Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 132: Thiago surpreende Graziele


Próximos ao mini bar, Anelise e Bernardo conversam bebericando champanhe. Os outros convidados de Maristela estão sentados em sofás e riem ao som de histórias de Gabriel. Com uma mão na cintura da esposa, Bernardo pergunta:
   — O que você achou da Maristela?
   — Por enquanto não tenho nenhuma opinião formada.
   — Qual é, amor? Ela é legal.
   — Assim como um leitor abusadinho do blog. — Anelise dá um selinho em Bernardo e se junta aos colegas dele no sofá. 
   — Que história é essa de leitor abusadinho!? — se pergunta Bernardo entornando a taça.

O motorista de Thiago estaciona em frente a uma pista de skate que está em ruínas. Graziele ergue as sobrancelhas lentamente.
   — Essa é a surpresa? — pergunta com desdém.
   — Faz parte dela — Thiago responde saindo do veículo. Emburrada, Graziele faz o mesmo que ele e bate a porta com força.
   — Não tem geladeira na sua casa, não? — ele brinca pegando no braço dela.
   — Eu tô com raiva. 
   — Por quê? 
Thiago puxa Graziele para mais perto e a abraça.
   — Porque você me fez perder uma noite de sono pra vim parar nesse fim de mundo. — Ela olha para os lados. — E se a gente for assaltado aqui?
   — Isso não vai acontecer.
   — Quem garante?
   — Eu — responde Thiago dando um selinho nela, que revira os olhos.
   — O que a gente veio fazer aqui?
   — Eu quero te mostrar umas coisas.
   — Que coisas?
   — Vem comigo. — Thiago solta Graziele e começa a caminhar na direção das paredes que estão quebradas e pichadas. Após lançar um olhar na direção do carro, para se certificar de que não está longe demais dele, Graziele segue o amigo. O jovem está parado em frente a uma parede que está completamente cheia de desenhos e frases. Ao se juntar a ele, a ruiva começa a discernir os desenhos e a ler as frases. Entre elas estão xingamentos, mensagens em códigos, frases românticas e declarações de amor. 
   — Sabe como é conhecida essa praça? — pergunta Thiago.
   — Como? — indaga a ruiva encantada com o desenho de uma caveira com dois corações nos olhos. 
   — Praça dos amores roubados. 
   — Por causa dessas frases fofas? — ela questiona se aproximando de uma das paredes quebradas.
   — Antigamente — diz Thiago abraçando ela por trás —, os casais vinham até aqui para namorar, Depois o bairro foi marginalizado e a praça abandonada pelas autoridades públicas. Mesmo assim alguns casais vinham para cá e deixavam as suas marcas.
   — As pichações. 
   — Exatamente. — Ele dá um beijo na nuca dela. — Essa é a noite de nós deixarmos a nossa marca aqui.
Graziele sorri, finalmente entendendo as intenções dele, e gostando da ideia. 
   — Mas como a gente vai pichar?
   — Você acha que eu ia esquecer de um detalhe como esse? — Thiago solta ela e puxa sua mochila.
   — Claro que não. 
Ele pega uma lata e entrega para ela.
   — Eu nunca fiz isso antes — diz a ruiva
   — Pra tudo tem uma primeira vez.
   — Será que todas as minhas primeiras vezes vão ser com você? 
Os dois gargalham e Graziele sacode a latinha. Em seguida destampa e faz um risco na parede.
   — Até que não é difícil.
   — Então eu te desafio a fazer um desenho — diz Thiago pegando uma latinha para si. Graziele faz um circulo na parede.
  — Fiz.
Thiago olha para o desenho dela e gargalha.
   — Nossa, parabéns! — ironiza.
   — Quero ver você fazer melhor. 
Thiago se aproxima da parede e faz um coração, provocando um sorriso apaixonado em Graziele.
   — Fofo. 
O jovem respira fundo e se vira para ela.
   — Grazi — sussurra com a voz grave —, fica de costas, por favor.
   — Por quê?
   — Confia em mim.
Graziele revira os olhos e gira nos calcanhares, ficando de costas para Thiago e a parede. Ela ouve o som da latinha de spray sendo chacoalhada e a tinta se unindo a parede. Minutos depois, Thiago caminha até a frente dela.
   — Pode virar — diz com seriedade. Graziele vira lentamente e sua boca se abre ao ver o que Thiago escreve na parede. Ele coloca as duas mãos na cintura dela e sussurra em seu ouvido: — Então, qual é a sua resposta?
A ruiva lê novamente a frase, absorvendo cada palavra. 
Quer namorar comigo?


A campainha da mansão de Chay e Mel toca e Vera, a governanta, se apressa para abrir. Yasmin e Marina sorriem para a empregada e a loira diz:
   — Oi, Verinha, a gente veio conversar com a Isa e com o Vini. Eles estão, né?
   — Olá, meninas. — Ela abre espaço. — Podem entrar. Eles estão cada um em seu quarto.
   — Obrigada — respondem as duas em um uníssono. 
   — É tão fofo o seu sotaque — Vera comenta para Marina, que sorri.
   — Obrigada. 
   — Fala alguma coisa em inglês? — pede a senhora com timidez. Yasmin, que observa a cena no primeiro degrau da escada, revira os olhos.
   — Alguma coisa? Hum... I'm so happy to be here with you.
Vera fica encantada e sorri, antes de perguntar:
   — O que você disse?
   — Que ela está bastante feliz por estar aqui com você — responde Yasmin a voz arrastada. — A gente já pode subir, Marina?
   — Claro. — Marina sorri para a governanta e vai para o primeiro andar junto com Yasmin. No corredor, a loira comenta:
   — Agora você vai estudar com o seu boyfriend e eu vou consolar a minha friend. 

Deitado de maneira confortável em sua cama, Vinícius pensa nos rumos que sua vida irá tomar após a separação de seus pais, Mel e Chay. A porta do quarto é aberta e Marina entra com sua mochila.
   — Oi, amor — diz caminhando até a cama dele.
   — Oi — responde Vinícius ainda envolto em seus pensamentos. 
   — Desculpa o atraso, é que eu me enrolei com... algumas coisas. 
Vinícius assente e continua olhando fixamente para o chão do quarto. Marina se senta ao lado dele, colocando a mochila sobre o cobertor. 
   — Está tudo bem? — pergunta a morena olhando para o mesmo ponto que ele no chão.
   — Hã? O que você disse? — Vinícius olha para ela.
   — Perguntei se está tudo bem.
   — Ah, está.
Marina, não acreditando na palavra dele, pergunta:
   — Você sabe que pode confiar em mim, né?
Sua frase tem a reação esperada e Vinícius suspira, dizendo:
   — Eu estou preocupado com o futuro da família.
   — Por causa da separação, né? — Marina arruma o travesseiro atrás de seu corpo.
   — Sim. Todos estão muito abalados com isso. 
   — Vocês vão continuar unidos.
   — Mas não vai ser a mesma coisa.
   — Não, mas a Mel não vai deixar de ser sua mãe e nem o Chay vai deixar de ser seu pai. 
   — Eu sei. Só disse tudo isso porque você me disse que eu posso confiar em você, porque eu estou tentando parecer forte para todos. Eu sei que esse não é o fim do mundo, mas é difícil!
   — Difícil não é impossível. 
Vinícius assente e instantes depois sacode a cabeça, fazendo os seus cachos balançarem. 
   — Tudo bem. Vamos deixar isso pra lá! Trouxe o seu material, né? — pergunta olhando para a mochila dela.
   — Claro!
   — Vamos focar nos estudos que é melhor. Deixa eu pegar minhas coisas — fala levantando da cama. Marina lança um olhar de tristeza na direção dele e puxa sua mochila para mais perto. Vinícius volta para a cama com alguns cadernos e livros nos braços. A brasileira/americana se aproxima dele rapidamente e rouba um beijo seu. Vinícius a abraça e retribui o afeto.
   — I love you — ela sussurra entre o beijo. — So much. 
   — Eu te amo — responde o adolescente. — Em português.
Marina começa a rir e se afasta.
   — Eu te amo muito — diz forçando ainda mais o seu sotaque americano e Vinícius dá um selinho nela.
   — Como você consegue isso, hein? — ele pergunta acariciando o cabelo dela.
   — Consigo o quê?
   — Me fazer tão bem, tipo, perto de você o meu estado de espírito melhora de um jeito...
   — É porque eu te amo. 
Vinícius sorri e a beija novamente. Depois dá um tapinha na coxa dela e diz:
   — Chega de namorar, vamos começar os estudos. 


Com os olhos marejados, Graziele fica de frente para Thiago e responde:
   — Sim. Sim!
Thiago leva uma mão até a nuca dela e a beija com suavidade. 
   — Eu te amo — diz entre os beijo.
   — Eu também te amo — responde Graziele abraçando-o. Eles se beijam mais uma vez e Thiago diz:
   — Eu sei que a gente já está junto faz um tempinho e que eu demorei um pouco pra fazer esse pedido, mas é que foi difícil pra eu tomar essa decisão. Você é a minha primeira namorada e até alguns meses atrás eu estava fugindo de qualquer compromisso, mas o meu coração, o meu corpo e a minha mente me fizeram perceber que por você vale a pena. Eu te amo e quero te ter junto comigo, como minha parceira em todos os sentidos. 
   — Você é demais, mesmo com os seus defeitos e suas esquisitices, eu te amo. Demorou, mas finalmente aconteceu e é isso que importa. 
Eles se abraçam novamente e Graziele dá um beijo no pescoço dele. 

Enquanto espera Isabela sair do banheiro, Yasmin mexe em seu celular, conversando com Humberto, garoto com quem estabeleceu contato dias atrás. A porta do banheiro se abre e Isabela se assusta ao encontrar a amiga em sua cama.
   — Yas?
   — Até que enfim você saiu do banho — fala Isabela abaixando o celular. 
   — Eu não sabia que você estava aqui. 
   — Estou. Vim te ver.
   — Você já sabe? — pergunta a morena enrolada em sua toalha.
   — Sim, o Felipe me contou.
Isabela suspira e caminha para o closet.
   — Vou me vestir rapidinho. Ainda bem que você veio, preciso desabafar com minha melhor amiga.


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