Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 119: Victor convida Yasmin para jantar


Yasmin imita o movimento da mãe e se senta de frente para ela, apreensiva. Sophia começa:
   — Eu fiquei feliz por você ter recebido o convite para as fotos do blog da Marcela, ela é uma profissional maravilhosa e esse post vai ser bastante repercutido na mídia. 
A adolescente sorri, mas seu sorriso logo murcha, pois Sophia completa:
   — Porém, fiquei um pouco chateada por sua atitude.
   — Como assim?
   — Eu tenho uma grife, sou considerada um ícone da moda brasileira, já ouvi milhares de vezes e continuo ouvindo perguntas se existirá uma campanha que você fará para a grife, inclusive, já te fiz essa proposta mas você recusou... Agora você aceita fazer esse ensaio. 
O cérebro de Yasmin trabalha rapidamente e ela se pergunta como foi que não pensou nisso. Alguns instantes se passam até que ela diz:
   — Eu não tinha a intenção...
   — Eu sei que você não tinha — interrompe Sophia. — Acontece que eu achei que você deveria saber. Não conversei com você ontem porque vocês saíram a noite e hoje aconteceu esse imprevisto com a picada da abelha. 
   — Mãe, desculpa! — pede Yasmin cheia de remorso. — Eu não queria te magoar, é que eu realmente não pensei em nada disso. No fundo, acho que só aceitei fazer esse ensaio por causa do Breno. 
Sophia assente.
   — Tudo bem. 
Yasmin não acredita nas palavras da mãe, pois seus olhos continuam demonstrando tristeza. 
   — Vamos fazer o seguinte, eu quero ser o rosto da nova coleção. Acho que depois do acidente com o andar dos estilistas, de toda essa correria para recuperar o que foi perdido, o meu rosto na campanha vai faturar muito pra marca. Se apenas aquele desfile que eu fiz com a Isabela ano passado rendeu tanto lucro, imagine essa campanha? Eu posso fazer qualquer coisa. Fotos para revista, para outdoor, para o site da loja, até o comercial da TV eu topo. 
Sophia ri suavemente.
   — Você não precisa se sacrificar desse jeito, Yasmin.
   — Não é nenhum sacrifício, mãe. 
A empresária pega nas mãos da filha sobre a mesa e fala com seriedade:
   — Se você me propusesse isso antes dessa nossa conversa, eu aceitaria sem pestanejar. Agora, Yasmin, depois do que eu te disse, não vejo outra explicação para essa proposta a não ser culpa. 
   — Eu não estou culpada — mente a loirinha.
   — Você acha que me engana? — pergunta Sophia com delicadeza. — Yasmin, eu te conheço melhor do que ninguém. 
A adolescente suspira e seus ombros caem.
   — Eu só achei que essa poderia ser a melhor forma de pedir desculpas — admite. 
Sophia fita as suas mãos unidas com as da filha por um momento e Yasmin se pergunta o que está passando pela cabeça dela.
   — O meu lado materno me diz para não aceitar sua proposta de jeito nenhum — diz a loira finalmente — no entanto, a empresária e estilista grita que sim. Sem dúvidas, uma campanha com uma das filhas das criadoras da grife seria uma ótima jogada de marketing. 
   — Então, o que vai ser?
Sophia aperta os dedos de Yasmin, dizendo:
   — Se prepare para ver o seu rosto em todo canto. 
Yasmin sorri, ficando aliviada de poder, de alguma forma, se desculpar com Sophia, porém uma parte de seu coração fica agitada só de imaginar a proporção que essa campanha pode causar e como isso afetará sua vida. 
   Tanto positivamente como negativamente. 

Deitada de barriga para cima, Mel observa o céu estrelado ao lado de Chay. 
   — Eu compraria uma estrela só para colocar o seu nome — ele diz. — Ela seria a mais brilhante e mais linda de todas. Estrela Melanie. 
   — Gaste o seu dinheiro com coisas mais necessárias — ela fala. 
   — Demonstrar o meu amor é uma coisa necessária. 
   — Quer demonstração maior de amor do que esses anos de casamento?
Chay ri e continua fitando o céu.
   — É verdade. 
   — Mas a intenção é linda — diz Mel sorrindo enquanto acaricia o braço dele. Chay se vira para ela e beija os seus lábios lentamente. Mel envolve os ombros dele e retribui o beijo, colando todas as partes de seu corpo no dele. Uma das mãos de Chay percorre as costas dela enquanto a outra segura o cabelo preto dela com firmeza. O beijo vai ficando mais acelerado e intenso. 
   — Quer fazer uma coisa proibida? — ele pergunta com os lábios roçando nos dela.
   — Que coisa?
   — Terminar o que a gente começou aqui mesmo.
Mel ri.
   — Você está falando sério?
Chay abaixa a cabeça e beija o pescoço dela, causando arrepios por todo o corpo de Mel.
   — Parece que eu estou brincando?
   — E se alguém ver?
   — Desde que a gente chegou, eu não vi ninguém andando por essas bandas — diz Chay acariciando a coxa. 
   — É meio arriscado, amor.
   — O que torna tudo mais prazeroso. — Chay morde o queixo dela enquanto aperta sua coxa. Mel suspira em seus braços e fala:
   — F*da-se o mundo! — Com rapidez, ela empurra Chay para o lado e senta sobre o quadril dele. Eles voltam a se beijar com intensidade e Chay tira a blusa. Mel deita ao seu lado e puxa a ponta do lençol para o que o corpo deles fique sob o pano.

Com as pernas cruzadas na altura do calcanhar, Felipe descansa em uma cadeira reclinável na sacada do quarto de Isabela. A jovem está se vestido em seu closet após o banho. Ele mexe em seu celular e entra no Instragram. Entre os comentários de "Lindo" "Maravilhoso" "Meu" "Gato" e "Perfeito" ele encontra um feito por Ariane, uma garota com que ficou na festa de Vinícius no ano anterior. Ao entrar no perfil dela, nota que ela ficou ainda mais bonita.
   — Uau!
Isabela surge na sacada usando um vestido solto branco e pergunta:
   — Falando sozinho?
Rapidamente, Felipe sai do perfil de Ariane e responde:
   — Dizem que faz bem.
Isabela ri e senta no colo dele.
   — Faz bem os pais viajarem e deixarem a casa liberada para os filhos. 
   — Faz bem a namorada chamar o namorado quando isso ocorre.
   — Faz bem o namorado vir.
Eles riem e Felipe diz:
   Você me faz bem. 
   — Você também me faz muito bem.
Felipe coloca uma mão na nuca dela e a beija. 

Em seu quarto, Yasmin pensa na campanha que irá fazer para a grife MelPhia. Em seu celular, há três mensagens de Breno no whatsapp que ela ainda não respondeu. A porta do cômodo é aberta e Sophia entra..
   — O que foi, mãe? — pergunta Yasmin olhando para ela.
   — Você tem visita — conta Sophia.
   — Quem? 
Sophia diz o que a pessoa pediu:
   — Alguém que está aqui porque se importa com você. 
Yasmin franze a testa e uma frase surge em seu subconsciente "Estou aqui porque me importo com você, Yasmin". 
   — Victor? — deduz ela. Sophia sorri e sai do quarto. Curiosa, querendo saber se está realmente certa, Yasmin pula da cama e caminha até a porta. Quando ela vai sair do quarto, Victor surge em sua frente e eles dão de encontro. 
   — Oi — ele cumprimenta dando um passo para trás. 
   — Oi — responde Yasmin com espanto. — O que você tá fazendo aqui?
   — Queria saber como você está.
   — Bem. Não seria mais simples me perguntar por whatsapp ou me ligar?
Victor sorri.
   — Tudo bem, confesso que queria te ver. 
Yasmin não consegue controlar o sorriso e puxa ele para dentro do quarto.
   — E aí, como está o seu braço? — ele pergunta caminhando até a cama dela.
   — Agora está bem, eu tomei um antialérgico lá no hospital e passou a dor e a coceira. 
   — Que bom! Confesso que fiquei preocupado com você.
Yasmin sorri e senta ao lado dele.
   — O Felipe me contou.
   — Olha que moleque boca aberta.
Eles riem e Yasmin pergunta:
   — O que eu perdi depois que fui embora?
   — Nada demais. A professora de geografia passou um texto e o professor de matemática passou umas contas para entregar em dupla. A maioria do pessoal achou difícil, mas tava fácil.
   — Pra você! — Ela ri. — Com quem você sentou?
   — Com a Jaqueline.
Yasmin fica séria repentinamente.
   — Ah. 
Ele sorri e aperta a barriga dela.
   — Ficou com ciúmes, foi?
   — Óbvio que não.
   — Você mentiu mal agora, hein!
   — Eu sei mentir, ok?
   — Sabe, mas agora isso não aconteceu. 
   — Só porque você quer. 
   — Não entendi — ele fala franzindo a testa.
   — Só porque você quer é, tipo, se você quer acreditar assim. 
   — Ah. 
   — Então, só porque você quer — ela repede rindo.
   — Sabe o que eu quero agora?
Yasmin responde mentalmente "Um beijo", mas diz:
   — O quê?
   — Saber se você está livre o resto da noite.
   — E se eu estiver, o que você vai dizer?
   — Eu vou dizer que tenho planos para nós dois. O que você vai responder?
   — Vou responder com outra pergunta. Que planos?
   — Eu vou revirar os olhos e responder sua pergunta com uma resposta de verdade, ir à um restaurante. O que você vai dizer? 
   — Eu vou ficar espantada e vou perguntar "você quer me levar à um restaurante"?
   — Sim, eu vou responder simplesmente. 
Yasmin pensa por um momento. 
   — Sim, eu estou livre essa noite. 
Victor ri e fala:
   — Eu tenho planos para nós dois.
   — Que planos? — ela pergunta sorrindo.
   — Ir à um restaurante.
   — Você esqueceu de revirar os olhos.
   — Ah é. — Victor revira os olhos. — Ir à um restaurante. 
   — Você quer me levar à um restaurante? — ela pergunta exagerando na expressão de surpresa.
   — Sim. 
Eles ficam se encarando silenciosamente e depois começam a gargalhar. 
   — A gente é muito retardado — ela diz entre os risos. 
   — Daqui a trinta minutos posso vim te pegar? — pergunta Victor subidamente.
   — Oi!? — Yasmin leva pelo duplo sentido.
   — Te pegar para ir ao restaurante — explica Victor. 
   — Um pouco mais do que trinta minutos.
   — Tá. 
   — Vamos só nós dois?
   — Por quê? Está com medo?
   — De você?
   — Do que possa acontecer. 
Um certo tempo se passa enquanto Yasmin busca o que dizer.
   — Te vejo daqui a pouco — diz Victor levantando. — Tchau.
Ele levanta e sai do quarto com rapidez. Yasmin respira fundo, tentando normalizar sua respiração e um sorriso surge em seus lábios inconscientemente ao pensar no jantar de logo mais. 

Isabela suspira deitada na cadeira reclinável, Felipe está sobre ela e beija seu pescoço e ombros. As respirações deles estão entrecortadas e as temperaturas de seus corpos elevadas. Isabela coloca uma mão na nuca dele quando suas bocas se unem novamente e segura com firmeza no cabelo dele. O beijo ganha intensidade e Felipe coloca uma de suas mãos sob o vestido de Isabela, erguendo-o pouco abaixo do quadril. Isabela puxa a peça para baixo novamente e sai de baixo de Felipe.
   — Vem, vamos lá para dentro! — ela chama pegando na mão dele. Felipe sorri, levanta da cadeira e segue Isabela para dentro do quarto. Eles voltam a se beijar a poucos passos da cama e ele a joga nela, deitando sobre o seu corpo.
   — Amor — diz Isabela entre os beijos —, tem camisinha com você?
   — Não, você não tem?
   — Não, mas o Vinícius tem no banheiro dele.
Felipe sorri e dá um selinho nela.
   — Ele está no quarto dele?
   — Não, está lendo no quintal.
   — Vou dar um pulinho lá.
Felipe ri e dá mais um beijo em Isabela antes de se levantar da cama e sair do quarto. Ela deita a cabeça em seu travesseiro e sorri.

Chay e Mel riem na praia, seus corpos estão nus sob o lençol. 
   — Ainda bem que eu peguei um lençol grande — diz ele. — Se não a gente não conseguiria ficar deitado nele e nos cobrirmos ainda.
   — Maridinho gênio. 
Eles sorriem e se beijam.
   — Acho que nós nunca fizemos uma coisa tão louca como essa — fala Mel.
   — Concordo. Deveríamos fazer mais vezes.
   — Que tal a segunda vez agora? — pergunta Mel beijando o pescoço dele.
   — Não seria uma má ideia.
Chay aperta Mel em seus braços e volta a beijá-la. 

Yasmin corre até o seu closet para se aprontar para ir jantar com Victor. A sensação de borboletas em seu estômago quase a impede de conseguir respirar com eficacia. 
   — Por que disso, Yasmin? — ela se pergunta. — É só o Victor. Só o Victor
Após se maquiar, ela escolhe sua roupa:
   — Ok, vamos lá. 

Felipe deixa o quarto de Vinícius e caminha de volta para o de Isabela. Quando entra no cômodo, as luzes estão apagadas, somente os abajures ao lado da cama iluminam o ambiente. Isabela está sentada no meio da cama, usando apenas uma lingerie de renda preta. O cobertor branco está dobrado no pé da cama, exibindo um lençol de seda creme.
   — Uau! — Felipe exclama surpreso. Isabela sorri sedutoramente, surpreendendo-o ainda mais. — Você é uma caixinha de surpresa.
Isabela pula de sua cama e caminha até ele, dizendo:
   — Você ainda não viu nada. 
Felipe tira sua camisa e joga no chão. Em seguida envolve a cintura de Isabela com seus braços, a prendendo contra o seu corpo. Ela fica na ponta dos pés e beija a boca dele lentamente, sentindo o seu corpo reagir imediatamente. Felipe pega Isabela no colo e ela cruza as pernas no quadril dele. Ele caminha até a cama, beijando o pescoço dela e a deita com suavidade sobre a seda. Isabela passa a mão pelo abdômen definido dele e Felipe se arrepia com o toque, sentindo-se ainda mais atraído por ela. Isabela gira o corpo com rapidez e se senta sobre as coxas dele. Ela dá um leve sorriso, passando os dedos levemente pela barriga dele. Olhando intensamente para os olhos escuros de Felipe, ela se enche de coragem e segurança e inclina o tronco para que sua boca alcance a pele dele. Bem devagar, começa a lamber o abdômen subindo em direção ao seu rosto. Felipe fecha os olhos, saboreando o momento, e aperta as coxas dela, que rodeiam o seu corpo. Quando chega ao pescoço dele, Isabela raspa seus dentes pela pele dele, provocando um calafrio no corpo de Felipe. Ela ergue o olhar para fitar o rosto dele, que está sombreado e sorri ao ver o prazer estampado nos olhos dele. 
   — Agora é a minha vez — diz Felipe sorrindo maliciosamente. Isabela retribui o sorriso e beija os lábios dele com voracidade. Durante o beijo, Felipe abre o sutiã dela e tira a peça com delicadeza. Isabela fica um pouco envergonhada, mas não demonstra. Felipe estica o seu braço esquerdo e apaga um dos abajures, mergulhando o quarto em uma pseudo escuridão. Isabela recupera a segurança e sente as mãos dele por suas costas nuas. O moreno deita Isabela de costas e senta sobre as nádegas dela. Isabela fecha os olhos no instante em que Felipe joga seu cabelo para um lado, expondo toda as suas costas para ele. Instantes depois, ele inicia uma sequência de beijos, mordidas e lambidas pelas costas dela. Todos os pelos do corpo de Isabela ficam arrepiados e ela suspira, relaxando ainda mais. Quando chega à nuca dela, Felipe dá um selinho na cicatriz dela - que fora feita anos atrás em um acidente de carro. Antes de se virar de frente para ele, Isabela apaga o outro abajur e o breu da noite se instala no cômodo. No escuro, ela sente a boca de Felipe se encontrar com a sua e o calor do corpo dele se irradiar para o seu. 

Victor está encostado em um carro de luxo branco em frente a mansão de Sophia e Micael. Yasmin passa pelo portão e olha para o veículo. 
   — Não me diga que você vai dirigir até o restaurante. 
   — Se você quiser eu não digo — responde Victor sorrindo enquanto se aproxima dela. — Você está linda.
Yasmin ainda está analisando o carro e não responde ao elogio. 
   — Você pegou esse carro de quem?
Victor cruza os braços com impaciência e explica:
   — Minha mãe me emprestou com a condição de eu dirigir atento pra não cair em nenhuma blitz. 
   — A Lua te emprestou? — pergunta ela com descrença. 
   — Sim. Ela viu que é um bom motivo. 
   — O Arhur sabe? 
Victor revira os olhos, cansado de ficar dando explicações sobre o empréstimo do veículo.
   — Não, para ele o carro está na oficina. 
   — Victor!? Seu pai pode brigar com a sua mãe por causa dessa irresponsabilidade.
   — Desde quando você virou uma garota super responsável?
   — Eu sempre fui.
Victor gargalha.
   — Conta outra. Vem, vamos logo. — Ele pega no pulso de Yasmin e a arrasta para o carro. Quando ele entram, Victor liga o motor e sai com suavidade. 
   — Aonde nós vamos?
   — Em uma casa sertaneja. 
   — Desde quando você gosta de sertanejo? — indaga Yasmin com curiosidade, afivelando o cinto de segurança.
   — Eu quero que você me ensine a dançar o arrocha.
Yasmin gargalha e joga a cabeça para trás.
   — Tá brincando!?
   — Não, eu quero conhecer mais do Brasil. Isso é um bom começo, não é?
Yasmin dá de ombros.
   — Pode ser. 
Victor troca a marcha e acelera rumo ao restaurante. 

Deitada de barriga para cima em um sofá da sala de estar no primeiro andar, Marina dorme. Um sonho se forma em sua mente...
   Marina conversa com Vinícius na beira de um rio. Eles riem e se beijam durante o papo até que em um determinado momento Vinícius se transforma em Jonas e o garoto a empurra contra a água. Marina desaba no rio e tenta retornar a superfície, mas quanto mais se move, mais afunda. Sua boca se abre em um grito de desespero e a água invade seus pulmões, a engasgando e sufocando. Seu corpo está tão fundo no rio que ela passa a enxergar a luz do Sol como um pontinho distante. Não tendo mais esperança, Marina fecha os olhos e imagina o rosto sorridente de Vinícius. A boca dele abre e sua voz ecoa nos ouvidos dela "Eu te amo, Marina". Como se as palavras dele fosse um soro que foi injetado em seu braço, Marina sente uma força surgindo em suas veias e volta a se debater furiosamente.
   Ela vira a cabeça de um lado para o outro no sofá e balança as pernas com rapidez. A cada movimento, se aproxima da beirada do sofá e em um determinado momento desaba do móvel.
   Marina abre os olhos e olha para o tapete a sua frente.
   — Foi só um sonho — constata soltando um suspiro de alívio. Ainda atordoada com o pesadelo, ela se levanta e decide enfrentar aquilo que a amedronta. Caminhando rapidamente, desce a escada, ouvindo as risadas de Lua e Arthur no quarto do casal, e vai para os fundos da mansão. Diminuindo o passo, se aproxima da piscina e encara a água com os olhos fixos no reflexo da lua na superfície. Seu coração acelera quando ela pensa no porquê de ter sonhado que estava se afogando, justamente agora que acredita ter superado o pavor de água. 
   — Foi só um sonho! Só um sonho! — diz para si mesma e corre para dentro da casa. 

Victor estaciona o carro em frente a um restaurante sertanejo. A rua é movimentada e vários jovens se aglomeram na frente do local, rindo e conversando. Ele tira a chave da ignição e se vira para ela, dizendo:
   — Vamos?
   — Só se for agora.
Eles descem do carro e atravessam a rua rumo ao restaurante. Ao entrarem no lugar, notam que a decoração é rústica e feita, em sua grande maioria, de madeira. Victor puxa Yasmin na direção de uma mesa vazia e eles se sentam um de frente para o outro. O som de uma música sertaneja se espalha por todo o restaurante e eles têm que falar alto para que o outro consiga ouvir.
   —  Lá no fundo tem uma pista de dança — observa Yasmin. 
   — Depois do jantar a gente vai lá, pode ser?
   — Ok, mas já vou avisando que eu não sou uma boa dançarina de arrocha.
   — Eu confio em você — diz Victor rindo. Um garçom se aproxima da mesa deles e os dois fazem o pedido. 
   — Uma porção de batata frita? — ela indaga quando o rapaz se afasta. — Vai ter que ralar muito na academia, né?
   — Que nada! O meu corpinho colabora com o papai aqui, só fazer uns abdominais que a minha barriga nem vai se lembrar dessas batatas fritas. 
Yasmin ri.
   — Pena que a minha não é assim.
   — Que eu me lembre, e nesse caso eu me lembro muito bem, sua barriga é retinha, Yasmin.
   — Você me observou direitinho, hein? — ela provoca sorrindo. Victor não embarca na onda dela e dá de ombros.
   — Quem não repara?
Yasmin ri.
   — É verdade, aquele cara mesmo da mesa ali de trás não para de olhar para mim.
   Como é? — Victor olha por sobre o ombro com rapidez e constata que não há ninguém sentado na mesa de trás. Yasmin gargalha.
   — Só queria ver sua reação.
   — Sua idiota! — fala Victor dando um chutezinho na perna dela. Yasmin continua rindo e retribui o chute.
   — Olha, bater em mulher é feio.
   — Primeiro, eu não te bati; Segundo, tem mulheres que adoram umas palmadas na hora H.
   — Sexo selvagem.
   — Exatamente.
   — Já praticou? — ela não consegue controlar a curiosidade mesmo temendo a resposta.
   — Já. Você deveria praticar, é uma delícia. — Yasmin não demonstra reação e ele continua: — Se quiser um professor...
   — Pode ter certeza que eu não vou te chamar — ela o interrompe. Victor começa a rir compulsivamente. — Qual é a graça? — pergunta Yasmin franzindo a testa. — Ele continua rindo e seus olhos ficam umedecidos. — Qual é a graça? — insiste a loira dando um chute certeiro na canela dele.
   — Ai, filha da p*ta! — reclama Victor ainda sorrindo.
   — Qual é o motivo da crise de riso?
   — Você.
A resposta simples e objetiva dele deixa Yasmin furiosa e ela sente o seu rosto ferver. Victor, notando que ela está ficando vermelha de raiva, diz:
   — Eu estava brincando com você, sua boba. Nunca fiz sexo selvagem. Você fica tão linda bravinha, sabia? — Ele pega na mão dela sobre a mesa, Yasmin puxa com rapidez e dá um tapa na dele.
   — Ridículo!
O garçom retorna com os pedidos e eles começam a comer. Durante a refeição, Victor faz mais umas piadinhas para tentar deixar Yasmin menos brava e ela acaba rindo de algumas.  

Abraçados, Mel e Chay passam pela porta da casa em que estão hospedados. 
   — Preciso tomar um banho — diz Mel coçando o cabelo. — Estou cheia de areia.
   — Quer companhia? — pergunta Chay sorrindo maliciosamente.
   — Não. — Mel começa a rir e dá um beijo nele. — Eu preciso realmente tomar banho, mas com você lá isso não vai acontecer. 
   — Não vai mesmo.
Eles riem novamente e se beijam.
   — Já volto! — Mel se encaminha para o banheiro. Chay senta no sofá e pega o celular no bolso. Se sentindo um pouco mal por fazer isso, ele envia uma mensagem para o seu empresário "Como estão as coisas por aí?". 

Felipe deixa o quarto de Isabela para beber água. Ela dorme tranquilamente sobre sua coberta usando uma camisola vermelha. No térreo, Felipe se encontra com Vinícius.
   — O que você está fazendo aqui? — pergunta Vinícius.
   — A Isabela me chamou.
   — Nossa, eu nem te vi.
   — A gente tava no quarto dela.
Vinícius entende o que ele quer dizer.
   — Ah, saquei!
Felipe sorri.
   — Vou beber água.
   — Ok. 

Após o jantar, Yasmin e Victor vão para a pista de dança. Vários casais se reúnem e dançam colados. Victor abraça Yasmin e eles se aproximam bastante.
   — Então, já pode me ensinar a dançar — diz rindo. Yasmin permanece imóvel fitando os seus olhos e sua boca. 


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