Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 99: Yasmin fica contra Jonas para defender Lorenzo


Victor retorna para a sua casa e encontra a irmã, Marina, no jardim. 
   — Como foi? — ela pergunta ao vê-lo passar pelo portão.
   — A gente deu um tempo — conta Victor caminhando até a porta. Marina passa pelas plantas e se aproxima dele.
   — Como você está se sentindo?
   — Nada bem.
Victor abre a porta e entra seguido por Marina. Ela abraça o irmão por trás.
   — Relaxa, tá?
   — Me deixa, Marina — ele empurra os braços dela com frieza e sobe correndo para o seu quarto. Marina respira fundo, ignorando a grosseria dele.
   — Acha que se fechar é a melhor alternativa. 

O final de semana passa com rapidez, aproximando cada vez mais o casamento de Bernardo e Anelise; Yasmin não saiu da casa dos pais e contou com a presença da melhor amiga, Isabela, durante o domingo todo; Victor preferiu se isolar no seu quarto o resto do sábado e no domingo começou a agir como se nada tivesse acontecido; Chay e Mel aproveitaram o resto do final de semana e no domingo se despedem: ele indo para Porto Alegre e ela retornando ao Rio de Janeiro. 
   Na manhã de segunda, por volta das seis horas da manhã, Isabela desperta em seu quarto e pula da cama. Após tomar uma ducha quente, se vestir e maquiar, ela sai do quarto e desce as escadas rumo a cozinha. No local encontra com Vinícius sentado a mesa sozinho.
   — Está solitário? — ela pergunta sorrindo sentado ao lado dele.
   — Antes só do que mal acompanhado — ele rebate.
   — Nossa, muito amor pra você também.
Vinícius ri e passa a torrada pra ela.
   — Tô brincando com você.
   — Que horas a mãe chega?
   — Acho que às oito. Ela vai embarcar agora de manhã.
   — A essa hora o pai já deve estar em Poa, né?
   — Ah, já. Ele viajou ontem a noite.
Eles ficam alguns instantes em silêncio se deliciando com o café da manhã preparado pela cozinheira. 
   — Hoje o clima vai estar mega estranho entre a gente — comenta Isabela tomando um gole de seu suco de melão.
   — Por causa da Yasmin e do Victor? — pergunta Vinícius só para confirmar. A sua irmã assente com a cabeça e ele concorda: — Verdade. Será que esse tempo vai durar muito?
   — Não faço a mínima ideia.
   — Como ela estava ontem?
   — Bem. A Yas está tentando não pensar no Victor, toda hora ela fica fazendo palhaçadas, conversando, rindo, tudo para não ficar com a mente vazia e lembrar dele.
   — Está funcionando?
   — Tudo indica que sim. Ontem ela já estava mais bem disposta, bem vestida e maquiada como sempre. Você sabe do Victor?
   — A Mari me contou que ele não quer falar dela e que está mais fechado, tirando isso continua o mesmo.
Isabela solta um suspiro.
   — Tenho medo de que eles se acostumem com esse tempo e não queiram mais voltar.
   — O jeito vai ser a gente esperar e ver.
Isabela assente e termina de comer o seu pão integral. 

Minutos depois Felipe entra no carro que irá levá-lo para o colégio juntamente com sua irmã. Ele fica mexendo no celular enquanto o motorista liga o motor e aguarda por Yasmin.
   — Até oito horas a gente chega no colégio — diz Felipe sem levantar os olhos da tela. O motorista dá um leve sorriso, mas não responde. Yasmin entra no banco de trás e bate a porta enquanto arruma algo em sua mochila.
   — Foi mal, tava terminando de comer.
O motorista acelera o carro e eles seguem para o colégio. No silêncio do veículo, Yasmin começa a pensar no que a espera durante a manhã: Victor sentado em sua frente. Seu coração começa a ficar apertado e acelerado e ela pede ao motorista:
   — Abre as janelas, por favor. Preciso de ar.
O senhor atende a ordem dela e Yasmin inspira o ar, buscando refrescar o seu pulmão e acalmar seu coração. Felipe não nota nada de estranho com ela, pois permanece com toda a sua atenção em seu aparelho celular.

Marina grita na base da escada:
   — Victor, anda logo!
O adolescente surge com o cabelo bagunçado e com os olhos ainda pequenos de sono. 
   — Calma!
   — Calma? Nós vamos chegar atrasados.
   — Pra tudo tem uma primeira vez — ele diz com tranquilidade.
   — Cadê a sua mochila? — questiona Marina percebendo a ausência do acessório.
   — Ah, esqueci. — Victor retorna ao segundo andar e Marina bufa.
   — Mas que merda!
   — O que foi? — pergunta Arthur com curiosidade aparecendo na sala vindo da cozinha.
   — O Victor atrasando a gente — reclama Marina.
   — Ele deve estar querendo adiar ao máximo encontrar com a Yasmin — ele observa sentando no sofá.
   — Daí eu tenho que chegar atrasada por isso?
Victor retorna a escada e desce um pouco mais rápido.
   — Deixa só eu tomar café.
   — Nem pense! Nós já estamos atrasados, se você for tomar café vamos perder o primeiro tempo.
   — Perdemos — ele fala indo para a cozinha.
   — Não, Victor! — ela grita indo atrás dele. — A primeira aula é português, eu preciso de aulas de português e você também.
   — Nós sabemos português.
   — Mas eu ainda me perco em muita coisa, não posso me dar ao luxo de perder aulas. — Ela o alcança e segura em seu braço. — Nós vamos para o colégio agora— diz pausadamente. Victor revira os olhos e se deixa ser arrastado por ela até a sala. — Estamos indo, pai — se despede Marina.
   — Tchau — fala Victor.
   — Tchau! — responde Arthur assistindo ao telejornal. 

Já no segundo andar do colégio Otávio Mendes, Yasmin e Felipe caminham por entre os outros alunos à caminho da sala em que estudam. Quando entram, encontram com Isabela e Vinícius e após cumprimentar os amigos, Yasmin se encaminha para o fundo da sala para colocar sua mochila na mesa que senta. Ao se aproximar de sua carteira constata que alguma coisa está acontecendo entre Jonas, Samuel, Pedro e Lorenzo. O garoto menor, Lorenzo, está entre os três e conversa com Jonas, que ri junto com os seus amigos. Yasmin larga a mochila sobre o tampo da mesa e vai até eles.
   — O que está acontecendo aqui? — pergunta olhando de um para o outro.
   — Nós encontramos uma coisinha caída no chão e esse magricela aqui está dizendo que é dele — diz Pedro se divertindo com a situação.
   — Que coisa? 
   — Essa revistinha aqui — Jonas sacode o objeto no ar.
   — É um HQ — corrige Lorenzo.
   — Olha! — exclama Jonas rindo. — Na presença da nossa colega aqui ele fica mais corajoso. 
Yasmin continua séria e olha para Lorenzo, que desvia o olhar, encarando os sapatos de Jonas.
   — Devolve o HQ dele, Jonas — pede a loirinha com uma educação forçada. 
   — Quem garante que é dele? Uma historinha do Capitão América, acho que é de alguém do ensino fundamental.
Ele e Pedro gargalham com entusiasmo e Samuel ri com leveza encostado de maneira relaxada em sua carteira. 
   — Para de ser ridículo, você sabe muito bem que é dele.
   — É meu sim — diz Lorenzo com a voz fraca. Yasmin volta a olhar na direção dele com um pouco de pena nos olhos.
   — Desde quando você é defensora dos fracotes, Yasmin? — pergunta Jonas com cinismo. 
   — Ele não é nenhum fracote!
   — Claro que não, ele é um super herói nas horas vagas — gargalha Jonas e olha para Lorenzo. — Você faz parte dos vingadores?
Lorenzo não ergue o olhar para encarar Jonas, mas Yasmin faz isso por ele e se aproxima ainda mais do ex-namorado de Isabela.
   — Devolve agora — pede pausadamente.
   — Se não você vai fazer o quê? — provoca Jonas. 
   — Está acontecendo alguma coisa aqui?
Todos viram a cabeça na direção da voz de Victor. Ele e Yasmin se encaram por um momento e o loiro olha para Jonas, Pedro, Samuel e por último repousa o seu olhar em Lorenzo e garoto volta a encarar o chão. 
   — Então, o que está acontecendo? — ele insiste em saber.
   — Não te interessa — responde Jonas.
   — Me dá esse HQ agora — exige Yasmin esticando a palma da mão para ele.
   — Depois eu devolvo pro anãozinho. 
Yasmin fica enfurecida e tenta puxar a história em quadrinhos das mãos de Jonas, mas ele desvia rapidamente.
   — Deixa eu ver se entendi — diz Victor se aproximando deles. — Você pegou o HQ do moleque e agora não quer devolver? Quantos anos você tem? Dez?
As feições de Jonas ficam enrijecidas e ele ignora as perguntas de Victor.
   — Devolve logo, Jonas, a brincadeira já perdeu a graça — fala Samuel ficando entediado.
   — Eu até iria devolver, mas só pelo abuso do casalzinho não vou mais.
Lorenzo solta um suspiro de frustração e diz:
   — Tudo bem, eu compro outro.
Ele tenta se afastar da reunião, mas Yasmin segura em seu ombro.
   — Nem pensar! Esse babaca não vai ficar com o que é seu, Lorenzo.
   — A babaca que eu estou vendo aqui é você, Yasmin, defendendo um nadinha.
   — Nadinha? Aposto que ele é muito mais coisa que você, seu merdinha — ela cospe as palavras com raiva. 
   — Deveria te mostrar quem é o merdinha — devolve Jonas ameaçadoramente.
   — Vai bater nela, é? — pergunta Victor ainda parado ao lado de Yasmin. 
   — Não posso, mas estou torcendo para que alguém faça isso. 
Na sala de aula todos conversam em um volume elevado e não notam o tumulto no fundo.
   — Você quer que uma menina bata em mim assim como o Felipe bateu em você aquela vez? — provoca Yasmin passando um braço em torno dos ombros de Lorenzo de maneira protetora. Samuel ri e Jonas olha para ele.
   — Está rindo do quê?
   — Não é óbvio? — devolve o rapaz. Jonas abaixa o rosto, ficando a poucos centímetros do rosto de Lorenzo e diz:
   — Não é sempre que você vai ter proteção, magrelo. — Ele joga a história em quadrinho do Capitão América no chão e se afasta seguido por Pedro.
   — Não deixa ele botar medo em você — diz Yasmin. — Ele é um idiota!
Lorenzo assente e se agacha para pegar o seu pertence. Yasmin olha para Samuel e fala:
   — Você precisa rever as suas companhias.
   — Ele só um pouco retardado — pondera Samuel sorrindo com tranquilidade. Victor olha novamente para Yasmin e retorna para a sua carteira sem falar mais nada. A loira revira os olhos para Samuel e volta a falar para Lorenzo.
   — Precisando de alguma coisa, pode falar comigo.
   — Obrigada — ele responde baixinho e caminha para o seu lugar. Yasmin dá um leve sorriso e dá meia volta, olhando para Victor enquanto se aproxima de sua carteira. Ela senta silenciosamente no exato momento em que o professor de português entra na sala de aula.

Os três tempos passam com rapidez e eles são dispensados para o intervalo. Assim que o sino bate, Victor levanta e sai da sala. Yasmin fica para trás e se junta aos amigos. Isabela se solta dos braços do namorado com certa relutância dele e envolve o corpo de Yasmin com um de seus braços finos.
   — Vamos comer alguma coisa? — pergunta tentando deixar a amiga mais animada. 
   — Claro. Estou faminta! — A loira finge muito bem que está alegre.
As duas saem da sala abraçadas e vão em direção a cantina.
   — Perdeu a namorada — cantarola Marina rindo.
   — Por causa da burrice do seu irmão.
   — Eu não acho que foi burrice.
   — Não discutam, querido amigo e namorada — fala Vinícius abraçando Marina por trás.
   — Eu não vou discutir com ela — fala Felipe —, mas vou atrapalhar o namoro de vocês.
   — Ah, não! — reclama Marina rindo. — Desse jeito eu vou querer que a Yasmin e o Victor retornem. 
Os três riem e saem da sala. 

Desde que Thiago surpreendeu Graziele indo até a sua casa e roubando um beijo seu, ele não conversou mais com ela, não por falta de empenho de sua parte, pois deixou algumas mensagens no whatsapp dela. Ele caminha apressadamente tentando alcançá-la no corredor. Assim que consegue se aproximar da ruiva, segura o braço dela com uma mão.
   — Quer me matar do coração?
   — Essa é a última coisa que eu quero.
   — Então o que você quer?
   — Você.
Graziele enrubesce e tenta se soltar, porém Thiago continua mantendo-a firme próximo a si.
   — Grazi, essa noite eu sonhei com você.
   — Ótimo.
   — Não vai perguntar como era o sonho?
   — Era obsceno?
Thiago ri.
   — Não. Eu sonhei que você estava usando um vestido preto, que destacava seu cabelo e sua pele, depois nós íamos a uma festa.
   — Uma daquelas festas dos seus amigos?
   — Não, uma festa de gala. Você estava tão linda, tão cheirosa, tão minha.
   — Só em sonho.
Thiago solta um suspiro.
   — Você é muito complicada, mas eu não vou desistir tão fácil. 
Graziele permanece olhando para ele e não diz nada. Thiago solta seu braço e desce as escadas rapidamente. 

Yasmin e Isabela estão apoiadas no balcão da lanchonete, a poucos metros delas Victor lancha sentado em uma mesa.
   — Por que você não senta com ele? — pergunta Isabela tentando bancar um cupido.
   — Porque eu não quero — responde Yasmin com naturalidade.
   — Yas, faz um esforço.
   — Pra quê? Se eu for sentar na mesa com ele, com certeza ele vai me enxotar. 
   — Não quer pagar pra ver?
   — Não, estou bem assim.
Isabela revira os olhos e quando olha para Victor seu corpo fica imóvel. Yasmin não entende a reação dela e pergunta:
   — O que houve?
   — Nada demais — Isabela mente tão mal que Yasmin nota que algo está errado. Ela gira o tronco, olhando para direção de Victor e seu queixo cai.
   — Ele nem deu tempo do meu batom sair da boca dele e já está de gracinha com outra?
   — Foi ela quem se aproximou dele — responde Isabela. Jaqueline está sentada na mesma mesa que Victor e conversa animadamente com o jovem.
   — Ele está sorrindo pra ela — constata Yasmin ficando com raiva.
   — A gente sabe que o Victor mente bem, talvez ele não quer ser grosso ou mal-educado.
   — Como se ele se importasse em não ser grosso com alguém. Quer saber? — ela se vira para Isabela. — Não vou ficar aqui assistindo a essa cena patética. Perdi a fome.
Yasmin deixa o sanduíche que estava comendo sobre o balcão e sai da lanchonete. Isabela revira os olhos e vai atrás da amiga. No caminho, Felipe surge em sua frente.
   — Estava com saudades de você — diz abraçando Isabela. Ele aproveita a oportunidade e dá um beijo no pescoço dela.
   — Eu estou atrás da Yasmin.
   — E eu?
   — Você não precisa de mim.
   — Quem disse? — ele pergunta sorrindo.
   — Felipe!
   — Isabela!
Ela ri.
   — Faz a Yasmin e o Victor voltarem que eu fico com você — ela diz rindo.
   — Eles fazem merda e sobra pra mim?
   — A culpa não é minha.
Isabela sorri e beija o canto da boca dele. Em seguida, volta a seguir Yasmin.
   — A culpa não é de ninguém, é das estrelas — diz Felipe revirando os olhos. 


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