Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 111: Chay e Mel discutem


Deitados em um futon na sala de games Marina e Victor conversam. Ela está com a cabeça apoiada em uma das mãos encarando o rosto do irmão com curiosidade.
   — No final da festa eu vi você e a Yasmin dançando, vocês se acertaram? — pergunta. Um leve sorriso surge no rosto do irmão e ele responde:
   — Sim.
   — Ai, então vocês estão de volta. Que lindos!
   — A gente não voltou a namorar.
   — Como? — Marina franze a testa. — Eu pensei que você tivesse dito que vocês tinham se acertado.
   — Mas a gente realmente se acertou.
Marina revira os olhos.
   — Para de ficar enrolando e fala logo, Victor.
O loiro ri e explica com calma:
   — A gente conversou e decidimos ficar apenas na amizade. 
A morena joga a cabeça para trás e começa a gargalhar.
   — Conta outra, Victor! Vocês se pegam desde o primeiro momento e agora querem ficar só na amizade?
   — Foi exatamente isso que ela disse e eu concordo com ela, talvez seja bom pra gente ficar na amizade por enquanto.
   Por enquanto, era disso que eu tava falando! — ela fala dando um tapa no futon. 
   — É claro, a gente se gosta e uma hora vamos voltar a namorar, mas o momento ainda não é agora. 
Marina assente com a cabeça e fala:
   — É, pode ser. — Ela se arrasta até o irmão e faz cócegas na barriga dele. — Tá todo feliz que eu sei!
Victor empurra as mãos da sua irmã gêmea, dizendo:
   — Para. Você sabe que eu não tenho cócegas.
   — Você é um chato, hein? Não posso nem fazer uma brincadeira. Yasmin precisa dá uns beijinhos em você, porque meu Deus!
Victor dá um tapa na cabeça da irmã.
   — Cala a boca! — pede rindo. Marina arruma o cabelo enquanto fala com voz infantil:
   — Deu um sorrisinho, que "bunitinho".
   — Larga de ser besta, Marina. 
Eles continuam rindo e brincando um com o outro. 

Abraçados na banheira do quarto do hotel, Bernardo e Anelise namoram. Ele acaricia o braço dela com suavidade e beija o seu pescoço.
   — Acho que estou no paraíso — diz Anelise relaxada nos braços dele. 
   — Somos dois. 
Anelise fecha os olhos, absorvendo somente o toque de Bernardo. Depois de alguns instantes ele para com as carícias e a envolve em um abraço. O casal fica sentindo a energia um do outro, aproveitando a tranquilidade do quarto.

Com as mãos geladas e trêmulas, Mel desliga o motor de seu carro e sai as pressas do veículo para se encontrar com Verediana e toda a sua equipe que está aguardando por ela na sede da grife MelPhia. Quando ela entra no prédio se assusta com o que vê. Mesmo no térreo já é perceptível que algo de errado ocorreu. No elevador, Mel se encontra com Sophia, que está pálida feito uma folha de papel.
   — O que aconteceu? Seja direta — pede ainda em estado de choque.
   — O andar em que ficam os escritórios dos estilistas foi totalmente perdido. Noventa e nove por cento da nossa coleção virou cinzas, só os desenhos que estão com a gente e com os estilistas restaram. 
Mel leva as mãos à boca e começa a chorar silenciosamente. Sophia também desaba e a abraça. O elevador chega ao último andar, o que se perdeu por completo. As duas fundadoras da grife se soltam e fitam as paredes com marcas das chamas e parte de um escritório destruído pelo fogo. De mãos dadas, elas saem do elevador e o choque aumenta ainda mais. 
   — Eu não tinha noção de que o estrago era tão grande assim — conta Mel caminhando com Sophia pelo corredor em direção as vozes dos companheiros de trabalho. 

Chay confere novamente as horas no relógio e batuca a mesa com uma das mãos. O restaurante está com todas as mesas ocupadas com pessoas sorridentes. Ele pega o seu celular no bolso da calça e diz:
   — Nenhuma ligação, nenhuma mensagem, nada. — Após guardar o celular chama o garçom. — Mais uma taça de vinho, por favor.
Chay permanece batucando com impaciência enquanto aguarda Mel aparecer. 

Enrolados em roupões, Bernardo e Anelise saem do banheiro e se jogam na cama. 
   — Estou exausta! — diz Anelise penteando o cabelo com as mãos. — Nunca tive um dia tão cheio como esse. 
   — Eu também.
Ela passa a mão pela barriga dele por cima do roupão, perguntando:
   — Seria muito estranho a gente dormir no primeiro dia da lua de mel?
Bernardo sorri.
   — Acho que a gente pode fazer o que quiser na nossa lua de mel.
   — Então vamos dormir? — pede Anelise rindo.
   — Isso é tudo o que eu mais quero.
Os dois se olham e começam a gargalhar.
   — Não acredito que a gente vai dormir na primeira noite da lua de mel — fala Anelise. 
   — A gente tem que dormir na primeira pra ter fôlego para as outras.
Ela começa a rir compulsivamente e levanta para se vestir. 
   — Aonde estão as nossas malas? — pergunta olhando em volta.
   — Dentro do guarda-roupa.
Anelise caminha até o guarda-roupa e puxa sua enorme mala para fora. Ela se agacha ao lado de seus pertences e começa a procurar uma camisola que comprou com Mel dois dias antes. Minutos depois, os dois se afundam sob as cobertas e começam a se beijar. As mãos de Bernardo percorrem o corpo de Anelise e a temperatura do quarto começa a aumentar. 
   — Não dá — diz Anelise. — Eu estou com muito sono.
Bernardo sorri e beija a bochecha dela.
   — Eu também estou. — Os braços de Anelise envolvem a cintura dele.
   — Boa noite, meu marido.
   — Boa noite, minha esposa.
Eles sorriem e fecham os olhos no mesmo instante. 

O garçom se aproxima da mesa de Chay.
   — Sim? — responde ao pedido do cantor.
   — A conta, por favor.
   — Não quer pedir nenhum prato? — ele pergunta olhando para a mesa que tem apenas uma taça de vinho branco.
   — Não, obrigada, estava esperando por uma pessoa, mas pelo jeito ela não virá.
O garçom assente e vai buscar a conta. Minutos depois Chay está aguardando o seu carro em frente ao restaurante. O seu celular toca com uma mensagem e ele lê após pegá-lo no bolso: "Não pude ir, aconteceu uma coisa horrível na grife. Desculpa por avisar só agora." Chay apaga a mensagem de Mel assim que termina de ler. Após receber o seu automóvel, parte em alta velocidade para o condomínio em que mora. Desapontamento, raiva e tristeza fluem em suas veias juntamente com o sangue. 

Minutos depois, Isabela assiste televisão na sala de estar enquanto Vinícius prepara sanduíches na cozinha. Chay abre a porta com brutalidade e sua filha se assusta.
   — Ai, quase que o senhor me mata do coração — fala Isabela se virando para trás para encará-lo. Chay não responde e caminha diretamente para as escadas. — O que houve, pai? — pergunta a adolescente percebendo o erro na aparição de Chay. — Não era para você e a mãe estarem jantando uma hora dessas? E cadê ela? 
Chay para em um degrau e suspira olhando para os pés.
   — Sua mãe não apareceu para o jantar — conta sem olhar nos olhos de Isabela e por isso não vê a expressão de total espanto da filha. 
   — Como assim? Ela saiu de casa. Será que aconteceu alguma coisa? — pergunta Isabela levantando em um pulo.
   — Não aconteceu nada — tranquiliza Chay erguendo o olhar para fitá-la. — A Mel me mandou uma mensagem explicando que não pôde ir por causa de "uma coisa horrível" que aconteceu na grife — conta fazendo aspas com as mãos. 
   — Que coisa horrível? — questiona a jovem franzindo a testa.
   — Pouco me interessa — solta Chay voltando a subir os degraus e Isabela percebe o quanto ele está chateado pelo jantar não ter ocorrido.
   — Que merda! — ela xinga indo para a cozinha atrás do irmão. Quando ela surge no cômodo, Vinícius olha para o seu rosto e nota que ela está brava.
   — O que aconteceu?
   — Os nossos pais.
   — O que é que tem?
   — Me deixa pensar um pouco, tá? — pede Isabela se concentrando em seus pensamentos e após refletir um tempo, enxerga o que deveria ter percebido no momento em que Chay voltou para a mansão sem Mel: a briga que certamente ocorrerá entre eles. 

Gargalhadas e palavras cheias de animação são ouvidas vindo do quarto de Marina. Ela conversa com Brian via skype.
   — Que saudade que eu estava de te ver — diz entre a conversa em inglês.
   — Eu também — concorda Brian. — Demorou pra gente se ver pelo skype, a gente deveria ter feito isso faz tempo.
   — Concordo, mas como dizem aqui no Brasil, antes tarde do que nunca. — Eles riem e Brian conta:
   — Eu tenho uma novidade pra você — começa. — Os meus pais estão querendo visitar o Brasil nas férias. 
Marina quase cai da cadeira de sua escrivaninha. 
   — Não! Sério?
   — Aham. Depende se eu passar de ano, mas como isso com certeza vai acontecer, eu vou pra aí.
   — Desde quando você é um bom aluno? — pergunta Marina sorrindo.
   — Desde quando eu comecei a pegar uma nerd.
O queixo dela cai.
   — Como assim? Resolveu trocar os uniformes das líderes de torcida pelos óculos das nerds?
   — Fazer o quê? — diz Brian dando de ombros. — Depois de você não achei nenhum líder a altura — brinca. 
   — Ui, beijinho no ombro — fala Marina e começa a rir, porém Brian fica olhando para ela com confusão. — Ah, esquece isso. É uma coisa aqui do Brasil.
   — Vocês já está bem adaptada, né? Estou percebendo isso. 
   — Tive que me adaptar, não tive outra opção. Mas o Vinícius me ajudou bastante nesse processo.
   — Vocês ainda estão juntos?
   — Sempre — fala Marina. Ao mencionar a palavra "Always", se lembra de algo. — Ah, sabia que o Vini é potterhead? 
   — Sério? Que legal, combina com você.
   — Pois é. É comum eu sequestrar alguma coisa da coleção dele pra minha, mas ele logo descobre e eu tenho que devolver.
Eles riem e continuam conversando.

Ainda muitíssimo abalada Mel retorna a sua casa buscando um pouco de tranquilidade para poder chorar à vontade. Ao passar pela porta se recorda do jantar que não foi e sente um peso no estômago. Com rapidez sobe para o quarto não querendo encontrar com ninguém, mesmo sabendo que no cômodo irá se deparar com o marido. 
   — Oi — diz timidamente ao entrar.
   — Oi — Chay responde secamente. Mel desaba em lágrimas e caminha até ele, que está deitado na cama.
   — Por favor, não vamos discutir, não hoje. A gente perdeu toda a coleção, Chay. A coleção toda!
   — Como? — Chay fica surpreso com a informação, pois imaginou que a "coisa horrível" não seria tão grave assim.
   — O andar em que fica os escritórios dos estilistas foi queimado — conta Mel chorando compulsivamente. 
   — Como queimado?
   — Eu não sei! — exclama Mel levantando. — Tudo virou cinzas, meses de trabalho se resumido a pó. Parece que foi alguma coisa na parte elétrica que causou o incêndio. 
Parte do coração de Chay se amolece, mas a outra parte permanece remoendo o furo no jantar. 
   — Nossa, não sei nem o que dizer.
   — Só não briga comigo. Eu sei que errei com você, mas a culpa não foi minha.
   — Só não precisava ter demorado tanto pra me avisar que não ia, eu fiquei esperando você lá quase uma hora.
   — Eu esqueci! — fala Mel caminhando de um lado para o outro, bastante agitada. — Eu esqueci, estava tudo tão tumultuado lá na grife que eu não lembrei.
   — Agora você sabe como eu me sinto quando as coisas ficam complicadas na gravadora — diz Chay baixinho.
   — Os seus discos nunca queimaram! — rebate Mel sem pensar direito. 
   — E eu nunca te dei um bolo. 
Mel senta uma poltrona e chora de soluçar. Ao ver o estado em que a esposa se encontra, Chay diz:
   — Desculpa.
   — Você está certo — ela fala sem erguer o rosto. — Eu errei em ter te avisado depois de tanto tempo, é que... é que ver todo o meu trabalho ali, queimado, foi forte demais pra mim.
   — Te entendo, mas foi difícil pra mim ficar plantado ali naquele restaurante sem notícias nenhuma de você.
Mel levanta da poltrona e berra:
   OK, EU SEI QUE ERREI, TÁ BOM? DESCULPA! SÓ QUE VOCÊ NÃO PODE FICAR TÃO P*TO DA CARA COMIGO POR CAUSA DISSO. QUANDO VOCÊ ME DEIXA DE LADO POR CAUSA DA SUA TURNÊ EU NÃO FICO ASSIM COM VOCÊ! PELO AO CONTRÁRIO, EU TENTO ENTENDER O SEU LADO, TENTO FOCAR NO TRABALHO PARA COMPENSAR A FALTA QUE VOCÊ FAZ. E QUANDO VOCÊ VOLTA, O QUE VOCÊ FAZ? NADA! FINGE QUE ABSOLUTAMENTE NADA ACONTECEU.
Chay levanta da cama e responde:
   — Eu finjo que nada aconteceu? Você acha que eu te convidei pra esse jantar pra quê? Não foi só pra gente ficar junto, foi pra tentar consertar os meus erros. Eu sei que fiquei um pouco distante de você, mas foi sem querer.
   — Assim como foi sem querer que eu esqueci de te avisar. 
   — Tudo bem, Mel, eu já entendi.
Ela enxuga as lágrimas e vai para o banheiro. Chay deita na cama novamente e passa a mão no cabelo, fechando os olhos para tentar apagar a discussão da sua cabeça. Minutos depois, Mel retorna sem maquiagem. 
   — Chay? — chama mais controlada ao se sentar ao lado dele na cama.
   — O que foi? — ele pergunta abrindo os olhos.
   — Eu queria dormir sozinha essa noite.
   — Como? — indaga Chay estreitando os olhos.
   — Eu quero pensar no que vou fazer com relação a coleção e preciso de um espaço, ter você ao meu lado só me lembrar de que... de que eu tenho outros problemas.
Chay senta na cama lentamente, absorvendo as palavras dela.
   — Então agora eu sou um problema pra você?
   — Não, você não... é o nosso casamento.
O cantor assente e levanta.
   — Ok, vou para o quarto de hóspedes. Talvez seja melhor eu ficar por lá até voltar para a turnê — diz com amargura e bate a porta. Mel suspira e deita na cama.
   — Por que parece que tudo está dando errado? — pergunta voltando a chorar.


Comentários

Postar um comentário

Veja mais

Mostrar mais

Postagens mais visitadas deste blog

Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - 1º Capítulo: Os rebeldes se reencontram

Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 85: Isabela reencontra Jonas no primeiro dia de aula