro que é, mãe — rebate a ruiva. — Nós dois estamos muito apaixonados e felizes. Que mal há nisso? 

   — Eu acho que ele não pode ser uma boa influência pra você!

Graziele gargalha.

   — Como? Mãe, você conhece o Thiago desde sempre. 

   — Conheço e ver no que ele está se transformando está me deixando assustada. 

   — Como assim? — pergunta Graziele olhando as horas e vendo que se não se apressar, irá chegar atrasada no colégio.

   — Ele pode enganar a Nanda e o Mateus, mas eu sei o que ele está fazendo. O Thiago está estragando com a vida dele, Grazi. 
A adolescente engole em seco, se perguntando exatamente o que a mãe sabe sobre o seu namorado. 
   — Não sei aonde a senhora quer chegar — fala evasivamente. 
   — Graziele, eu sei que o Thiago fuma. 
   — Oi? — pergunta Graziele erguendo as sobrancelhas. 
   — Filha, eu tenho as minhas desconfianças...
   — Ah — Graziele interrompe —, a senhora desconfia. A senhora já viu alguma coisa? 
   — Não, mas você já viu? E não minta pra mim, Graziele — pede com leveza, mas autoridade. 
Como não quer mentir para a mãe e nem entregar o segredo de Thiago, Graziele pega a mochila na cadeira e corre para a porta, dizendo:
   — Não quero me atrasar para o colégio. Depois a gente conversa!
Assim que a porta bate, Larissa senta na poltrona e passa a mão na testa preocupada com o futuro da filha e de Thiago. 

Duas horas depois, no colégio, os adolescentes riem e conversam durante o tempo livre que apareceu devido a falta de um professor. Como o ar-condicionado da sala está trabalhando a todo o vapor, nenhum deles reclama das altas temperaturas. Na parte da frente da sala, Maísa ouve um sermão de sua prima e melhor amiga, Laís. 
   — Eu te avisei tanto, Maísa. Quantas vezes eu te disse para não cair no papinho do Jonas? Milhares, milhões de vezes. E o que você fez? Saiu com ele. Entende uma coisa, Maísa, ele não presta. Não adianta você achar que vai mudar ele, porque você vai perder o seu tempo. O Jonas não vai mudar! A Isabela é a prova viva disso. Todo mundo dizia para ela não ficar com ele, não namorar ele, mas ela foi fundo, pensando que ele ia mudar por ela. Sabe o que aconteceu? Eles começaram a namorar e o Jonas abaixou um pouco a bola, ficou uns meses só com ela, mas depois voltou à sua origem. Ele traiu a Isabela! É isso que ele faz, Maísa. Entende isso de uma vez por todas. 
Maísa coça o cabelo preguiçosamente. 
   — Já acabou? 
   — Maísa! — exclama Laís elevando a voz. Iago, Lorenzo, Aline e Daniela, que estão bem próximos das duas, viram as cabeças para ver o que está acontecendo entre elas. 
Maísa ignora os olhares e fala:
   — Amiga, eu não quero namorar, casar e ter filhos com ele! Só dar uns beijinhos e pronto. 
   — Você fala isso, mas no fundo está se apaixonando por ele. 
   — Claro que não!
   — Maísa, eu te conheço muito bem. Você não percebeu que está caída por ele, mas eu já. 
   — Ok, Laís vidente. 
   — Posso te perguntar uma coisa?
   — Pergunta. 
   — Vocês ficaram? 
Maísa desvia o olhar.
   — Não. 
   — Maísa — Laís chama o olhar dela. — Maísa, fala a verdade.
A loira crava os olhos azuis no rosto fino de Laís.
   — A gente não ficou. — Diante do olhar desconfiado da morena, insiste: — É sério, Laís, eu não fiquei com o Jonas. A gente saiu, lanchamos, mas quando ele quis me beijar, eu desviei. 
   — Jura?
   — Juro.
   — Mas se é só uma ficada pra você, por que você não deixou ele te beijar? — indaga Laís sabiamente. 
   — Porque mesmo querendo apenas ficar com ele, eu tenho um pé atrás. Não quero que ele fale de mim depois como se eu fosse uma vadia e garotos como ele fazem isso. 
   — É, fazem mesmo porque eu já ouvi. 
   — Pois é, eu não quero ser como a Daniela, que o Pedro pega quando quer. — Ela estufa o peito e diz: — Pra ficar comigo, o Jonas vai ter que agir do meu jeito. Eu vou estar no comando, não ele. 
   — Maísa, Maísa. 
   — Confia em mim. 
Mais para o fundo da sala, Graziele e Malu conversam. A ruiva conta para a melhor amiga sobre a conversa que teve com a mãe. 
   — Fala sério, Grazi, é normal ela se preocupar com você. Quem não pensaria que é errado a filha namorar com um garoto que fuma uns beck de vez em quando? 
   — O Thiago não fuma uns beck, tá legal? — sussurra a ruiva. 
   — Mas uns cigarrinhos básicos...
Graziele passa a mão pelo cabelo e Malu acrescenta:
   — Ai, amiga, sua situação está complicada. Conversa com o Thiago.
   — Eu bem que gostaria, mas ele faltou hoje! — ela reclama olhando para a carteira vazia dele. 
   — Ah, é, esqueci que vocês só conversam aqui no colégio, né? — Malu ironiza. 

No prédio sede da grife Melphia, Mel trabalha em sua mesa, concentrada vendo uns croquis feitos pelos estilistas. Uma funcionária abre a porta e fala:
   — Desculpe atrapalhar, Dona Mel, mas o representante e dono da agência de marketing está aqui e quer falar com a senhora. 
Mel levanta o olhar sob os óculos de grau.
   — Eu não estou te reconhecendo, acho que você é nova aqui. Então, eu não entro em contato com o pessoal do marketing, quem faz isso é...
   — Eu sei, Dona Mel — interrompe a moça —, mas é que ele insiste em falar com a senhora. Eu já disse que a senhora está ocupada, mas ele...
   — Tá — fala Mel jogando os papéis sobre a mesa. — Pode mandá-lo entrar. 
A funcionária assente e sai da sala. Mel suspira e tira os óculos passando a mão no cabelo. Ela confere o rosto em um espelho sobre a mesa e se endireita na cadeira. O homem em questão passa pela porta e o queixo de Mel cai sem sair do lugar. Ela esperava ver um senhor sem nada de especial, mas o homem é ao contrário de todas as suas perspectivas.
   — Prazer, meu nome é Reinaldo — fala com um sorriso charmoso. 
   — Prazer — responde Mel retribuindo o sorriso enquanto Reinaldo se senta na cadeira em frente a ela. Ele passa a mão no cabelo que está começando a ficar grisalho.
   — Desculpe incomodar — fala ainda sorrindo. — Mas eu queria muito conhecê-la. 
   — É? 
   — Aham. Eu sempre acompanhei o seu trabalho, sabe? E quando você fundou a Melphia com a Sophia, eu percebi que tinha uma grande estrela ali. Não que eu duvidasse! — Os dois riem. 
   — Uau — Mel deixa escapar. — É... obrigada. 
Eles sorriem um para o outro. 

Sentada em sua carteira, com os pés apoiados na mesa e as costas na parede, Mayara lê um livro. 
   — A menina que roubava livros — pronuncia Malu lendo o título ao se aproximar. A loira, de cabelos platinados, ergue o olhar. 
   — E aí?
Malu olha para Mayara sentada sobre a mesa e fala:
   — Sua mãe não te deu educação?
   — Deu, mas eu não peguei. 
As duas riem e Malu senta na carteira de Lorenzo, que fica atrás da de Mayara. 
   — Como anda a vida? 
   — A minha vida não anda, desfila. 
Malu gargalha. 
   — Tinha me esquecido de como você é idiota. 
   — Essa boquinha linda está aqui para te lembrar das minhas idiotices.  
   — Mas fala aí, como você tá? 
Mayara fecha o livro e o apoia nas pernas. 
   — Ah, estou bem. 
   — Por que esse bem não me convenceu? 
   — Têm umas coisas acontecendo aí. 
Maria Luíza franze a testa, com curiosidade.
   — O que está pegando?
Um sorriso simpático aparece no rosto da loira. 
   — Você acha que é assim? Chega aqui e acha que eu vou revelar todos os meus segredos?
Malu ri e dá um chute no pé da mesa em que Mayara está. 
   — Larga de ser tosca. Fala aí!
O sorriso de Mayara desaparece aos poucos e ela passa a mão no cabelo, adotando uma postura mais séria.
   — Eu tretei com a Vanessa. 
As sobrancelhas de Malu se arqueiam.
   — É? Vocês tretaram? Mas... qual é o problema nisso? 
   — A gente não é mais apenas amigas, Malu — conta a loira sem rodeios. 
Malu abre a boca em um "Ah" silencioso. 
   — Entendi — fala passado alguns segundos. Um som ecoa pela sala junto com risadas e a maioria dos alunos olham para o fundo, de onde veio o barulho. Jonas, Samuel e Pedro se divertem jogando cartas. Jonas e Pedro zoam Samuel que perdeu um excelente jogada. 
   O olhar de Malu  fixa-se em Samuel, que sorri descontraidamente, e como se soubesse que ela está olhando para si, o garoto vira a cabeça direção dela. Eles trocam um brevíssimo olhar, antes da jovem desviar e voltar a fitar Mayara. A loira, que observava Malu atentamente, percebeu a troca de olhares e fala se referindo aos dois:
   — Quem diria, né?
   — Como? 
   — Está comendo no prato que tanto cuspiu. 
   — Do que você está falando? — indaga Malu, porém já entendeu o que Mayara está mencionando. 
   — De você com o seu inimigo barra amigo ali. 
   — Se você está se referindo ao Samuel...
Mayara interrompe sorrindo:
   — É claro que eu estou me referindo ao Samuel. 
   — A gente não está junto — mente Malu. 
   — E eu estou namorando um garoto. 
Malu ri.
   — Idiota. Se bem que eu não esqueci que você já deu em cima até do Victor. 
   — Ai, esquece isso, Malu! — pede Mayara sorrindo. — Eu estava bêbada, insana naquela noite. Só isso pode justificar o fato de eu já ter ido parar na cama com o Victor.
   — Ah, ele é pegável.
   — Eu que o diga. — As duas riem. — Mas você nunca falou sobre isso pra ninguém, né? 
   — Não sei, acho que não. Talvez pra Grazi. 
   — Hum. 
   — Por quê?
   — Ah, eu não quero que a Yasmin saiba, né? Ela nunca comentou nada comigo, então acho que o Victor não contou para ela. 
   — Sei não, Mayara, porque eles são moderninhos, mas são bastante sinceros um com o outro. Acho que ele contou sim. 
   — Pode ser, mas eu tenho certeza que ele não falou que a garota em questão era eu. Tipo, a Yasmin já teria falado comigo, nem que fosse de zoeira. 
   — É — concorda Malu sorrindo —, teria mesmo. 
   — Então, não tem necessidade dela saber disso agora, né? Já passou tanto tempo.
   — É, talvez o Victor tenha até esquecido. 
Mayara lança um falso sorriso sedutor e diz:
   — Com certeza ele não esqueceu. Quem me esquece? Você pode dizer isso mais do que ninguém aqui da sala. 
Um leve sorriso surge no rosto de Maria Luíza. 
   — Ai, Mayara, não vou nem comentar.
   — Relaxa, gata. Eu já te superei, fica tranquila. Agora você pode se entregar todinha para o seguidor do babaca do Jonas. 
   — O Samuel não é seguidor do Jonas — defende Maria Luíza. 
   — Não é o que parece. 
Mayara e Malu olham para Samuel, que está sério e concentrado no jogo. A morena não consegue não se sentir atraída pelo olhar misterioso e a postura confiante que Samuel tem. 
   — Eles são apenas amigos — diz Malu comedida. 
   — Com um amigo como o Jonas, quem precisa de inimigo? 
   — Ah, mas eles são parceiros de verdade. Infelizmente — acrescenta amargamente. — Você acredita que ele apareceu em uma restaurante que eu tava com o Samuel, como amigos — fala diante do olhar de "Eu sabia de Mayara" — e insistiu em lanchar com a gente? 
Malu começa a contar sobre a desagradável aparição de Jonas com Maísa. 

Com uma das mão em torno da cintura de Marina e a outra acariciando o cabelo dela, Vinícius ouve a jovem contar sobre sua tarde com Alexandre. 
   — Mas você não reconheceu a voz dele? Ou a voz do otário é parecida com a do Alê?
   — Nem é, mas eu tava apavorada na hora que nem me toquei.
Vinícius dá um leve sorriso.
   — Ai, Mari. 
Marina abraça Vinícius e dá um beijo no pescoço dele. 
   — Sabe o que eu tava pensando? — ela pergunta.
   — Não. 
   — Tava pensando que a gente podia sair hoje. 
   — Pra onde?
   — Não sei. Balada? Restaurante? A gente está muito comportado.
   — Ui, Marina vida louca. 
Eles riem. 
   — Mas é sério, vamos agitar hoje? 
   — Vamos. Só nós dois, né?
   — Ah, Vini — ela fala manhosa — estava pensando e chamar o resto do povo.
Vinícius ri.
   — Tudo bem.
Marina sorri e dá um selinho nele antes de se virar para Yasmin, Felipe, Isabela e Victor.
   — Gente — fala chamando a atenção deles. — Vamos sair hoje a noite?
   — Pra onde? — indaga Victor.
   — Baladinha. 
   — Opa — se anima Yasmin. — Tô dentro. 
   — Naquela casa noturna de sempre? — pergunta Vinícius só para confirmar. 
   — Claro — responde Yasmin. — É a única casa noturna badalada que deixa a gente entrar de boa. 
   — Não é fácil ser menor de idade — comenta Victor e eles gargalham. 
   — E vocês dois — fala Yasmin olhando do irmão para a melhor amiga —, não vão dizer nada?
Felipe está apoiado em sua mesa, relaxado, observando a conversa dos colegas. Ao contrário dele, Isabela não demonstra tranquilidade e fita compenetrada os seus pés, como se estivesse usando totalmente a sua concentração e o seu cérebro para pensar em algo. 
   — Por mim ok — diz Felipe. 
   — Isabela? — chama Victor. — Isa?
A jovem continua imóvel e tensa e Victor dá um cutucão nela. 
   — O quê? — ela indaga olhando de um para outro. 
   — A gente está comentando que vai sair hoje a noite — conta Vinícius.
   — Pra onde? 
   — Balada — conta Marina novamente. 
   — Balada, gente? — questiona a menor desanimada. — Eu não curto muito balada. 
   — Não quer, não vai — rebate Marina e recebe um aperto sutil de Vinícius na cintura. 
   — Eu vou, estou precisando arejar a cabeça mesmo. — Isabela olha de relance para Felipe, que a observa com intensidade. 

No final da tarde, enquanto Victor, Vinícius e Felipe suam a camisa na academia, Graziele decide correr pelo condomínio. Após uns trinta minutos de corrida encontra Thiago sentado do outro lado da praça central. Ela permanece correndo e vai até ele. Quando está bem próxima, percebe que Thiago notou sua chegada e ficou inquieto. 
   — Oi, Thiago — fala parando em frente à ele, que está sentado em um banco. Thiago sorri forçado e responde:
   — Oi, Grazi. 
   — Ainda bem que te encontrei, queria mesmo falar com você. 
   — O que foi? — ele pergunta no instante que Graziele se senta ao seu lado. A ruiva sente que ele ficou mais tenso e discretamente se afastou um pouco dela. Como sabe que Thiago não sente nojo ou algo parecido pelo fato de ela estar suada, fica curiosa para saber o motivo do distanciamento e tensão dele. 
   — Acho que aqui não é o melhor lugar para a gente ter essa conversa — fala séria. 
   — O que houve, Grazi? — indaga Thiago buscando entender a seriedade da namorada. 
   — Mais tarde passa lá em casa, tá bom? — ela pede fugindo da pergunta dele. — Ou melhor, eu passo na sua. 
Thiago franze a testa.
   — Por que não eu não posso ir na sua casa? Aconteceu alguma coisa? 
   — Mais tarde a gente conversa, Thiago. — Graziele levanta e Thiago também, segurando no pulso dela. 
   — Grazi — ele fala, mas mesmo segurando no pulso dela se mantêm distante. 
Com o rápido movimento, Thiago deixou algo cair no banco e Graziele analisa o objeto, sentindo o estômago embrulhar. 
   — Você estava fumando — ela constata ainda encarando o esqueiro. Thiago solta imediatamente o pulso dela e alcança o esqueiro, guardando-o no bolso do jeans. — Thiago, quando você vai parar com isso? 
   — Graziele, você já sabe...
   — Eu briguei com a minha mãe por causa disso? — ela berra se descontrolando. 
   — Como é que é? 
   — A minha está desconfiada de você — conta a ruiva.
   — Sério? 
   — É. Thiago, para com isso, por favor — ela pede dando um passo em direção à ele. 
   — Eu gosto disso, Grazi. — Ele fala recuando um passo. 
   — Mas isso faz mal!
   — Milhares de pessoas fumam no mundo.
   — Você não precisa ser uma delas. 
Graziele caminha até ele e Thiago dá passos para trás. 
   — Para de fugir de mim! 
   — Eu não quero que você... — Thiago não termina a frase e olha para os pés. Graziele se aproxima rapidamente dele e respira profundamente. 
   — Não quer que eu sinta esse cheiro de cigarro? — ela pergunta com raiva explícita. 
   — Depois a gente se fala. — Thiago afaga o queixo dela e se afasta. Graziele permanece imóvel, sentindo o ódio aflorar. 

Deitadas no tapete da sala da mansão de Mel e Chay, a filha do casal e Yasmin conversam. Isabela narrou sua conversa com Felipe no dia anterior para a amiga. 
   — Ele ficou com uma garota no Buraco Negro — fala em tom de indignação. — Você sabia disso? 
   — Não, ele não me contou nada disso. 
   — Pois é, rolou. 
   — Muitas coisas estranhas rolaram no Buraco Negro. Um garoto me deu um selinho, você sabia? 
   — Aham, foi o Lorenzo — fala Isabela com naturalidade.
Yasmin senta em um movimento brusco. 
   — O que foi que você disse, Isabela? 
Só então a morena percebe o furo que deu. 
   — Eu... eu falei sem pensar. 
   — Não, você disse que o Lorenzo me beijou. Isso é sério? Porque se for... Meu Deus, o Lorenzo? — Ela fala rapidamente, sem pausas para respirar. — Não que isso fosse uma coisa ruim, não que eu quisesse ser beijada por ele, mas... o Lorenzo? Ele estaria em último na lista. Na verdade ele nem estaria na lista. Ele é tão tímido e me beijou? Eu sei que foi só um selinho, mas... o Lorenzo?
Enquanto ela falava sem parar, Isabela também se sentou e agora sente as mãos de Yasmin fechadas em seus ombros e o olhar penetrante dela em seu rosto.
   — Me diz a verdade, Isabela — fala com a voz profunda —, foi mesmo o Lorenzo que me beijou? 

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