Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 147: Isabela é assombrada por pesadelos com Felipe


No escuro, sob as cobertas de Victor, Yasmin dorme tranquilamente. Ao contrário dela, o loiro fita o teto sem um pingo de sono. Seus pensamentos vagam pelos eventos da noite, por sua vida nos Estados Unidos, pelas recordações de seus amigos americanos e das líderes de torcida com quem costumava ficar. Um aperto em seu peito o faz perceber o quanto ele sente falta daquela vida. Não querendo se permitir esse tipo de sentimento, Victor sacode a cabeça e olha para o lado, onde enxerga Yasmin dormindo. Um sorriso espontâneo surge em seu rosto e ele acaricia o cabelo dela. Com o toque, Yasmin se mexe e se aconchega ainda mais perto do quase namorado.
O legal é que a gente não deixou de ser amigo colorido, mas eu já disse que a amo e agora ela está dormindo comigo. Essa amizade está mais para namoro pensa o loiro. Yasmin abre os olhos lentamente e percebe que o garoto está acordado.
   — Perdeu o sono? — pergunta com a voz embargada. 
   — Sim. 
   — É porque quando você está ao meu lado, você não consegue dormir. 
Victor ri.
   — É uma teoria. 
   — É a verdade. — Yasmin afunda o rosto no pescoço dele, fechando os olhos. 
   — Sabe o que eu estava pensando? — Yasmin profere algo como um "Não". — Que desde que a gente terminou por causa do seu amiguinho Breno, a gente não voltou oficialmente. 
   — Aham. Amizade colorida, lembra?
   — Mas você não acha que isso está bem mais além?
   — Eu acho que é tarde e eu quero dormir — responde a loirinha bocejando contra a pele dele. — Acho que você devia fazer o mesmo. 
Victor ri e abraça. 
   — Ok. 

Isabela retorna para a sua cama e tenta dormir novamente. As horas passam e por volta das cinco horas, mais um pesadelo perturba a adolescente. 
   Ela está deitada em sua cama e a porta é aberta. Mel entra com o cabelo despenteado e acorda a filha aos berros.
   — Isabela! Isabela! O Felipe... Aconteceu uma tragédia... Uma coisa horrorosa. 
A adolescente desperta assustada.
   — Hã?
   — O Felipe... Foi um assalto... Ele não reagiu, mas mesmo assim...
   — Mãe, fala com calma. O que aconteceu?
O queixo de Mel treme quando ela diz:
   — O Felipe morreu. 
   COMO É?
   — Ele foi assaltado e o bandido atirou na cabeça dele. Não deu nem tempo de chegar no hospital!
Isabela pula da cama.
   — Como assim? Isso não pode ser sério — diz atordoada. Lágrimas começam a se formar em seus olhos castanhos e ela sai do quarto. — Isso não é real. Eu devo estar sonhando. Não!
Isabela começa a descer as escadas, mas para abruptamente ao ver o que parece ser o espírito de Felipe no pé da escada. Uma lágrima escorre no rosto dele, que diz:
   — Eu morri sem você ter me perdoado. 
Isabela chora compulsivamente e se apoia no corrimão para não cair, pois suas pernas estão moles. 
   — Eu te perdoou — fala entre as lágrimas. — Eu te amo, Felipe! Eu te amo, por favor, não vai. 
   — Tarde demais — ele responde e sua imagem se dissipa como fumaça. 
   — Não! — berra Isabela no momento que seus joelhos fraquejam e ela cai sentada nos degraus. — Não, Felipe! Não se vá! Por favor, por favor!
   Os ombros de Isabela são sacudidos e ela acorda repentinamente. 
   — Felipe, Felipe — diz confusa. Seu rosto está encharcado e Vinícius diz com calma:
   — Foi só um sonho. 
Isabela está ofegante e olha para os lados, constatando que tudo não passou de mais um pesadelo. 
   — Ai, foi horrível! — fala caindo aos prantos. — Eu sonhei que o Felipe morria. 
Vinícius a abraça e Isabela o aperta com força, querendo apagar o pesadelo de sua memória. 
   — Respira, foi só um pesadelo. Fica tranquila!
Isabela assente, tentando se acalmar. Minutos se passam até que ela possa controlar seus batimentos cardíacos. 
   — Está melhor? — pergunta Vinícius enxugando o rosto dela.
   — Sim. — Ela olha no relógio de cabeceira. — Acho que não foi mais dormir. Esse foi o segundo pesadelo que eu tive com o Felipe em uma única noite. 
   — Você costuma ter esse tipo de sonho?
   — Não. — Ela passa a mão no cabelo. — Desde que a gente terminou, eu não tenho sonhado com ele. Não sei o que aconteceu! — Vinícius boceja de sono e ela completa: — Pode ir dormir. 
   — Você vai ficar bem?
   — Aham, estou melhor. De verdade. Pode ir — diz passando a mão pelos cachos dele. — Obrigada. 
   — Sem problemas — fala o jovem levantando. 
   — Ah, não conta pra ninguém sobre isso, tá bom? — pede Isabela. — Ninguém precisa saber.
   — Ok, minha boca é um túmulo. 
Vinícius dá um leve sorriso e sai do quarto. Isabela prende o cabelo em um coque e respira fundo antes de sair da cama, disposta a não dormir mais para evitar outros pesadelos com o ex-namorado. 

Por volta das oito horas da manhã, Felipe passa pelo portão da mansão de Chay e Mel, onde agora moram apenas a empresária e os filhos. Vera abre a porta após a campainha tocar e o moreno diz:
   — Oi, Vera! Vim falar com o Vinícius.
   — Ele está no quarto dele.
   — Beleza.
Felipe sobe as escadas, torcendo para encontrar Isabela no caminho, mas se decepciona ao chegar na porta do quarto do melhor amigo sem ver nem a sombra da adolescente. Ele entra no cômodo e encontra Vinícius sentado no chão ao lado da cama tocando violão. O jovem toca o solo tema de Harry Potter. 
   — E aí — cumprimenta Vinícius sem parar de tocar.
   — Oi.
Felipe senta na frente de Vinícius, que diz sorridente: 
   — Amo esses solinhos clássicos de filme 
   — É legal. Você só sabe tocar o do Harry Potter?
   — Aham. — Vinícius para de tocar e apoia o violão no colo. — A Isabela já me pediu para aprender a música do Crepúsculo, mas eu não quis. 
Eles riem. 
   — Ensina ela a tocar. 
   — Ela não ia parar de tocar — ri Vinícius. — A Isa adora essa música, já disse que se casaria com o garoto que tocasse pra ela como no filme.
Eles riem novamente e Felipe pergunta:
   — Essa música, é aquela que uma mulher canta?
   — Não, não é A thousand miles...
   — Não — interrompe Felipe. — A thousand miles é aquela música das Branquelas, sabe? — Ele cantarola a música e Vinícius ri.
   — Pior. Acho que é Thousand years então. Mas enfim, não é essa, é aquela que o Edward toca no piano para a Bella. 
   — Ah, sei. 
O tom que Felipe fala deixa Vinícius com uma dúvida:
   — Foi irônico?
Felipe ri.
   — Não, eu realmente sei. A Isa me fez ver esse filme umas trocentas vezes. Uma delas foi quando ela terminou com o Jonas. A gente assistiu a saga toda, acredita?
   — Uau, isso que é prova de amor. 
Felipe dá um risada entristecida e olha para baixo, fazendo Vinícius se arrepender do que falou. 
   — Então — diz tentando mudar o rumo da conversa — te chamei aqui para a gente jogar um pouco. 
   — Boa ideia.
Os dois levantam, Vinícius deixa o violão sobre a cama e vai para a sala de jogos seguido pelo ex-namorado de Isabela. Quando eles entram na sala enxergam Isabela deitada no sofá cama lendo um livro. 
   — A gente veio jogar — informa Vinícius fechando a porta. Com o coração disparado, Isabela fita Felipe e os seus pesadelos invadem sua mente. 
   — Ok — sussurra sem pensar. Ela levanta o livro, escondendo o rosto e Felipe lê o título: O pianista. Nesse instante uma ideia surge em sua cabeça e o rosto dele se ilumina. Vinícius, que está ligando o videogame, pergunta:
   — O que foi, Felipe?
O adolescente sorri, não se contendo de tanta alegria, mas logo se controla e responde:
   — Nada demais. Só estou pensando na minha vitória sobre você.
Vinícius dá uma risada irônica.
   — Vai sonhando. 

As horas passam e Yasmin e Victor chegam do salão de beleza. 
   — Minha bunda está dormente de tanto que eu fiquei sentado — ele reclama.
   — Você disse que iria comigo se eu dormisse lá na sua casa — lembra a adolescente fechando a porta da sua casa. 
   — É, eu disse. Agora vamos almoçar? Estou faminto. 
Yasmin ri.
   — Vamos. 
O casal caminha até a sala de jantar, onde encontra Sophia almoçando com Micael. 
   — Oi — cumprimentam Yasmin e Victor ao entrarem. 
   — Oi — responde Sophia.
Micael acena enquanto mastiga. 
   — Nós acabamos de chegar do salão, estamos morrendo de fome. 
   — Juntem-se a nós — chama Micael.
   — É claro, vamos só lavar as mãos. 
Yasmin e Victor vão ao lavabo que tem no corredor e voltam com rapidez. Quando todos estão almoçando tranquilamente, Felipe entra no cômodo como um cometa.
   — Mãe!
   — O que foi, Felipe? — pergunta Sophia espantada. 
   — A vovó ainda tem aquele piano lá na casa dela, né?
Sophia franze a testa diante da pergunta dele e responde mecanicamente:
   — Tem, por que o interesse? — pergunta com curiosidade. 
   — Eu preciso da ajuda dela. Ela ainda sabe tocar, né?
   — Claro, o piano é a paixão da mamãe. Eu ainda não estou entendendo aonde você quer chegar com isso, Felipe. 
   — Vocês saberão — ele responde enigmaticamente e sai da sala de jantar tão rápido quanto entrou.
   — Eu, hein — comenta Yasmin tomando um gole de suco. 
   Felipe caminha apressadamente até a sala e pega o telefone sem fio. Ele disca o número do apartamento da avó materna e instantes depois ouve Branca dizer:
   — Alô? 
   — Oi, vó, é o Felipe.
   — Oi, meu filho, como vai?
   — Bem, estou precisando de uma mega ajuda da senhora.
   — O que foi?
O adolescente começa a explicar para a avó a ideia que teve. 

Durante a noite, Marina e Vinícius se encontram na praça do condomínio. Eles caminham pelo local de mãos dadas, conversando.
   — Eu decidi hoje a roupa que vou usar na festa fantasia do Terceirão — conta a garota.
   — É? Qual vai ser a sua fantasia?
   — Líder de torcida. 
Vinícius é pego de surpresa pela resposta dela e não consegue reprimir a pena que invade o seu peito.
   — Ôh, amor, tenho certeza que você vai ficar linda. 
   — Eu sei. Foi uma maneira de eu matar a saudade e o legal é que eu não vou nem gastar dinheiro, afinal eu ainda tenho o meu uniforme. Nunca vou jogar ele fora!
Vinícius acaricia a mão dela com o dedão.
   — Eu me fantasiaria de quarterback, mas acho que não vai ficar bacana.
   — Por que não?
   — O seu ex é quarterback. 
   — O que é que tem? Quase ninguém sabe disso.
   — Mas eu sei. Não me sentiria confortável. 
Marina assente.
   — Ok. Então, você já tem alguma ideia pra sua fantasia?
   — Não, estou aceitando sugestões. 
   — Quarterback — diz a morena imediatamente.
   — Marina — ele a censura. 
A jovem ri.
   — Ok, desculpa. Hum, deixa eu pensar, algum super-herói?
   — Qual, por exemplo?
   — Sei lá, Iron man?
   — Não, mas seria legal se o Felipe fosse.
   — A Isabela ia se apaixonar — diz Marina e eles riem. — Vamos ver, Spider man?
   — Muito clichê. 
   — Superman?
   — Não, ia ficar estranho com o meu cabelo cacheado.
   — Você poderia colocar uma... como se diz?... Peruca, ou escovar o cabelo.
Vinícius gargalha.
   — Ia ficar ainda mais estranho, Mari.
   — Pior — ela admite. — Flash? 
   — Interessante. Vamos deixá-lo guardado.
Marina ri.
   — Ok, vamos continuar. Capitão américa?
   — Muito modinha. Sem contar, que o Lorenzo pode se apaixonar por mim.
Eles riem. 
   — Ai, Vinícius — fala Marina se recompondo. — Eu iria sugerir o Thor, mas eu acho que o Victor irá com essa fantasia.
   — Sério?
   — Aham. 
   — Vai ficar legal.
   — É. — O rosto dela se ilumina. — Já sei! E se você for fantasiado de soldado troiano, tipo Páris de Tróia?
   — Será? Não vai ficar esquisito?
   — Claro que não. 
   — Ok, deixa o Flash pra lá, eu vou de Páris.
   — Vai ficar tão fofo.
Vinícius ri e puxa Marina, dando um beijo nos lábios da jovem. 
   — The Páris with the cheerleader — diz Marina.
   — Casal mais inusitado impossível. 
Eles riem e dão mais um beijo.

A semana corre e na sexta-feira, os adolescentes conferem suas fantasias. Malu e Graziele conversam sobre a festa em uma sorveteria. 
   — Eu estou ansiosa para essa festa — conta a ruiva.
   — Confesso que até eu estou. Quero logo colocar a minha fantasia. 
   — Você vai ser a Malévola mais linda de todas — diz Graziele rindo.
   — Valeu, você não será a pior Jessie que o mundo já viu. 
   — Cala a boca! — Elas riem. — Achei legal do Thiago topar ser o Woody.
   — Vai ficar bonitinho vocês dois de Toy Story.
Elas gargalham.
   — Eu quero ver a fantasia do resto do povo — diz Graziele.
   — Quero mesmo ver as gurias do primeiro ano querendo pagar de gostosa e acabar pagando mico, isso sim. 
   — Quem não quer? — pergunta Graziele e cai na gargalhada. 

No dia seguinte, por volta das sete da noite, Felipe começa se preparar para a festa do Terceirão. Após sair do banho, se enxuga e veste uma cueca box preta. Ele encara sua fantasia, que está esticada sobre a cama, enquanto seca o cabelo com a toalha. 
   — Fantasia mais nobre que a minha não haverá — brinca pegando a roupa. Ele se veste e confere seu visual no espelho. Yasmin abre a porta sem bater e entra no cômodo.
   — Uau, que príncipe gato. 
Felipe ri e dá mais uma olhada no seu figurino. 
   — Adorei essa fantasia de príncipe William. 
   — Está igualzinha a roupa que ele usou no casamento real. 
Felipe coloca o quepe e vira para observar a roupa de Yasmin.
   — Desculpa perguntar, mas você está fantasiada de quê?
Os ombros de Yasmin caem. 
   — Vou dar uma pista. — Ela começa a andar pelo quarto, cantando: — Let it go, let it go, can't hold it back anymore. Ajudou?
   — Não. 
Yasmin arruma sua trança lateral e diz:
   — Eu sou a Rainha Elsa, de Fronzen. 
   — Ah, aquele filme da Disney? 
   — É!
   — Nunca vi, só ouvi falar. 
   — Percebi. Estou linda! — fala dando uma volta sem sair do lugar. — Vamos?
   — Vamos. 
Eles saem do quarto e no corredor, Felipe indaga:
   — Você sabe qual é a fantasia da Isabela?
   — Sei, mas não vou te contar.
   — Ah, fala aí, Yasmin. 
   — Não. Nem adianta insistir. 
O casal desce a escada e Sophia sorri, sentada no sofá.
   — Ai que lindo estão os meus babys. 
   — Cadê a sua Kate Middleton, Felipe? — pergunta Micael rindo.
   — Está em Londres. 
Os quatro caem na gargalhada. 
   — Pai, diz pra mim que o senhor sabe quem eu sou — pede Yasmin com manha. 
   — É claro que eu sei, é aquela princesa da Disney que congela as coisas. 
   — Pelo menos alguém sabe — diz a loira lançando um olhar cortante na direção do irmão. 
   — Ela queria que eu adivinhasse — conta Felipe dando de ombros. 
   — Você está linda, Yasmin — elogia Sophia. — Pena que a Elsa não tem um príncipe encantado. 
   — É, mas eu tenho um super herói — brinca a adolescente. 
   — O Victor vai de super herói? — Micael pergunta com curiosidade. 
   — Aham, de Thor. 
Sophia gargalha.
   — Que casal diferente. 
   — Casal de amigos — corrige Yasmin. 
   — Se todo mundo fosse amigo como vocês são — rebate a empresária e eles riem novamente. 
   — Vamos, Felipe? Eu não quero me atrasar. 
   — Tá. Tchau, pai! Tchau, mãe.
   — Tchau, gente — fala Yasmin caminhando até a porta. 
   — Tchau! — dizem Sophia e Micael juntos. 
Ulisses, o motorista dos irmãos, já está aguardando dentro do carro na garagem da mansão. Os dois entram no automóvel e ele liga o motor.
   — Estou tão nervosa para essa festa. É a nossa festa e eu fui uma das organizadoras, nada pode dar errado. 
   — Não sei se vai dar errado, mas podemos esperar algumas surpresas, porque, afinal, todas as festas dos terceiros tem alguma coisa. — Ele afivela o cinto de segurança e acrescenta: — Essa não será diferente. 


Comentários

  1. Amei o capítulo,super mega ansiosa pra o próximo capítulo

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  2. Ai que lindo!
    Já estou imaginando o Felipe tocando piano para a isa, amo essa música.
    Amo Crepúsculo :)

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