Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 127: Victor acorda Yasmin de maneira especial


Luíza respira fundo enquanto sua mente trabalha a toda velocidade.
   — Não autoriza a entrada dele. 
   — Sim, senhora.
Ela coloca o telefone no gancho novamente e se apoia na parede. Nícolas se aproxima dela sem fazer barulho e diz:
   — Tudo bem, mamãe?
Os olhos de Luíza se abrem rapidamente e ela leva a mão ao peito.
   — Ai, que susto, filho! — Ela se agacha para ficar com o rosto perto do dele. — Cadê o papai?
   — Não sei. 
   — Vamos procurar o papai com a mamãe? — ela sugere se levantando. 
   — Vamos — responde o garoto ainda sentindo que Luíza não está tranquila. Ela pega na mão dele e os dois saem atrás de Daniel. Minutos depois, encontram o empresário deitado no chão na beira da piscina.
   — Papai! — grita Nícolas correndo na direção dele. Daniel se assusta e olha na direção do garoto, que se aproxima. 
   — Oi, filhão — diz tentando parecer animado. Luíza, que caminhava atrás de Nícolas, se junta aos dois.
   — Até que enfim a gente te encontrou, pensei que você tivesse saído sem avisar.
Nos braços do pai, Nícolas, diz:
   — A gente andou pela casa toda.
   — Vocês andaram então, hein? — Os dois riem e Luíza se esforça para gargalhar junto com eles. Ao fitar o rosto dela e constatar que os olhos não estão rindo como a boca, Daniel pergunta:
   — Algum motivo especial pra vocês estarem me procurando? 
Antes de responder, ela lança um olhar nada discreto na direção do filho, que está de costas para ela, e diz:
   — Não. 
Daniel, entendendo o sinal, assente e levanta com Nícolas no colo.
   — Que garoto pesado — diz rindo para o filho. A criança boceja. — Tá com sono?
   — Um pouco — responde Nícolas apoiando a cabecinha no ombro do pai.
   — Vou te levar para o quarto — diz Daniel passando por Luíza. Ao ficar sozinha na cobertura, Luíza anda até uma espreguiçadeira e se senta. Mesmo contra a sua vontade, a lembrança do sequestro que passou invade sua mente. 
   O sorriso perverso de Marisa, madrasta de Daniel, surge ao ver a cara de espanto de Luíza. Ela diz:
   — Como vai, norinha?
   — Ela é mãe do Daniel? — pergunta Larissa com surpresa. Lançando um breve olhar para ela, Luíza responde:
   — Madrasta. — Ela volta a olhar para Marisa.  Então quer dizer que foi você o tempo todo? — Levanta sem desviar o olhar de Marisa. — Foi você quem mandou me atropelar e me perseguirem, não foi?
Marisa ri.
   — Quem comandou essas brincadeirinhas foi a Míriam.
Larissa continua sem entender nada, querendo saber o motivo de tudo isso. Mel observa Marisa, querendo avançar sobre ela. Luíza diz:
   — Tinha que ser. Agora, por quê? Hein?
   — Você já está querendo saber de mais, queridinha.
   — Acho que eu tenho o direito de saber, afinal estou presa aqui por sua culpa.
   Minha, não. Por causa do seu namorado.
   — O que o Daniel tem a ver com isso?
   — Pergunta pra ele quando você sair daqui, se você sair viva.
Luíza sente um calafrio se espalhar por seu corpo. Larissa busca a mão de Mel e elas se olham, assustadas.
   — Você só pode estar brincando — diz tentando esconder a perplexidade da voz. Marisa responde com frieza:
   — Eu não vou polpar esforços para conseguir o que quero.
   — Se você me matar, o Daniel nunca vai se aproximar de você. Assim você não vai conseguir o dinheiro dele. Vai pagar pra ver?
   — Você está muito abusada para o meu gosto. — Marina olha para o cara ao seu lado e ordena: — Faz aquilo que a gente combinou.
Rapidamente, o homem pega Luíza pelo braço e a tira do quarto, contra vontade dela. Lutando para se soltar, ela é arrastada para perto da parede oposta a porta do quarto e é jogada no chão. 
   O que vocês vão fazer comigo? — pergunta entrando em estado de pânico.
   Te ensinar a ficar quietinha — responde o homem pegando um canivete no bolso. Luíza puxa as pernas para perto de tronco, se tornando uma bola de medo. O homem se aproxima dela, dando passos pesados e puxa uma de suas mãos. Com a mão livre, ela tenta socar o rosto dele, mas não consegue. O outro capanga se junta a eles e segura no outro braço de Luíza. O que está com o canivete sorri malignamente e aproxima o metal da pele de Luíza, que respira ofegante. Com rapidez, ele perfura a pele dela. Um grito escapa da boca de Luíza, que se contorce tentando se soltar enquanto sente o braço arder. O homem passa o canivete mais uma vez por sua pele, gerando mais uma onde de dor lancinante na jovem. Mais um grito sai de sua boca e lágrimas escorrem por seu rosto assim como sangue de seu braço. Suas pernas se debatem no chão quando o canivete entra em contato com sua pele pela terceira vez.
   Luíza sacode a cabeça, jogando a lembrança para o fundo de sua mente, onde esteve guardada por todos esses anos. Ela se levanta, sentindo uma tontura repentina, e caminha para dentro do apartamento. Quando está chegando na sala, encontra com Daniel, que desce as escadas.
   — O Nícolas dormiu — ele conta no último degrau. Ao visualizar o rosto pálido de Luíza, pergunta: — O que aconteceu?
Ela se joga no sofá e esconde o rosto nas mãos.
   — Eu estava me lembrando do sequestro. 
Daniel senta ao lado dela e afaga seu joelho.
   — Pra que reviver isso? Acabou.
Olhando para o chão, Luíza conta:
   — Seu pai esteve aqui agora pouco.
   — Como é?
Ela abaixa as mãos e encara os olhos castanhos esverdeados de Daniel.
   — O porteiro avisou que tinha o senhor pedindo permissão para subir. Um senhor chamado Augusto. 
Daniel continua fitando Luíza inexpressivelmente. Ela, já acostumada com o jeito do marido, deita a cabeça no apoio do sofá e fecha os olhos. Minutos depois, Daniel levanta abruptamente, assustando-a.
   — Eu vou ligar para o César. 
César, agora um senhor, é o homem de confiança de Daniel. 
   — O que você vai fazer? — pergunta Luíza se arrastando para a beirada do sofá. 
   — Vou pedir para ele averiguar melhor o retorno do Augusto para o Brasil.
   — Apenas isso? — ela pergunta desconfiada. 
   — Por enquanto sim. 

Poucas horas depois do nascer do Sol, o despertador de Marina começa a tocar. Ela desliga e puxa o cobertor para cima de sua cabeça. Após alguns minutos, Arthur entra no cômodo e acende a luz.
   — Ai, pai — ela reclama. — Me deixa dormir.
   — Esqueceu que tem escola? — pergunta ele andando até a cama.
   — Não, mas não vou hoje.
Arthur se senta na lateral da cama.
   — E desde quando a senhorita ficou dona do próprio nariz?
   — Desde sempre.
   — Acho que você ainda está sonhando. — Ele puxa o cobertor, exibindo o rosto inchado de sono da filha. — Vai, levanta.
   — Pai! — ela choraminga.
   — Levanta, Marina. — Antes de levantar, ele bagunça ainda mais o cabelo dela e sai do quarto. Emburrada, a adolescente levanta e se arrasta para o banheiro. Depois de fazer suas higienes matinais, ela entra na porta ao lado do banheiro. Em seu closet, coloca o uniforme do colégio, uma calça jeans e um mocassim preto. Ao ouvir o som da sua porta abrindo, grita:
   — Já levantei, pai!
   — Percebi isso — responde Lua. Marina deixa o closet terminando de pentear o cabelo e fala:
   — Oi, mãe. — Percebe o sorriso radiante no rosto da loira. — O que aconteceu?
   — Eu recebi um convite ma-ra-vi-lho-so. 
   — Que convite?
Lua pega nas mãos da filha.
   — Eu fui convidada para uma entrevista no Mais Você!
Marina não reage como ela esperava e pergunta:
   — O que é isso?
   — Como assim?
   — Isso, Mais Você.
Lua sorri ao entender a confusão da filha.
   — Mais Você é um programa de televisão apresentado pela Ana Maria Braga. Vai ser a minha primeira aparição pública oficial desde que eu voltei para o Brasil!
Marina, finalmente, reage da maneira prevista por Lua.
   — Ai, mãe, que ótimo! — vibra abraçando a loira. 

Depois de utilizar a função soneca do despertador três vezes, Yasmin decide levantar. Ela se senta no meio da cama e refaz o coque que se soltou durante a noite. Quando se prepara para jogar o cobertor para o lado e colocar os pés no chão, a porta do quarto se abre e Victor entra carregando uma bandeja de madeira. 
   — O que é isso? — ela pergunta espantada. O loiro sorri e fecha a porta com o pé.
   — Surpresa pra você. 
Victor caminha até a cama enquanto Yasmin permanece atônita. 
   — Você fez isso pra mim? — ela indaga depois de um tempo.
   — Sim — ele responde com o sorriso desaparecendo do rosto. — Você não gostou?
Yasmin sorri imediatamente.
   — É claro que eu gostei, é que... você? Eu não esperava. 
   — Eu sou fofo às vezes, se acostume. 
O sorriso dela aumenta ainda mais e ela pula da cama.
   — Já volto!
Victor apoia a bandeja na cama e olha as horas no celular dela. Minutos depois, Yasmin sai do banheiro e se joga nos braços dele.
   — Muito obrigada — agradece sorrindo. Sua boca se une a dele com carinho. Após o beijo, Victor pergunta acariciando o rosto dela:
   — Você acordou mais animada hoje, estou certo?
   — Sim! — ela senta ao lado dele e pega um morango na bandeja. — Eu sonhei com o meu avô.
Victor se endireita na cama.
   — É? E o que acontecia no sonho?
   — A gente conversava. Ele me disse para lembrar da carta que ele deixou para nós... Ele me disse que não queria me ver mais chorar e que era para eu ficar do lado da minha mãe e da minha avó. 
Victor assente.
   — Legal.
Yasmin dá um leve sorriso e mastiga o morango.
   — Eu sei que você não acredita no que eu vou dizer, mas eu acho que esse sonho foi uma mensagem, sabe? Acho que o meu avô queria dizer isso pra mim. 
Ele toma um gole do suco de laranja que trouxe para ela e diz:
   — Você tem razão, eu não acredito nisso, acho que foram só as áreas do seu cérebro trabalhando sem nenhuma gerência. 
   — Hã?
   — É que o sonho nada mais é do que sua mente trabalhando sem nenhum comando, pois o córtex pré-frontal, que é quem comanda tudo quando a gente está acordado, desliga durante o sono. Por isso...
   — Eu não quero saber a explicação científica do sonho — corta Yasmin. — Nada disso que você falou mudou a minha opinião de que o meu avô, de algum modo, entrou em contato comigo. 
Um sorriso acolhedor surge no rosto de Victor.
   — Eu não quero mudar a sua opinião, fico até feliz por você pensar assim, pois isso te deixa mais melhor. 
Yasmin faz uma careta de dor.
   — Essa atingiu o meu coração. — Ao ver a confusão nos olhos do loiro, explica: — Mais melhor não existe. 
   — Ah, desculpa. 
   — Tudo bem. Ainda bem que você disse isso aqui comigo, imagina se você fala "Mais melhor" na rua? Iam achar que você é analfabeto — ela ri, mas Victor permanece sério. — Eu não tô estou zoando com a sua cara, tá? — emenda abraçando-o.
   — Eu sei. — Ele dá um beijo no queixo dela. — Agora toma logo o seu café se não a gente vai chegar atrasado no colégio. Ainda tenho que passar em casa.

Saindo do banheiro de Felipe, Isabela penteia o cabelo com os dedos. Sorri ao ver o namorado acordando em sua cama. 
   — Bom dia!
   — Bom dia — ele responde com sonolência. — Estou muito atrasado?
   — Só um pouco. — Isabela calça suas sapatilhas. — Eu estou indo para casa.
   — Não vai tomar café da manhã aqui?
   — Não dá, eu tenho que tomar banho e trocar de roupa. Vou ter que comer no carro pra chegar no horário.
   — Então tá, te vejo no colégio.
Ela nota os olhos inchados e vermelhos dele, mas prefere não comentar nada.
   — Até daqui a pouco — diz dando um beijo no canto da boca dele e sai do quarto. Felipe joga o cobertor para o lado, desliga o ar-condicionado e vai para o banheiro. 

Os minutos se passam e os ponteiros se aproximam das 7 horas da manhã. Reunida com suas amigas, Graziele conversa sobre a festa de Maísa, marcada para o próximo final de semana. Ela vê Thiago conversar com Samuel e Alexandre na porta da sala e se afasta de suas colegas, caminhando até eles.
   — Oi — cumprimenta ao se aproximar.
   — Oi — eles respondem em um uníssono.
   — Thiago, vem cá um pouquinho?
   — Tá bom.
O casal anda até a escada e se sentam nos degraus.
   — Eu queria te fazer um convite — começa Graziele.
   — Que convite?
   — É que hoje um primo do meu pai vai chegar de Londres e vai rolar um jantar na casa da minha avó. Queria saber se você quer ir comigo. 
   — Opa, claro.
   — Só que tem uma coisinha. 
   — Que coisinha?
   — É traje de gala.
O queixo de Thiago cai.
   — Traje a rigor para um simples jantar de família?
   — É — ela revira os olhos. — É que esse primo está fora desde que eu não era nascida e agora que está voltando a exigência é que nesse jantar esteja toda a família e que todos usem traje a rigor.
   — Eu não tenho roupa pra ir.
   — Larga de ser mentiroso! — pede Graziele dando um tapa no braço dele. — Vamos comigo, Thiago, por favor. 
   — Traje a rigor, Graziele — ele choraminga.
   — Olha aqui, Thiago Bergmann, eu já me meti em casa festinha por sua causa sem reclamar. 
   — Mas...
   — Mas nada! A festa da minha família não vai ter drogado, nem traficante de luxo, nem nada disso. É pedir demais que você me acompanhe? 
   — Tudo bem, você me convenceu. Eu vou. — Ao ver o sorriso de Graziele, o coração dele se agita. — Que horas a gente vai?
   — O jantar começa às oito, a gente chega às nove.
   — Não que eu me importe, mas a gente não vai estar atrasado?
   — Não, o jantar mesmo deve começar umas nove e meia, a gente não vai perder nada. A não ser que você queira ouvir as conversas chatas do povo da família do meu pai. 
   — Eu nem quero ir! — ele gargalha.
   — Ai, Thiago, quer saber de uma coisa? Não quer ir, não vai.
Ela levanta, mas Thiago a puxa e ela cai novamente nos degraus.
   — Eu vou, ok? Por você.
Ele dá um beijo no canto da boca dela.

Juntos, os irmãos Abrahão Borges chegam ao colégio. Eles sobem diretamente para o primeiro andar, ignorando os olhares curiosos de alguns alunos.
   — Todo mundo daqui já está sabendo? — ele pergunta caminhando até a sala.
   — Sim. 
Felipe revira os olhos.
   — Merda.
Eles entram na sala e vão para os seus respectivos lugares. Quase que imediatamente, Vinícius e Isabela também entram na sala. 
   — Bom dia — diz Isabela dando um selinho no namorado. — Tudo bem?
   — Na medida do possível. 
Isabela sorri acariciando o rosto dele e olha para o fundo da sala, onde Yasmin conversa com Malu.
   — Vou ali falar com a Yas. Já volto.
   — Tá. 
Isabela anda delicadamente até a melhor amiga.
   — Olá.
   — Oi — responde Yasmin dando um leve sorriso.
   — Oi — Malu fala olhando para a porta, vendo Mayara entrar.
   — Como você está? — Isabela pergunta para Yasmin.
   — Bem. 
   — Ontem eu encontrei com o Victor na cozinha da sua casa... Ele dormiu lá?
   — Aham.
   — Vocês voltaram?
Yasmin sorri.
   — Não, a nossa amizade continua colorida. 
   — É uma questão de tempo pra esses dois se pegarem sério de novo — opina Malu. — Fui. — Ela caminha até a carteira de Mayara. Isabela diz:
   — Você está mais alegre hoje ou é impressão minha? 
   — Eu estou melhor. — Ela conta sobre o sonho.
   — Nossa, que legal, Yas — fala Isabela depois que a amiga termina. — Eu acredito nisso.
   — Eu também, ainda mais que... 
A frase dela é cortada quando seus olhos encontram uma cena desagradável na parte da frente da sala. Felipe e Jonas se encaram e conversam baixinho com olhares furiosos. Isabela olha na mesma direção da amiga e diz:
   — Isso não pode estar acontecendo. 


Comentários

  1. Posta mais! Esta muito perfeito

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  2. Continuaaaaaaaa perfeito como sempreee!

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  3. Posta mais adoro o imagine

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  4. Ah meu deus! Continua logo, por favor, esse imagine perfeito! Sério, está muito bom. E estou louca para saber oque irá acontecer entre o Jonas e o Felipe.

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  5. Continua, ta muito bom. / Manu

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  6. Contiinuaaa amo muito esse imagine !

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