Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 153: Felipe tenta se reaproximar de Isabela


De volta a sala de aula os alunos comentam sobre os jogos enquanto Ronaldo vai até a coordenação. Sentada no tampo de sua mesa, Isabela conversa mecanicamente e ri forçado das piadas dos amigos pois está incomodada com a dor em seu joelho, que aumenta cada vez mais agora que o corpo parou, e sua testa e costelas direita começaram a latejar para piorar a situação. Vinícius percebe que a irmã está com dor e cutuca Felipe sussurrando para ele:
   — Ajuda a Isabela. 
Felipe olha disfarçadamente para a ex-namorada e ao observar o rosto delicado dela, constata o mesmo que Vinícius.
   — Ok — diz e minutos depois caminha despreocupadamente até a porta. Ele coloca a cabeça para fora certificando-se de que o professor não está voltando. Em seguida, grita de propósito: — Isabela! — A maioria de seus colegas olham para ele, incluindo a adolescente. — Eu preciso de uma companhia nerd para ir lá na enfermaria, não quero receber advertência por sair da sala sem o professor, mas estou sentindo uma dor na perna. 
Isabela franze a testa, estranhando o comportamento dele, mesmo assim desce devagar da mesa e caminha tentando não mancar pois sabe que seus colegas estão com os olhos pregados nela. 
   — Vamos, mas se eu me ferrar por sua causa...
   — A gente não vai se ferrar, ninguém daria uma bronca em você. 
Os dois saem da sala e Isabela volta a andar mancando. Eles vão até a enfermaria.
   — Bom dia — cumprimenta uma das enfermeiras. — Esperem ali naquela maca, a outra enfermeira vai atender vocês. — Ela passa por eles e sai da enfermaria. Os dois andam até a maca indicada por ela, que assim como as outras, é rodeada nas laterais por cortinas brancas. 
   — Senta aí — fala Isabela aproximando-se de uma cadeira de madeira que está ao lado da cama. Felipe surpreende ela pelas costas ao segurar com firmeza em sua cintura. Isabela sente arrepios por todo corpo e uma sensação de borboletas no estômago misturada com um calor que invade seu rosto. 
   — É você quem vai sentar — ele diz erguendo-a até a maca. Sentada com as pernas balançando no ar, Isabela fala:
   — Mas não era você que... — A expressão dela se suaviza. — Você me trouxe pra cá de propósito, né?
   — É claro, você precisa cuidar desse joelho. 
   — Se fosse só o joelho — resmunga a adolescente. — As minhas costelas estão doendo e a minha testa também. 
   — Deve ter sido de quando a Amanda te deu uma cotovelada e da braçada que você levou.
   — Prestou atenção no jogo, hein?
   — Em você — corrige Felipe sentando na cadeira. Isabela sente o seu rosto queimar e torce para não ter ficado vermelha. A enfermeira junta-se a eles, perguntando:
   — O que houve?
   — Ela machucou o joelho, a costela e a testa durante a aula de educação física — conta Felipe.
   — Vamos começar pelo joelho — a enfermeira olha para a articulação citada. — Levanta a sua legging, por favor.
Isabela dobra a calça até o meio da coxa. Ela fica surpresa com o estado de seu joelho, pois não acreditava que tinha se machucado tanto. Toda a extensão está ralada com sangue acumulado e em algumas partes há pontos roxo claro. Um filete de sangue estende-se até dois dedos abaixo do joelho.
   — A queda foi feia, hein — comenta a enfermeira higienizando a própria mão. 
   — Eu caí duas vezes sobre o joelho.
   — Entendi.
Após pegar os materiais e instrumentos que irá usar, a enfermeira começa a limpar o ferimento. Isabela contrai o rosto incomodada com o contato das gazes com o machucado e morde o lábio quando a enfermeira aplica um remédio na região, causando uma ardência imediata. 
   — Ai — Isabela deixa escapar enquanto aperta a lateral da maca.
   — Esse remédio dói, mas é o melhor. 
A adolescente assente e olha para Felipe, que assiste ao procedimento com tranquilidade. Para finalizar, a enfermeira faz um curativo com gazes e esparadrapo.
   — Prontinho — ela tira as luvas de procedimento  agora deixe-me ver suas costelas. 
Isabela ergue o uniforme, exibindo a barriga enxuta e as costelas proeminentes. Felipe observa cada centímetro da barriga dela e não consegue impedir o desejo que o invade. A enfermeira apalpa entre a sétima e oitava costela, local em que um hematoma surgiu.
   — Aqui, não é? — pergunta e Isabela solta um gemido de dor, respondendo. — A sua pele é bem sensível, logo fica roxa. Vou passar uma pomada, mas é recomendado que você continue passando algo, tá bom?
   — Aham. 
A enfermeira pega uma pomada e aplica sobre o hematoma. 
   — Você disse que machucou a testa também?
   — É. 
   — Aonde? 
   — Aqui — fala a adolescente colocando uma das mãos um pouco acima da sobrancelha direita. 
   — Você está com alguma maquiagem no local?
   — Aham, base e pó.
A enfermeira molha uma gaze e passa sobre o local indicado por Isabela, retirando um pouco da maquiagem feita pela jovem. Em seguida passa a pomada e fecha o tubinho, dizendo:
   — Pronto. — Enquanto Isabela abaixa a legging, completa: — Se a dor na costela não passar, procure um médico, é bem provável que não tenha acontecido, mas você pode ter fraturado algo. 
   — Ok. 
Isabela desce com o auxílio de uma escada para maca e juntamente com Felipe deixa a enfermaria.
   — Está melhor? — pergunta o adolescente.
   — Aham, obrigada por ter me forçado a ir lá.
Eles riem.
   — De nada. Espero que não tenha que ir da próxima vez, quero você mande a Amanda para lá e não ao contrário. 
Isabela ri.
   — Quem sabe um dia, por um milagre divino, eu não consiga isso!
   — É só dar um soco no olho dela.
   — Primeiro eu teria que subir em um banquinho para alcançar o rosto dela — fala a adolescente e eles gargalham, começando a subir as escadas.
   — Mas falando sério, da próxima vez não deixa ela fazer isso, devolve. 
   — Incentivando a violência, Felipe!? — Isabela leva uma mão ao peito. — Estou estarrecida!
Felipe dá uma cotovelada de leve no braço esquerdo dela.
   — Palhaça. — Ele espirra.
   — Saúde.
   — Obrigada. Então, pede pra Yasmin te ensinar a socar, eu ensinei tudo o que ela sabe. — Ele ri e acrescenta: — O Victor sabe como o soco dela é potente. 
Isabela dá um leve sorriso só por cortesia. 
   — Eu e a Yasmin não estamos nos nossos melhores dias.
   — Eu sei. Até quando vocês vão ficar nessa? Não conta para ela o que eu vou dizer, mas ela está sofrendo. 
   — Eu também, mas eu não sei como retomar a amizade. As coisas estão estranhas. 
   — Olha — fala Felipe aproximando-se da porta da sala —, você já voltou a falar comigo, por que não com ela?
Isabela fica em silêncio por um momento.
   — Eu não quero mais falar sobre isso. Essa conversa me fez lembrar de tudo o que aconteceu, do que vocês fizeram — ela olha fixamente para ele ao completar: —, de como você mentiu pra mim.
A jovem apressa um pouco o passo, sentindo o joelho reclamar, e entra na sala de aula. Felipe fecha os olhos e apoia a lateral do corpo na parede, batendo levemente a cabeça na superfície gelada.
   — Droga, droga, droga. 
Pedro passa por ele, olhando-o com estranheza e também entra na sala. 
   — Que merda você fez? — pergunta Victor às costas de Felipe. O moreno gira para encará-lo, encontrando o jovem sorrindo com as mãos nos bolsos da calça jeans. — Eu estava logo atrás, observei a sua conversa com a Isabela. Por que ela entrou na sala daquele jeito?
   — Eu estava indo tão bem — fala Felipe inconformado —, mas no final caguei com tudo. 
   — O que você fez de errado?
   — Eu falei para ela voltar a conversar com a Yasmin.
   — O que é que tem? Eu sempre digo isso para elas. 
   — Mas não é você que fez a besteira maior — rebate Felipe começando a ficar com raiva de si. — Ela falou que a conversa fez ela lembrar do que a gente fez — ele enfatiza o "a gente" para Victor não esquecer que também esteve envolvido — e de que eu menti para ela. 
   — A Isabela é tão com... é...
   — Completa? — sugere Felipe sorrindo, de modo que fica mais relaxado. 
   — Não — diz Victor rindo também. — Ela é tão com... com... complexa! — exclama alto demais. — Ela é complexa — repete abaixando o tom de voz. — Ai, essa busca pela palavra até fez eu perder o meu raciocínio. 
Felipe ri.
   — Você é muito idiota. 
O rosto do loiro se ilumina.
   — Lembrei. Então, a Isabela é muito complexa — ele vai adotando uma expressão mais séria conforme vai falando —, porque eu também participei disso e ela está, como vocês dizem, super "parça" minha. 
   — Eu entendo ela, por mais doloroso que seja. 
   — Então me explica.
   — Ela está brava comigo e com a Yasmin, porque nós éramos o namorado dela e a melhor amiga dela, você era só um amigo novo. — Diante da expressão de indignação de Victor, ele completa: — É, sim! Ela sempre gostou de você, mas não tem como comparar a sua relação com ela com a minha e com a da Yasmin. É por isso que é tão difícil para ela aceitar o que a gente fez. 
Victor tira as mãos dos bolsos e cruza os braços.
   — Agora eu te pergunto, isso é ou não é complexo?
Antes que Felipe possa responder, uma voz alta fazem os dois se sobressaltarem. 
   — Vão ficar de papinho aqui fora mesmo? — pergunta o professor. — Quer voltar para a sala do diretor, Victor? E você, Felipe, quer experimentar as novas poltronas do Joaquim?
Felipe ri.
   — Que isso, professor! — fala desencostando da parede. — Esse ano eu estou tentando não dar às caras por lá. 
   — Eu tô sabendo. Os professores têm reparado nesse milagre? É o quê? Junto com o lugar mais na frente veio o espírito direito? — arrisca Ronaldo sorrindo.
   — Sabe o que é, professor? — Victor entra na brincadeira. — Foi uma certa garota que fez ele se endireitar. 
   — Também estou sabendo disso. A Isabela deveria receber uma medalha do Joaquim por esse feito. — Eles gargalham. — Até que enfim ela resolveu largar o Jonas, não é?
   — A troca foi boa, não foi, professor? — pergunta Felipe rindo.
   — Para de graça, moleque — ri Ronaldo. — Vê se eu tenho cara de quem fica avaliando garoto? — Os três riem mais uma vez. — Vai, entrem na sala. 
   Quando passam pela porta os três são observados pelos outros alunos. Felipe e Victor caminham até os seus amigos que conversam reunidos próximo aos lugares de Marina, Vinícius, Isabela e do próprio Felipe. 
   — E aí — pergunta Marina — o que é que deu? 
   — Nada — conta Victor dando de ombros. — A gente ficou lá sentado ouvido ele dar uma bronca e depois ele disse que se isso voltasse a se repetir...
   — Na verdade — Isabela interrompe — para a frase ter coerência deveria ser, se isso voltasse a acontecer ou se isso se repetisse.
   — Legal — fala Vinícius desinteressadamente. — Continua, Victor.
Isabela sorri e dá um tapa na coxa do irmão, que está ao seu lado. Ele também ri e passa um braço pelos ombros dela, envolvendo ela carinhosamente. Os dois voltam a prestar a atenção em Victor, que diz:
   — Se isso voltasse a acontecer ou se isso se repetisse — ele fala olhando para Isabela enfatizando cada palavra, fazendo a jovem sorrir —, a gente iria receber uma suspensão. 
   — Como sempre — fala Yasmin com a voz entediada. 
   — Já recebeu uma suspensão? — pergunta Marina e Isabela, Felipe e Vinícius caem na gargalhada. — O que foi, gente? — indaga a morena confusa.
   — Essa daí apronta, apronta, mas nunca passa da advertência — explica Vinícius.
   — Como você consegue? — questiona Victor com interesse. 
   — Digamos que eu paparico o Joaquim. — Ela sorri. — Ele tem uma visão Isabelizada de mim. 
   — O que seria isso? 
   — Ele acha que eu sou uma versão mais bagunceira da Isabela, mas que fora esse meu desvio de comportamento, eu sou um anjo como ela. 
Isabela se manteve impassível enquanto Yasmin falava, com o rosto encostado no uniforme do irmão. 
   — Entendi — fala Victor por fim. 
   — Vocês repararam como o olho do Pedro está roxo? — pergunta Vinícius. Todos giram a cabeça na direção do garoto. — Vocês sabem disfarçar que é uma maravilha — ironiza o jovem. 
   — Digamos que essa mãozinha faça um bom trabalho — brinca Victor dando um beijo em uma de suas mãos. 
   — Igual a minha — fala Yasmin. — Lembra de quando eu te dei um soco lá na fazenda? 
Os outros riem e Isabela e Felipe se olham instintivamente ao ouvirem a loirinha citar o ocorrido do qual eles também falaram minutos antes. 
   — Lembro — responde Victor. — Um dia espero que a Marina te devolva o que você me deu. Ou, do jeito que anda as coisas, a Isabela. 
Os seus colegas ficam surpresos com o comentário e Isabela se aconchega ainda mais no abraço de Vinícius, matando Victor mentalmente. Yasmin revira os olhos e olha para o amigo colorido.
   — Você diz cada besteira. 
   — Eu só falei a verdade — ele se defende e dá de ombros.
   — Victor, cala a boca. 
O loiro revira os olhos e assente, ficando quieto. 

Durante a tarde, Isabela e Mel vão à loja MelPhia. Aproveitando que a casa está livre, Vinícius chama Felipe para jogar. Depois de horas em frente ao videogame, eles despencam no sofá da sala. 
   — Olha quem apareceu aqui — diz Felipe sorrindo ao ver Nina se aproximar. A cadelinha abana o rabo para ele, que a pega no colo. 
   — Felipe? — chama Vinícius.
   — Hum? 
   — A Isabela sabe que você tem vindo ver a Nina?
   — Eu não vim ver a Nina, vim jogar com você — responde Felipe fingindo não entender a pergunta. 
   — Sim, dessa vez. Mas e as outras, depois da academia, que você passa aqui e vê a Nina enquanto a Isabela está tomando banho ou lendo lá em cima? 
   — Por que eu contaria?
   — Porque a Isa ia gostar de saber, isso poderia te ajudar a reconquistar ela. 
   — Eu não venho ver a Nina para reconquistar a Isabela. Eu gosto dela, não é garotona? — ela fala sacudindo a cadelinha. 
   — Eu sei, mas... é... às vezes parece que você não está se esforçando.
Felipe quase deixa Nina cair no chão.
   — Não estou me esforçando? Cara, você sabe o que eu tenho feito.
   — Eu sei, mas já passou um tempo desde que você começou a treinar e até agora nada. 
   — Você acha que é fácil? Vou te levar comigo pra você fazer então.
Vinícius ri.
   — Não, obrigada. Passo essa.
   — Então! Relaxa, cara, estou fazendo de tudo para ficar perfeito. O nosso namoro merece isso, não é Nina? — Ele coloca a cadelinha no colo e acaricia a cabeça dela. 

No carro com a mãe, Isabela mexe no celular, lendo os comentários de sua mais recente foto do Instagram. No mp3 do veículo começa a tocar Little do you know do casal Alex and Sierra. Como acompanhou os dois no programa The X Factor, a adolescente reconhece a voz de Sierra e abaixa o celular para prestar a atenção na música. Conforme eles vão cantando, as duas passam a se identificar com a letra e no final da canção o carro mergulha em um silêncio denso. A próxima canção que toca é Pompeii do Bastille, porém Mel desliga o som, ainda balançada pela música anterior. 
   Isabela cantarola mentalmente um trecho: I'll wait, I'll wait. I'll love you like you never felt the pain, I'll wait." Mel também pensa longe, sua atenção no trânsito reduzida. 
   O sinaleiro fecha e o carro à frente para, porém Mel continua na velocidade em que estava. Isabela gira a cabeça, olhando para frente e percebe que a mãe não está reduzindo a velocidade.
   — Mãe! — berra.
Mel freia bruscamente, mas o carro atinge em cheio a traseira do outro veículo. 


Comentários

  1. Eita Mel pensativa.
    Hum o que sera que vem pela frente.
    Muito curiosa para saber o que o Felipe esta amarmando

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  2. Estou mega curiosa para ler o proximo capitulo.

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  3. ai meu deus outro acidente com as fronckowiaks.

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  4. Caraca tadinha da isa ja ta toda machucada ainda acontece isso e pelo amor de deus nao pode acontecer nada com a mel e com a isa

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  5. Anciosa para que chegue quinta feira a noite para ler o próximo capitulo dessa historia magnifica.

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  6. shiiiii e agora como vai ficar a situação da mel e da isa.

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  7. ai meu deus cadê o proximo capitulo.....

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  8. preciso do proximo,vc vai postar hoje?responde please

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  9. Isa e Vini juntos é sempre tããã lindos! Tenho um apego pelo Vini e seus cachinhos <3 :3

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