Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 101: Jovens se reúnem em uma party house


Yasmin retorna para a casa de seus pais com o skate debaixo do braço. Caminhando sem pressa, fala consigo mesma.
   — Aquele idiota! Como eu pude me apaixonar por ele? Garoto ridículo, infantil, orgulhoso. — Ela sacode a cabeça. O seu celular vibra no bolso de trás de seu short jeans. Após pegar o aparelho, ela lê a mensagem de Laís no whatsapp: "Mais tarde vai ter uma party house lá em casa, quer vim?" — Até que não seria uma má ideia — pensa Yasmin em voz alta e tomando cuidado para não deixar o skate cair, responde: "Claro! Que horas?" "As sete. Chama a Isa, o Vinícius, o Felipe e os gêmeos" "Ok". — Capaz que eu vou chamar o Victor e a Marina — diz a loira. Depois de caminhar um pouco mais, chega em sua mansão. 
   Felipe está deitado no sofá da sala tirando um cochilo e Yasmin senta em uma poltrona ao seu lado, colocando o skate sobre o tapete. 
   — Sandra! — grita Yasmin chamando uma das empregadas que trabalham na mansão. Com o berro Felipe desperta.
   — É o apocalipse? 
   — Ainda não.
   — Então pra quê essa gritaria? — ele pergunta escondendo a cabeça sob uma almofada. Yasmin ri e Sandra chega na sala.
   — Sim?
   — Traz um cacho de uva pra mim? Daquelas roxas.
   — Tá bom — responde a empregada retornando a cozinha. Yasmin levanta e sobe as escadas com o skate novamente debaixo do braço. Em seu quarto, guarda o skate, tira os tênis e calça seus chinelos de dedo. De volta a sala encontra um cacho de uva em um prato sobre a mesinha de centro. Felipe voltou a acordar e mexe em seu iphone.
   — Hum — ela chama comendo uma uva. — Mais tarde nós temos uma festinha pra ir.
   — De quem? — pergunta Felipe olhando pra ela.
   — Da Laís, uma party house.
   — Legal.
   — Chama a Isa e fala pra ela chamar o Vinícius.
   — Tá bom, vou mandar um whats.
Yasmin liga a televisão e começa a assistir a um seriado norte-americano. 

Com a ajuda da governanta, Isabela procura por Nina por toda a casa. Mel abre a porta de entrada e passa com algumas sacolas de compras nas mãos. 
   — Mãe — chama Isabela com desespero na voz.
   — O que aconteceu? — pergunta Mel deixando as compras juntamente com a bolsa e as chaves sobre o sofá.
   — A Nina desapareceu.
   — Como assim?
   — Olha, eu fui dormir depois do almoço, né? E ela sempre fica no pé da minha cama, só que dessa vez quando eu acordei ela não tava mais lá. 
   — E você já procurou pela casa? 
   — Já! 
   — Ela deve estar em algum canto, não tem como ela ter fugido.
   — A Nina não iria fugir, ela faz bagunça, mas não é disso.
   — Roubo é que não foi, Isa. Já olhou do lado de fora? Vai que ela saiu por alguma porta.
   — A Vera já checou no quintal, no jardim, na garagem, em tudo.
Mel passa a mão na testa.
   — Vem, vou te ajudar a procurar. Ela não evaporou!
   — Mas eu já olhei em tudo — diz Isabela com a voz esganiçada.
   — Então nós vamos olhar de novo — fala Mel com determinação. — Vamos começar pelo o seu quarto. Vem!
Mel passa a mão em torno dos ombros da filha e as duas sobem as escadas. A aflição de Isabela é tão grande que ela está a ponto de se debulhar em lágrimas. Ela e sua mãe chegam ao primeiro andar e vão para o seu quarto. Quando passam pela porta se separam e Mel começa a procurar em todos os cantos.
   Desanimada, Isabela se arrasta até o seu closet, lembrando que não olhou lá. Ela abre a porta e caminha dentro do espaço, que está limpíssimo de qualquer vestígio de Nina. Apoiando as mãos sobre o tampo de vidro de sua cômoda, solta um suspiro de frustração. No silêncio, ela ouve um choro fininho vindo de um de seus enormes armários brancos. Isabela franze a testa e apura os ouvidos para confirmar o que ouviu. Novamente escuta o choro agudo e se aproxima do armário em que ficam os seus diversos pares de sapatos. 
   — Nina? — chama empurrando a porta de correr. A cadelinha pula do armário com o rabinho entre as pernas. — Nina! — Isabela pronuncia o nome dela pegando o animalzinho nos braços. — Ai, finalmente te achei!
   — Encontrou? — pergunta Mel entrando no closet.
   — Aham, ela tava dentro do armário — conta a adolescente apertando Nina. — Que susto que você me deu, minha pequena.
   — Como ela foi parar aí dentro? — Mel se aproxima da filha.
   — Não faço a mínima ideia. 
   — Sua danadinha — diz Mel acariciando a cabeça de Nina. Isabela sorri e fala:
   — Essa angustia toda até me deu fome. Vamos comer alguma coisa?
   — Vamos!
Mel e Isabela saem do closet e do quarto com Nina. Quando elas surgem na cozinha, Vera comemora:
   — Vocês acharam!
   — Você acredita que ela tava dentro do meu armário de sapatos? — Isabela senta em uma banqueta na frente de um balcão de granito. 
   — E a gente revirando a casa atrás dela — sorri Vera. Mel senta ao lado da filha e pede para Nádia, uma das empregadas:
   — Faz um sanduíche de peito de peru pra gente, por favor.
   — Sim, senhora.
Nádia caminha até a geladeira e recolhe os ingredientes dos sanduíches. Isabela continua com Nina nos braços, fazendo carinho no pelo negro dela.
   — Então, como foi com a Ane? — pergunta para Mel.
   — Maravilhoso. No começo ela estava meio controversa, mas depois foi relaxando e aproveitou tudo.
   — Vocês fizeram compras? — pergunta Isabela se lembrando das sacolas que Mel trouxe. 
   — Aham. Depois do salão nós fomos para o shopping e compramos algumas coisinhas para a Anelise usar na lua de mel.
   — E a senhora aproveitou pra comprar coisas pra você, né? — pergunta Isabela sorrindo. — Se o pai souber disso vai querer voltar na hora.
Mel dá um sorriso entristecido.
   — Acho que nem se eu colocasse uma fantasia sexy seu pai voltaria na hora.
   — Como assim?
   — Nós ficamos um pouco distantes durante essa correria de show, só no domingo nos acertamos. Ele falou que ia me ligar assim que chegasse em Porto Alegre e até agora nada.
   — Por que a senhora não liga?
   — Para lembrar pra ele que eu existo? Acho que ele deveria se lembrar sozinho, não é? 
   — Mãe? Vocês estavam tão bem.
   — Aparentemente, mas faz tempo que o Chay não me dá a atenção que eu mereço. 
   — A senhora já falou isso pra ele?
   — Ainda não. Não quero atrapalhar a turnê. — Ela sorri melancolicamente. — Ele está tão feliz.
Isabela compartilha do mesmo sorriso da mãe.
   — E quando ele vier para o casamento?
   — Ainda vou ver o que faço. Tenho mais um dia pra pensar, afinal ele chega na quarta de manhã. 
Isabela volta a acariciar a cabeça de Nina e diz:
   — Precisando desabafar, eu estou aqui, tá bom?
   — Pode deixar.
Nádia apoia os pratos com os sanduíches sobre o balcão e Mel pega o seu imediatamente. Isabela coloca Nina no chão e levanta para lavar as mãos na pia. 

As horas passam e Isabela vai para a casa de Sophia e Micael para se arrumar junto com Yasmin para a party house de Laís. As duas conversam e riem enquanto se arrumam no closet da loira. 
   — Deixa eu ver se entendi, a Laís chamou todos nós e você não contou pra ninguém que a Marina e o Victor estão incluídos? — pergunta Isabela rindo.
   — Exatamente — responde Yasmin preparando sua pele para receber a maquiagem. — Eu quero aproveitar essa festinha para relaxar e com o Victor lá isso não vai acontecer.
   — Então eu acho melhor te contar uma coisinha — começa Isabela passando corretivo sobre suas imperfeições.
   — O quê?
   — O Vinícius falou que ia chamar a Marina.
   — Como? — indaga Yasmin ficando de queixo caído. — Pra que fazer isso?
   — Eles são namorados, acho que é natural.
   — Se a Marina contar para o Victor ele vai querer ir. 
   — Exatamente. 
Yasmin solta um suspiro de frustração.
   — Que merda!
Minutos depois as duas se unem em frente ao espelho.

Isabela observa o seu reflexão com bastante minuciosidade e em seguida pergunta para Yasmin:
   — Você tem certeza que essa ideia de eu me vestir com as suas roupas deu certo?
   — Óbvio, você ficou uma graça, Isa. 
   — Só vou para a party house assim porque sei que no próximo evento que nós formos juntas, eu vou te vestir do meu jeito. 
   — Não me deixando muito patricinha, está bom.
   — Coisa que você não é patricinha, né?
   — Claro que não.
Isabela ri.
   — Ser patricinha não é só gostar de rosa, tá? 
   — Shiu, fica quietinha, tá?
Elas riem e saem do closet. 
   — Vou lá no quarto do Felipe ver se ele já está pronto.
   — Ok, espero vocês lá em baixo.
Yasmin vai rumo à escada enquanto Isabela caminha até o quarto do namorado. 

Em seu quarto, Marina termina de se vestir.
Victor abre a porta sem se anunciar e diz:
   — Estou pronto!
Marina se vira para ele e pergunta:
   — Quem falou que você vai?
   — Eu.
   — Eu estou indo junto com o Vinícius, você não entra no convite. 
   — Mas eu conheço a Laís.
   — Você nunca nem falou com ela.
   — Nem você.
   — Eu estou indo junto com o Vinícius — repete Marina.
   — E eu junto com vocês dois. Agora vamos!
Marina sacode a cabeça.
   — Não acredito nisso!
Os dois descem as escadas juntos e encontram com Lua na sala.
   — Aonde vocês vão?
   — A uma festa na casa de uma garota da nossa sala — responde Marina.
   — Vão de táxi?
   — Não, o motorista da Mel vai levar a gente.
   — Ok. Não voltem tarde porque amanhã vocês têm aula.
   — Pode deixar, mom — sorri Victor dando um beijo em Lua. 
   — Tchau, mãe — diz Marina beijando Lua.
   — Se cuidem.
Marina e Victor saem e começam a caminhar até a mansão de Mel e Chay.

Yasmin está sentada no sofá da sala ao lado de Micael.
   — Pai, o senhor poderia levar a gente, né? — ela pergunta olhando pra ele.
   — Vocês arrumam festas para ir e sobra mim?
   — Pai — ela choraminga. — Se vocês contratassem um motorista pra mim e pro Felipe isso não aconteceria. Hoje que um dos motoristas da grife da mãe levou o Felipe e eu para o colégio, foi maravilhoso.
   — Você acha que eu tenho plantação de dinheiro?
   — Para de se queixar, pai, você e a mãe são montados na grana.
   — Fruto do nosso trabalho.
   — Que orgulho eu tenho de vocês, meu orgulho cresceria ainda mais dentro de um carro blindado com um motorista a minha disposição.
Micael ri.
   — Você ainda quer um carro blindado?
   — O seu e o da mãe são, por que o meu não seria?
   — Seu e do Felipe.
   — Então o senhor vai dar? — ela pergunta com entusiasmo.
   — Vou pensar no seu caso.
   — Ai, pai, por favor! Eu sou uma ótima filha, tiro notas boas, sou responsável, sem contar que a Sandra não precisa limpar o meu quarto toda semana. Além disso, eu não estou pedindo nada demais. Por favor, paizinho — ela diz apertando o braço dele.
   — Não está pedindo nada demais, só um simples carro blindado com motorista. Coisa básica! — ironiza Micael.
   — Pro senhor é super básico.
   — Na época dos meus pais, eles tinham que ir de ônibus pras festinhas.
   — Porque eles não tinham condições. Eu tenho!
Micael cede e dá tapinhas na mão da filha.
   — Ok, amanhã eu vejo isso.
Um sorriso radiante se abre no rosto de Yasmin e ela abraça o pai.
   — Obrigada, obrigada, obrigada. — Ela apoia a cabeça no ombro dela e pergunta: — Pai, e a sua carreira, como vai?
   — Muito bem, obrigada — responde Micael rindo.
   — Você não vai voltar a fazer shows? O Chay já voltou.
   — Eu vou dedicar os próximos dois meses ao meu novo disco.
   — Eu quero uma música.
   — Outra? Quando você era pequena eu compus uma música pra você.
   — Mas eu quase nem lembro.
   — Eu canto pra você. — Quando ele se prepara para cantar, Yasmin o interrompe.
   — Não! Eu quero uma nova — ela ri e dá um beijo no ombro dele.
   — Você está cheia dos pedidos, não acha, mocinha? 
   — Credo, pai! É que eu quase nunca passo muito tempo com você.
   — Que mentira, Yasmin!
   — É verdade. Quando o senhor não está na gravadora está compondo no seu escritório.
   — Sabe por que eu tenho que fazer tudo isso?
   — Por quê? — ela pergunta.
   — Pra manter o seu custo de vida. Pra pagar esse celular que você está segurando, pra pagar o seu cartão de crédito, pra pagar a sua conta na lanchonete do colégio, pra pagar a mensalidade do seu colégio, pra pagar as suas baladinhas, pra pagar...
   — Tá bom! Já entendi. 
Micael ri e acaricia o braço da filha.
   — Estou brincando com você, sua boba.
   — Desse jeito você me deixou até culpada.
   — Yasmin, eu te conheço.
A adolescente gargalha e diz:
   — Ok, eu não fiquei culpada.
   — Sabia! — fala Micael rindo. Isabela e Felipe descem as escadas de mãos dadas.
   — Vamos? — pergunta Felipe.
   — Vocês não sabem o que eu acabei de conseguir — começa Yasmin pulando do sofá.
   — O quê?
   — O divo do meu papi — ela continua e olha de relance para Micael —, vai contratar um motorista pra gente.
   — Só o motorista? O cara vai o quê, dirigir o táxi? — pergunta Felipe e todos riem, exceto Yasmin que dá um risada irônica e fala:
   — Não, babaca! Ele vai comprar um carro só pra gente também.
   — Sério, pai?
Micael assente com a cabeça ainda sorrindo.
   — Detalhe — diz Yasmin —, o carro vai ser blindado.
   — Uau! — exclama Isabela. — Vou ter essa conversinha com os meus pais também.
Os quatro riem.
   — Mas e aquele motorista que a Mel deixou nesse final de semana? — pergunta Felipe com curiosidade.
   — Aquele é um dos motoristas da grife. Eu adorei o senhor Evaldo, acho que vou pedir pra minha mãe contratar ele lá pra casa — ela fala rindo.
   — Vocês vão continuar falando de motoristas ou vão pra festa?
Os três se olham e sorriem.
   — Verdade, nós estamos atrasados. Vamos, pai!
   — Você vai levar a gente? — pergunta Felipe.
   — Aham — responde Micael levantando e pegando a carteira e as chaves.
   — Yasmin fez milagre, hein! — Felipe gargalha.
   — Continua falando assim que vocês vão ter que pagar o táxi na volta — ameaça Micael rindo. Eles saem  do interior da mansão e vão para a garagem.

O casarão dos pais de Laís está situado em um bairro de classe alta. Em seu quarto, ela conversa com a sua prima, Maísa.
   — Você está linda, Maísa. Como sempre. 
   — Ai, você acha? — pergunta a loira se observando em um espelho dentro do closet de Laís.
   — Tenho certeza absoluta. Mas por que dessa preocupação toda?
   — É que eu vou tentar algo com o Samuel hoje.
   — O quê? — se engasga Laís. — O Samuel?
   — É, por quê? Você acha que ele está interessado em outra? Semana passada ele sorriu pra mim na educação física.
   — Eu ouvi falar que ele estava de olho na Mayara, mas foi só uma fofoca — fala Laís se aproximando da prima.
   — Na Mayara? — repete a loirinha ficando cabisbaixa. — Então eu vou ficar na minha, porque não tem como competir com a Mayara.
   — Como assim? Você é tão linda quanto ela.
   — Mas se ele já está interessado nela — diz Maísa dando de ombros.
   — Foi só uma boato, eu acho que nem é verdade, porque eles nem se falam.
   — Isso não quer dizer nada, porque eu estou interessada nele e não falo com ele.
Laís solta um suspiro e fala:
   — Eu acho que você não deve investir nele, mas não é por causa da Mayara, é porque o Samuel não é garoto pra você.
   — Como assim?
   — Ele é muito, como eu posso dizer? Revoltado.
   — Mas eu gosto do estilo dele.
Laís coloca uma mão no ombro de Maísa e aconselha:
   — Amiga, eu conheço ele faz dois anos, sei mais coisas que você, por isso escuta o que eu tô te dizendo se não quer quebrar esse coraçãozinho. 
Maísa assente com a cabeça com um pouco de desânimo e diz:
   — Ok. 
Laís fica na frente dela para se olhar no espelho e pergunta:
   — E eu? Estou bonita?
   — Claro que está.
   — Ah tá, porque eu sou a anfitriã da festa, tenho que está maravilhosa.
Ela ri e acaba fazendo a prima sorrir. O interfone toca e as duas se olham.
   — Os convidados começaram a chegar. Vamos lá! — diz Laís puxando Maísa para fora do closet e do quarto. As duas descem as escadas em passos rápidos e Maísa caminha para o sofá enquanto Laís corre para abrir o portão. 
   — Oi! — sorri Aline.
   — Oi, amiga! 
Elas se abraçam e Aline entra.
   — Não acredito que estou abrindo a festa?
   — Não, a Maísa já tinha chegado.
   — Mas ela é sua prima, não conta.
As três riem. A sala está com uma decoração especial: pufes coloridos foram espalhados pelos cantos a fim de deixar os convidados mais à vontade, os vasinhos de flores que ficavam sobre algumas mesinhas foram substituídos por petiscos e bebidas, o home theater foi programado com algumas músicas animadas e outras mais lentas e lantejoulas de várias cores foram jogadas no chão.

Com o corpo exausto do dia de trabalho, Bernardo chega em casa.
   — Amor, cheguei! — fala jogando a maleta no sofá e as chaves em um vasinho na mesinha de centro. Anelise grita da cozinha:
   — Estou aqui!
Bernardo tira o casaco e vai para o cômodo que a noiva se encontra. Ele desaba em um das cadeiras da mesa de jantar e fita o corpo de Anelise debruçado sobre o fogão. 
   — Tô exausto! — ele diz massageando as têmporas. Anelise se vira na direção dele e Bernardo fica de queixo caído com a aparência dela. — Uau!
   — O que foi? — ela pergunta se passando por ingênua. 
   — Você está linda! — ele fala se esquecendo da dor de cabeça. Anelise sorri e enxuga as mãos em um pano de prato.
   — A Mel me levou para um salão hoje pra dar um trato para o casamento.
   — Você é tão linda que as vezes eu esqueço que você pode ficar ainda mais linda.
   — Fofo — ela se senta na cadeira na frente dele. — Como foi o dia?
A pergunta faz Bernardo relembrar do seu estado e ele solta um suspiro.
   — Foi muito puxado.
   — Muitos casos lá na clínica? — ela pergunta pegando nas mãos dele.
   — Sim, e todos sérios. 
   — Pensa que falta pouco para o nosso casamento e que com a lua de mel você vai tirar umas férias.
Bernardo sorri.
   — Não tinha pensado por esse lado.
   — Mas eu pensei por você.
   — Você acredita que os caras lá do trabalho querem fazer uma despedida de solteiro pra mim?
   — Nem me fale! A Cecília me ligou hoje contando dessa novidade.
   — Ela sabe da minha despedida?
   — Não, da minha.
   — Você também vai ter uma despedida de solteiro?
   — Vou.
   — Olha lá o que você vai aprontar.
   — Digo o mesmo.
Eles sorriem um para o outro e Anelise levanta.
   — Não quero que você fique de esfregação com nenhuma striper, fui clara? — ela pergunta sentando no colo dele.
   — Você também. Essa história de ficar passando a mão naqueles gogo boys.
   — Não posso tirar nem uma casquinha?
   — Olha que eu também vou tirar.
   — Você não!
   — Nem você — diz Bernardo passando a mão na coxa dela.
   — Mas tirar uma casquinha de você, pode?
   — De mim com certeza. 
Anelise ri e tasca um beijo em seu noivo.

Minutos depois o carro em que Isabela, Felipe e Yasmin estão estaciona em frente a casa de Laís e os três descem. 
   — Festinha! — gargalha Felipe. 
   — A gente não está muito atrasados, né? — pergunta Isabela.
   — Claro que não — responde Yasmin caminhando até o portão de ferro. — As estrelas sempre chegam após o horário combinado.
Os três riem e ela toca o interfone. Laís surge na porta de madeira branca e caminha até o portão.
   — Quem é vivo sempre aparece — fala a jovem abrindo o portão.
   — Oi, Laís — sorri Yasmin abraçando a dona da casa. 
   — Oi, Yas.
Isabela e Felipe cumprimentam Laís e também entram. 
   — Quase todo mundo já está aqui — ela fala fechando o portão. 
   — Quem são os convidados? — pergunta Felipe.
   — Só o pessoal da sala — responde Laís caminhando por entre o jardim em direção a porta. — Eu resolvi fazer essa festinha pra gente se aproximar de novo. 
   — Você chamou até o Jonas? — questiona Isabela subindo os três degraus até a entrada.
   — Óbvio que não, Isa — ri Laís. — Aquele garoto não entra na minha casa nem vestido de ouro.
Os quatro passam pela porta e Yasmin fica surpresa por ver Jaqueline e Luciana entre os convidados.
   — O Jonas não entra, mas a Jaqueline e a Luciana sim? — indaga para Laís.
   — Estou tentando dar uma segunda chance pra elas. 
Yasmin dá de ombros.
   — Você realmente é um doce de menina, Laisinha. 
Todos os colegas de classe deles estão reunidos na party house de Laís, exceto Jonas, Lorenzo, Iago, Marina, Victor e Vinícius.
   — Oi, meninas! — sorri Yasmin se aproximando de Graziele, Malu, Mayara e Aline.
   — Oi — elas cumprimentam em um uníssono. 
   — Demorei, mas cheguei — ela diz se sentando ao lado de Graziele em um pufe.
   — Você não sabe da maior — fala Malu.
   — Não, mas vou saber agora.
Elas riem e Malu conta:
   — Naquela mesa ali tem coxinha de frango com catupiry.
Yasmin permanece olhando para ela.
   — Essa é a notícia?
Graziele, Mayara e Aline começam a gargalhar.
   — Ela está falando isso pra todo mundo que se aproxima — diz Mayara.
   — Mas é uma c*zona, hein? — fala Yasmin dando um chute na perna de Malu, que joga a cabeça para trás rindo.
   — Essa é uma pegadinha para os curiosos.
   — Nossa, tô rindo tanto — ironiza a loira.
   O interfone toca novamente e Laís atende:
   — Oi.
   — Sou eu, Vinícius.
   — Ok, tô indo. — Ela desliga e fala para Maísa: — É o Vinícius. 
   — Pensei que ele não fosse vim, a Isa já chegou.
   — Pois é.
Laís sai pela porta e vai atender o portão. 
   Jaqueline e Luciana estão tirando fotos em um espelho decorativo em uma das paredes da sala. Elas riem fazendo caretas e poses engraçadas. Jaqueline e Luciana, respectivamente:
Luciana cutuca a costela de Jaqueline após ver uma imagem refletida no espelho.
   — Olha quem acabou de chegar.
Jaqueline vira e vê Vinícius, Marina e Victor próximos a porta.
   — Oba! — ela ri olhando para Victor. O olhar de Yasmin está pousado exatamente na mesma pessoa que ela e os músculos de seu corpo ficam contraídos.
   — Não acredito que ele veio — ela fala. Graziele, Malu, Aline e Mayara seguem o olhar dela.
   — Vocês estão brigados, né? — pergunta Graziele.
   — Igual você e o Thiago — responde Yasmin e a ruiva olha para Thiago, que está sentado em um pufe conversando e rindo com Alexandre e Samuel. 
   Ao lado de uma das mesinhas de petiscos, Isabela e Felipe conversam.
   — Chegou quem a Yasmin temia.
   — O Victor?
   — Não, a Marina — ela ironiza.
   — Sério? — Felipe não capta a ironia. — Eu pensei que fosse o Victor.
Isabela ri e dá um tapa no braço dele.
   — É claro que é o Victor, Felipe.
   — Ah. Ele veio de penetra, né? Porque a Yasmin falou para eu chamar só você e o Vinícius. 
   — Na verdade, a Laís chamou nós todos, mas como a Yasmin não queria que o Victor viesse, omitiu o nome dele e o da Marina.
   — Bem feito, ele veio mesmo assim — ri Felipe. Isabela come uma empadinha e olha para a amiga.
   — Espero que hoje eles se acertem. 
   — Como diria a Marina: me too.
Eles riem e continuam comendo. 
   Vinícius pega na mão de Marina e fala:
   — Vamos lá conversar com o Thiago.
Os dois se afastam, deixando Victor sozinho. Ele olha em volta, vendo Yasmin no pufe com as garotas, Talita e Amanda que conversam em pé ao lado do sofá com latinhas de refrigerantes nas mãos, Thiago, Samuel, Alexandre, Vinícius e Marina conversando em pufes e Daniela e Pedro rindo em um dos sofás. Jaqueline e Luciana se aproximam de Victor.
   — Olá! — a loira sorri.
   — Oi — fala Luciana.
   — Oi, meninas — responde Victor olhando para as duas.
   — Que bom que você veio — Jaqueline diz.
   — Eu não ia perder uma boca livre — gargalha Victor. As duas riem com ele e Yasmin se morde de raiva do outro lado da sala. Malu pensa rápido e propõem:
   — Por que você não vai lá e estraga o clima delas? 
   — Hã? — pergunta Yasmin olhando pra ela. 
   — Nós aqui sabemos que você tem mais pontos com o Victor do que elas duas, vai lá e estraga o clima delas com ele.
   — Eu não, o Victor vai achar que eu estou com ciúmes dele.
   — E não está? — questiona Aline.
   — Claro que não — mente Yasmin.
   — Eu acho a ideia da Malu ótima — opina Graziele. — Você tem a faca e o queijo na mão para tirar aqueles sorrisinhos dos rostos delas duas. Por que não fazer?
Yasmin olha para os três, ficando com ainda mais raiva de Jaqueline e Luciana, que jogam o cabelo e sorriem para Victor.
   — Ele está lá porque quer — diz com ódio dele.
   — Também — concorda Malu. — Mas você não precisa ir lá e conversar com ele. É só chegar, tirar a Jaqueline e a Luciana de lá e deixar ele sozinho. 
   — Até que não é uma má ideia — fala Yasmin pensando melhor.
   — Se eu fosse você eu ia — opina Mayara.
   — Viu? Até a Mayara que é nova já não gosta das duas — fala Malu rindo. Yasmin levanta e arruma o seu boné.
   — Ok, eu vou lá.
   — Arrasa — pede Aline sorrindo. Yasmin pisca para as colegas e caminha em direção a Victor, Jaqueline e Luciana. Felipe cutuca a namorada e aponta com o queixo em direção a irmã.
   — Observe a cobra dar o bote. 


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