Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 105: Anelise e Bernardo vão para suas despedidas de solteiro

Mesmo sabendo que Chay chegaria de viagem nesta noite, Mel não consegue conter o espanto e um calafrio percorre o seu corpo. Um sorriso forçado surge em seu rosto e ela responde terminando de descer a escada:

   — Oi, Chay!

Com a máxima atenção Isabela observa os pais com receio do que possa acontecer com a volta de Chay. Ele envolve o corpo de Mel com os seus braços, matando a saudade e ela obriga os seus braços a fazerem o mesmo.

   — Eu te liguei hoje, deixei um recado na caixa de mensagem e você nem me retornou — diz Chay.

   — Ela estava ocupa me torturando no cabeleireiro — se intromete Vinícius.

   — Como assim? — Chay se vira para o filho, mas permanece com um braço em torno da cintura de sua esposa.

   — É que a gente foi em um salão para se preparar para o casamento da Ane e os meninos tiverem que cortar o cabelo e o Vinícius ficou desesperado — conta Isabela fazendo o pai soltar uma gargalhada.

   — Não acredito, Vinícius! 

   — Olha como ficou o meu cabelo — fala o jovem levando as mãos até a cabeça.

   — Eu nem vi diferença.

   — Quando a gente chega a uma certa idade a vista fica meio complicada mesmo — ri Vinícius. 

   — Quando você chegar na minha idade a gente conversa. — Ele olha para Mel e diz: — Você está quieta demais.

   — É que eu estou atrasada para ir pra despedida da Anelise. 

   — Ah, é hoje, né? Os amigos do Bernardo me chamaram para a dele, mas eu estou cansado, nem vou.

   — Só que eu vou para a da Ane — diz Mel trocando a bolsa de mão.

   — Quer que eu te leve? No caminho a gente vai matando a saudade. 

Isabela prende a respiração, apreensiva pela resposta da mãe.

   — Não precisa, como você mesmo disse, está cansado. 

   — Mas uns minutos com você vai me deixar bem melhor do que dormir.

As palavras de Chay fazem o coração de Mel se dissolver e ela assente.

   — Tudo bem, vamos.

Chay dá mais um abraço e um beijo nos filhos e sai com Mel. Eles entram no carro dela e ele se acomoda no banco do motorista.

   — Onde vai ser a festa?

Mel diz o endereço e Chay liga o carro e sai em velocidade. 

   — Por que você não me ligou ontem, como o combinado? — Mel resolve perguntar com objetividade.

   — É que o dia foi puxado ontem.

   — E não sobrou cinco minutos pra você me ligar? — ela questiona com amargura.

   — Como eu já estava vindo pra casa, pensei que não haveria problema se eu não ligasse.

   — Então por que você me ligou hoje de manhã?

   — Porque eu tive um pesadelo com você e com a Isa e liguei só pra acalmar o meu coração.

   — Que pesadelo? — indaga Mel com menos rispidez. 

   — Você e ela sofriam um acidente de carro como aquele e você perdia a memória novamente. Foi horrível reviver aqueles sentimentos.

Os dois ficam mudos por um tempo até que Mel diz:

   — Notícia ruim chega rápido, você saberia se alguma coisa tivesse acontecido.

   — Eu pensei nisso, mas o meu coração não conseguiu ficar tranquilo. Daí você não atendeu o celular e eu fiquei ainda mais preocupado, mas passou quando a Isabela postou uma foto no instagram com o Felipe e eu percebi que tudo estava bem com vocês. 

   — Entendi — fala Mel com a cara fechada.

   — É por isso que você está chateada? — pergunta Chay.

   — Não, eu não estou chateada.

Chay ri.

   — Você mente muito mal.

   — Não é mentira, eu só estou um pouco estressada com umas coisas lá da grife.

   — O que aconteceu?

   — Nada muito grave, mas eu fiquei nervosa.

   — Qualquer coisa que te afeta é importante pra mim — diz Chay fazendo carinho na coxa dela. — Me conta.

A mente de Mel inventa uma história com rapidez e ela conta:

   — É que houve um mal entendido com o lugar em que vai acontecer o desfile de lançamento dessa coleção.

   — Sério? E aí?

   — Foi só uma falta de comunicação de ambas as partes, tudo já está certo.

   — Que bom. Fico feliz que tudo esteja dando certo pra nós dois.

Chay sorri para ela, que fica ainda mais entristecida por ele não notar a falha em seu casamento.

O enorme carro de Daniel estaciona em frente a mansão de Chay e Mel e Luíza desce com seu filho no colo.

   — Vai passar a noite com a prima Isa, tá bom? Se comporta.

Ela anda pelo caminho rodeado pelo jardim, sobe três degraus e chega a porta da mansão.

   — Deixa eu tocar a campainha, mãe — pede Nícolas.

   — Toca. — Ela guia a mão dele até a campainha e ele aperta. Daniel se aproxima dos dois com a mochilinha de Nícolas em uma das mãos.

   — Oi — sorri Isabela. — Pensei que vocês não fossem vim mais, a minha mãe já foi pra despedida.

   — Nós estamos indo agora — diz Luíza colocando o filhinho no chão. Isabela olha para Daniel com confusão e pergunta:

   — O Daniel vai com você?

   — Não — responde Luíza sorrindo. — Ele vai me levar e depois vai para a despedida do Bê.

   — Ah, entendi. — Ela abaixa a cabeça para ver Nícolas. — Oi, garotão.

   — Oi, Bela — sorri a criança.

   — Nem deu tempo de eu contar para a Mel que ia deixar o Nícolas com você, quando eu encontrar com ela eu falo.

   — Ainda bem que ele vai passar a noite aqui em casa, pra animar as coisas.

   — Está tudo bem? — pergunta Daniel.

   — Está — mente Isabela. — É que criança sempre anima mais o ambiente, né?

   — A gente que o diga.

Os três riem e Nícolas pega em uma das mãos de Isabela.

   — Olha, já está louco pra se livrar da gente — comenta Luíza rindo. — Vamos, Dan?

   — Vamos.

Luíza se agacha para ficar na altura do filho e diz:

   — Fica bem, tá meu amor? Amanhã de  manhã o papai vem buscar você. 

Daniel se abaixa ao lado da mulher e fala:

   — Não dá trabalho pra Isa nem pro Vini, tá? — Ele beija a testa do filho enquanto Luíza afaga a mão da criança.

   — Tchau, pequeno príncipe.

Ela abraça o filho e levanta com Daniel. 

   — Muito obrigada, Isa. Qualquer coisa é só ligar pra gente, tá? Qualquer um de nós.

   — Pode deixar.

   — Aqui a mochila dele. — Daniel entrega a mochilinha de Nícolas para Isabela.

   — Aproveitem a despedida — fala Isabela sorrindo. 

   — Ah, vou aproveitar mesmo — diz Luíza gargalhando. Daniel passa um braço em torno dos ombros dela e fala:

   — Ambos aproveitaremos.

Os três voltam a rir e o casal gira para retornar ao carro. 

Isabela puxa Nícolas para dentro da mansão.

   — Vem, Ni, vamos brincar de alguma coisa.

   — Eu quero jogar videogame — fala Nícolas. Isabela ri fechando a porta com o quadril.

   — Ok, você escolhe o que a gente vai fazer.

Vinícius desce as escadas e caminha até o primo.

   — E aí, pequeno.

Eles se cumprimentam com um toque de mãos e Vinícius pega Nícolas no colo.

   — Tá pesado, hein? Quantos anos você vai fazer esse ano?

   — Quatro — responde a criança.

   — Não — corrige Isabela colocando a mochila dele sobre o sofá. — Você tem quatro anos, esse ano você vai fazer cinco. Faz com o dedinho — ela pede se aproximando dos dois e Nícolas faz o número quatro com os dedos de uma mão. — Isso, lindinho.

   — Vamos comer alguma coisa? — pergunta Vinícius.

   — Vamos! — responde Nícolas com empolgação. Eles caminham para a cozinha e Isabela vai atrás dos dois. 

Aos beijos, Anelise e Bernardo se vestem para as suas despedidas no quarto do casal. 

   — Você não acha que essa sua saia está muito curta, não? — pergunta Bernardo.

   — É minha despedida, querido, tenho que caprichar — provoca Anelise sorrindo.

   — Anelise — ele pronuncia em tom de censura e ela ri.

   — Relaxa, amor. Não vou cometer nenhuma besteira que possa estragar o nosso casamento, espero que você também não.

   — Pode deixar, porque do meu lado nada vai rolar.

   — Acho bom! — Anelise abraça o noivo e o beija carinhosamente. A campainha toca interrompendo a troca de afeto dos dois e Bernardo fala:

   — Seja o que Deus quiser.

Eles riem e Bernardo pega as muletas de Anelise. O casal sai do quarto e ele abre a porta, encontrando Cecília, amiga de Anelise, do lado de fora.

   — Boa noite, meu casal favorito.

Anelise ri e fica ao lado do noivo.

   — Veio me buscar para a tortura?

   — Tortura? Quando você ver o que te espera, vai mudar de ideia em relação a isso. — As duas riem e Bernardo pergunta:

   — Vai ter homem?

   — Eu não posso revelar agora se não estraga a surpresa da Ane, mas depois do casamento ela te fala.

   — Depois do casamento? — repete Anelise franzindo a testa.

   — É, depois. Vocês não estão sabendo que amanhã não vão se ver antes do casório?

   — Como!? — questionam os noivos em um oníssono. 

   — É — responde Cecília com naturalidade. — Depois da despedida cada um de vocês vai pra casa de um padrinho. 

   — Então eu vou pra casa da Olívia e do Pablo? — pergunta Bernardo.

   — É, eles não são os seus padrinhos?

   — São.

   — Então é o que se espera — ela diz com obviedade. 

Anelise e Bernardo se olham.

   — Eu não acredito que eles vão separar a gente — fala Anelise.

   — Gente, vocês estão morando juntos faz tempo e vão se casar amanhã, não é um dia que vai fazer diferença.

   — Mas... — tenta argumentar Bernardo, porém Cecília o interrompe, dizendo:

   — Nem mas nem meio mas. Vem, Ane!

Anelise olha para Bernardo e dá um leve sorriso.

   — Não faz nenhuma cagada. Te amo.

   — Pode deixar, vou me comportar. Também te amo.

Ele segura o rosto dela em sua mãos e a beija. Cecília olha para o corredor do andar deles para dar mais privacidade ao casal. Depois de alguns instantes os dois continuam trocando carícias e Cecília resolve intervir.

   — Com licença, com licença — ela fala puxando Anelise. — Vocês vão ter bastante tempo para ficarem de amassos durante a lua de mel.

   — Até o altar — se despede Bernardo.

   — Até o altar!

Anelise passa pela porta, se juntando a amiga.

   — Ah, não se esqueça que você não pode apoiar o pé no chão.

   — Pode deixar — fala a moça rindo. Ela e Cecília caminham até o elevador e se encontram com Pablo, cunhado de Bernardo, e mais um amigo do rapaz.

   — Meninas — cumprimenta Bernardo.

   — Oi — respondem as duas.

   — Viemos buscar o noivo pra melhor noite da vida dele.

   — Aposto que essa não será a melhor noite dele — rebate Anelise entrando no elevador.

   — As stripers discordam de você.

   — Como assim? Vai ter stripers? — indaga Anelise.

   — É claro. Beijos, Ane! — Pablo e o outro rapaz andam em direção ao apartamento do casal enquanto a porta do elevador se fecha. 

   — Vai ter stripers — repete Anelise de queixo caído.

   — Relaxa, a nossa despedida não ficará muito atrás — fala Cecília com um sorriso animado no rosto. 

Gargalhando muito, os irmãos Abrahão Borges se divertem na piscina da mansão em que moram. Yasmin ri enquanto submerge a cabeça no irmão. Felipe empurra o corpo dela e revida o ato. A loira começa a se debater e arranhar o irmão. Depois de uns instantes, ele ergue o corpo dela puxando-a pelo cabelo.

   — Seu idiota! — reclama a adolescente jogando o cabelo pra trás.

   — Você fez comigo, porque eu não posso fazer com você?

   — Porque eu sou uma dama.

   — Dama? — repete Felipe e ele começa a gargalhar. Yasmin dá um chute nele por baixo d'água.

   — Se eu não sou dama, você não é cavalheiro.

   — Eu sou um gentleman.

É a vez de Yasmin rir.

   — Nossa, tô rindo tanto — rebate o jovem ironicamente. Yasmin começa a bagunçar o cabelo dele, dizendo:

   — Você está parecendo um galo depenado com esse cabelo cortado, sabia?

   — E você que parece uma galinha sempre.

   — Ei! 

Felipe ri e abraça a irmã.

   — Sua piriguete.

   — Eu não sou piriguete, tá? Estou até namorando.

   — Eu vi você o Victor juntinhos hoje.

Yasmin dá um leve sorriso e se solta do irmão.

   — Estou tentando recuperá-lo.

   — Que meigo! Você não estava brava com ele?

   — Estava, mas já passou. — Ela sacode a cabela e diz: — Eu não quero falar sobre isso. 

   — Ok, vou respeitar a vontade da dama.

Yasmin gargalha e eles voltam a nadar na enorme piscina. Depois de dar algumas braçadas, a loira para em frente ao irmão e fala:

   — A essa hora os nossos pais devem estar se esbaldando nas despedidas, né?

   — Eu queria ter ido.

   — Eu também. Ver aqueles caras gostosos dançando, nossa senhora!

   — Isso porque você está apaixonada, né?

   — Você também está apaixonado e queria ir.

   — Olhar não tira pedaço.

Eles riem.

   — A Ane que deve estar aproveitando.

   — Queria ser uma mosquinha para olhar as festas.

   — Eu também — concorda Yasmin.

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