Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 134: Missa de sétimo dia do pai de Sophia traz surpresas desagradáveis

Como um exímio mentiroso Victor nem altera sua expressão ao ser questionado por Isabela. Dá de ombros com simplicidade ao responder:

   — Sei lá, não deve ser nada demais. A gente não tem planos com alguém que nem é tão próximo, né?

Isabela assente, concordando com a teoria dele.

   — É verdade, você tem razão. 

   — Eu sempre tenho razão, baby. 

Os dois riem, Victor com um motivo a mais, pois Isabela caiu perfeitamente na sua história. 

Na festa de Maísa, Samuel se encontra próximo da janela, encostado na parede enquanto os seus colegas e outras pessoas pulam na pista de dança improvisada no meio da sala. Seu olhar está fixo no chão e sua mente revive o beijo com Maria Luíza e a chegada abrupta de Mayara, tentando entender o que houve entre elas para que a loira falasse daquele jeito com Malu. Jaqueline se aproxima dele sem que ele note e pega em seu braço, o puxando para a realidade.

 Jaqueline

 Samuel   

   — Vim te fazer companhia — diz de maneira sensual. A maioria das garotas concordam com o fato  de que nenhum homem resiste aos poderes de sedução de Jaqueline. Nenhum homem que não conviva com ela. 
   — Você não desiste mesmo, né? — fala Samuel olhando para ela. A loirinha diminui o espaço entre eles e responde dizendo no ouvido dele.
   — Não sou de desistir com facilidade.
   — Tenho percebido. — Samuel vira a cabeça mais um pouco e fica com o nariz praticamente encostado no de Jaqueline.
   — E o que você me diz com relação a isso? 
Samuel não responde, acaba com os centímetros que os separavam, beijando os lábios de Jaqueline. A jovem envolve os ombros dele com seus braços e aprofunda o beijo. Samuel coloca as mãos na cintura dela, puxando o corpo da loira para si. 
   Maria Luíza deixa a sala em que estava conversando com Mayara, ainda atordoada com tudo o que aconteceu. Decide parar para esfriar a cabeça e encosta na parede mais próxima. Após passar a mão no cabelo, tirando a boina preta, ergue o olhar para a porta e vê que um casal se beija no caminho. Samuel e Jaqueline. O pouco da raiva que tinha se dissipado retorna com força total. 
   Ela dobra a boina em suas mãos, aperta a bolsa com força e dá um passo em direção a porta. Quando está passando por Samuel e Jaqueline faz questão de esbarrar nos dois e sai caminhando com confiança. O garoto segura Jaqueline, que quase cai com o empurrão e olha para trás, enxergando Malu passar pela porta. 
   — Droga — diz largando Jaqueline. Ele corre para fora da casa, passando por algumas pessoas que dançam e Jaqueline que fica perdida por alguns segundos. Em seguida, arruma o cabelo, limpa o batom e diz sorridente:
   — Consegui.

Do lado de fora da casa de Maísa, especificamente na calçada, Mayara entra cambaleando em um táxi que foi pedido por Vanessa.
   — É melhor você ir para casa — aconselha Vanessa. — Você não está em condições para ficar em festa alguma.
   — Você vai ficar? — pergunta Mayara de dentro do carro.
   — Não, vou pegar um carro pra minha casa também.
   — Vem comigo! — implora a loira.
   — Mayara, é melhor não. Você está bêbada e... só Deus sabe aonde nós vamos parar se eu for com você. 
   — Vanessa, por favor — pede Mayara. A sua colega suspira e entra no carro.

No primeiro andar do casarão dos seus pais, Maísa deixa o banheiro e caminha pelo corredor silencioso até a escada. 

 Maísa

Quando está chegando chegando aos degraus, Jonas surge em sua frente.

 Jonas

   — Até que enfim consegui te encontrar — diz se aproximando lentamente dela.
   — Você estava me procurando? — indaga Maísa com espanto.
   — Sim, queria falar com você... a sós. 
O estômago de Maísa se agita ao ouvir as palavras de Jonas. Ela sempre teve uma quedinha por ele mesmo com sua melhor amiga e prima, Laís, aconselhando-a para esquecê-lo. 
   — O que você quer falar comigo?
   — Primeiramente, queria te dizer como sua festa tá legal e como você está linda. Maravilhosa. 
Maísa sorri.
   — Obrigada. 
   — É tão bom a gente ter se encontrado aqui em cima. Assim temos mais calma para conversar, você não acha?
Jonas sorri encantadoramente e Maísa faz o mesmo.
   — Concordo perfeitamente. 

Ainda na casa de Maísa, Malu está no jardim falando ao celular.
   — Ai, mãe, a festa está uma chatice. Vem me buscar agora? 
   — Agora, filha? Eu estou preparando um jantar pra gente.
   — Você nem cozinha, mãe.
   — Pra tudo tem uma primeira vez, ok? — rebate Nathália.
   — Mãe, por favor! Pede para o pai. Eu não aguento ficar nem mais trinta minutos nessa festa.
   — Tudo bem. Daqui a pouco eu estou chegando aí. 
   — Valeu!
Malu desliga e guarda o celular na bolsa. 
   — Espero que sua mãe demore o tempo suficiente para a gente conversar — diz Samuel nas costas dela. A morena morde o lábio com raiva e vira para ele.
   — O que você está fazendo aqui?
   — Vim falar com você. 
   — Sobre o quê? — pergunta cruzando os braços.
   — Sobre a Mayara. Quero saber por que ela reagiu daquele jeito quando viu a gente se beijando.
   — Não é da sua conta. 
   — Custa responder?
   — Por que você não volta lá pra dentro? Aposto que a Jaqueline está te esperando. 
   — Eu sei que você viu a gente ficando — conta Samuel. 
   — E daí? Eu não me importo com quem você fica ou deixa de ficar. Não me interessa! 
   — Pelo visto interessa para a Mayara com quem você fica ou não. 
   — Por que você quer saber tanto sobre a Mayara? — berra Malu. — Volta para aquela merda de festa e me deixa em paz.
Samuel se aproxima dela e pega em seus ombros.
   — Malu, se acalma!
   — Eu não quero me acalmar! Eu quero que você fique longe de mim. A gente não deveria ter ficado, você não entende isso?
   — Por que não? A gente está se entendendo depois de tanto tempo de guerra. — Ele acaricia o rosto dela. — Eu estou gostando de te conhecer.
Malu dá um tapa na mão dele.
   — Pouco me interessa. 
   — Por que você está me tratando assim?
   — Eu estou estressada, Samuel! Só quero sair dessa festa. Tudo deu errado essa noite!
   — Então pra você o nosso beijo foi um erro?
   — Foi! — responde Malu com prontidão. — Foi um erro ter te beijado e vai ser um erro te beijar agora. — Assim que termina de falar envolve Samuel com seus braços e o beija com voracidade. Ele sorri entre o beijo e aperta o corpo dela em seus braços. 

Isabela continua sentada no meio fio ao lado de Victor e comenta com o ficante de sua melhor amiga:
   — Foi legal a sua ideia. É bom para o Felipe e a Yas esfriarem a cabeça, amanhã vai ser um dia tenso para a família deles.
   — Exatamente. A gente estava vendo uma série e um cara apareceu andando de skate, daí a ideia veio. 
   — Bacana da sua parte. 
   — Você sabe como vai ser a missa amanhã? Tipo, vai ser grande ou uma coisa mais íntima?
   — Vai ser bem íntimo, só com os próximos mesmo. Só que com certeza terão fotógrafos do lado de fora. É sempre assim.
   — Entendi. 
Vinícius passa por eles andando sozinho no skate de Yasmin.
   — Me saí melhor que vocês! — brinca. 

Enquanto dançam Maps do Maroon 5, Graziele e Thiago se beijam. 
   — Eu andei reparando em uma coisinha atrás da sua orelha — comenta Thiago mordendo o lóbulo da orelha dela. 
   — É? Nunca tinha percebido que eu tenho um piercing na orelha?
   — Isso já, mas e essa "tatuagem"? — ele pergunta fazendo aspas com os dedos. A ruiva ri e responde:
   — Foi o seu amigo tatuador que me deu. É um adesivo. 
   — É bem real.
   — Já que não posso fazer uma de verdade me contento com essa. — Eles riem e se beijam novamente.

Após contar para Laís sobre sua conversa com Jonas, Maísa assiste a reação esperada da amiga. 
   — Como você cai no papinho dele, Maísa? Ficou louca?

 Laís

   — Ele foi bacana comigo. 
   — Claro, ele quer ficar com você. Sempre é assim, ele é um fofo até conseguir o que quer. Amiga, não cai no papo dele. Você não é burra!
Maísa passa a mão no cabelo.
   — Uma ficada não faria mal pra ninguém. Eu não quero namorar com ele, só quero dar uns beijinhos. Ele é um gato, amiga! Você sabe como eu tenho uma quedinha por ele.
   — Não, Maísa, você vai se arrepender. Ai, quer saber? Faz o que você quiser. Quer ficar com ele? Fica, mas depois não vem chorar as pitangas comigo.
Maísa revira os olhos.
   — Ai, amiga, você só me deixou ainda mais confusa. — Ela gira a cabeça na direção em que Jonas está, considerando suas opções. 

Samuel fala dando selinhos em Malu:
   — Você é uma caixinha de surpresa, garota.
   — Cala a boca, seu idiota.
Samuel volta a beijá-la e diz entre o beijo:
   — Sabia que eu te odeio? 
   — Sabia, é recíproco. 
Eles permanecem se beijando por um tempo, porém Malu interrompe o beijo e dá um tapa na cara de Samuel.
   — Seu panaca, acha que é assim? Me beija, depois beija a Jaqueline e depois eu de novo? 
   — Tecnicamente falando, foi você quem me beijou. 
   — Erro meu. 
   — Não quer errar de novo? — ele pergunta com os lábios próximos aos dela.
   — Não.
   — O bom é que eu quero. — Samuel rouba um beijo dela. 
Enquanto está com os lábios nos de Samuel, Maria Luíza se recorda de Mayara e ao comparar o que sentiu quando beijou a loira e o que está sentindo nesse momento percebe que Samuel mexe muito mais com ela. 
   — Eu continuo te odiando — fala ao empurrá-lo. — A gente se fala depois. Ou não. 
Maria Luíza caminha rapidamente até o portão e sai. Samuel sorri e volta para o interior do casarão. 

Quando vê Samuel passando pela porta, Jonas se aproxima dele.

   — Onde você estava? — pergunta com curiosidade. — Queria te contar as novidades.

   — Eu também tenho curiosidades para te contar. Fiquei com a Malu!

O queixo de Jonas cai.

   — Como é? Você ficou com aquela idiota?

A maneira como Jonas se refere a Maria Luíza, a chamando de "Idiota" não soa agradável como quando Samuel fala.

   — Fiquei. Peguei a Jaqueline também. 

   — Ah, essa todo mundo pega.

Os dois riem. 

   — Qual é a sua novidade? — pergunta Samuel coçando o cabelo. 

   — Estou quase pegando a Maísa.

   — Sério?

   — Aham. Acho que vou conseguir ficar com ela.

   — Ela é a maior gata.

   — Sem dúvida. É um docinho também.

   — Jonas, Jonas. Pensa que depois vocês terão que conviver todos os dias.

   — E daí? Eu convivo com a Isabela, convivia com as garotas ano passado. E quem é você para falar? Vai ter que conviver com a Jaqueline e com a Maria Luíza.

Samuel dá de ombros, rindo com tranquilidade.

   — Quer ficar, fica. 

Jonas dá um tapa no peito de Samuel.

   — Você não sabe quem me mandou uma DM!

   — Quem?

   — A Anabela, filha do diretor. 

   — Sério? Dizia o quê?

   — Ela marcou um encontro comigo. 

   — Não brinca! — diz Samuel visivelmente espantado. — Onde?

   — Em um barzinho aí, o mais legal é que ela pediu pra quando eu chegar lá fingir que não a conheço. 

   — Que estranho.

   — Sim! É um fetiche interessante.

Samuel gargalha.

   — Deixa o diretor saber que você vai pegar a filha dele.

De mãos dadas, Felipe leva Isabela para a casa dela. Eles caminham pela calçada iluminados pelos postes e pela lua.

   — Teve uma hora que a Marina falou para você que o plano tinha dado certo. Do que ela tava falando? — Isabela não desiste de obter uma resposta concreta. Felipe pensa rápido e responde:

   — Ela se expressou mal, queria dizer que deu certo a aula, já que ela tava conseguindo se equilibrar.

   — Estranho, porque ela tem equilíbrio já que era líder de torcida. 

   — Ah, daí eu já não sei. Só sei que ela precisa aprender melhor o português. Acho que ela quis dizer a aula, o treino e disse plano. Tipo, não tem nada a ver. — Ele força uma risada. 

   — É, ela tava lá em casa mais cedo estudando com o Vinícius.

Eles param em frente a mansão de Chay e Mel. 

   — Posso imaginar o tipo de estudo.

Os dois riem.

   — Seu bobo! 

Felipe coloca a mão na nuca de Isabela e a beija. 

   — Até amanhã — diz a garota.

   — Até! A gente se vê na igreja.

   — Sim!

Isabela fica na ponta do pé para beijá-lo mais uma vez. Em seguida entra em casa. 

No final da festa, Jonas chega em Maísa novamente, tendo certeza de que irá conseguir ficar com ela. 

   — Então, a noite está acabando... Estou a fim de fazer ela valer a pena.

Maísa se esforça para não deixar as palavras de Jonas a envolverem e diz com segurança:

   — Jonas, eu não estou a fim de ficar com ninguém esta noite.

O sorriso dele vacila, mas não desaparece.

   — Tudo bem, acho que entendi as coisas errado então. — Ele sorri e pega na mão dela. — Mesmo assim eu não vou desistir tão fácil.

Maísa, que está arrepiada com o contato, diz:

   — Ok.  Foi bom te ter aqui na minha festa.

   — O prazer foi todo meu. 

Jonas dá um abraço nela e um beijo na sua bochecha.

   — Até segunda-feira.

   — Tchau! — responde Maísa. Jonas se junta a Samuel e eles deixam o casarão. 

Do lado de fora, Alexandre, Danilo e Iago esperam seus pais virem buscá-los. O garoto de cabelo comprido, Alexandre, pergunta:

   — Ficou triste por que a Isabela não veio, Iago?

   — Eu? — se surpreende o garoto. — Por que eu ficaria?

   — A gente já sacou que você gosta dela. Não é, Danilo?

   — Sem dúvidas — concorda o outro garoto. — Você é amarradão nela. 

   — Óbvio que não!

   — A gente vai fingir que acredita — brinca Alexandre e os três gargalham. 

   — Vamos pensar da seguinte forma — começa Danilo. — Se ela não tivesse namorado, você investiria?

   — Não sei — responde Iago dando de ombros. 

   — Claro que sabe. Diz aí, Iago, a gente não vai contar para ninguém. 

   — Se a Isabela não namorasse o Felipe, você tentaria ficar com ela? — Alexandre também quer saber. Se sentindo pressionado pelos colegas, Iago confessa:

   — Sei lá, acho que sim.

   — Eu sabia! — exclama Danilo e ele ri junto com Alexandre. Iago sorri timidamente e olha para a rua, não querendo mais tocar no assunto.

Quase uma hora depois.

Em seu closet, Yasmin caminha em frente aos armários, escolhendo a  roupa que usará na manhã seguinte. Após escolher as peças, as separa das demais e senta no sofá sem encosto no meio do espaço. Ela apoia os cotovelos nos joelhos e esconde o rosto nas mãos, começando a chorar silenciosamente.

   Várias lembranças de seu avô invadem sua mente, deixando o seu peito sufocado de saudade. 

   — Por que tão cedo? — diz entre soluços. — Por que a saudade tem que ser tão grande? 

Com o rosto molhado, ela levanta e vai para o seu quarto. Depois de apagar as luzes e ligar o ar-condicionado, afunda sob suas cobertas e continua chorando.

Jogadas no tapete da sala, Maísa e Laís fazem um balanço da festa. 

   — A parte mais divertida, sem dúvidas, foi a Jaqueline correndo atrás do Samuel — opina Maísa.

   — Concordo! Demorou, mas ela conseguiu ficar com ele.

   — Só eu que não saí do zero a zero — fala a loira.

   — Se sair do zero a zero significava ter que ficar com o Jonas, foi melhor deixar o placar zerado mesmo. 

   — Sabe o que eu acho? Que você só odeia ele assim, porque já tentou ficar com ele e ele não quis — brinca Maísa.

   — Credo! Nunca, jamais! — fala Laís elevando a voz. — Eu nunca ficaria com aquele moleque. A Isabela sempre foi uma colega muito especial e eu vi muito bem tudo o que ela sofreu nas mãos dele, por isso tenho nojo daquela carinha.

   — Acho que por isso que ele mexe comigo, eu não vi esse lado negro dele.

   — Nem queira ver. 

   — Vamos mudar de assunto — pede Maísa. — Você viu a Mayara? Ela saiu bebinha.

As duas continuam comentando sobre a festa. 

Depois de sua habitual passagem pelo banheiro, onde escovou os dentes, tirou a maquiagem e passou todos os seus cremes, Isabela finalmente deita em sua enorme cama. Ela pega o celular na cabeceira e entra no Instagram. Após ver suas notificações, começa a olhar as fotos de sua timeline. Entre elas, uma em especial desperta o seu interesse: uma de Iago na festa de Maísa. Ela curte a foto e dá um leve sorriso antes de deixar o celular na cabeceira novamente e desligar os abajures. 

No dia seguinte, em torno das oito horas da manhã, todos estão na igreja na qual ocorrerá a missa de sétimo dia do falecimento do pai de Sophia. Nos bancos da frente, estão as famílias Borges, Rocha e Aguiar. Yasmin está com a cabeça apoiada no ombro de Victor, que a consola silenciosamente. Ao lado deles, Felipe é amparado por sua namorada, Isabela. 

   No banco de trás, Chay e Mel conversam aos sussurros. 

   — Você reparou que algumas pessoas estão olhando para nós de maneira estranha? — comenta Mel. 

   — Sim, deve ser por causa dos boatos da separação.

   — Como se já não bastassem todos os problemas, ainda temos que lidar com isso.

   — Isso é o de menos, Mel, a nossa vida só diz respeito a nós. 

   — É, mas eu não quero ficar recebendo esse tipo de olhar de ninguém.

Chay coloca uma mão no joelho dela, espalhando uma onda de calor pelo corpo de Mel.

   — Eu estou aqui, nós vamos passar por isso juntos. 

Mel dá um leve sorriso.

   — Juntos, mas separados. 

Chay também sorri e dá um beijo na bochecha dela.

   A missa de sétimo dia de Renato começa e os presente, todos emocionados acompanham as palavras do padre. Nícolas, acompanhado dos pais, não entende o porquê da tristeza dos primos e do amigo Felipe.

   — Por que o Lipe está triste, tia Ane? — pergunta para Anelise, que está ao seu lado.

   — Porque ele perdeu uma pessoa querida — ela responde sussurrando.

   — Quem?

   — O avô dele.

   — O que aconteceu com ele?

   — Ele foi para o céu, virou uma estrelinha.

   — O Lipe está triste por isso?

   — Sim, quando você crescer, vai entender.

Nícolas balança a cabeça, assentindo e apoia a testa no braço de Luíza, que também está ao seu lado. Em um determinado momento, Yasmin esconde o rosto no pescoço de Victor e chora em silêncio. Ele acaricia o braço dela, sussurrando:

   — Calma, Yas. Fica calma!

No final da missa, as famílias saem com os olhos vermelhos de choro. De mãos dadas com o seu filho, Luíza aguarda Daniel pegar o carro na escadaria da igreja. Ela coloca os óculos escuros e olha ao redor. Uma cena em especial chama a sua atenção e faz seu coração acelerar. 

   — Não pode ser! — exclama vendo Isabela conversar com Augusto, o pai de Daniel, na calçada. 

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