Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 133: Marina realiza sua parte no plano contra Jonas


Sentados nos escombros do que um dia foi uma praça, Thiago e Graziele namoram. Ela bagunça o cabelo dele enquanto ele faz cócegas nela.
   — Senhor Thiago? — chama o motorista.
   — Sim? — responde o adolescente parando de fazer cócegas na, agora, namorada.
   — Achei que o senhor fosse querer saber que tem um grupinho mal encarado aqui na praça. 
   — Como? — pergunta Graziele com a voz aguda. Ela olha ao redor, procurando o grupo citado pelo motorista, mas não encontra ninguém.
   — Onde eles estão? — Thiago pergunta com calma.
   — Daqui não dá pra ver por causa dessas paredes, mas bem ali trás.
   — Ok, valeu por avisar.
O motorista se afasta e Thiago levanta. Ele caminha até uma parte aberta da praça e só então o grupo entra em foco em sua visão. Eles riem e conversam fumando o conteúdo de um cachimbo artesanal. 
   — Parece os seus amigos — comenta Graziele.
   — Se era pra ser uma piada, não foi engraçada.
   — Não foi uma piada — ela diz com seriedade. — É exatamente assim que vocês são, só que com roupas de marca e motoristas particulares. 
Graziele se afasta e caminha rapidamente para o carro, temendo que os jovens vejam ela e Thiago. Quando está dentro do veículo, diz para o motorista:
   — Pode ligar o motor.
   — O Seu Thiago não vem? — ele pergunta com formalidade.
   — Sim, já está vindo — responde a ruiva afivelando o cinto de segurança. A porta do carro se abre repentinamente, fazendo o coração dela saltar, e Thiago entra. 
   — Vamos para aquele lugar que eu falei — diz para o motorista, que acelera o carro. 
   — Pra onde nós estamos indo agora? — pergunta Graziele.
   — Ainda faz parte da surpresa. 
   — Ok. — Graziele olha para fora, não querendo prolongar o papo. Thiago ri com leveza e pula para o assento do meio para ficar ao lado dela.
   — Grazi, a gente começou a namorar hoje, lembra? Já vamos ficar brigados?
   — A gente não brigou — diz ela sem ao menos olhar para ele.
   — Ah não, então por que você está assim como?
A ruiva vira a cabeça, fixando o seu olhar nos olhos dele. 
   — Sabe qual é o problema? Você não consegue ouvir a verdade. Foi só eu falar que aquele povo é igual aos seus amigos e você veio com patada.
   — Eu não dei patada em você, Grazi. 
   — Não? Aquilo foi o que então?
Thiago hesita em responder.
   — Ok, pode ser que eu tenha sido um pouco grosso, mas foi sem querer. Me desculpa?
   — Tudo bem, vamos esquecer isso.
O jovem sorri e dá um beijo nela.
   — Tudo o que eu menos quero agora é ficar brigado com a minha namorada.
   — Pensei que não fosse nunca ouvir essa palavra saindo da sua boca.
Thiago ri e dá um beijo nela. 

Ainda reunidos no sofá, um dos colegas de Bernardo, pergunta para Anelise:
   — O seu pé, melhorou?
   — Sim, foi um alívio tirar o gesso. — Eles riem. 
   — O Bernardo comentou comigo o incidente que aconteceu com você. 
   — Pois é, não foi fácil casar e passar a lua de mel com o pé daquele jeito. 
   — O que aconteceu? — pergunta Maristela com curiosidade.
   — Eu caí no banheiro — responde Anelise. — O pior é que eu estava sozinha em casa.
   — Vish! E aí?
   — O Bernardo foi me resgatar. — Anelise lança um olhar apaixonado na direção do marido, de propósito para acabar com qualquer chance que Maristela possa pensar ter com ele. 
   — Que bom que ficou tudo bem — diz a médica com sinceridade. — Vamos jantar?
   — Opa! Graças a Deus — fala Gabriel e eles riem. 

O carro de Thiago para em frente a um prédio de alto luxo. 
   — O que a gente está fazendo aqui? — pergunta a ruiva.
   — Uma noite especial exige uma madrugada do mesmo nível. 
   — Isso não é um hotel — constata Graziele olhando pela janela. — O apartamento é de quem? De algum amigo traficante seu?
   — O apartamento é dos meus pais. Vamos subir. 
Os dois descem do carro, se identificam na portaria e entram. No elevador, Graziele pergunta:
   — Por que os seus pais mantêm esse apartamento?
   — Eles alugam. Por sorte, está vago, o casal que morava se mudou. 
   — Entendi. Eu tenho que ligar para os meus pais, não me deixa esquecer, tá?
   — Não precisa.
   — Eu não vou passar a noite fora de casa sem dar informações — retruca a ruiva.
   — Mas eles têm informações sobre a sua noite. 
   — Como assim?
   — Eu conversei com a Larissa.
   — A minha mãe está sabendo? Ela sabe até do pedido de namoro?
   — De absolutamente tudo. 
Graziele se apoia na parede espelhada e ri. 
   — Não acredito nisso. 
O jovem fica na frente dela e deixa suas mãos encostadas no espelho ao lado da cabeça dela.
   — Eu penso em tudo, não é? 
   — Muito — responde a ruiva antes de dar um beijo nele. O elevador chega ao andar do apartamento e eles descem. — É um apartamento por andar?
   — Sim.
   — Caraca, que chique.
Thiago pega na mão dela e eles entram no apartamento. O queixo de Graziele cai diante da sofisticação do lugar.
   — É mobiliado.
   — Aham. Eu não ia te trazer pra qualquer lugar.
Ela sorri e o abraça, dando um beijo em seu pescoço. 

Caminhando lado a lado por um dos shoppings da cidade, Malu e Samuel conversam enquanto comem sorvete. Ele segura algumas sacolas de lojas de roupa.
   — Eu fiquei surpresa quando você me chamou pra te ajudar a fazer compras — diz a garota. — Eu não sou a mais fashionista do mundo, não esperava.
   — Eu sei que você é sincera, não deixaria eu comprar uma roupa ridícula. Por isso te chamei.
   — Aham, sei — ela ironiza. — Sei que você queria ficar perto de mim, isso sim.
Eles riem e Samuel dá um leve empurrão nela.
   — Larga de ser trouxa. 
Malu ri por mais um tempo e diz:
   — Então, vamos escolher sua roupa para a festa da Maísa?
   — Vamos.
   — Acho que essa loja tem algumas peças legais — comenta a morena parando em frente a vitrine de uma loja. — Vem, vamos entrar.

Durante o jantar no apartamento de Maristela, todos conversam sobre fatos engraçados que já ocorreram no trabalho. Como quase todos trabalham no hospital, a maioria dos fatos é contado por eles. Em um certo momento, a dona da casa pergunta para Anelise:
   — E você, Anelise? Tem alguma história para contar pra gente.
   — Eu trabalho em casa, então não ocorre esse tipo de situação. Só algumas gafes onlines acontecem de vez em quando — ela fala sorrindo.
   — O que você faz? — pergunta uma enfermeira. 
   — Eu tenho um blog que faz parte da rede de lojas para a qual eu trabalho.
   — Sério? — se espanta Maristela. — Você trabalha com isso? Só isso? O que eu quero dizer é, dá pra se sustentar desse modo? — pergunta com curiosidade nos olhos.
   — Sim! No começo eu ganhava o meu salário da rede, hoje em dia eu só recebo os lucros do blog. 
   — Nossa, que bacana! Mas é uma profissão instável, né? Um dia você pode estar em alta, outro você já pode perder acessos para outro blog. Não é igual a nossa profissão, por exemplo, que tem estabilidade. 
   — Não, hoje em dia o mercado para as blogueiras está cada vez melhor. Nós temos diversos meios para divulgar o nosso trabalho, sem contar que quase ninguém fica apenas escrevendo e publicando. Fazemos vídeos, temos um contato bem próximo com o nosso público. Com tanto acesso e facilidade, hoje em dia, não há mais isso de acompanhar o trabalho de apenas uma blogueira, sabe? Você tem uma gama de garotas e escolhe as que mais combina com o seu estilo. 
Anelise sorri para Maristela quando termina de falar e beberica um gole de suco. Bernardo, que está ao seu lado, é o única a perceber que ela está com raiva. 
   — O jantar está uma delícia — ele se apressa em dizer, antes que Maristela responda. — Como você fez esse prato? — pergunta mudando o assunto. 

No portão da mansão de Chay e Mel, Marina se despede do namorado. Após dar um beijo nele, diz:
   — Obrigada por ter me ajudado, tá? Minhas dúvidas se reduziram quase à zero.
   — Precisando — ele responde acariciando o rosto dela. Eles se beijam mais uma vez.
   — Tenta esfriar a cabeça, não fica pensando besteira.
   — Ok, pode deixar. 
Marina dá um selinho nele e ajeita a mochila em seu ombro.
   — Vou indo. Se cuida.
   — Tá. Te amo.
   — Também te amo.
A adolescente se afasta, caminhando para a sua mansão. 

Na porta do shopping, Malu e Samuel esperam os seus pais virem buscá-los. Ela lê uma mensagem no seu whatsapp e diz para o garoto:
   — A minha mãe mandou um dos motoristas da livraria pra vim me pegar. 
   — As pessoas costumam de pegar? — pergunta Samuel contendo uma risada maliciosa.
   — Vai se f*der — ela diz pausadamente e eles riem. Minutos depois, a morena observa o carro da livraria surgindo no estacionamento. — O motorista chegou. 
   — Valeu por me fazer companhia nessa tarde de compras. Eu adorei, amiga — fala Samuel afinando a voz.
   — Seu viado! — gargalha Malu. Ele coloca a mão na cintura dela com intenção de dar um beijo em sua bochecha. Malu se aproxima dele e os seus olhares se atraem de maneira intensa. Samuel encosta os lábios na bochecha dela e dá um beijo mais demorado do que o normal. Malu, constrangida, o empurra.
   — Eu... eu tenho que ir. 
Samuel sorri, um pouco menos constrangido que ela.
   — Ok. Tchau.
O carro para na frente deles e Samuel a solta.
   — Tchau! — diz Malu entrando no veículo. Ela se acomoda no banco de trás e bate a porta. — Meu Deus, nenhum garoto tinha me deixado tão incomodada assim... Isso é raro! 

Bernardo e Anelise batem a porta do carro ao mesmo tempo. Ele liga o motor e os afasta do prédio de Maristela.
   — Não precisa nem perguntar o que você achou, né? — comenta Bernardo. — Só de olhar pra você, já posso imaginar.
   — É? E o que você imagina?
   — Que você não gostou da Maristela.
   — Não gostar é pouco perto do que eu sinto por ela. Eu odeio aquela mulher! No começo, eu achei que fosse implicância da minha parte, mas quando ela começou a falar do meu trabalho. Como ela ousa falar do meu trabalho? E aquela história de que a vida de blogueira é instável, ao contrário da de médica? Que ridícula!
   — É, nem eu gostei do que ela disse naquela hora. 
   — Ai, nunca mais eu quero ver aquela mulher na minha frente. 
   — Amor, menos.
   — Não! Ela praticamente humilhou a minha profissão. 
Bernardo assente, não querendo discutir com a esposa.
   — Ok, deixa pra lá. 

Trocando carícias no sofá do apartamento de Fernanda e Mateus, Thiago e Graziele vão deixando o clima cada vez mais quente. Ela está com as pernas no colo dele e sua mão acaricia a nuca dele, aprofundando o beijo. 
   — Vamos lá para o quarto — ele pede. 
   — Vamos. 
Thiago pega Graziele no colo e caminha para uma das suítes do apartamento. No cômodo, ele a joga na cama e tira sua camisa.
   — Hoje é a nossa primeira vez como namorados — ele comenta deitando ao lado dela. Graziele sorri e beija o pescoço dele.
   — A primeira de muitas — fala tirando a blusa. 

Mel está concentrada em seu trabalho, analisando papéis da grife em seu escritório. Três batidas na porta a fazem dispersar. 
   — Pode entrar — fala jogando o cabelo para trás. Chay passa pela porta e caminha até a mesa dela.
   — Oi — fala olhando para os papéis. — Não queria atrapalhar o seu trabalho.
   — Não, tudo bem. Eu estava precisando mesmo de uma pausa. — A empresária apoia as costas no encosto da cadeira. Chay senta em sua frente, dizendo:
   — Eu queria te contar que aprontei as coisas para me mudar para o nosso apartamento.
   — Ah! Quando você vai se mudar?
   — Não vou me mudar de uma vez só. Vou indo aos poucos. 
   — Entendi. É melhor assim, para todos.
   — É, estou pensando no bem de todos nós.
   — Como você acha que eles estão reagindo? A Isabela e o Vinícius?
   — Estão se acostumando, né! Acho que a Isabela que vai precisar de um pouco mais de atenção.
   — É, eu também estou percebendo isso.
   — Vou conversar com ela nos próximos dias. Quero que ela entenda que eu não vou me afasta deles. 
   — Só de mim — diz Mel dando um leve sorriso.
   — Não é bem assim.
Ela assente.
   — Eu sei. 
Um silêncio se instala entre eles. Chay lança mais um olhar para os papéis que estão na mesa de Mel.
   — Como está indo a grife?
   — Bem, estou resolvendo os últimos preparativos para o início da divulgação da nova coleção.
   — Fiquei sabendo que a Yasmin vai ser a garota propaganda da marca.
   — E é verdade. Estamos apostando muito nos resultados que ela irá trazer para a marca.
   — Fico feliz que tudo esteja dando certo — diz Chay com sinceridade enquanto levanta. — Vou dormir. Até amanhã.
   — Até amanhã. Boa noite! 
Chay sai e Mel passa a mão no cabelo.
   — Que situação nós chegamos? 

O próximo sábado se aproxima. Por volta das dez horas da manhã, Yasmin cria uma grupo no wthasapp chamado Projeto Secreto e coloca os filhos de Lua e Arthur.
Mais tarde vamos colocar o nosso plano em prática? manda no grupo. 
Que horas? pergunta Marina.
7? sugere Yasmin.
Você vem aqui em casa, né? Victor entra na conversa.
É responde Yasmin.
Fechado então, as 7 finaliza Marina. 
No sofá da mansão de seus pais, Yasmin sorri.
   — Se prepare, Jonas, sua hora está chegando. 

Na beira da piscina, Malu e Mayara tomam banho de Sol horas antes da festa de Maísa. A loira comenta:
   — A Vanessa confirmou que vai na festa de mais tarde.
   — Finalmente eu vou conhecer essa tão falada Vanessa. 
   — Você vai gostar dela.
   — Não vejo a hora de falar com ela — responde Malu e Mayara não percebe o tom discreto de ironia na voz dela. — Ah, preciso ligar para o Samuel.
   — Para o Samuel? — repete Mayara surpresa enquanto observa a amiga pegando o celular. 
   — Oi, Sam — diz quando o garoto atende. — Preparado para mais tarde? Eu também estou empolgada. Sua roupa já está passadinha, engomada? — pergunta gargalhando. — Ok, te vejo mais tarde. Beijos, tchau!
Ela desliga, tendo a certeza de que Samuel achou a ligação estranha, mas ela se sentiu no dever de realizá-la só para provocar Mayara e ao olhar para a loira, percebe que funcionou perfeitamente. 
   — Essa festa vai ser demais, não? — comenta com naturalidade.
   — Ah vai!

As horas passam tão rápido quanto o bater de asas de um beija-flor. Os adolescentes que confirmaram presenta na party house de Maísa se arrumam. Em seu quarto, Samuel abotoa os botões de sua camisa preta em frente ao espelho; Mayara fecha o zíper lateral de seu vestido e sorri ao conferir a produção no espelho de seu closet; Sentada em uma cadeira acolchoada branca, Graziele penteia os seus fios alaranjados, pensando no penteado que irá usar; O seu namorado, Thiago, passa perfume e se lembra das palavras que a ruiva disse na última noite que passaram juntos: "Amo o cheiro do seu perfume, amo o seu cheiro."; No mesmo condomínio que ambos, Malu finaliza sua maquiagem passando um batom vinho; Se equilibrando em seus saltos Jaqueline e Luciana entram no carro do pai da primeira e partem rumo a festa de Maísa; A dona da festa cresce alguns centímetros ao colocar seu scapin e sorri para o seu reflexo no espelho. 
   Na calçada em frente a mansão de Fernanda e Mateus, Graziele, Malu e Thiago se encontram. 
   — Como vocês estão gostosas — Thiago ri enquanto comenta. — Pegava as duas. Juntas.
   — Credo, seu nojento! — exclama Graziele dando um tapa no braço dele. 
 Graziele                                                            
 Malu                                                                  
 Thiago                                                                                                      
Malu diz:
   — Vamos?
   — Só se for agora — responde Thiago abrindo a porta para as duas. Após todos estarem dentro do veículo, eles saem rumo a festa de Maísa. 

A campainha da mansão de Lua e Arthur toca e a emprega atende.
   — Boa noite! — sorri Yasmin ao passar pela porta. — Onde o Victor está?
   — Estou aqui — responde o jovem descendo a escada. — A Marina está esperando a gente lá em cima.
Yasmin dá um sorriso travesso e sobe os degraus com rapidez. Eles dão um beijo e caminham velozmente para o primeiro andar. Marina está sentada em frente a um computador da Apple na sala de lazer. 
   — Cheguei! — diz Yasmin. — Vamos começar?
   — Você é rápida, hein? — comenta Victor rindo.
   — Eu não quero perder tempo nesse assunto. — A loira para ao lado da cadeira de Marina. — E aí, você consegue?
Marina ri.
   — Você está brincado comigo, né? A Anabela pode ir dizendo adeus a privacidade da conta dela, meu bem. Anabela o nome da filha do diretor, não é isso?
   — Pelo visto você fez a lição de casa direitinho — diz Yasmin surpresa e eles riem. 
   — Vamos começar! — fala a morena com empolgação. — Projeto secreto em ação.

A festa rola solta na casa dos pais de Maísa. Não só os alunos da sala dela estão, muitos outros convidados estão presentes. Vanessa, Mayara e Malu conversam afastadas do alvoroço e da música. A cumplicidade de Mayara e Vanessa é evidente e Malu vai ficando cada vez mais desconfortável no papo. Afastadas delas, Jaqueline comenta com sua melhor amiga a ausência de Victor na festa. 
   — É uma pena o Victor não ter vindo. Seria ótimo ter ele aqui. 
   — Pelo o que eu ouvi falar, amanhã é a missa de sétimo dia da morte do avô da Yasmin e do Felipe, é meio óbvio que eles não viriam.
   — É, eu tô sabendo. Já que hoje não tem Victor, vou me virar com o que tem — diz rindo e olha para Samuel, que conversa com Alexandre e Jonas. 
   — Vai tentar o Jonas? — pergunta Luciana seguindo o olhar dela. — Acho que ele está a fim da dona da casa.
   — O Jonas não, mas o amigo dele.
   — Samuel? 
   — Sim. Ele é gatinho.
   — A Talita ficou com ele e disse que ele tem uma pegada que é uma delícia.
   — Então, estou doida pra experimentar. — A loira ri e joga o cabelo. — Vou colocar o meu time em campo — fala caminhando até o trio de garotos. 
   Próximas das duas, Amanda e Talita observam a investida de Jaqueline.
   — Aposto que ele não fica com ela — diz Amanda.
   — Eu não sei. O Samuel é galinha — opina Talita. 
   — Você ficaria com ele de novo?
   — Não sou de usar uma roupa mais de uma vez — responde Talita rindo.
   — Olha lá, eles estão conversando.
As duas observam Jaqueline e Samuel batendo papo.
   — Ele não está com cara de quem está pra conversa — diz Talita.
   — Daqui a cinco minutos ele já corta ela. 
   — Acho que nem isso — Talita constata quando vê Samuel se afastar da loira. As duas gargalham enquanto Jaqueline se aproxima cabisbaixa da melhor amiga, Luciana. 
   — Não deu certo, né? — pergunta a morena.
   — Não, mas eu não vou desistir. A noite só está começando!

Três copos são erguidos na cozinha da mansão dos Aguiar. O casal filho dos donos da casa comemoram o sucesso do plano com Yasmin.
   — Nem eu esperava que fosse ser tão fácil — fala Marina após beber um gole do refrigerante. 
   — Agora é torcer para eles irem no encontro — diz Victor.
   — Com certeza eles vão. — A confiança de Yasmin é notável, mas uma melancolia pode ser sentida e Victor tem quase certeza de que sabe o motivo. 

Quase duas horas se passam. A festa está cada vez mais animada e os adolescentes dançam no espaço que foi aberto na enorme sala. Malu passa boa parte do tempo atrapalhando o clima de Graziele e Thiago. 
   — Por que você não vai atrás de alguém? — pergunta a ruiva quando Thiago se afasta para ir pegar refrigerantes. 
   — Não tenho ninguém para encher o saco. 
   — Claro que tem! Olha em volta. Por que você não vai atrás da sua mais nova bff Mayara?
   — A Mayara não é minha bff.
   — Pensei que fosse — diz Graziele cruzando os braços. — Você só passa o tempo com ela agora.
   — E você passa o tempo todo com o Thiago. 
   — É diferente. Eu e o Thiago estamos juntos, você e a Mayara ficaram e nunca mais.
   — Isso, grita! 
Graziele olha em volta e diz:
   — Ninguém ouviu. 
   — Eu não vou atrás da Mayara, ela tá bêbada lá com a Vanessa — diz dando ênfase no nome da amiga de Mayara.
   — Ciúmes? — pergunta Graziele para provocar a amiga.
   — Nem é — responde Malu com sinceridade. — É raiva mesmo. Agora ela só fica conversando com a Vanessa, parece até que eu não existo.
   — Sabe o que eu acho? Que ela está fazendo isso para provocar ciúmes em você.
   — Então ela está perdendo tempo! Eu não vou ficar com ciúmes dela com aquela horrorosa. 
   — Tem certeza que você não está mesmo com ciúmes? Porque não é o que parece.
Malu esfrega o rosto com as duas mãos.
   — Ai, não sei! Eu não sei o que estou sentindo. Não sinto mais atração para ficar com a Mayara, mas também não quero que ela fique com outra, ainda mais se for a Vanessa. 
Graziele franzi as sobrancelhas. 
   — Estranho isso, muito estranho. 
Thiago retorna com três latinhas de Coca-Cola e distribui duas para Graziele e Malu.
   — O que está pegando, por que vocês estão com essas caras? 
   — A respostas é o que não está pegando — diz Graziele para a confusão de Thiago.
   — Como!?
   — Nada — diz Malu com grosseria. — Vou dar uma volta. 
Ela se afasta dos dois e Thiago passa um braço em torno da cintura de Graziele.
   — Essa sua amiga é louca!
   — Eu sei — concorda a ruiva rindo. 

Entretida com um seriado americano, Marina nem percebe que Victor conversa baixinho com Yasmin ao seu lado no sofá.
   — Está tudo bem? — ele pergunta com o braço em torno dos ombros dela.
   — Aham.
   — Não parece, você está desanimada. O nosso plano deu certo, Yas!
   — Eu sei, é que eu estou pensando no que o amanhã vai trazer. 
A suspeita de Victor se confirma. 
   — Com certeza vai trazer lembranças, mas você é forte para lidar com isso com tranquilidade.
   — Quem me garante?
   — Eu garanto — ele responde com firmeza. — Vou ficar do seu lado o tempo todo.
Yasmin assente e apoia a cabeça no ombro dele, que volta a prestar a atenção no seriado. Um detalhe na cena faz o loiro ter uma ideia para animar a ex/futura namorada. 

Malu caminha pela pista de dança e congela ao ver Mayara beijando Vanessa em um canto mais afastado e escuro. De queixo caído ela anda com rapidez até a mesa de bebidas onde esbarra em Samuel.
   — Qual é a coisa mais forte que tem pra beber aqui? — ela pergunta pro colega de sala.
   — Só tem bebidinha pra moça — ele diz. — Toma, isso é o mais forte. 
Malu aceita o copo dele e o entorna com rapidez. 
   — Por que a necessidade de afogar as mágoas? — pergunta Samuel com curiosidade.
   — Raiva. Muita raiva. 
   — Por quê?
   — Coisas, muitas coisas. Ai, Samuel, que ódio! — diz Malu dando um soco no peito dele.
   — Você está com raiva e sobra pra mim? — ele pergunta massageando a área em que foi atingido.
   — Já que não posso descontar na pessoa, você serve. 
Samuel ri e estufa o peito na direção dela.
   — Vai, joga tudo pra fora. 
Malu sorri e começa a dar tapas e socos nele. Os dois começam a rir depois de uns instantes e Samuel segura nos pulsos dela.
   — Ok, já chega.
Eles estão bem próximos e Malu assopra o próprio cabelo de seu rosto. Samuel a ajuda e tira as mechas de seus olhos com uma das mãos e volta a segurar no braço dela.
   — Obrigada — sussurra Malu mandando um hálito quente para os lábios dele.
   — Não ia deixar você se sufocar com o próprio cabelo — fala Samuel rindo.
   — Não estou falando disso, seu idiota. Estou falando pela sessão de desestresse. 
   — Viu como eu sei ser legal as vezes.
   — Tenho percebido isso ultimamente, poderia ser sempre assim. — Ela sacode a cabeça. — Não! Eu gosto de você assim. 
Samuel aproxima ainda mais o seu rosto do dela e pergunta:
   — Eu ouvi direito? Você disse que gosta de mim?
Com os olhos pretos de Samuel tão próximos dos seus, Malu responde:
   — Até que gosto, bem pouquinho.
Eles sorriem e Samuel dá um selinho nos lábios dela. Os dois se olham e ele diz:
   — Se me contasse alguns meses atrás que eu ia fazer isso, eu riria.
   — Eu também! — concorda Malu ainda tendo os pulsos presos por ele. — Nunca pensei em receber um selinho seu e ainda querer mais — diz antes de beijá-lo. Samuel solta os pulsos dela e envolve a sua cintura firmemente aprofundando o beijo. Um empurrão em seu braço o faz soltar Malu e ele olha para Mayara com espanto.
   — O que foi?
Ao invés de responder olhando pra ele, a loira encara Malu ao dizer com a voz enrolada:
   — Pra quer dar esperanças, sendo que você já tem outra pessoa em vista? Isso é cruel! Sujo!
Malu fica sem reação e Mayara se afasta tão rapidamente quando surgiu. Samuel franze ligeiramente a testa e pergunta ainda espantado:
   — Do que ela tava falando? Por acaso é de mim?
A adolescente permanece sem conseguir dizer nada e sacode a cabeça em discordância ainda olhando na direção em que Mayara desapareceu. Samuel diz:
   — Então eu entendi tudo errado, porque eu tive a nítida impressão de que ela estava falando de mim, do nosso beijo. 
   — Não é isso, caramba! — diz Malu girando a cabeça na direção dele. — Desculpa — pede em um sussurro. — Esquece isso, tá? Esquece essa interrupção da Mayara e principalmente, o beijo.
Malu larga o copo que estava segurando sobre a mesa e vai atrás de Mayara, encontrando a loira em outra sala de estar. 
   — O que foi aquilo? — pergunta olhando para ela.

Em uma das ruas desertas do condomínio, os filhos dos ex integrantes da banda Rebeldes se juntam. Felipe está com o seu skate e com o de Yasmin, como Victor pediu na mensagem que mandou para ele. 
   — Que ideia de jerico é essa que você teve? — pergunta Vinícius.
   — Como a noite estava ficando... chata, eu resolvi animar um pouco mais as coisas. Nada mais legal do que uma aula de skate, né?
   — O quê? — se surpreende Isabela. — Você quer que a gente aprenda a andar de skate?
   — Sim, por isso pedi para o Felipe trazer os skates.
   — Vai ser legal! — diz o moreno.
   — O que você acha? — pergunta Victor tentando despertar o interesse de Yasmin para que ela não fique não tristonha. 
   — Acho uma boa ideia. Vamos lá!
Felipe e Yasmin começam a ensinar Isabela e Victor, respectivamente. Marina e Vinícius sentam no meio fio para assistir, esperando a sua vez. Aos poucos, Yasmin passa a ficar mais relaxada e se diverte tentando ajudar Victor. 

   — Eu pensei que a gente ainda tinha chances — fala Mayara olhando para Maria Luíza.
   — Achou tanto que estava ficando com a sua amiguinha Vanessa!
   — Foi ela que me beijou.
   — E você aceitou! — grita Malu. — Não tenta mentir pra mim, Mayara, eu sei muito bem o que vi.
   — Assim como eu sei muito bem que vi você beijando o Samuel. Isso porque vocês vivem se implicando e você jura de pé junto não gostar dele. Imagina se gostasse, não é!?
   — Sim, a gente se beijou mesmo! Sabe por quê? Porque ele me consolou porque eu estava morrendo de ódio de ter visto você com a boca naquela... garota.
   — Ah, então ele te consolou por que você estava com ciúmes de mim com a Vanessa? — fala Mayara tropeçando até Malu. — Que legal você sentir isso — ironiza —, então por que recusa todas as minhas investidas? Hein?
Malu passa a mão no cabelo escuro.
   — Porque eu não sei direito o que eu sinto em relação a você, ok? É por causa disso. Aquela vez que a gente ficou foi legal, foi bacana, mas eu acho que acabou. Eu não sinto mais atração física por você. Só que ao mesmo tempo eu não quero ver você ficando com outra, ou outro. É muito confuso pra mim, dá pra entender? Sem contar o fato de eu estar nessa situação com uma menina. E agora o Samuel tem se aproximado cada vez mais... Eu não sei.
   — Então quando você souber a gente conversa, gracinha — diz Mayara com a voz enrolada e sai da sala. Malu balança a cabeça e diz para si mesma:
   — Acho que a festa acabou.

Na rua, finalmente chega a vez de Marina e Vinícius tentarem andar de skate. A garota tem como professor Felipe e um dos herdeiros de Chay e Mel, Yasmin. 
   — É bom ver os dois animados desse jeito, né? — comenta Isabela com Victor.
   — A Yasmin e o Felipe?
   — Exatamente.
   — É, concordo com você. 
Quando estão passando pela frente de Isabela e Victor, Marina conta para Felipe:
   — O plano deu certo, Felipe! A gente conseguiu!
Isabela franze a testa e olha para o irmão da adolescente, que está ao seu lado.
   — Você sabe do que ela está falando, Victor? Que plano é esse? 


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