Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 151: Aula de sociologia provoca discussão generalizada
Mesmo sabendo exatamente o que Victor quer dizer Isabela passa a mão no cabelo, tirando a faixa, e diz:
— Não sei não.
Victor dá de ombros.
— Se você quer se enganar.
Arthur termina o telefonema com o advogado e olha para o resto da família, dizendo:
— Ele aconselhou a nós pegarmos os vídeos e ir direto fazer um B.O.
— O que é B.O.? — pergunta Marina.
— Boletim de ocorrência — Lua responde e mira o marido. — Então é isso que nós vamos fazer!
Arthur assente.
— Vamos subir, filha? — chama com um tom excessivo de carinho.
— Vamos. Vou só me despedir do Vinícius. — Ela e o namorado levantam do sofá e se encaminham até a porta. Ao chegarem na varanda, Marina fecha a porta e fita Vinícius. — Obrigada por tudo. Você foi maravilhoso comigo essa noite. Como sempre.
Vinícius segura o rosto dela entre as mãos.
— Eu te amo, Marina, eu sempre vou dar o meu máximo para te ver bem.
— Eu também te amo. — Ela abraça Vinícius com força. — Eu tenho sorte por você ser o meu namorado. — Eles dão um selinho e em seguida um beijo lento. — Vou entrar, preciso de um banho.
— Tenta dormir. Amanhã a gente se vê.
O casal se beija mais uma vez e Marina entra na mansão, esbarrando em Isabela.
— Estou indo também — diz a menor. — Fica bem, tá bom?
— Pode deixar.
Isabela sorri para Marina, que retribui, e sai da mansão correndo para alcançar o irmão.
Horas depois um carro volvo, modelo S60 prata estaciona próximo à entrada do colégio Otávio Mendes. Minutos depois duas jovens passam pelo portão, rindo e conversando, e se dirigem até o veículo. Elas entram e se acomodam no banco traseiro.
— Boa noite — Laís cumprimenta seu motorista.
— Boa noite — responde o senhor e liga o motor do carro. Maísa tira a sua coroa e passa a mão no cabelo.
— Amei essa festa — fala entusiasmada.
— Eu também.
— Só tem uma coisa que está martelando na minha cabeça.
— Que coisa? — indaga Laís.
Maísa suspira.
— Eu e o Jonas estávamos indo tão bem, daí do nada o Samuel chegou, chamou ele e depois eu nem vi mais ele.
— O que é que tem? — Laís finge não compreender a prima e amiga.
— A gente tava quase ficando e do nada ele evaporou.
— Talvez ele tenha mudado de ideia.
Maísa ri.
— Aposto que não, era ele quem estava correndo atrás de mim no começo da festa. Alguma coisa aconteceu!
Laís se endireita no banco, inquieta.
— Talvez eu saiba o que aconteceu.
A loira inclina a cabeça para um lado.
— Como assim?
— Jura que não vai ficar brava comigo? Eu só fiz visando o seu bem.
— Laís, fala logo. Você tem a ver com o sumiço do Jonas?
Segundos depois, Laís confessa:
— Eu pedi para o Samuel afastar o Jonas de você.
— Por quê? — pergunta Maísa alterando a voz.
— Porque você não podia ficar com ele, amiga.
— Como não? Você sabe que eu gosto um pouco dele e ele parece retribuir.
— Ela só está interessado em ficar com você. Apenas isso! — fala Laís sabiamente. — Além do fato que ele é um monstro. Sério, Maísa, se você conhecesse ele como nós conhecemos, você iria correr dele.
Maísa esconde o rosto nas mãos e fala:
— Não acredito que você fez isso comigo.
— Eu fiz só para o seu bem! — repete Laís.
— Eu sei o que é pro meu bem — Maísa retorque. — Você não pode me manipular desse jeito! Você é minha amiga ou quê?
— Eu sou sua amiga, por isso quero o melhor pra você... O Jonas está bem longe disso — acrescenta baixinho.
— Mesmo assim, como minha amiga você deveria me apoiar. Eu não gosto do cabeludinho que você tem andado e nem assim faço coisas para afastar vocês dois.
Laís fala em tom ofendido:
— Não coloca o Alexandre na história! Não tem nem como comparar ele com o Jonas, muito menos a nossa situação com a de vocês. Eu não estou interessada nele e ele não é um babaca como o seu queridinho.
— Você não está interessada nele? — Maísa ri. — A torcida do Flamengo inteira já percebeu que vocês dois estão caidinhos um pelo outro.
— O que eu sinto pelo Alexandre e o que ele sente por mim não está em pauta nessa conversa.
— Não mesmo, o que está é a sua traição.
Os olhos de Laís saltam.
— Traição? — repete pasmada. — Traição?
— Isso mesmo.
Laís fecha a cara e cruza os braços.
— Ok, Maísa, dá próxima vez pode ficar tranquila que eu não vou fazer nada para afastar você e o Jonas. Depois que você quebrar a cara, não venha me dizer que eu não avisei.
— Ótimo — retruca a loira olhando para a janela. Laís faz o mesmo que ela e algo passa por sua mente, as palavras de Maísa ecoam em seus ouvidos: "A torcida do Flamengo inteira já percebeu que vocês dois estão caidinhos um pelo outro."
No domingo, Arthur e Lua vão para o colégio com Marina e pegam todo registro que há sobre os dois rapazes que agarraram a adolescente e vão para a delegacia registrar boletim de ocorrência, ouvindo do delegado que dará informações na segunda à tarde.
Por sorte, na segunda-feira, quando ela entra no colégio e ninguém olha com pena ou comenta, a jovem percebe que são apenas os seus colegas que sabem do ocorrido. Agradecida e aliviada, Marina sobe as escadas com o irmão rumo à sala do terceiro ano A.
Quando passam pela porta, se dirigem aos seus respectivos lugares. Marina cumprimenta Isabela e Felipe com um "Olá" e dá um beijo no namorado enquanto Victor joga sua mochila sobre a mesa e franze a testa para Jonas, que olha para ele com ar de superioridade. Ele anda até o meio da sala e se junta aos amigos.
— Oi, gente.
— Oi — respondem os irmãos Fronckowiak e Felipe.
— Cadê a Yasmin?
— Serve aquela ali? — pergunta Felipe apontando para uma loira que conversa de costas para eles com Laís, Maísa e Aline.
— Ah tá — Victor responde e senta no tampo da mesa de Isabela.
Iago e Lorenzo entram na classe e Victor fala para Isabela:
— Chegou o seu... amigo.
Como ele não falou em um tom que apenas ela escutasse, Felipe, Marina e Victor também giram a cabeça na direção dos dois.
— Eles estão olhando para a gente — sussurra Lorenzo parando perto da mesa do amigo. — Será que eles já sabem?
— Aposto que eles estão olhando é para mim, devem saber que eu e a Isa nos beijamos.
Como já sabe do ocorrido Lorenzo não demonstra surpresa.
— Será?
— Com certeza. Relaxa, cara.
Lorenzo assente, ficando mais calmo.
— Vou para o meu lugar.
— Beleza.
Enquanto isso, Isabela lança um olhar de censura para Victor.
— Então — ela fala antes que Marina e Vinícius (tem certeza que Felipe não se manifestaria) possam comentar sobre Iago —, vocês acham que o professor de física veio? O sino já bateu e nada dele.
Como se as palavras dela tivessem efeito convocatório o professor de física entra na sala.
— Bom dia! — cumprimenta a todos caminhando para a sua mesa. Os alunos que não estava em seus lugares começam a ir para eles e ao passar pelas carteiras dos amigos Yasmin anuncia:
— Ganhei como a Melhor Fantasia de sábado.
— Parabéns — fala o irmão enquanto Isabela finge estar concentrada na busca pela matéria em seu caderno.
— Você ganhou também. — Yasmin segura nos ombros de Victor e os dois caminham para o fundo da sala.
A aula tem início e o professor passa alguns exercícios para fixação do conteúdo. Mesmo não tendo qualidades espetaculares nesta matéria, Isabela se esforça para manter o seu desempenho tão bom quanto nas outras. Com a cabeça começando a doer de tanto esforço que faz para resolver o exercício de número três, ela ergue o rosto e alonga o pescoço, aproveitando para ver como alguns colegas estão enfrentando os exercícios nada fáceis.
Laís e Maísa, que fizeram as pazes no dia anterior, estão juntas resolvendo os cálculos; Iago e Aline tiram dúvidas com o professor; Victor está virado para trás, ajudando Yasmin; Amanda e Talita enrolam para sair do número um e conversam animadamente sobre a festa; No canto da sala, Alexandre e Danilo comemoram ao finalizar uma questão; Girando para trás, Isabela espia discretamente o caderno de Felipe, que está com a cabeça abaixada demonstrando enorme concentração, e constata que ele está resolvendo o exercício de número sete, o último da lista. Surpresa e com um pingo de inveja, Isabela volta a fitar sua conta inacabada.
Respirando fundo, ela relê o enunciado procurando por algum detalhe importante na resolução que deixou passar. Ao perceber que não viu um dado, ela puxa o caderno e inspirada, retorna ao cálculo. No final da página, ela vira a folha e fica espantada ao ver um bilhete pregado com uma figurinha sua na outra folha. O que mais a surpreende é o formato da letra: média e levemente inclinada para a direita. Felipe pensa instantaneamente. Ela começa a ler o bilhete, que diz:
Oi, amor :)
Eu sei que você odeia física então
peguei o seu caderno escondido
pra fazer uma surpresinha
pra deixar a aula menos
chata. Só pra você saber,
eu te amo mais do que eu amo
a cor dos seus olhos (e eles são
os mais bonitos que eu já vi)
Então... é isso. Vá estudar.
Com a garganta apertada, Isabela fita o bilhete por um instante e sem pensar, vira para trás. Felipe está sorrindo levemente, satisfeito com o tempo que levou para fazer o exercício de uma folha inteira de resolução. Seus olhos se erguem para o rosto de Isabela, o sorriso desaparecendo lentamente.
— O que foi? — pergunta espantado, pois faz um pouco mais de um mês que Isabela não vira para falar com ele durante a aula. Isabela toma consciência do que fez e responde com a voz embargada:
— Nada, nada não. — Ela vira para frente novamente e ao perceber que o mais difícil, tomar coragem para virar para trás, ela já fez. Com a mão esquerda ela tira o bilhete do caderno e o guarda no estojo. — Na verdade — diz voltando a olhar para Felipe —, já que o professor está ocupado com o Iago e a Aline, queria saber se você pode me ajudar.
Felipe tem a sensação que seu queixo despencou, mas se mantêm impassível ao responder com gentileza:
— Posso. — Ele puxa o seu caderno para mais perto, dando espaço para Isabela colocar o próprio sobre a sua mesa. — Em que questão você está?
Com um pouco de vergonha, ela conta:
— Começando a quatro.
Felipe não demonstra superioridade nem algo parecido e com um pouco de receio, começa a explicar o exercício para ela. Quando o professor se afasta de sua mesa, Iago enxerga Isabela com Felipe e com uma dorzinha no estômago, vê o quanto eles combinam. Ele abaixa o olhar e volta a fazer o seu exercício.
No fundo da sala, ao terminar o exercício de número quatro, Yasmin refaz o coque em seu cabelo.
— O senhor pegou pesado, hein professor — ela reclama.
— Faça sem reclamar, Yasmin — pede o professor sorrindo de sua mesa. Rindo com o professor, o olhar de Yasmin pousa em Isabela e Felipe. Ela cutuca Victor, que está lendo o enunciado da próxima questão.
— Victor, olha ali a Isabela e o Felipe — diz. O loiro ergue a cabeça do livro e olha por sobre o ombro, enxergando os dois juntos.
— Hum, milagre. Oremos de pé! — exclama fazendo uma piada sutil com o fato de ser ateu. Yasmin ri.
— Idiota!
— Vai, vamos voltar à lista de exercícios.
Yasmin passa a mão no rosto.
— Ai, amor, vamos parar. Já vai bater o sino — diz consultando as horas no celular.
— Nem adianta me chamar de amor, amorzinho ou variações.
— Hum, variações. Desde quando você fala palavras inusitadas?
— É a convivência com a Isabela.
Eles gargalham e Yasmin diz:
— Você está tão próximo dela, em compensação eu...
Victor acaricia o braço dela sobre a mesa.
— Fica tranquila, com o tempo vocês vão voltar a se falar.
— Eu espero.
Ele dá um tapinha no braço dela, falando:
— Agora nem adianta tocar no meu emocional, vamos voltar para o exercício.
— Não! — choraminga Yasmin abaixando a cabeça na mesa. O sinal toca e ela ergue o rosto, sorrindo radiantemente: — Esse som é música para os meus ouvidos.
Victor ri.
— Palhaça!
Fechando o caderno, Isabela agradece:
— Obrigada por me ajudar.
— Imagina, já fiz isso tantas vezes. Eu te ajudava nas exatas e você me ajudava nas humanas.
Isabela dá um leve sorriso.
— É verdade. — Ao olhar para os olhos escuros dele, a jovem se recorda do bilhete que está guardado em seu estojo. — Obrigada — repete tornando a virar para frente.
O professor da próxima aula, sociologia, entra na sala.
— Bom dia, pessoal! — Os alunos respondem enquanto ele coloca alguns livros sobre a mesa e se apoia nela. — Hoje nós vamos tratar de um assunto polêmico. O papel da mulher no século XXI. E antes de tudo, gostaria de ouvir a opinião de vocês, como sempre. Após isso, nós analisaremos mais a fundo o assunto. Vamos lá — fala batendo uma palma — quem quer ser o primeiro? — Malu, Maísa e Yasmin erguem as mãos. — Nossa, quantas voluntárias. Vamos começar por você, Maria Luíza.
A morena fala em alto e bom som:
— A mulher vem se destacando cada vez mais na sociedade. Ela já não é mais o sexo frágil, hoje em dia ela vem mostrando que é mais forte que muitos homens e que pode alcançar cargos altíssimos. A presidente do país é uma mulher! Então eu acho que a mulher está crescendo cada vez mais e que isso é só o começo.
— Muito bem. Yasmin?
Do fundo da sala, a loirinha opina:
— Eu concordo com a Malu, acho que a mulher é o rosto da nova geração. Ela já mostrou que pode fazer muito mais do que ficar em casa cuidando do lar e dos filhos, hoje em dia ela vai à luta e batalha pelos seus sonhos, mesmo quando a sociedade ainda age de forma preconceituosa. Porque não adianta falar que a mulher hoje em dia é tratada como os homens, porque não é verdade, a gente ainda sofre preconceitos. Mesmo tendo o mesmo nível de conhecimento e ocupando, muitas vezes, o mesmo cargo, a mulher não recebe o mesmo que o homem, é sempre inferior. Então, nós estamos no caminho da melhoria, mas ainda falta bastante coisa para a gente chegar lá.
— É verdade — concorda o professor —, agora você Maísa.
— Então, eu acho que os limites impostos pela mulher não se restringem apenas no campo profissional — diz a loira na frente. — As mulheres além de se preocuparem com os problemas das suas vidas, tem que se atentar com os perigos da sociedade. O que eu quero dizer, os homens não precisam se preocupar em sair à noite e ser estuprados, sabe? Com as mulheres já é diferente. E o pior são os comentários machistas que nós encontramos ao ver casos como esses. Tem gente que diz que devido a roupa a mulher tava pedindo pra acontecer. Isso é ridículo! Eles acabam querendo culpar a vítima e não é certo isso. A mulher não tem culpa por ter sido estuprada, a culpa é do homem. A roupa que ela usa não determina nada. As pessoas tem que tirar isso da cabeça.
Pedro ergue a mão, dizendo:
— Eu discordo da Maísa.
O professor, que estava prestes a dar à palavra a Mayara, pergunta com curiosidade:
— Por quê?
— Eu acho que a roupa determina, sim. Não só a roupa, é claro, o comportamento também. Tem mulheres que saem a noite com vestidos curtíssimos e ainda andam em áreas perigosas, então eu acho que ela acaba tendo a consciência de que algo pode acontecer e mesmo assim ela anda por ali. — Diversos colegas olham furiosamente para ele, que continua: — A culpa não é da mulher, é claro, mas às vezes ela parece que pede para acontecer as coisas. Usar uma roupa tão ousada em um lugar de risco, por exemplo. Sem contar aquelas que ficam dançando funk na rua, sabe? Tipo, com a bunda virada para os carros. Já aconteceu de eu sair com o meu pai e a gente passar por uma rua e ter umas gurias se insinuando. Daí depois acontece alguma coisa e elas choram, mas elas tavam praticamente pedindo por isso. Então, sei lá, é complexo.
Antes que outra pessoa possa falar, Felipe abre a boca.
— Não é bem assim como o Pedro falou. A mulher não deve se privar de usar a roupa que ela quer por medo do que possa acontecer, porque se fosse a roupa o motivo do abuso, não teria esse tipo de problema naqueles países em que a mulher usa burca.
— Mas são poucos casos que tem lá — interrompe Pedro. Felipe se vira para encarar o jovem.
— Claro que não, pesquisa primeiro pra depois sair afirmando as coisas, Pedro — fala com calma.
— Eu concordo com o Felipe — diz Vinícius. — É a sociedade que tem que tirar essa ideia que está enraizada nas pessoas que dependendo da roupa ou da atitude a mulher está pedindo para ser violentada. Isso é uma ideia que está tão presa, que não são somente os homens que pensam assim, muitas mulher acabam acreditando nisso e isso é uma pena.
O professor assente.
— Alguém mais?
— Eu, professor — fala Amanda erguendo a mão.
— Fala, Amanda.
— Eu acho que a mulher não pede pra acontecer, são os homens que não entendem que só porque eles tem força, devem usá-las contra a mulher. Você não vê casos de mulheres estuprando homens só porque ele estava andando sem camisa na rua, então por que eles tem que fazer isso com a gente?
Marina decide dar sua opinião baseada no que passou durante o final de semana.
— Eu acredito que continua havendo esses crimes, porque a justiça não é boa. Os homens que abusam ou tentam abusar de alguma mulher acaba ficando im... — ela se esforça para lembrar da palavra e diversas pessoas a ajudam, falando em coro:
— Impune.
— É, isso — ela fala dando um sorrisinho. — Então, o homem acaba ficando impune e assim ele sente que pode fazer mais vezes, porque não vai dar em nada mesmo.
— Sem contar — fala Yasmin — que existem milhares de casos que nem chegam na polícia, porque a mulher não denuncia.
— Mas aí a culpa é dela — fala Jonas.
— Claro que não — rebate a loira. — Tem mulheres que ficam com vergonha ou com medo de sofrer preconceitos na delegacia.
— Que tipos de preconceitos ela poderia sofrer na delegacia? — indaga Jonas franzindo a testa.
— Preconceitos machistas vindo de profissionais que precisam amadurecer como pessoas. — Ela olha diretamente para o adolescente com os olhos faiscando de raiva. — Muitos policiais e delegados usam argumentos ridículos como os do seu amigo Pedro. Por isso muitas mulheres preferem sofrer calada.
— Não me mete no meio — pede Pedro. — O que eu disse foi apenas a minha opinião.
— A qual eu tenho direito de discordar e nós estamos em uma aula em que debatemos diversas opiniões, então se você não fica confortável de ser rebatido não dê sua opinião.
— Ui! — exclama Malu baixinho, mas os alunos ao ser redor, incluindo Yasmin e Pedro, ouvem.
— Tomou na cara — sussurra Laís lá da frente.
— Dormia sem essa — comenta Alexandre para Danilo.
— Eu opino quando eu quiser e você, Yasmin, tem que guardar a sua ignorância e respeitar o que eu acho — rebate Pedro.
— Isso — vibra Luciana baixinho.
— Tapa na cara da Yasmin — zoa Talita com Amanda. Isabela, que senta perto dela, ouve e lança um olhar torto em sua direção. Ela volta fitar o fundo da sala, onde Yasmin pergunta sem se alterar:
— Em que momento eu não respeitei a sua opinião? Caso você não saiba existe uma grande diferença entre discordar e desrespeitar, se não souber, dá uma olhada no dicionário.
Vários alunos riem em aprovação da resposta dela. O professor se manifesta:
— Pessoal, chega! — O sinal toca. — Na próxima aula vamos tentar preservar a gentileza com os colegas, combinado? — Ele pega os seus livros e deixa a sala.
Pedro permanece indignado com Yasmin e fala:
— Eu sei muito bem a diferença entre essas duas palavras.
— Não parece. E já deu, né Pedro? Não quero mais ficar discutindo com uma pessoa tão... deixa quieto.
— Está perdendo os argumentos, é? — provoca Jonas.
— Quem te chamou na conversa? — pergunta Yasmin. — Eu estava debatendo com o Pedro, não com você, então fica quietinho, ok?
— A boca é minha e eu falo quando eu quiser.
Yasmin bate palmas, chamando a atenção das poucos pessoas da sala que ainda não estavam observando a continuação da discussão.
— Uau, que argumenta maduro — ironiza.
— Eu costumo combinar os meus argumentos com a pessoa que eu converso.
— Seja homem e fala direto, Jonas. Ai, desculpa, pedir para você ser homem é demais, né?
Alguns riem, inclusive Victor.
— Nossa, estou morrendo de rir. — Dessa vez é Jonas que ironiza.
Victor responde por Yasmin:
— Talvez seja porque o seu humor é tão limitado quanto os seus argumentos.
— Caramba, o Victor entrou pisando — se diverte Aline com Laís e Maísa.
— Entrou na conversa para defender a namoradinha? — pergunta Jonas sorrindo.
— Não, ela não precisa de defesa, ao contrário do seu amigo.
— Eu não preciso de defesa — retorque Pedro.
— Não parece, o Jonas precisou intervir para te ajudar.
O professor de educação física entra na sala.
— Desculpa pelo atraso, gente — fala em seu tom habitual de voz, fazendo todos se calarem. — Vamos lá para quadra? Hoje é futsal.
Todos saem de suas carteiras e Victor encara Jonas e Pedro.
— Pelo visto o jogo dos meninos vai ser quente — comenta Isabela com Graziele ao passar pela porta.
Muito bom !!!!!
ResponderExcluirAdoro ver o Victor bravo, porque na maioria das vezes ele é mais brincalhão e relaxado com situações como essa. Sinto que essa discussão vai se prolongar na quadra.
ResponderExcluirMaravilhoso o jeito que você escreve. AMO O SEU IMAGINE!!
ResponderExcluirBelipe foi lindo ♥♥♥♥♥ Estava sentindo Saudades. Amei!
ResponderExcluirAmei a ISA e o LIPE;que bilhetinho fofo esse.
ResponderExcluirNossa eu nao sei o que dizer pra vc Rê;Eu amo muito o seu imagine e sinto que se vc parar de escrever minha vida vai ficar com um vazio enorme pq a sua historia faz parte da minha rotina.Eu nunca vi algo tao perfeito e encantador nao para de escrever , se possivel tenha a 5°,6°,7° e outras temporadas pq o que nao vai faltar sao leitores para esse lindo e emocionante imagine.
ResponderExcluirAmo Belipe;amo imagine;amo esse blog e amo vc Rê.
ResponderExcluirquero mais cenas de belipe.Te adoro melhor blogueira do mundo.
ResponderExcluirquero mais;quero mais;quero mais....
ResponderExcluirPreciso de mais muito mais Belipe
ResponderExcluireu acho que quando eu estiver velhinha eu ainda vou ler o seu imagine.
ResponderExcluirestou doida para o proximo capitulo vc tem ideia de quando ira postar?
ResponderExcluirnao tem coisa melhor que isso.
ResponderExcluircomo eu amo isso,amo mais do que sorvete e olha que sorvete é uma das minhas paixões comestiveis
ResponderExcluirAmei esse capítulo, que tal se nessa aula de educação física as meninas caissem em cima do Felipe? A Isa ia morrer de ciumes e ia ser legal! kkkk beijoo
ResponderExcluirA Marina só tinha dado a opinião na aula de sociologia porque era oq ela estava sentindo
ResponderExcluirAmo sua web