Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 122: Morte do pai de Sophia abala a todos

Mel leva a mão livre até a boca.
   — Meu Deus! Como aconteceu?
   — Ele passou mal hoje de manhã e foi trazido aqui pro hospital. Chegou a ser atendido, mas teve um ataque cardíaco fulminante. 
Mel enxuga uma lágrima.
   — Não acredito nisso.
   — A Sophia está em estado de choque, mas a Branca tem noção do que aconteceu. Você pode imaginar como ela está, né?
   — Claro. 
   — Eu preciso de um favor, Mel.
   — Qual? Pode falar.
   — Eu gostaria que você fosse até a minha casa e contasse o que aconteceu pra Yasmin e para o Felipe. A gente está saindo daqui a pouco e não queria que quando elas chegassem lá tivessem que contar para eles essa notícia. 
   — Eu te entendo. Pode deixar, eu vou. 
   — Obrigada. Até daqui a pouco!
   — Até daqui a pouco!
Eles desligam e Mel fica chorando durante uns dois minutos. Em seguida limpa as lágrimas e vai para o banheiro. Após lavar o rosto, escovar os dentes e prender o cabelo em um coque alto, sai do quarto e se encontra com Chay no corredor.
   — Você estava chorando — ele constata ao olhar para o rosto dela.
   — O Renato morreu — conta Mel voltando a chorar. O queixo de Chay cai.
   — Como é?
   — Ele teve um ataque cardíaco fulminante. 
Chay continua de boca aberta.
   — Não é possível!
   — O Tio Renato morreu. Não tô acreditando.
Chay puxa Mel e a abraça. Juntos, eles choram por alguns instantes.
   — O Micael pediu para que eu ir até a casa dele e contar o que aconteceu pra Yasmin e o Felipe. 
   — Quer que eu vá com você?
   — Não, fica aqui e vê se a Isabela e o Vinícius já acordaram. Conta pra eles. 
   — Ok.
Chay olha para Mel por uns segundos e dá um beijo em sua testa antes de soltá-la. Ela desce as escadas com rapidez e sai da sua mansão. 

Sozinho na sala de jantar, Felipe toma café da manhã. A campainha toca e a Sandra vai atender. Instantes depois Mel entra na sala de jantar.
   — Mel? — Felipe se espanta e franze a testa ao notar os olhos vermelhos de sua sogra. — Aconteceu alguma coisa com a Isabela? — ele pergunta se levantando. Mel sacode a cabeça em negativa e caminha até ele, pegando em suas mãos.
   — Onde está a Yasmin? — pergunta tentando controlar o choro.
   — Lá em cima, acabou de acordar. 
   — Chama ela, preciso conversar com vocês.
   — Mel, o que está acontecendo? — Felipe não esconde a preocupação de sua voz. 
   — Chama a Yasmin — insiste Mel. 
   — Ok.
Felipe solta as mãos de Mel e sai da sala de jantar. Mel faz o mesmo que ele, mas para na sala de estar e se senta em um dos sofás. Minutos depois, Yasmin e Felipe descem as escadas.
   — O que está acontecendo? — pergunta a loirinha. — Vocês estão todos pálidos. 
   — A Mel precisa falar alguma coisa pra gente — conta Felipe. 
   — Cadê os meus pais? — pergunta Yasmin.
   — Sentem aqui — pede Mel apontando para o espaço ao seu lado no sofá. 
   — Mel, fala logo o que aconteceu, por favor — pede Felipe.
   — Sentem aqui! 
Yasmin e Felipe sentam ao lado de Mel.
   — Vocês precisam ficar unidos nesse momento e tentarem ser o mais forte possível. 
   — O que houve? — pergunta Yasmin com a voz trêmula. — Por que os nossos pais não estão aqui? Foi alguma coisa com eles? — Sua treme ao fazer a última pergunta.
   — Não, a Sophia e o Micael estão... bens. 
   — Então o que foi que aconteceu?
   — Se alguma coisa acontece, é porque Deus quis assim, vocês sabem né?
   — Sim — eles respondem em um uníssono.
Mel pega em uma mão de cada um dos irmãos. 
   — O que importa que alguns momentos chegam pra todos nós. Não tem como evitar algumas coisas e nós temos que ser fortes para enfrentar os desafios que a vida impõem. 
   — Você está me deixando cada vez mais assustado. Fala logo — pede Felipe.
   — A morte é uma coisa inevitável e nós não podemos evitá-las...
   — Não! — exclama Yasmin puxando a mão do aperto de Mel e levando-a à boca. — Não me diz isso, por favor, Mel. — Seus olhos se enchem de lágrimas. — Não diz que... não diz que o meu avô... — A loirinha não consegue terminar a frase. Felipe olha da irmã para Mel, que abaixa a cabeça, e nota que é exatamente isso que a morena quer dizer. 
   — Eu não queria ter que contar isso pra vocês — fala Mel erguendo a cabeça com os olhos cheios de lágrimas. — O Renato faleceu. 
Felipe não move um músculo do corpo, apenas permanece olhando para Mel inexpressivelmente. Yasmin cai no choro e afunda o rosto nas mãos.
   — A Sophia e o Micael estão chegando daqui a pouco com a Tia Branca e vocês precisam dar forças para eles. 
   — Não acredito nisso! — fala Yasmin aos prantos. Felipe pisca os olhos lentamente, absorvendo as palavras de Mel. 
   — Isso não pode ser real — diz baixinho. Mel abraça os dois e chora no cabelo de Felipe. 

Isabela entra no escritório de Chay e encontra o seu pai e o seu irmão sentados no sofá de couro.
   — O que foi? — pergunta sentando ao lado de Chay.
   — Hoje cedo aconteceu um fato muito triste. 
   — Foi por isso que vocês voltaram mais cedo de viagem? — questiona Vinícius.
   — Não, o motivo foi outra coisa triste, mas não convém falar disso agora.
   — Pai, pode ser mais direto? — pede Isabela. 
   — O Renato faleceu. 
   — O pai da Sophia? — indaga Vinícius surpreso. 
   — Sim, ele teve um ataque fulminante.
   — Meu Deus! — exclama Isabela. 
   — Ele estava bastante debilitado — diz Chay. 
   — Tadinha da Branca, eles faziam tudo junto. 
   — Tadinha da família toda. — Ele pega na mão da filha. — O Felipe vai precisar muito do seu apoio. 
   — Eu vou apoiá-lo. 
Os três se abraçam em silêncio. 

Yasmin e Felipe estão abraçados no sofá, compartilhando a dor da perda. Mel, distante dos dois, liga para Lua. 
   — Oi, Lua — diz com a voz rouca.
   — Oi, amiga. 
   — Eu tenho uma notícia nada boa pra te dar.
   — O que houve?
   — O Tio Renato pirou hoje de manhã e... faleceu. 
   — Não!?
   — Ele chegou a ser levado para o hospital, mas teve um ataque fulminante. 
Demora um certo tempo para Lua responder e quando ela fala sua voz está embargada.
   — Como a Tia Branca está? E a Sophia?
   — Estou esperando elas chegarem. O Micael me contou que a Branca está desesperada, mas Sophia está em estado de choque. 
   — Posso imaginar. 
   — A gente vai ter que dar muito apoio à eles, amiga.
   — Sim, eles vão precisar de todos nós. 
A porta da mansão se abre e Mel gira, vendo Sophia, Micael e Branca entrarem. 
   — Eles chegaram. Depois a gente se fala.
   — Ok. Bye!
   — Tchau.
Mel guarda o celular no bolso e caminha até o centro da sala.
   — Mel! — exclama Branca chorando. — Mel, ele me deixou!
A morena abraça a senhora tentando reconfortá-la.
   — Ele não a deixou. Não diga isso.
Yasmin olha para a mãe, se espantando ao ver que ela não está chorando como a avó. Sophia se senta na poltrona e olha para os próprios pés. Micael senta ao lado dos filhos.
   — Pai, o que houve com a mãe? — Felipe faz a pergunta que está na boca de Yasmin.
   — Ela está em estado de choque. Não falou nada desde que o médico noticiou o falecimento. 
   — Isso é normal? — indaga Yasmin.
   — Algumas pessoas reagem assim. O médico falou para a gente esperar o tempo dela.  
   — Isso é mesmo sério, pai? — pergunta a adolescente com os olhos marejados.
   — Sim. 
Yasmin volta a chorar e Micael afaga o rosto dela.
   — Vai ficar tudo bem, tudo bem. 
Yasmin fecha os olhos com força e apoia a cabeça no peito de Felipe, que a aperta em seus braços, chorando em seu cabeço loiro. Sophia levanta e caminha em direção a escada.
   — Vou atrás dela — diz Micael abatido. Eles sobem para o primeiro andar. Em seu quarto, Sophia tira os sapatos e senta na cama. 
   — Micael, o meu pai morreu. 
Micael assente e para na frente dela. Sophia abaixa a cabeça e começa a chorar compulsivamente.
   — Não pode ser verdade. Não pode! Não pode! — O seu esposo se abaixa em sua frente e a abraça. — O meu pai não pode ter morrido, não pode — ela diz no ombro dele. Lágrimas continuam rolando sem parar por suas bochechas pálidas. — Não pode ser verdade!
   — Eu estou aqui do seu lado. A gente vai enfrentar isso juntos. Juntos! — promete Micael apertando Sophia. 

O domingo ensolarado se torna cinzento para as famílias envolvidas na morte de Renato. Sophia passou o resto do dia recolhida em seu quarto com sua mãe. Micael e seu empresário foram as pessoas que cuidaram dos preparativos para o velório e enterro do pai da ex-rebelde. Yasmin e Felipe deram forças um ao outro reunidos no quarto dela. Mel, Chay, Isabela e Vinícius se uniram o resto do dia na mansão e o casal se esqueceu momentaneamente do ocorrido entre eles. Lua e Arthur ficaram abaladíssimos com a morte, mas Marina e Victor não de abalaram tanto quanto os outros, pois não conviveram com Renato. O loiro gostaria de ter ficado ao lado de Yasmin, mas a família Abrahão se fechou para passar por esse momento sozinha. As famílias de Henrique, Mateus e Lucas também ficaram sabendo do acontecido.
   Na manhã de segunda feira, apenas Graziele, Maria Luíza e Thiago saíram do condomínio para ir para o colégio. 
   — Você ficou sabendo do que aconteceu com o avô da Yasmin? — pergunta Graziele a amiga no corredor do Otávio Mendes. 
   — Fiquei, que saco, né? 
   — Muito! Tadinhos.

Ao se olhar no espelho, Yasmin não se reconhece. Seus lábios estão secos e pálidos, suas bochechas sem cor alguma, suas olheiras proeminentes e seus olhos inchados e vermelhos. Agindo mecanicamente, ela veste as roupas que Sandra deixou sobre sua poltrona no closet.

Em seguida deixa o quarto pegando um óculos de sol redondo e preto. Enquanto caminha até a escada, dá uma olhada em seu whataspp. Há mensagens dos amigos mais próximos, mas é a de Victor que ela lê primeiramente: "Fiquei sabendo do que aconteceu com o seu avô. Meus pêsames! Eu prometo que vou ficar do seu lado. Forças, minha coisa loira."
   Ela chega ao térreo e encontra o irmão e o pai sentados no sofá.
   — Cadê a mãe e a vó? — pergunta se sentando ao lado deles.
   — Estão se vestindo no quarto — responde Micael. Sandra surge na sala e diz para o cantor:
   — O carro já está pronto.
   — Obrigada — ele responde. Felipe, que também está usando óculos escuros, assim como o pai, diz:
   — O velório será apenas para amigos e familiares, né?
   — Claro. Eu me certifiquei para que ninguém que não deva não entre.
Minutos se passam até que Sophia e Branca descem as escadas. Silenciosamente, os cinco saem da mansão e entram no carro de Micael. 

Quase uma hora depois eles chegam ao local em que o velório está ocorrendo. Logo na recepção, Yasmin se encontra com Victor. Ele estica os braços na direção dela e ela afunda em seu peito.
   — Fica calma, tá bom? — ele sussurra no ouvido dela. — Tudo vai ficar bem se você ficar calma. 
Yasmin assente, se controlando para não chorar na frente de todos. Com um braço em torno dos ombros dela, Victor segue os pais de Yasmin até a sala em que o caixão de Renato está. Ao redor do caixão estão as famílias Rocha e Aguiar. Os pais de Chay e Mel também estão presentes no velório, assim como os de Lua, Arthur e Micael. O clima no ambiente está pesado e bastante melancólico. Isabela se aproxima de Felipe sem que ele perceba e pega em sua mão. Felipe se espanta e olha para ela.
   — Eu estou aqui. Não vou sair do seu lado.
Ele assente e abraça a namorada. Branca solta a mão da filha e se aproxima do caixão do marido. Ao ver o corpo dele, ela começa a chorar. Sophia gira a cabeça, não querendo ver a cena e Micael a abraça. O padre que está no local começa o seu discuso e todos se calam. Mesmo não acreditando em nenhuma palavra que o sacerdote está dizendo, Victor permanece segurando Yasmin em seus braços com firmeza sem dizer nenhuma palavra. Ela chora silenciosamente, molhando a camisa social dele. Vinícius está próximo a parede com Marina, prestando a atenção em cada palavra do padre, relembrando de momentos que passou com o pai de Sophia. Ao final das palavras do padre, Sophia afunda o rosto no pescoço do esposo e começa a chorar compulsivamente. 
   — Não me deixa cair, por favor — pede entre as lágrimas.
   — Nunca! — promete Micael acariciando as costas dela.

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