Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 152: Ânimos ficam exaltados em educação física

Reunidos no ginásio, que não demonstra nenhum sinal da festa que houve no sábado, os adolescentes ouvem de Ronaldo:
   — Não sei se vocês sabem, mas a professora de inglês, que seria a próxima aula de vocês, faltou. Então vocês terão dois tempo de educação física. — A maioria dos alunos suspiram ou arregalam os olhos. — Eu estive observando e tem quatorze meninas e onze meninos, ou seja, dois times de cada sexo e irão sobrar cinco alunos, quatro meninas e um menino.
   — Por que não forma um time com eles? — sugere Danilo. — Daí o garoto fica no gol e as meninas jogam contra o time que ganhar.
   — Exatamente isso. Então, qual vai ser o menino que vai se voluntariar para jogar no gol das meninas? 
Victor logo diz:
   — Eu faço questão de jogar hoje. 
   — Eu jogo no gol delas — diz Thiago. 
   — Ok, formem os times. O primeiro jogo será das meninas.
Os garotos saem da quadra e se espalham pela arquibancada. Jaqueline chama as colegas:
   — Vamos formar um time eu, a Lu, a Amanda, a Talita e...?
Nenhuma das outras garotas demonstram desejo de se unir com elas. Incomodada com a situação, Mayara diz:
   — Eu jogo com vocês. 
   — Não! — exclama Daniela. — Você é boa no gol.
   — Se eu não for ninguém vai — fala a loira dando de ombros. 
   — Professor — fala Jaqueline. — Já montamos o nosso time.
   — Ok, qual vai ser o outro?
Yasmin, que estava decidindo com as amigas, fala:
   — Eu, a Marina, a Isabela, a Graziele e a Malu. 
   — Tá, então a Daniela, a Laís, a Maísa, a Aline e o Thiago formarão o terceiro time feminino. 
   — Time feminino — repete Thiago rindo. Ele e as outras quatro garotas sentam na arquibancada para assistirem o primeiro jogo. Ronaldo distribui coletes de identificação para os times, o de Yasmin fica com a cor laranjado e o de Jaqueline, verde. 
Antes de começar, o time laranjado se reúne. 
   — Vamos ganhar, gente! — Yasmin incentiva. 
   — Nada de ir todas na bola — fala Malu. — Cada uma na sua posição. Yasmin e Isabela, que são mais ágeis ficam no ataque e, você, Grazi, e a Marina na defesa. Eu fico no gol.
   — Combinado — fala a ruiva. 
Na outra área da quadra, Jaqueline diz:
   — Nós temos que ganhar delas. Não deixa nenhuma bola passar, Mayara. 
   — Tá — fala a loira de má vontade. 
Elas se organizam e o professor dá o apito inicial. Como ganharam no par ou ímpar que fizeram enquanto Ronaldo determinava o terceiro time, a equipe de Jaqueline começa com a posse da bola. A loira passa a bola para Talita, que avança alguns passos, sendo interceptada por Yasmin, que rouba a bola e cruza para Isabela, que corre em direção ao gol. 
   Na arquibancada, Felipe, Victor, Vinícius, Alexandre e Danilo estão juntos e comentam a partida. 
   — O time das meninas — diz Vinícius se referindo ao da irmã, namorada e amigas — é melhor, mas a Mayara é boa no gol. 
   Quando está prestes a entrar na área do goleiro, Isabela é empurrada por Amanda, que chuta a bola para fora. Graziele corre para cobrar lateral e manda a bola para Isabela, que gira e toca para Yasmin, que manda direto para o gol, mas erra a mira e acerta a parede de proteção. 
Jaqueline e Luciana comemoram na área do time laranjado. Malu as ignora e estreita os olhos para ver o que está acontecendo do outro lado da quadra. 
Mayara arremessa a bola que chega aos pés de Luciana, que acelera em direção ao gol defendido por Malu. 
   — Vai, Luciana! — torce Pedro na arquibancada ao lado de Jonas e Samuel. 
Em quadra, Luciana passa a bola para Jaqueline que chuta para o gol, mas Malu se joga e pega a bola. 
   — Uau! — Samuel se surpreende com a defesa dela. 
Malu levanta, sentindo algumas dores pelo braço e perna direta (lado o qual caiu) e toca a bola para Marina, que está próxima a ela. A morena olha para as outras garotas, decidindo para quem tocará a bola. 
   — A Marina nunca jogou futsal — comenta Victor com Felipe.
Jaqueline corre na direção dela e Graziele também. Marina chuta a bola para a ruiva, que com rapidez dribla Jaqueline, passando a bola por entre as pernas dela, e passa para Yasmin que está logo à frente. 
   — Boa, Grazi! — elogia Thiago e a adolescente não ouve, pois está concentrada no jogo. 
Yasmin corre com rapidez e cuidado para não deixar a bola para trás nem perdê-lá. Isabela se posiciona mais perto do gol do time verde para receber a bola e Amanda corre para marcá-la. Yasmin vê que a morena está bem marcada e pensa rápido, observando que Graziele se aproxima livremente pelo meio. 
   — A Yasmin não pode passar para a Isa — diz Felipe — se não a Amanda vai pegar de novo.
A loira corre mais uns passos, passando sem dificuldade por Talita e quando todas do time verde esperam que ela toque para Isabela, ela passa de calcanhar para Graziele, que enche o pé e chuta com força para o gol, marcando o primeiro gol do jogo. 
   O golaço de de Graziele deixa todos surpresos na arquibancada. Batendo palmas junto com os colegas, Felipe fala:
   — Caramba, a Grazi é f*da.
   — E o toque de calcanhar da Yasmin? — fala Danilo. — Só consegui fazer um assim apenas uma vez em toda minha vida.
   — Aposto que ela também — comenta Victor e eles caem na gargalhada. 
Lorenzo e Iago também conversam sobre o jogo das garotas.
   — Não sabia que a Graziele jogava bem assim — diz Iago.
   — Nem eu. 
Na quadra, as quatro do time laranjado correm em direção à Malu.
   — Grazi, que gol foi aquele? — pergunta Malu surpresa. 
   — Nem eu sei como consegui fazer aquilo — confessa a ruiva rindo. Elas dão um abraço coletivo e voltam para a formação inicial. 
   Com a cara amarrada, devido ao gol tomado, Luciana passa a bola para Jaqueline e a partida recomeça. Jaqueline avança na área do time laranjado e Marina corre para defender, no entanto a loira dá um empurrão nela, que desequilibra e sai do caminho. 
   — Shit — ela xinga e respira fundo, voltando a correr atrás de Jaqueline. Malu já está em posição para defender o gol mais uma vez, mas não se faz necessária, pois Marina devolve o empurrão em Jaqueline e recupera o domínio da bola. Ela toca com rapidez para Graziele, que manda para Yasmin que corre em direção ao gol. Mais uma vez Isabela se posiciona e é marcada por Amanda.
   — A Isa não vai conseguir se livrar da marcação da Amanda — diz Felipe com pesar na voz. 
   — Empurra ela, Isabela! — grita Victor e a jovem tenta fazer o que ele sugere, mas logo desiste pois leva uma forte cotovelada de Amanda na costela. Como está atenta em Yasmin para não perder a bola, ela prefere não revidar. Em vez disso, gira e corre por trás de Amanda, tentando se livrar do bloqueio dela, porém a adolescente permanece colada nela. 
   Yasmin, vendo que Isabela está novamente marcada, se arrisca e avança em direção ao gol. Luciana tenta roubar a bola, mas Yasmin a empurra, deixando a garota para trás reclamando de falta, e chuta para o gol. Dessa vez ela não erra e a bola passa por Mayara, mergulhando na rede. 
   — Isso! — ela comemora erguendo os braços. Vendo que mais um gol foi feito, Amanda relaxa a marcação em Isabela, mas a menor faz questão de esbarrar nela ao sair para comemorar. Felipe, que não tirou os olhos dela desde que comentou da dura marcação, alerta para os colegas:
   — Olha a Amanda e a Isabela.
Os cinco garotos giram as cabeças na direção delas e veem as duas se encarando. Isabela ergue o queixo e retribui o olhar de ódio de Amanda. Ela arqueia uma sobrancelha com ar de desafio ao perguntar:
   — Por que ao invés de me marcar, você não ajuda o seu time a fazer um gol? 
Ela se afasta para não ouvir a resposta de Amanda e caminha para comemorar o segundo gol do time laranjado. Amanda ergue uma mão para agarrar o cabelo de Isabela, deixando os meninos na arquibancada apreensivos, mas interrompe o gesto no meio do caminho. Ela se vira para o próprio time, berrando:
   — Vamos virar, pessoal!
   — Nossa! — exclama Alexandre. — Pensei que ela fosse atacar a Isabela pelas costas.
   — Me too — diz Victor.
Pela terceira vez, o time verde chuta a bola no meio de campo. Luciana recebe a bola de Jaqueline e dribla Marina, cruzando para Talita, que corre com à toda velocidade para o gol do time laranjado. Malu flexiona os joelhos, se preparando para defender o gol, e Graziele corre para roubar a bola, mas Talita é mais rápida e chuta a bola para Jaqueline, que manda direto para o gol. Malu estica a perna, mas a bola raspa na ponta de seu tênis e entra no gol. 
   Jaqueline berra e corre para comemorar com suas amigas. 
   — Calma — pede Graziele à Malu — nós ainda estamos na frente. 
Marina reinicia a partida e toca a bola para Isabela, que manda para Yasmin. A morena respira fundo e corre a caminho do gol do time verde, sabendo o que irá encontrar pela frente: Amanda. Porém, decide ficar mais afastada do gol enquanto Yasmin não se aproxima suficientemente, para que quando a loira precisar tocar a bola, ela arranque rumo ao gol não dando tempo de Amanda marcá-la. 
   — Acho que a Isabela teve uma ideia para se livrar da marcação da Amanda — observa Vinícius. 
Quando Yasmin olha para o lado, buscando por alguma jogadora de seu time, Isabela nota que é o momento certo. Ela corre a toda velocidade e Yasmin diminui o ritmo para dar tempo dela chegar. Amanda entende a jogada do time adversário e corre para alcançar Isabela antes que ela receba a bola. A poucos centímetros de pegar a bola, Isabela sente alguém se chocar contra ela e perde o equilíbrio. Seus joelhos tocam o chão antes dela cair por inteiro próximo a área do goleiro. 
   Surge na arquibancada vários gritos de indignação e Yasmin e Graziele, que estão mais perto do ocorrido, se aproximando com rapidez. As duas vão até Amanda, perguntando alteradas:
   — Ficou maluca?
   — Você não tem vergonha de ser tão covarde?
   — Foi sem querer — Amanda se defende. O professor corre até a confusão.
   — Ei! Ei! Ei! — berra. — Calma, pessoal. 
   — Professor — fala Yasmin — ela empurrou a Isabela de propósito.
   — Eu sei, eu vi. — Ele tira um cartão amarelo do bolso e estica para Amanda. 
   — Devia ser vermelho — diz Graziele.
Ronaldo ignora o comentário da ruiva e se volta para Isabela, que já está em pé limpando a legging. 
   — Está tudo bem, Isabela?
   — Sim. — Ela endireita o tronco e refaz o rabo de cavalo, olhando torto para Amanda. 
   — Faltam só cinco minutinhos pro jogo acabar, você consegue jogar?
   — Aham, consigo — afirma a adolescente. Ela caminha com dificuldade para a área de seu time e arrisca correr no caminho, sentindo o joelho queimar. 
   — Cobrem a falta — diz Ronaldo saindo da quadra. 
Yasmin e Graziele se olham, decidindo quem vai cobrar. 
   — Pode ser eu — fala a ruiva.
   — Ok. 
Mayara monta a barreira com Jaqueline, Luciana e Amanda e Graziele chuta a bola para Yasmin ao seu lado, evitando o bloqueio, e a loira chuta de primeira para o gol, fazendo o terceiro ponto do time. 
    — Aê! — comemora as duas correndo para a área do time laranjado. Jaqueline, no meio de campo, passa para Luciana que tenta driblar Marina, mas não consegue e a ex-líder de torcida pega a bola e toca para Graziele, que passa pra Isabela, que toca para Yasmin que arranca em direção ao gol do time verde. Isabela pensa em suas possibilidades: ficar onde está e deixar Yasmin sozinha para fazer o quarto gol ou enfrentar Amanda e ajudar o time. Ela escolhe a segunda opção e corre mancando para o campo das adversárias. 
   — A Isabela está pedindo para apanhar de novo — diz Laís da arquibancada. 
A jovem de baixa estatura avança rumo ao gol e Amanda se junta a ela. Isabela tenta devolver o empurrão, mas Amanda permanece firme e também empurra ela. Yasmin toca a bola para a herdeira de Chay e Mel, que pega a bola, mas Amanda abre os braços com a desculpa de roubar a bola e acerta a cabeça de Isabela com força, desequilibrando-a mais uma vez. Isabela coloca as mãos no chão para não cair novamente, mas sente seus joelhos atingirem o piso do ginásio novamente. 
   — Expulsão! — exige Vinícius e Felipe da arquibancada. 
Isabela levanta com rapidez com as mãos sujas e empurra os ombros de Amanda, cansada de sofrer com a pesada marcação da adolescente.
   — Você não sabe jogar sem quebrar os outros? — pergunta revoltada. 
   — Tira as mãos de mim, garota! — exige Amanda respondendo ao empurrão de Isabela com outro. A menor cambaleia para trás, mas volta a se aproximar de Amanda.
   — Você é baixa, não sabe jogar daí começa partir para a brutalidade. 
   — Eu não te fiz nada.
   — Conta outra, sua ridícula.
   — Olha como fala comigo — ameaça Amanda chegando mais perto de Isabela. 
   — Vai fazer o quê? Me bater de novo? Vem, estou doida para devolver!
Ronaldo volta a entrar em quadra.
   — Meninas! — Ele apita com força e todas elas olham para ele. — Acho que vocês não querem ir para a direção, não é mesmo? — pergunta olhando severamente para Isabela e Amanda.
   — Professor, ela me empurrou o jogo inteiro. Estou farta! — desabafa Isabela.
   — Eu estava apenas marcando ela.
   — Isso não é marcação — diz Marina chateada. 
   — Já chega! — grita Ronaldo. — Todas para a arquibancada. Fim de jogo. Meninos, é a vez de vocês!
   — Bateram tanto, mas quem tomou uma surra aqui foram vocês — provoca Malu saindo da quadra. — Três a um.
   — Vai se f*der — rebate Luciana passando pelo portãozinho que rodeia a quadra. 
Isabela manca para fora com Yasmin, Graziele e Marina logo atrás. Felipe, Victor e Vinícius que estão esperando elas passarem pelo portão para entrarem, falam ao mesmo tempo:
   — A Amanda foi ridícula.
   — Onde já se viu marcar daquele jeito?
   — Não se garante, daí faz isso. 
Isabela olha para todos eles ainda revoltada. 
   — Estou morrendo de ódio daquela babaca. Que raiva, meu! 
Felipe se aproxima dela, perguntando:
   — Você está bem? Te vi mancando. 
   — O meu joelho está latejando — ela confessa baixinho sem erguer o olhar para enxergar o rosto dele.
   — Vai na enfermaria — aconselha Felipe. 
   — E dar esse gostinho para a Amanda? — pergunta Isabela levantando o rosto. — Nunca. 
Felipe sorri levemente.
   — Apesar de tudo, até que você jogou bem.
   — Valeu. Agora é a sua vez, arrebenta. 
   — Pode deixar. 
Ele passa por ela e entra em quadra com os outros garotos. Isabela manca até as amigas, que estão reunidas com o terceiro time feminino. 
   — Você vai jogar o outro jogo? — pergunta Maísa para Isabela.
   — Vou.
   — Mas você tá mancando — observa Yasmin.
   — Não é nada demais — diz a morena sentando ao lado de Marina. 

Aproveitando o seu dia de folga, Mel desce a escada da mansão em que mora se sentindo imensamente feliz. Uma das empregadas está arrumando as revistas na mesinha de centro quando ela senta no sofá.
   — Bom dia — cumprimenta Mel.
   — Bom dia, Dona Mel. — A empregada pega algumas revistas e se endireita para voltar para o interior da mansão.
   — Peraí! Eu ainda não vi essas revistas.
   — Essas daqui são velhas — diz a empregada apertando as revistas contra o peito.
   — Não, tem uma que é dessa semana. Eu vi — diz Mel com gentileza. A empregada hesita por um instante e volta a se aproximar da chefe. 
   — É que a Vera pediu para eu recolher essa.
   — Por quê? — pergunta Mel franzindo a testa.
   — Ela acha é melhor para a senhora não ler. 
   — Deixa eu ver essa revista. 
A empregada entrega uma das revistas para Mel, que entende imediatamente o motivo pelo qual Vera não queria que ela lesse. Na capa, estampada por Chay, está o título "Cantor abre o jogo sobre a separação". Engolindo em seco, ela pega a revista e olha para a empregada:
   — Pode ir.
   — Sim, senhora.
Assim que a moça deixa a sala, a empresária abre a revista com as mãos trêmulas e busca a matéria com o ex-marido. Ao olhar para as fotos dele seu coração fica apertado e ela começa a ler a entrevista:
   Sucesso pelo Brasil afora, nós conversamos com esse cantor que deixa muitas mulheres loucas, e acredite, ele abriu o coração para nós e contou tudo sobre a sua nova vida. Separado a mais de um mês da cantora, empresária e estilista Mel Fronckowiak, Chay falou pela primeira vez sobre a separação que comoveu o país. Confira a entrevista a seguir:
Repórter: É um prazer conversar com você.
Chay: Obrigada.
Repórter: Como está a sua carreira, Chay? Lançamento de disco, agenda lotada, conta um pouco dessa nova fase da sua vida profissional.
Chay: Eu estou muito empolgado com o resultado do meu CD, ficou exatamente do jeito que eu queria e os meus fãs têm aceitado muito bem. É sempre emocionante pisar no palco e ver milhares de pessoas cantando com você as músicas que você compôs, muitas vezes, sozinho em um quarto de hotel ou algo do gênero. Eu estou muito feliz!
Repórter: Os seus fãs também. Ouvindo o seu disco, eu pude perceber que as suas músicas estão mais românticas e intimistas, estou correta?
Chay: Sim, eu as escrevi inspirado na minha vida e nas pessoas que eu convivi ou encontrei. 
Repórter: E como anda a sua vida amorosa? Faz pouco mais de um mês que foi noticiado o seu divórcio com a talentosíssima Mel Fronckowiak e desde então muitos boatos sobre o fim do casamento surgiram. Todos querem saber, qual é a verdadeira história?
Chay: Eu li algumas coisas que diziam que nós não estamos nos falando, que os nossos filhos estão passando por depressão, que eu traí a Mel, que ela me traiu. Nada disso é verdade e não é bacana ver esse tipo de notícia circulando por aí. A separação foi tranquila e nós estamos bem. 
Repórter: Então vocês continuam se falando?
Chay: Sim, antes de tudo nós somos amigos e adultos. Sem contar o fato de termos dois filhos juntos, então mesmo que a gente não quisesse, teríamos que nos encontrar devido a isso. 
Repórter: Você quer dizer que vocês só estão se falando por causa dos filhos?
Chay: Não, nós somos amigos. Eu amo a Mel e ela me ama, independentemente do que aconteceu com o nosso casamento. A nossa amizade sempre vai existir. 
Repórter: Muito bem. Agora eu quero saber o que você espera desses shows que estão marcados para o próximo mês.
   Mel abaixa a revista, absorvendo as palavras ditas por Chay na entrevista. Parte de seu coração está aliviado que a primeira revelação oficial sobre o divórcio tenha sido tão leve como esta, mas a outra ainda lamenta o término do casamento. Ela relê o trecho em que Chay diz estar bem e feliz.
   — Será que ele não está sofrendo como eu? — se pergunta com melancolia. Ela pega o seu celular e impulsivamente liga para ele. No terceiro toque, Mel desliga, arrependida. — Não deveria ter feito isso! — Ela fecha os olhos, querendo que o dia comece novamente. 

No ginásio do colégio Otávio Mendes, os dois times se agrupam nos seus respectivos lados da quadra. O time verde, composto por Jonas, Samuel, Pedro, Lorenzo e Iago combina as táticas de jogo e Jonas fala para os novatos da sala:
   — Não atrapalhem as jogadas e nem façam gol contra, ok?
   — A gente não vai atrapalhar — garante Iago. 
Do outro lado o time laranjado formado por Felipe, Vinícius, Victor, Alexandre e Danilo, conversam:
   — Vamos marcá-los de perto, mas sem cometer falta — diz Felipe.
   — Fiquem atentos no Samuel, ele é rápido e tem um chute certeiro — fala Alexandre. — Independentemente do que aconteça, Danilo e Vinícius, não deixem a defesa aberta.
   — Pode deixar — afirma Vinícius.
   — Eu e o Felipe vamos atacar e tentar fazer o gol, mas se vocês tiverem oportunidade, arrisquem — fala Victor.
   — Ok — Danilo assente. 
Ronaldo apita e os times se organizam. Como determinado no par ou ímpar, o time laranjado começa com a posse da bola. Vinícius dá o ponta pé inicial e toca levemente para Felipe, em seguida recua para a defesa enquanto o moreno avança pelo campo do time verde. Jonas o bloqueia chocando o seu ombro contra o peito dele, antes de roubar a bola. Ele ataca e corre rapidamente, passando a bola para Samuel. Lembrando das palavras de Alexandre, Vinícius corre para marcar o colega. Eles disputam a bola em uma jogada com bastante contato físico e Vinícius consegue recuperar a posse para o time laranjado, passando a bola para Victor, que toca rapidamente para Felipe e avança rumo a área do time verde para receber a bola novamente. Felipe dribla Lorenzo com facilidade e cruza para Victor, que chuta direto para o gol, marcando o primeiro gol da partida para o time laranjado. Ele e Felipe fazem um toque com as mãos e retornam para suas posições. 
   Jonas xinga baixinho e recomeça a partida segundos depois, passando a bola para Samuel, que avança com rapidez.
   — Está torcendo para qual time, Malu? — pergunta Thiago para provocar a amiga.
   — Para o laranja, é claro.
   — Mas o verde tem o Samuel.
   — E tem também o Jonas e Pedro, só isso já basta. 
Eles riem e voltam a prestar atenção no jogo em tempo de ver Samuel marcar um gol. Alexandre pega a bola e toca para Danilo, falando:
   — Eu avisei para tomar cuidado com o Samuel.
   — Relaxa, cara! O jogo só está começando. 
Samuel volta para a área do seu time e olha de relance para Malu, que sorri levemente. 
   Vinícius recomeça o jogo e toca para Victor. O loiro vendo que a defesa do time verde está armada, toca para Danilo, que está na defesa. O jovem passa a bola pelo ar para Felipe, que está dentro da área do time adversário. O moreno cabeceia para o gol, porém Iago pega a bola e arremessa para Pedro, deixando Isabela surpresa na arquibancada.
   — Não imaginava que o Iago era bom — comenta com Marina. — Na outra vez que teve futsal ele nem se destacou.
   — Ele não é bom atacando, mas no gol parece que é. 
Elas voltam a fitar o jogo e assistem a Jonas chutar para o gol com força, mas Alexandre se joga no chão e pega a bola.
   — Isso, Alexandre! — incentiva Laís, que recebe uma cutucada de Maísa. — Fica quieta — pede sorrindo para a amiga, que também sorri.
Alexandre lança a bola para Felipe, que toca para Victor. O loiro tenta avançar na área do time verde, mas Pedro coloca o pé em seu caminho com o falso objetivo de mandar a bola para fora, mas atinge a canela de Victor, que cai e rola pelo chão. Ele fica deitado no chão até ter a confirmação de que o professor marcou falta, então levanta e limpa a roupa. No gol, Alexandre ri e comenta consigo mesmo:
   — O americano tá aprendendo direitinho. 
Felipe cobra a falta e arrisca ao chutar direto para o gol. A bola explode na rede e na arquibancada as meninas vibram. 
   — Isso, Felipe! — grita Isabela e o jovem ouve na quadra, assim como, Iago, que não conseguiu pegar a bola. 
   Mais alguns minutos de jogo se passam sem nenhum gol, mas o clima entre os jogadores está esquentando cada vez mais, principalmente entre Victor e Pedro. O último vem tentando atingir o loiro sempre que tem oportunidade, mas até agora só tem recebido empurrões do jovem, que está ficando cada vez mais irritado. 
   Felipe recebe a bola de Danilo e avança, tocando em seguida para Victor. Pedro surge em suas costas e dá um carrinho no loiro, que cai imediatamente. Pedro, que também foi parar no chão, levanta com rapidez, assim como Victor, que parte para cima dele, perguntando ferozmente:
   — Você é idiota? Poderia ter me machucado feio, seu otário. — Victor empurra Pedro com força, que revida. Os colegas dos dois correm para apartar a confusão.
   — Não sabe brincar, não desce pro play, americanozinho. 
   — Vou te mostrar quem não sabe brincar. — Victor dá um soco certeiro no maxilar de Pedro, que cai no chão devido a força do ato. 
   Na arquibancada, a maioria das meninas levantam de um pulo, chocadas com a cena. Pedro levanta e tenta devolver o soco, mas Samuel segura os seus braços.
   — Para, cara! — pede no ouvido do garoto.
   — Eu vou te arrebentar — ameaça Pedro tentando se soltar.
   — Estou esperando — debocha Victor. Ronaldo chega correndo até eles, com o rosto vermelho de raiva.
   — Para a diretoria os dois!
Victor começa a caminhar para fora da quadra com tranquilidade, diante dos olhares perplexos dos amigos de time, enquanto Pedro tenta argumentar:
   — Professor, foi ele quem me deu um soco.
   — Eu vi o carrinho que você deu nele, Pedro. — Vendo que o adolescente abre a boca para questionar, ele o corta: — E eu não quero saber! Para a direção. Agora. 
Samuel solta Pedro que também sai da quadra. Quando passa na frente das meninas da arquibancada, Victor lança um olhar impassível para Yasmin, que balança a cabeça incrédula. 
Ronaldo apita para chamar a atenção da turma e ordena:
   — Todos para a sala.
   — Mas nós não vamos jogar? — pergunta Laís só por curiosidade, pois não faz questão de entrar em quadra. 
   — Não, agora vocês vão esperar bater o sinal na sala.
Os alunos começam a caminhar para a saída do ginásio, por onde Victor e Pedro acabaram de passar. Isabela manca até Iago e comenta com ele:
   — Que jogo mais tenso!
   — É.
   — Desculpa por torcer contra você, mas é que eu odeio o Jonas e o Pedro.
Iago assente e sorri, ficando aliviado.
   — Tudo bem. 
Felipe caminha logo atrás dos dois e balança a cabeça quase que imperceptivelmente, não querendo vê-los juntos ainda mais depois de ouvir Isabela torcendo por ele. Marina pergunta para Yasmin:
   — O que vai acontecer com o Victor?
   — Nada demais, uma advertência só. — Ela sorri ainda surpresa com a atitude do loiro. — Dessa vez o Victor me surpreendeu.
   — Ninguém esperava que ele fosse fazer aquilo — fala Graziele ao lado das duas. 
   — Não mesmo — concorda Malu. — Ele sempre foi tranquilão e palhaço.
   — Vocês não conhecem o Victor, girls — fala Marina. — Ele é relaxado até conseguirem tirar ele do sério.
Alguns passos atrás delas, Lorenzo estremece. 

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