Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 118: Yasmin tem crise alérgica e recebe apoio de Victor


   — Aham. — Sophia levanta. — Eu tenho que ir, desenhei um croqui depois de falar com a Mel que ficou ótimo, tenho que saber a opinião dos estilistas. Tchau, amores.
   — Tchau, amor — fala Micael recebendo um beijinho da mulher.
   — Tchau, mãe.
Assim que Sophia deixa a sala de jantar, Micael comenta com a filha:
   — Esse incêndio na grife está causando muita dor de cabeça pra sua mãe.
   — Sem contar que pode custar a separação do Chay e da Mel. 
Eles continuam tomando café da manhã enquanto Felipe cochila no sofá. 

Minutos depois, Isabela desce as escadas com rapidez seguida de perto por sua cadelinha, Nina, e vai quase correndo para a cozinha.
   — Bom dia, Verinha — fala pegando uma maçã.
   — Bom dia, Isa. O Vinícius já está te esperando no carro.
   — Eu sei, eu sei. Vim só pegar essa maçã pra comer no caminho. Beijos!
   — Beijos, Isabela! Boa aula.
   — Obrigada — diz Isabela deixando a cozinha correndo com a mochila em um dos ombros. Na porta, ela se agacha e acaricia a cabeça de Nina. — Até mais tarde, pequenina.

Quando são quase sete horas da manhã, todos entram na sala de aula. Yasmin olha para Victor ao passar pela porta junto com Maísa e Laís e se lembra de seu sonho. Ele também olha para ela e dá um leve sorriso.
   — Já volto, meninas — diz a loirinha se afastando. Ela caminha em direção ao grupo de seus melhores amigos e fica ao lado de Victor. — Oi, gente.
   — Quem é vivo sempre aparece — fala Vinícius rindo. Yasmin ri e se aproxima dele dando um beijo em sua bochecha.
   — Oi, meu lindinho.
Marina ri e fala:
   — Tira o olho que ele é meu.
Os seis riem e Yasmin volta a ficar parada ao lado de Victor.
   — E o meu beijinho? — ele pergunta no ouvido dela.
   — Você já recebeu ontem.
   — Hã?
   — Daquela velha.
Victor ri e solta um ar quente na orelha de Yasmin, fazendo cócegas na pele dela.
   — A Giovanna tinha 24 anos só, não é velha.
   — Pra você é. 
   — Eu gosto de mulheres mais velhas.
   — Talvez seja por isso que a gente não deu certo.
   — A gente não deu certo porque você sentiu atração por outro. — Yasmin cruza os braços e não fala nada. — Aliás — ele continua — eu estou sabendo do que rolou ontem na sessão de fotos.
   — Oi? — Yasmin vira a cabeça e fica com o rosto a centímetros do dele.
   — Eu sei o que aconteceu ontem após as fotos — ele fala com firmeza, tentando confirmar sua ideia de que Yasmin ficou com Breno.
   — Não sei do que você tá falando — mente Yasmin olhando para frente. Victor aproxima tanto o rosto da orelha dela que quando fala seus lábios encostam na pele dela.
   — Eu sei que você ficou com o Breno.
Yasmin vira o rosto abruptamente e seu nariz encosta no dele e suas respirações se misturam.
   — Não acredito que o Felipe te contou — ela fala afastando um pouco o rosto para que os seus lábios não rocem nos dele.
   — Sabia! — ele exclama.
   — Como é?
   — Ontem, a Marina foi ao Jardim Botânico para fotografar e eu fui junto com ela. Quando eu tô indo embora, o que eu vejo? Você nos braços daquele moleque. Agora você confirmou o que eu já imaginava.
Yasmin demora um tempo para responder. 
   — Acabou acontecendo.
   — Acabou acontecendo — repete Victor e se afasta dela, encostando na mesa de Vinícius. 
   — E quem é você pra falar de mim? — pergunta Yasmin se aproximando dele. — Ficou com aquela velha no restaurante. 
   — Fiquei e ficaria de novo.
Yasmin apoia cada uma de suas mãos ao lado do corpo dele e fala:
   — Aposto que você prefere a mim.
   — Assim como você prefere a mim invés do Breno?
   — Eu precisava ficar com o Breno, acho que só assim deixaria isso no passado. 
   — Quer dizer ele pertence ao passado agora?
   — Agora nós vamos ser apenas amigos.
   — Você não consegue ser amiga dos seus ex-peguetes.
   — Você não pode garantir isso.
   — Claro que posso, eu sou a prova disso. Você ficou comigo e agora não consegue ser apenas minha amiga. 
   — Claro que consigo.
   — Então por que você ficou com ciúmes de mim com aquela mulher?
   — Pelo mesmo motivo que você ficou com ciúmes de mim com o Breno.
   — Quem falou que eu fiquei com ciúmes de você com aquele merdinha?
   — Não fala assim dele. 
   — Vai defender o otário agora?
   — O Breno não precisa de proteção.
   — Uau, ele é super poderoso, agora né?
   — Ai, quer saber de uma coisa? Vai se f*der, Victor!
Yasmin se afasta e caminha para o fundo da sala em direção a sua carteira. 

Vinícius, Marina e Isabela conversam animadamente, porém Felipe não participa e permanece imóvel encostado em sua carteira. 
   — O Vinícius ficou super tristinho porque o karaokê não estava funcionando ontem — fala Marina rindo. — Tadinho do meu lindinho — completa com voz infantil enquanto bagunça o cabelo dele.
   — Cala a boca, Marina! — ele pede e puxa ela para um abraço. Marina envolve o corpo dele com seus braços e o beija. Isabela ri e olha para o namorado, mas o seu sorriso desaparece lentamente ao ver a expressão dele.
   — O que foi? — pergunta chegando mais perto de Felipe.
   — Nada — ele responde olhando de relance para ela.
   — Você está estranho.
   — Só estou cansado — diz Felipe com sinceridade. — Dormi mal essa noite.
Isabela sorri com leveza e dá um beijo no ombro dele.
   — Não gosto de te ver assim. 
Felipe passa o braço pela cintura de Isabela, aproximando ainda mais o corpo dela do seu.
   — Gosto quando você fica preocupada comigo.
   — Eu sempre irei me preocupar com você, seu bobo — diz Isabela passando uma mão pela lateral do rosto dele.
   — Que bom, porque eu também vou me preocupar com você. Falando em me preocupar com você, tem notado como o Jonas está te olhando?
Isabela franze a testa.
   — Não.
   — Eu tenho. Ele tem te olhado mais... intensamente. 
O pequeno e magricelo corpo de Isabela fica tenso.
   — O que você quer dizer com isso?
   — Não sei — responde Felipe dando de ombros. — Só não gosto dessa maneira que ele te olha. Se ele continuar a agir assim vai ter que se ver comigo. 
   — Felipe, deixa que eu resolvo isso, tá bom? O Jonas é uma pedra que eu ainda não tirei por completo do meu caminho.
Os músculos de Felipe se contraem e ela fala:
   — Não gosto de imaginar qualquer reaproximação de vocês. 
   — A gente nunca irá se reaproximar como no ano passado. Fica tranquilo!
Felipe coça um dos olhos.
   — Queria mesmo é dormir. 
Isabela sorri e se alinha ainda mais nos braços dele.
   — Queria dormir junto com você. 
   — Se você estivesse comigo aposto que a gente não dormiria — fala Felipe próximo ao ouvido dela. Isabela ri e dá um selinho nele. O professor de física entra na sala e todos sentam em suas carteiras. 

Ainda sonolenta, Mel caminha até o banheiro para tomar banho. Quando sai enrolada em uma toalha branca, encontra com Chay no corredor. O olhar dele percorre o corpo molhado dela e um sorriso surge em seus lábios. 
   — Que visão maravilhosa para uma manhã.
Mel sorri e caminha até ele.
   — Visão linda eu tenho todos os dias quando te vejo. — Eles se beijam e Chay diz:
   — Eu vou preparar o nosso café da manhã, ok?
   — Aham, vou me vestir e te ajudo.
   — Tá bom.
Eles dão mais um beijo e ela vai para o quarto enquanto ele parte para a cozinha. No cômodo, Mel pega seu netbook sob a cama. 
   — Preciso guardar isso em um lugar melhor. — Ela caminha até a sua mala e esconde o objeto em baixo de algumas peças de roupa. Em seguida começa a se vestir. 

Durante o intervalo, Yasmin se reúne com algumas garotas do segundo e terceiro ano na escada que dá acesso ao segundo andar. Ela conversa empolgadamente e ri com as adolescentes quando sente uma picada dolorida em seu antebraço. Ela olha para a região e vê uma abelha sentada em sua pele.
   — Ai! — exclama empurrando a abelha com a outra mão. — Acho que ela me picou.
   — Deixa eu ver — pede uma garota morena do segundo ano. — A gente tem que tirar o ferrão. 
   — Não! — berra Yasmin puxando o braço. — Tá doendo.
   — A gente tem  que tirar o ferrão, amiga — fala uma outra do terceiro que foi da sala de Yasmin no ano anterior. Yasmin sente o local da picada latejar e lentamente estica o braço em direção das amigas. A morena do segundo ano tira o ferrão raspando com a unha.
   — Pronto, saiu. 
   — Ainda está doendo muito — reclama Yasmin.
   — Vai lá na cantina e pede uma pedrinha de gelo pra ficar passando, assim talvez não inche. 
Yasmin assente e levanta do degrau. 

Isabela, Marina, Victor e Vinícius conversam na lanchonete quando Yasmin chega com passos apressados. Ela se debruça sobre o balcão e pede para a atendente:
   — Me dá uma pedrinha de gelo, por favor?
A moça acha estranho o pedido, mas atende e entrega o gelo para a adolescente. Yasmin pressiona a pedrinha sobre a picada e sente o alívio imediato.  
   — Yasmin! — chama Isabela e a loirinha olha para a mesa em que os quatro estão.
   — Oi, gente — fala ao se aproximar e sentar ao lado da melhor amiga.
   — O que houve? — pergunta Vinícius vendo Yasmin massagear o antebraço com gelo.
   — Uma abelha me picou. 
   — Tudo isso por causa de uma picada de abelha? — se surpreende Marina.
   — Está doendo, ok? — rebate Yasmin. 
   — Só não fica com o gelo muito em cima da pele porque se não vai queimar — Isabela aconselha. 
   — Tá. 
Victor, que não abriu a boca desde que Yasmin sentou à mesa, vê Jaqueline passando rumo ao corredor.
   — Já volto. — Ele se levanta e corre para alcançá-la. 

Próximo a eles, reunidas no balcão da lanchonete, Graziele, Maria Luíza, Mayara e Aline conversam enquanto comem sanduíches. Thiago caminha até o grupo e abraça Graziele por trás.
   — Ai que susto! — exclama ela e olha pra ele. Thiago sorri e dá um beijo no ombro dela. Malu observa o casal e dá um leve sorriso.
   — Vamos ao banheiro? — pergunta à Mayara e Aline. As duas assentem e elas se afastam.
   — Demonstrando afeto em público? Você está bem? — pergunta Graziele rindo. Thiago dá de ombros e para na frente dela.
   — O seu cabelo ruivo me chamou.
   — Quer dizer que você só está comigo por causa do meu cabelo ruivo?
   — Pode-se dizer que sim — ele responde rindo. — Quero convidar o seu cabelo ruivo para ir almoçar comigo hoje.
   — Não sei, ele é muito exigente, aonde vocês vão almoçar?
   — Em um restaurante com o Fabrício e o Rick. 
   — Nossa, pensei que fosse um almoço romântico — fala Graziele bebericado o seu suco.
   — Almoço romântico entre eu e um cabelo? — Thiago gargalha.
   — Falando sério, por que do convite?
   — Sei lá, só queria que você fosse almoçar comigo e com os meus amigos. 
   — Ok, eu vou. 
Thiago sorri e dá um selinho nela.
   — Então depois do colégio a gente vai direto pro restaurante. 
   — Tá bom. 
Ela passa uma mão pelas costas dele e o puxa para mais perto, beijando-o seus lábios.

Instantes depois o gelo todo já derreteu e o braço de Yasmin volta a latejar. Ela levanta da mesa e caminha para a sala, quando vê Victor conversando com Jaqueline. Antes de formar algum pensamento lógico, ela se aproxima dos dois.
   — Oi! Victor, posso falar com você um momento?
Victor olha para Yasmin e depois para Jaqueline, dizendo:
   — Depois a gente se fala, Jack. 
Jaqueline força um sorriso e se afasta dos dois. 
   — O que foi? — pergunta o loiro encarando Yasmin.
   — Eu só queria saber uma coisinha.
   — Que coisa?
   — Você quer ficar com a Jaqueline?
Victor cruza os braços.
   — Por que você quer saber disso?
   — Curiosidade — mente Yasmin dando de ombros.
   — Não sei, por quê?
   — Porque eu acho que você vai estar cometendo um erro. Tipo, a Jaqueline não gosta de você, só quer ficar contigo porque sabe que nós dois tínhamos um relacionamento.
   — Deixa eu ver se eu entendi. Pra você, a Jaqueline só quer ficar comigo pra te atingir?
   — Exatamente.
Um risada escapa da boca de Victor.
   — Por favor, né, Yasmin. 
   — O quê? É verdade. 
   — A verdade é que ela está caidinha por mim.
   — E o que você vai fazer em relação a isso?
   — Eu ainda não decidi. 
   — Você quer me provocar, né? Só porque eu beijei o Breno, você ficou com aquela mulher ontem e agora está se engraçando novamente com a Jaqueline.
   — O mundo não gira em torno do seu umbigo, Yasmin. 
Yasmin ignora o comentário dele e continua enquanto coça o antebraço onde foi picada:
   — Você pensa que eu vou ficar com ciúmes de você, mas saiba que eu não vou ficar, ok? 
Victor ri levemente e olha para o chão antes de responder, passando os olhos pelo antebraço dela.
   — Ok.
Yasmin bufa e gira em seus calcanhares rumo a sala de aula.
   — Yasmin! — chama Victor.
   — O que é? — ela pergunta olhando para ele sobre o ombro.
   — O seu braço está ficando pior. 
Yasmin olha para o braço esquerdo e toma um susto. Em todo seu antebraço surgiu várias manchas vermelhas, não só onde ocorreu a picada, e está bastante inchado. 
   — O que eu faço? — ela pergunta ainda fitando a sua pele.
   — Não sei, isso não é normal. — Victor caminha até ela e pega em seu braço para examiná-lo. — Você já foi picada antes?
   — Que eu me lembre não — ela responde olhando para os olhos dele
O sinal toca enquanto Victor fala:
   — É melhor você ir até a enfermaria. 
Yasmin volta a fitar as manchas em sua pele e se controla para não voltar a coçar. 
   — Vem comigo? — pede. 
   — Tá, vamos. 
Eles passam pelos os outros estudantes e descem os degraus até o térreo. 

De mãos dadas com Felipe, Isabela caminha de volta para a sala. Ele passou boa parte do intervalo com Alexandre e Thiago.
   — Cadê a Yasmin? Ela sumiu. 
Felipe dá de ombros.
   — Deve estar em algum grupinho por aí. 
Eles se aproximam da sala, onde Jonas está apoiado no batente. Isabela passa por ele, sem olhar em sua direção, mas Jonas acompanha os movimentos dela com o olhar. Logo após Isabela, Felipe passa pela porta e ele e Jonas se encaram. Ao chegar ao seu lugar, Isabela senta em sua mesa e balança as pernas no ar. 
   — Você viu como ele ficou te olhando? — pergunta Felipe parando na frente dela. Ele apoia as mãos nas coxas dela e fita os seus olhos com intensidade.
   — Eu nem olhei para ele. 
   — Eu estou me segurando para não quebrar a cara dele — fala Felipe e Isabela nota que ele está falando sério. Ela se arrasta até a ponta da mesa, ficando bem próxima dele e diz:
   — Assim como você quebrou aquela vez? 
   — Não, muito pior.
   — Você iria mandar ele para o hospital. — Isabela dá um beijo no queixo dele. — Sem contar que violência não leva a nada.
   — Não, mas que pode aliviar os nervos, pode. 
Ela fica séria e estica a coluna ao falar:
   — Eu não quero você saindo no soco com o Jonas de novo, ok? Ainda mais se for por minha causa. 
   — Eu não posso garantir nada — responde Felipe olhando para os joelhos dela.
   — Felipe, promete pra mim. 
   — Eu não vou prometer uma coisa que eu não sei se posso cumprir — ele diz erguendo o olhar. Isabela suspira e apoia a sua testa na dele.
   — Não faça nada que vá se arrepender depois, tá?
   — Pode deixar.
Isabela faz um movimento mínimo com a cabeça e os seus lábios encontram os de Felipe. 

Guiada por Victor, Yasmin chega à enfermaria. 
   — O que houve? — pergunta a enfermeira. 
   — Ela foi picada por uma abelha — conta Victor.
   — Está doendo muito — reclama Yasmin com os olhos marejados. 
   — Deixa eu ver — pede a senhora caminhando até Yasmin. Ela exclama ao olhar o antebraço da garota: — Isso é alergia!
   — Alergia? — repetem os adolescentes.
   — Sim, sem dúvida alguma. 
   — E o que a gente faz? — pergunta Victor com preocupação.
   — Você tem que tomar um antialérgico para aliviar os sintomas. 
   — Então me dá o remédio — pede Yasmin.
   — Eu não posso fazer esse tipo de medicação aqui no colégio — fala a enfermeira.
   — Como não? Olha para o braço dela! — diz Victor esticando o braço esquerdo da jovem para a frente. 
   — Eu sei, mas eu não posso — repete a senhora com um pesar na voz. — As únicas medicações que eu posso fazer são para alunos que já têm remédios cadastrados no sistema do colégio.
   — E agora? — pergunta Yasmin com a garganta apertada.
   — Nós temos que ligar para os seus pais. Eles vêm te buscar e te levam para um hospital. 
   — Liga logo, está doendo muito.
A enfermeira assente.
   — Seu nome é Yasmin Borges, né? 
   — É — confirma a adolescente olhando para as manchas vermelhas em seu braço.
   — Já volto — diz a senhora se afastando dos dois. 
Yasmin fecha os dedos da mão direita para não cair na tentação de coçar a picada.
   — Está doendo muito? — pergunta Victor colocando uma mão nas costas dela. A loirinha confirma com a cabeça e olha para ele, dizendo:
   — E está coçando também. 
   — Você ouviu o que a enfermeira falou? Depois que você tomar o antialérgico, vai passar. 
Yasmin morde um dos lábios para evitar que lágrimas escorram por seu rosto. 
   — Eu quero que isso passe logo — ela choraminga e uma lágrima escapa, escorrendo por sua bochecha. 
   — Ei, calma! — pede Victor envolvendo Yasmin em seus braços. — Você vai ficar bem, tá bom? 
Ela respira fundo, tentando controlar o choro e ignorar a dor, e apoia a testa no peito de Victor. Ele acaricia o cabelo dela com uma das mãos enquanto a outra permanece firme em suas costas. A enfermeira retorna e Yasmin ergue a cabeça.
   — Eu liguei para a sua mãe e ela disse que o motorista está vindo pegá-la.
   — O motorista? — repete Yasmin incrédula. — A minha mãe não vai vim me buscar?
   — Ela disse que estava ocupada no trabalho...
   Como é? — interrompe a loirinha.
   — Ela vai te encontrar no hospital — completa a enfermeira. — Só mandou o motorista para que você não ficasse esperando muito. 
A boca de Yasmin se abre em um "Ah!" silencioso e uma culpa desce por sua garganta diretamente para o fundo de seu estômago. 
   — Entendi.
   — Você pode esperar sentada em uma das camas. Vou pegar um gelo para aliviar essa dor. 
Victor leva Yasmin até a cama mais próxima e ela se senta. Ele fica parado em sua frente e apoia suas mãos nas coxas dela. 
   — Obrigada por estar aqui comigo — fala Yasmin olhando para ele.
   — Eu faria isso com qualquer pessoa que estivesse precisando. 
Ela olha para o lado e ri.
   — Você tem o poder de acabar com toda a magia do momento — diz olhando para Victor. 
   — O que você quer que eu diga? — ele pergunta rindo.
   — Sei lá. Um "Eu estou aqui porque me importo com você, Yasmin" não seria má ideia. 
Victor se inclina na direção dela e fala em seu ouvido:
   — Eu estou aqui porque me importo com você, Yasmin. — Sua voz sai mais grave, firme e Yasmin se arrepia. — Tá bom agora? — ele pergunta se afastando dela.
   — Vou fingir que isso foi espontâneo.
   — Foi sincero. 
Yasmin sorri e a enfermeira volta com uma bolsa de gelo. Yasmin faz uma careta quando Victor pressiona o objeto em seu antebraço.
   — Isso dói muito! — reclama. 
   — Quer um beijinho pra passar? — provoca Victor.
   — Vai se f*der!
Eles riem e Victor continua ajudando ela. Minutos depois, uma das inspetoras entra na enfermaria com a mochila del Yasmin e caminha até a cama em que ela está.
   — O motorista veio te buscar.
   — Graças a Deus! — exclama Yasmin pulando da cama. — Você vem comigo? — pergunta olhando para Victor. Antes que ele possa responder, a inspetora diz:
   — Só quem vai ser liberada é você.  
   — Eu não posso ir com ela? — pergunta Victor.
   — Não, a única que vai ser liberada é ela. 
Yasmin revira os olhos.
   — Obrigada por ter ficado aqui comigo — fala sorrindo para ele.
   — Fica bem, tá? — Ele passa acaricia a bochecha dela. — Me manda uma mensagem quando você sair do hospital. 
   — Não é permitido celular na sala de aula — lembra a inspetora. Victor sorri para Yasmin e sai da enfermaria sem ao menos olhar para a mulher. 
   — Vamos? — diz Yasmin. As duas saem da enfermaria e passam pelo pátio principal rumo ao portão do colégio. 

A professora de Geografia está passando o conteúdo na lousa quando Victor abre a porta da sala.
   — Licença — ele pede.
   — Aonde você estava? — pergunta a professora ao mesmo tempo em que a maioria dos alunos erguem as cabeças para olhar para Victor. 
   — Na enfermaria. 
Os poucos que ainda não tinham parado de copiar para olhar para ele, fazem isso nesse momento. 
   — Está tudo bem com você? 
   — Sim, a Yasmin que teve um problema e teve que ser liberada. 
Isabela franze a testa e Felipe pergunta:
   — O que aconteceu com a Yas?
   — Depois ele fala — interrompe a professora. — Pro seu lugar, Victor.
O adolescente caminha até o fundo da sala. 

O sinal não demora muito a bater e a professora deixa a sala. O professor de matemática entra e pede para os alunos se sentarem em duplas. Marina e Vinícius sentam juntos, assim como Isabela e Felipe. Jaqueline acena para Victor e ele se junta a ela. O professor passa três contas complexas no quadro para que os alunos resolvam e entregue as resoluções para ele no final da aula. Felipe coça os olhos enquanto fala:
   — Estou com preguiça de fazer.
   — Nós temos que entregar no final da aula — lembra Isabela organizando os seus cadernos sobre a mesa para poder começar a fazer. 
   — Eu sei, mas eu não quero fazer. — Felipe deita sobre o braço, na mesa.
   — Ah, nem vem! — reclama Isabela sacudindo o braço dele. — Eu não vou fazer isso sozinha. 
   — Você é inteligente, amor.
   — E você é ótimo em matemática. Pode me ajudar, vai!
Felipe continua imóvel e lança um sorriso meigo na direção de Isabela.
   — Nem adiante sorrir assim. Levanta logo!
   — Isa...
   — Não, Felipe! Você quase ficou de recuperação em várias matérias ano passado, esse ano não vai ser a mesma coisa. 
Felipe suspira.
   — Tinha esquecido que minha namorada é a rainha dos nerds. 
   — Eu não sou rainha dos nerds — desmente ela escrevendo o nome dos dois na primeira linha de uma folha de caderno. 
   — Nós já estamos no último ano, pode assumir isso — ele diz sorrindo.
   — Ok, pode ser que eu seja um pouco CDF, satisfeito? Agora me ajuda a fazer isso, porque é difícil pra minha cabeça. 
Felipe olha para o quadro e sorri levemente.
   — É fácil, amor.
Isabela empurra a folha ainda em branco para ele.
   — Então faz. 
O jovem ri e ergue a cabeça.
   — Ok. 
Algumas carteiras atrás do casal, Victor realiza o complicado cálculo da primeira conta sob os olhares de Jaqueline.
   — Terminei a primeira — ele fala olhando de relance para ela. Jaqueline olha para o papel e franze a testa.
   — Pensei que a conta fosse dar mais linhas.
   — Dá se você fizer do jeito convencional, mas simplificando fica assim.
   — Você é realmente bom em matemática — ela fala dando um sorriso radiante. 
   — Digamos que eu tenha facilidade — responde ele com modéstia. 
   — Já pensou no que vai cursar na faculdade?
   — Hum, estou entre "ciência e tecnologia" e "matemática" — ele responde deixando a lapiseira sobre o papel. — Ainda estou pensando no que vou escolher, porque aqui no Brasil a faculdade é diferente. 
   — É verdade, mas com certeza você vai se sair bem.
   — A Marina, minha irmã, estava com a ideia de fazer faculdade lá nos Estados Unidos mesmo, porque é mais fácil pra gente. Eu estou cogitando essa possibilidade. 
   — Você mal chegou no Brasil e já quer ir embora? — ela pergunta rindo e joga o cabelo.
   — Sei lá, eu estou curtindo bastante o Brasil, mas ainda não se compara aos Estados Unidos. Eu fui criado lá, conheço como funciona as coisas... Aqui algumas coisas ainda me pegam de surpresa. 
   — Então, se você fosse cursar faculdade lá as chances de voltar seriam pequenas? 
   — Acho que sim. É complicado, Jaqueline, porque têm os meus pais e eles não pretendem voltar para New York, então eu teria que ficar vindo pra cá sempre para visitá-los. Sem contar os vínculos que eu criei aqui, né? — ele diz pensando em Yasmin. Jaqueline pensa o mesmo que ele e força um sorriso, dizendo:
   — Você ainda tem esse ano pra pensar.
   — Pois é. E você, já sabe o que quer fazer?
   — Na verdade, ainda não. 
   — Não faz nenhuma ideia? — ele pergunta erguendo as sobrancelhas. 
   — Não — ela responde gargalhando. — Ainda tenho tempo para pensar, afinal eu posso contar com a mesada e futuramente com a herança dos meus pais. 
   — Você não se sente desagradável por isso? Tipo, eu não quero viver com a herança dos meus pais pra sempre. 
   — Por enquanto eu não vejo problemas. Vai dizer que você não gosta do luxo que o dinheiro dos seus pais te proporciona? No caso deles, ainda tem a fama. 
   — É claro que eu gosto do conforto que o dinheiro deles me proporciona, mas eu não quero viver da grana deles pro resto da minha vida. E, sinceramente, odeio a fama.
   — Sério?
   — Sim! Eu sei que se não fosse pelas pessoas eles não estariam aonde estão, mas o problema é que os holofotes não ficam apenas neles, acabam virando um pouco para nós, os filhos. Acredita que esses dias eu li uma matéria falando do meu namoro com a Yasmin? Tipo, eu fiquei chocado, porque lá nos Estados Unidos eles eram famosos apenas entre os brasileiros, então não saía esse tipo de notícia na mídia. É muito estranho!
   — Pode ser ruim, mas tem suas vantagens também. Por exemplo, várias portas devem se abrir para você, não é?
   — Isso é verdade, mas a gente fica sem saber em que confiar as vezes. Não dá pra saber se a pessoa se aproximou de você porque gosta realmente de você ou porque quer se aproveitar de algo. 
   — Pode ter certeza de que eu me aproximei de você porque gosto de você — fala Jaqueline sorrindo. Victor ri e volta a pegar a lapiseira.
   — Deixa eu terminar as outras contas. 

As horas passam com rapidez e os adolescentes são liberados. Victor caminha junto com Isabela, Felipe, Marina e Vinícius e diz enquanto guarda o celular no bolso:
   — A Yasmin não deu notícias. 
   — Estou preocupada com ela.
   — Sabe o que é isso? — pergunta Marina tentando conter uma risada.
   — O quê? — indaga Vinícius ao seu lado.
   — É uma vingança divina por ela ter provocado a minha alergia ano passado lá na fazenda.
Os cinco gargalham e passam pelo portão. Caminhando um ao lado do outro, Graziele e Thiago saem do colégio logo atrás deles.
   — Ué — ela se surpreende vendo o carro estacionado do outro lado da rua. — Pensei que seus pais tivessem tirado o seu motorista particular.
   — Tiraram mesmo, mas eu conversei com eles — Thiago sorri alegremente e Graziele ri.
   — Resumindo, passou a perna nos dois. 
   — Claro que não, nós conversamos. 
Thiago passa um braço em torno dos ombros de Graziele, mas ela retira, dizendo:
   — Vou me despedir das meninas ali, ok?
   — Tá, você vai almoçar comigo?
   — Vou.
   — Te espero no carro.
   — Ok. 
Graziele se aproxima de Malu e Mayara, que estão comprando pipoca junto com Maísa.
   — A Laís já foi? — pergunta a ruiva.
   — Aham — responde Malu mastigando. Maísa observa Thiago se despedir de uns garotos do segundo ano e caminhar para um carro preto do outro lado da rua.
   — Aquele carro é dos pais do Thiago? — ela pergunta olhando para Graziele. 
   — Sim — responde a ruiva olhando por cima do ombro. — A gente vai almoçar com alguns amigos dele hoje.
   — Aonde? Na cracolândia? — brinca Malu rindo. Mayara e Maísa olhando da morena para a ruiva, analisando as reações delas. Graziele não ri junto com a melhor amiga e lança um olhar duro na direção dela. — Desculpa — cantarola Malu. 
Graziele sacode a cabeça, sorrindo levemente. 
   — Vou indo. Beijos!
Elas se despedem e Graziele rouba o saquinho de pipoca de Malu antes de atravessar a rua ao encontro de Thiago. Ela entra no carro comendo a pipoca e oferece para ele.
   — Quer?
   — Não, valeu.
O carro parte rumo ao restaurante. Graziele termina de comer a pipoca, amassa o saquinho de papel e envia discretamente na mochila de Thiago.
   — Eu vi, tá bom? — ele fala olhando pra ela.
   — Viu o quê? — ela se faz de desentendida. Thiago ri e rouba um beijo dela. 

Após passar a manhã na praia acompanhada por Chay, Mel se diverte com ele preparando o almoço. Ele apoia as costas na pia e puxa Mel para perto de si. Eles se beijam e Mel sorri, dizendo:
   — Mais tarde vamos jantar na praia?
   — Em qual restaurante? — pergunta Chay dando beijinhos no queixo dela.
   — Em nenhum, na praia mesmo. A gente compra alguma coisa em um restaurante e vamos para a areia.
   — Ótima ideia! 
Mel sorri e acaricia o rosto dele.
   — Eu te amo tanto.
   — Eu também. Muito!
Eles sorriem e se beijam lentamente. 

Com a cabeça apoiada na janela do carro, Isabela relembra de palavras ditas por Felipe durante a manhã "tem notado como o Jonas está olhando pra você?", "Ele tem te olhado mais... intensamente." Ela franze a testa, tentando decifrar o que significa os olhares de Jonas. 
   — Finalmente em casa! Estou morrendo de fome — diz Vinícius abrindo a porta do veículo. — Tchau, Evaldo.
   — Tchau, Vinícius — responde o motorista. Quando Vinícius bate a porta, Isabela desperta de seu delírio. Rapidamente, ela pega sua mochila, se despede do motorista e desce do carro, caminhando pela garagem até o interior da mansão. 

Graziele e Thiago chegam ao restaurante em que ele marcou com seus amigos. O lugar tem a fachada revestida de madeira e as mesas são feitas de palha trançada. Graziele deixa sua mochila no carro e desce, Thiago pega sua carteira em um dos bolsos de sua mochila e se encontra com ela na calçada. De mãos dadas, eles entram no restaurante. Quando passa pela porta, Graziele deixa seus olhos correrem pelo espaço e logo identifica quem são os amigos de Thiago. Em uma mesa, no canto esquerdo, dois garotos estão sentados conversando animadamente. Um deles ela reconhece: Fabrício. O outro é um rapaz que aparenta ter 20 anos, seus cabelos rastafaris presos em um coque no alto de sua cabeça, suas orelhas estão alargadas e em sua nuca e braços há diversas tatuagens.  
   — Vamos lá — fala Thiago indo em direção à mesa. Eles se aproximam de Fabrício e Rick e Thiago cumprimenta: — E aí, povo!
   — Fala, Thiaguito! — sorri Fabrício deixando uma latinha de cerveja sobre a mesa. Agora, estando na frente de Rick, Graziele repara em como ele é bonito. Seus olhos são verdes claríssimos que se destacam nos piercings pretos que estão em sua sobrancelha direita, seu nariz, seu septo e seu lábio inferior. 
   — Oi, Thiago — ele fala sorrindo e ela nota que há um piercing em sua língua. 
   — Oi — diz Graziele sorrindo educadamente e se senta junto com Thiago de frente para os dois. 
   — Já estão aqui há muito tempo? — pergunta Thiago olhando para o cardápio.
   — Faz uns minutos — responde Fabrício. 
   — Não vai apresentar sua amiga— pergunta o rapaz com a voz rouca. 
   — Essa é a Graziele — diz Thiago e olha para a ruiva. — Esse é o Rick.
   — Prazer — ela fala.
   — O prazer é meu — responde Rick gentilmente. 
   — E aí, vamos pedir? — pergunta Thiago entregando o cardápio pra Graziele. Fabrício ergue a mão e o garçom se aproxima da mesa. 
   — Já escolheram o pedido?
   — Sim — responde Fabrício. — Eu quero uma porção de batata frita e esse bife ao molho aqui. 
   — Eu quero um bobó de frango — fala Rick. — E uma latinha de red bull. 
O garçom toma nota dos pedidos.
   — Eu vou querer uma torta de frango e uma latinha de refrigerante — diz Thiago. Graziele deixa o cardápio sobre a mesa e apoia as mãos sobre ela. 
   — Quero um sanduíche de peito de peru e um suco de maracujá. 
   — Mais alguma coisa? — pergunta o garçom. 
   — Uma latinha de Skol — pede Fabrício. O homem se afasta com os pedidos e Rick pergunta para Thiago:
   — E aí, fiquei sabendo que você fez uma tatuagem. É verdade?
   — Aham, uma coruja nas costas. 
   — Eu tenho uma na perna — diz o rapaz e olha para Graziele. — E você, tem alguma?
   — Não, meus pais não deixariam eu fazer — responde a adolescente sorrindo. Rick ri e fala:
   — A minha primeira tatuagem eu fiz aos 15 anos, foi na costela. Meus pais demoraram três anos para notar ela e daí eu já tinha mais cinco. 
Fabrício, Thiago e Graziele riem. Involuntariamente, Thiago coloca uma mão na coxa de Graziele sob a mesa. Minutos depois, o garçom retorna com os pedidos e eles almoçam. Após a refeição, Rick tira um maço de cigarro do bolso da calça e diz:
   — Vou dar uma volta lá fora.
   — Vou com você — fala Fabrício se levantando. — Vem com a gente? — pergunta olhando pra Thiago.
   — Hoje, não.
Rick dá um sorrisinho e sai junto com Fabrício. Thiago apoia o antebraço no encosto da cadeira de Graziele. 
   — E aí, gostou da comida?
   — Sim, tava uma delícia. A companhia também foi legal. 
   — Eles são legais mesmo — ele concorda. Graziele sorri levemente e deixa a pergunta que está vagando por sua mente, sair.
   — Você não foi com eles por minha causa, né?
   — Não entendi — responde Thiago inexpressivelmente. 
   — Eles saíram para fumar e você não foi com eles por minha causa, não foi?
Thiago não responde prontamente, mas finalmente, diz:
   — Sim. 
Um sorriso surge em seus lábios e ela não reprime.
   — Fico feliz por isso, sinceramente. Sei que a maioria das garotas ficaria mal por estar privando o... a pessoa da qual gosta de um momento com os amigos, mas eu não. Pelo menos você não vai estar poluindo o seu pulmão. 
Thiago solta uma risada. 
   — Poluindo o meu pulmão?
   — Você entendeu o que eu quis dizer. 
Ele dá um beijo no ombro dela.
   — Obrigada por se preocupar comigo, mas eu sei me cuidar sozinho. 
   — Se soubesse não fumaria. 
   — Grazi, não vamos começar com isso. 
   — Pode parecer que eu sou chata, mas eu só quero o seu bem. 
   — Sabe o que contribuiria muito para o meu bem? Um beijo seu. Agora. 
Graziele permanece encarando Thiago com o rosto sério. Ele dá um selinho nela e em seguida aprofunda o beijo. No início, a ruiva não reage, mas logo retribui o afeto. 

As horas passam. Felipe aproveita o tempo que tem antes de ir para a academia para fazer tarefa - a pedido de Isabela. A porta da mansão se abre e Sophia entra seguida pela filha. Yasmin está com a pele amarelada e se arrasta até o sofá com a mochila nas costas.
   — Até que enfim vocês chegaram! — diz Felipe largando o caderno. — E aí?
Yasmin desaba ao seu lado e larga a mochila no chão. 
   — A Yasmin ficou em observação, porque passou mal — Sophia diz no lugar na filha. 
   — Passou mal? — repete Felipe com espanto. — O quê, teve alergia ao antialérgico? — ele não consegue controlar o sorriso.
   — Não — responde Sophia. — Como ela não comeu nada no almoço, porque não quis aceitar a comida do hospital, passou mal quando a gente tava saindo, teve uma fraqueza. Daí a gente teve que voltar pra emergência e ela tomou soro. 
   — Tadinha da minha loirinha — fala Felipe se aproximando da irmã. — Está melhor agora? E o seu braço? — Ele olha para o antebraço dela que está com um curativo sobre a picada. 
   — Melhorou — responde Yasmin. 
   — Sabia que todo mundo ficou preocupado com você lá na sala? Até o Jonas.
   — Eu fui picada por uma abelha, mas as minhas condições psíquicas continuam normais.
Felipe ri.
   — Ok, o Jonas não. No entanto, o Victor ficou de cabelo em pé.
   — Foi? 
   — Aham. 
Yasmin sorri.
   — Ele ficou do meu lado enquanto eu tava na enfermaria. 
   — Peraí — interrompe Sophia sentando em uma poltrona. — Vocês voltaram e eu não fiquei sabendo? 
   — Vish, mãe, a senhora está por fora — fala Felipe. — A Yasmin e o Victor já ficaram com outros. 
   — Como é?
   — Eu fiquei com o Breno, mãe — diz Yasmin. — E o Victor com uma mulher ontem no restaurante que a gente foi. 
   — Ai, vocês! — Ela levanta e caminha até a escada. — Ah, Yasmin?
   — O que foi? — pergunta a adolescente olhando para a mãe. 
   — Depois eu quero falar com você sobre essa sessão de fotos — diz a empresária com a expressão dura.
Yasmin assente e Sophia sobe para o primeiro andar. 
   — O que será que ela quer? — pergunta Felipe.
   — Não sei — responde Yasmin com sinceridade.
   — Parecia que ela tava brava com alguma coisa.
   — É. — A adolescente franze a testa, tentando pensar em algo que possa ter deixado Sophia brava. Nada vem a sua mente. 

A noite se aproxima em uma velocidade muito rápida. Marina conversa com Brian através do skype e em seguida desce para jantar com os pais e o irmão. Durante a refeição, Arthur anuncia a sua volta para o teatro. Reunidas no escritório de seu pai, Maísa organiza os preparativos para a festa que pretende dar no próximo final de semana com a ajuda da prima e melhor amiga, Laís.
   — A lista de convidados está pronta, vamos passar para o buffet — ela diz com entusiasmo. 
   — Essa festa vai ser perfeita! — fala Laís sorrindo. 

Usando uma peruca loira, Mel deixa o restaurante e se encontra com o marido na praia.
   — Ninguém me reconheceu! — ela conta sorrindo. — Vamos?
Chay pega as sacolas das mãos dela e eles caminham rumo a parte deserta da praia, próximo a casa em que estão. 
   — Até que você não ficaria feia se fosse loira — ele diz. 
   — Eu não fico feia de jeito nenhum! — Mel gargalha.
   — Humilde — ele ironiza. Após forrar um lençol na areia, Chay e Mel se sentam e desembrulham o jantar que ela comprou. 
   — Opa! — Mel deixa escapar quando seu celular começa a vibrar em seu bolso. 
   — O que foi? — pergunta Chay com curiosidade.
   — Nada, não — ela responde forçando um sorriso. Após algum tempo, o aparelho volta a ficar imóvel em seu bolso e ela respira aliviada. 

Após ter tomado banho, Yasmin caminha para o escritório de seus pais. Ela dá passos lentos, pensando em vários motivos para a conversa, mas continua não encontrando nenhum. Ainda mais devagar, ela gira a maçanete e entra. 
   — O que você queria conversar comigo? 
   — Senhora — corrige Sophia organizando umas papeladas.
   — Senhora — repete Yasmin e caminha até a mesa da mãe. — Então, o que é?
Sophia solta um suspiro e senta em sua cadeira. 


Comentários

  1. Meu deus! Quanto tempo eu não comento, aqui. Estava com saudades do adooro rebelde. Por que parou de postar? Sei que pode não está com tempo, ou não querer postar mesmo, por que está sem ídeias. Mas cara, se puder continuar, eu ficarei muito agradeçida! Por que é muito, muito, muito, muito, bom o seu blog, e eu começei a acompanha-lo na 2 temporada, e já está na Quarta, então é uma honra, poder ler esse imagine, aqui! Continua, logo por favorzito! :D

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  2. Estou muito feliz que continuou,amo os seus imagine espero que continue postando

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  3. Sou apaixonada pelo o imagine

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  4. Tive que voltar aqui pra entender for why devills, ChaMel se separou

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