Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo Especial: Conto de Natal


Leia como foi o último Natal das famílias, logo após o retorno da fazenda onde ocorreram as festas de aniversário de Vinícius, Felipe, Victor e Marina. Feliz Natal!

   A manhã de Natal surge ensolarada e quente, espalhando calor pelas mansões das famílias Rocha, Borges, Aguiar, Bergmann, Castro e Nantes. Em seu quarto Isabela desperta com a ajuda de seu despertador.
   — Preciso me preparar para o almoço — fala jogando as cobertas para o lado. Nesse instante, Vera abre a porta do quarto. 
   — Bom dia, Senhorita Isabela. 
   — Bom dia, Verinha! — responde a adolescente de dentro do banheiro. 
    O seu café da manhã já está pronto. — Ao ouvir Isabela resmungar em aprovação, a governanta assente e caminha para abrir as cortinas. A luz da manhã invade o cômodo, iluminando a cama e os pertences da jovem. 

Saltitando, Yasmin vai até o quarto do irmão. Ela abre a porta sem cerimônia e encontra Felipe apenas de cueca saindo do banheiro. 
   — Que abuso é esse? — pergunta o adolescente pegando um de seus travesseiros para esconder as partes íntimas. 
   — Sem drama, Felipe! Não se esqueça que eu já vi o que você está escondendo aí. — Ela desaba na cama dele. — Lembra de quando a gente tomava banho junto quando era pequeno?
   — A gente era criança. 
   — Você acha o quê? — indaga Yasmin cruzando as mãos atrás da cabeça. — Que eu vou me apaixonar se te ver só de cueca? — Ela gargalha. — Faça mil favor! E você nem é desses, moleque. 
Felipe joga o travesseiro que estava segurando em frente ao corpo na cabeça da irmã. 
   — É, não sou desses mesmo. — Ele anda até o armário. — Então, o que você quer?
   — Vim aqui para te chamar pro café da manhã. 
   — Eu não tenho fome de manhã. 
   — Mas faz mal não comer. 
   — Está recitando os versos da famosa poeta Sophia Abrahão? 
Yasmin gargalha e rola suavemente na cama, ficando com a barriga para baixo.
   — Vamos comer alguma. — Ela levanta da cama, olhando para o irmão. — Ah, é melhor você começar a frequentar a academia do condomínio nesse novo ano, porque o seu peitoral tá meio caidinho. 
   — Caidinho está esse seu bumbum, que mal cresceu. 
   — Vai se ferrar, Felipe!
   — O que você falou? — ele pergunta caminhando até ela. 
   — Mandei você se ferrar — responde a loirinha sorrindo debochadamente. 
   — Vou fazer você se arrepender disso, sua magrelinha. — Felipe corre até a irmã, que tenta alcançar a porta antes de ser capturada, porém Felipe a segura com firmeza antes que ela possa fechar a mão em torno da maçaneta. — Vou te mostrar quem é que manda — diz com um olhar brincalhão.
   — Eu tava zoando, Felipe. — O adolescente pega ela no colo e a joga por sobre um ombro. — Felipe, me coloca no chão!
   — Cala a boca — ele diz abrindo a porta ao mesmo tempo que Yasmin grita. 
   — Você vai me deixar cair, caramba!
   — Relaxa aí. 
Felipe começa a caminhar pelo corredor enquanto sua irmã distribui tapas em suas costas. 
   — O sangue está indo todo para a minha cabeça — ela diz encarando os tornozelos dele. — Eu vou morrer desse jeito. 
   — Óbvio que não, garota. Larga de drama. 
   — Drama? Experimenta ser levado de cabeça para baixo. — Ela dá um tapa nas nádegas dele. — Me coloca no chão! — esperneia. 
   — Se você continuar falando, eu vou dar uma volta pela casa com você assim. 
   — Felipe Abrahão Borges, não ouse fazer isso. 
   — Duvida? 
A loirinha já está desesperada para ser colocada no chão, então resolve não provocar ainda mais o irmão.
   — Não, não duvido. — Felipe sorri, se divertindo com a situação, e desce a escada. — Eu tô ficando tonta com esses degraus. 
O adolescente ri e arruma Yasmin em seu ombro, fazendo o estômago da loirinha se embrulhar. 
   — Felipe, eu estou falando sério — diz Yasmin adotando um tom de voz mais controlado. — Me põem no chão. 
   — Quando a gente chegar na sala de jantar. 
   — Eu tô ficando enjoada, caramba! Me coloca no chão. 
Felipe gargalha e cruza a sala. 
   — Já estamos chegando no nosso destino. 
Yasmin fecha os olhos, sentindo o mundo girar. Felipe passa pelas portas da sala de jantar, vendo Sophia e Micael sentados à mesa.
   — Felipe, o que é isso? — questiona Micael vendo a filha de cabeça para baixo. 
   — É o meu jeito carinhoso de trazer a Yas para o café da manhã. 
   — Mãe, fala para ele me colocar no chão — suplica Yasmin. 
   — Felipe — pronuncia Sophia. Apenas a menção do seu nome já é o suficiente e o adolescente coloca a irmã no chão. 
   — Pronta, dramática. 
   — Seu filho da... — Yasmin não completa o xingamento e sai correndo da sala. 
   — Ela tá bem? — indaga o adolescente olhando de Sophia para Micael. 
   — Acho que não — responde Micael levantando da mesa. — Vou atrás dela. 
Sophia se ergue e se aproxima do filho.
   — Mas você tem cada brincadeira, hein? — censura dando um tapa no braço dele. — Onde já se viu fazer essas coisas com a sua irmã?
   — Eu tava brincando com ela, mãe — diz Felipe encolhendo os ombros. 

Em uma outra mansão do condomínio de luxo, Marina e Victor brincam de guerra de travesseiro no quarto dele. Ela usa um baby doll de seda preta e ele, samba canção de mesma cor. Resolveram dormir juntos depois que chegaram da ceia que foi realizada em um clube. Logo pela manhã, Victor acordou a irmã com uma travesseirada, iniciando a guerra. 
   — Vou te ensinar a ser mais delicado comigo — diz Marina batendo com um travesseiro na cabeça do irmão.
   — É desse jeito que você quer me ensinar a ser mais delicado? — pergunta Victor enquanto devolve o gesto dela. 
   — Se você não aprende por bem, vai aprender por mal. — A morena acerta uma travesseirada na barriga dele e penas escapam de seu travesseiro. 
   — Ai que legal! — exclama Victor encantado com a penas que cai no chão. 
   — Então toma essa. — Marina bate mais uma vez nele, só que dessa vez na cabeça, fazendo penas rolarem pelo corpo do irmão. 
   — Toma você essa! — O loiro acerta um golpe com o travesseiro na cabeça dela e da mesma forma que aconteceu com o travesseiro de Marina, o dele deixa sair algumas penas pela cabeça dela. — Agora sim, uma galinha sem penas não rola. 
   — Viado! — xinga a ex líder de torcida antes de Lua abrir a porta. 
   — Mais o que é isso? — pergunta surpresa. 
   — Amor de irmão, mãe — responde Victor rindo. 
Lua balança a cabeça, sorrindo incrédula. 
   — Vocês dois não tem jeito.

Horas mais tarde, todos se reúnem na mansão de Lua e Arthur para o almoço de Natal. A casa está lotada e as pessoas conversam e transitam de um lado para o outro. Em um canto, os adolescentes se juntam e conversam freneticamente. 
   — Esse otário aqui me fez vomitar mais cedo — conta Yasmin apoiada na janela, apontando para Felipe. 
   — Eu só estava brincando, você que é fresca demais. 
   — Fresca? Eu? 
   — O que foi ele te fez? — pergunta Graziele com curiosidade. 
   — Ele me carregou de cabeça para baixo do primeiro andar até a sala de estar. 
   — Daí quando a gente chegou, ela saiu correndo. 
   — E fui encontrada vomitando pelo meu pai — termina Yasmin de maneira trágica. 
   — Pobrezinha! — ironiza Isabela ao lado dela na janela. 
   — Cala a boca, amiga! — As duas riem e Thiago, que está sentado em uma poltrona defronte para elas, comenta:
   — Sabe o que seria legal? Se o Felipe caísse com a Yasmin e machucasse de novo o tornozelo. 
Victor e Vinícius riem.
   — Nem brinca com isso! — censura Isabela. 
   — Credo, ainda estou me recuperando daquele atropelamento — fala Felipe. 
   — Mas vaso ruim não quebra — Malu diz entre gargalhadas e todos riem com ela. 
Marina se aproxima dos amigos com um copo de refrigerante nas mãos. 
   — Obrigada, maninha — agradece Victr pegando o copo da mão dela. 
   — Não, Victor! — reclama a morena. — Devolve. 
   — Só um golinho. — Victor vira o copo em sua boca. — Toma, enjoada. 
Marina pega o copo de volta, fazendo uma careta para o irmão.
   — Babaca — fala sentando no braço da poltrona que Vinícius está. 
   — Então — diz Malu —, será que vai demorar para o almoço ser servido? Eu tô com fome. 
Marina engole um pouco de refrigerante e responde:
   — Acho que vai demorar um pouquinho, todos estão em volta da minha avó, conversando com ela. 
   — A Kátia? — indaga Felipe. 
   — É. 
Isabela diz com sua voz meiga:
   — A gente soube que ela está mal de saúde. 
   — É por isso que a gente veio pra cá — Victor fala. — Porque o pai achava que esse seria o último Natal dela. 
   — Mas a Dona Berenice surpreendeu todos nós e melhorou pra caramba — Marina responde ao comentário de Isabela. 
   — Que bom, né! — exclama a irmã de Vinícius. 
   — Sabe o que isso significa? — pergunta Marina sorrindo. — Que a gente veio pra cá em vão. — O sorriso dela aumenta quando ela olha para Vinícius. — Ou melhor, não foi em vão, foi para eu conhecer essa coisinha fofa aqui. 
Os dois se beijam. 
   — Oh, que lindo — exclama Malu rindo. — Já podem começar a namorar!
   — Eu shippo — comenta Graziele e eles riem. 
   — Viu — fala Marina saindo do beijo — já pode me pedir em namoro. 
Vinícius sorri e afaga o rosto dela. 
   — Aguarde. 
Victor ri.
   — Acho que ele está te enrolando, little sister. 
   — É que eu não sou precipitado como você e a Yasmin — rebate Vinícius sorrindo. 
   — Tijolada! — zoa Thiago.
Yasmin bagunça o cabelo de Victor, falando:
   — Não foi precipitado, foi um erro mesmo. — Ela gargalha e abraça Victor. 
   — Sai! Eu sou um erro pra você — ela diz empurrando ela, porém não faz esforço algum para afastá-la. 
   — Um erro acertado — Yasmin sussurra no ouvido dele e dá um beijo em seu maxilar.
Os outros adolescentes voltam a conversar e Victor vira a cabeça, encostando seu nariz no dela. 
   — Erro, né? — Yasmin sorri e dá um selinho em sua boca. — Erro — ele repete e recebe mais um selinho dela. 
   — Bobão. 
   — Tirou o Natal para me zoar, né? — ele pergunta passando um braço em torno da cintura dela. 
   — É a zoeira do amor — comenta Yasmin antes de beijá-lo. Victor tem pouco tempo para retribuir o beijo dela, pois Felipe interrompe puxando a irmã pela cintura. 
   — Solta! — ele pede rindo. Os demais pararam de conversar outra vez e os observam rindo. 
   — Esse moleque não me deixa em paz nem no Natal — reclama Yasmin revirando os olhos. 
Felipe gargalha e abraça Isabela também. 
   — Duas das três damas da minha vida. 
   — O que você quer, Felipe? — pergunta Isabela sorrindo. 
   — Um beijo das duas. Depois do acidente eu fiquei mais sentimental. 
   — Oh, tadinho do meu irmãozinho. 
   — Coitadinho dele. 
Isabela e Yasmin, rindo, dão um beijo na boca e na bochecha dele, respectivamente. 
   — Estou no paraíso — fala Felipe rindo.
Vinícius batuca nas pernas de Marina, cantando:
   — Estou a dois passos, do paraíso. 
Eles riem e voltam a conversar empolgadamente. Yasmin se apoia na janela novamente e Isabela deixa Felipe envolvê-la em um abraço apertado. 
   — Nosso primeiro Natal juntos — ele comenta no ouvido dela.
   — Mas a gente sempre passou o Natal juntos — Isabela se faz de desentendida. — Ah não ser aquela vez que eu viajei pra Paris com os meus pais e o Vinícius. 
Felipe sorri.
   — Você entendeu o que eu quis dizer. 
Isabela dá um selinho nele, sorrindo.
   — Entendi, sim. E se depender de mim, esse será o primeiro Natal de muitos. 
   — Então assim será, porque eu também não quero me separar de você. Nunca. 
Felipe dá um beijo no queixo dela e Isabela busca a boca dele, sentindo sede do seu beijo. Depois do carinho, ela observa:
   — Você realmente está mais sentimental, hein?
Felipe ri e acaricia a nuca dela sob o cabelo. 
   — Isso é bom ou ruim? 
   — Isso é ótimo! — responde a adolescente antes de beijá-lo novamente. — Te amo — se declara entre a carícia. 
   — Eu também te amo, minha pequena. 
Eles dão mais um beijo e Yasmin puxa Felipe, o imitando:
   — Solta!
Os nove gargalham e Mel caminha até eles. 
   — Pequenos, vamos almoçar!
   — Deus seja louvado — fala Malu se movendo. 
   — Perdoa os maus modos dela, Mel — pede Graziele rindo. — Não tem comida em casa, sabe? 
Mel ri e abraça Maria Luíza. 
   — Aproveita para tirar a barriga da miséria, tá?
   — Em nome do senhor — responde a morena. Victor passa por elas, dizendo:
   — Olha, deixa Jesus em paz, menina. Hoje é aniversário dele, cuidado que Deus castiga. 
Thiago, Malu, Yasmin, Felipe, Vinícius e Marina riem e Mel fala soltando a filha de Nathália e Lucas:
   — Conhecendo vocês, eu sei que pedir para vocês não fazerem piada com isso é demais, mas hoje não, né? 
Victor presta continência. 
   — Sim, senhora. 
   — Para de fazer e dizer bobagem, moleque. — Yasmin coloca as mãos nos ombros dele e caminha para o quintal, onde uma enorme mesa foi posta ao lado da piscina. 

Chay está conversando com Micael, Henrique e Nathália quando Mel senta ao seu lado. 
   — Já estamos todos aqui — fala puxando a cadeira para frente. Lua, na cabeceira da mesa com Arthur, aguarda todos se acomodarem para dizer:
   — É uma alegria receber todos vocês aqui em casa nesse Natal e eu queria dizer que eu amo muito vocês e que esse ano que está entrando seja repleto de alegria para nós. 
   — Viva! — exclama Nathália e eles brindam.
Todos se servem e começam a almoçar. Aos poucos os burburinhos vão aumentando, conforme eles começam a conversar. Em um determinado momento, os adultos começam a relembrar a época em que eram adolescentes. 
   — Vocês lembram de quando a gente se conheceu? — pergunta Mel para Fernanda e Mateus. 
   — Lembro — responde a mulher, que mesmo depois de anos mantêm sua voz suave. — Eu bati no seu braço e você derrubou refrigerante no Mateus. 
Os três riem. 
   — O Chay ficou com ciúmes do Mateus — Mel conta.
   — Fiquei mesmo — assume o cantor. — Quem era aquele garoto que queria roubar a minha morena? 
   — Dramático desde sempre, né? — diz Mel gargalhando. Todos riem e Lua fala:
   — Mas nada bate o Henrique e a Nathália.
   — Como assim? — indaga Malu, que junto com os amigos observa a conversa. — Vocês já ficaram?
   — Claro que não! — responde Nathália. 
   — É que eu fiquei a fim dela por um tempinho — Henrique explica. 
   — Mas e a minha mãe? — questiona Graziele com curiosidade. 
   — A gente não se conhecia — conta Larissa. — Quando a gente se conheceu, ele se apaixonou por mim. — Ela gargalha junto com todos. 
   — E a Nathália e o Lucas? — observa Sophia. — Eles se odiavam no começo. 
   — É verdade — assume Lucas. 
   — Olha, amiga — Graziele sussurra para Malu — igual você e aquele garoto lá da sala, o Samuel. 
   — Eu e o Samuel? Está delirando, Grazi?
A ruiva ri e dá de ombros.
   — Por que não? 
   — A pergunta seria, por que sim? E eu espero que ele saia esse ano do colégio. 
As duas riem e voltam a prestar atenção no bate papo dos pais. 
   — Eu lembro de quando a gente fez um piquenique — fala Nathália. 
   — Foi tipo um encontro de casais — complementa Mel rindo. 
   — Verdade — afirma Arthur. — Eu e a Lua, Mel e o Chay, Sophia e Micael, Fernanda e Mateus, Larissa e Henrique se conhecendo. 
   — É tão estranho imaginar vocês jovens — fala Victor e os adolescentes concordam. 
   — A gente já aprontou muito — diz Micael. 
   — Velhos e bons tempos — observa Mel. — Depois nós crescemos, formamos família, começamos a trabalhar e agora esses pentelhos estão aqui. 
Marina sorri e acrescenta:
   — Agora é a nossa vez de aprontar.  


Comentários

  1. Ai muito fofo adorei a surpresa.
    Saudades Belipe ❤

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  2. Nossa que legal amei esse conto.
    simplesmente perfeito como tudo que vc escreve.
    Parabéns rê.
    Feliz Natal a Todos os leitores.

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