Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 100: Partidas de futsal agitam a manhã dos adolescentes


Após o sinal todos vão em direção as suas salas de aula. Yasmin fica surpresa ao ver Victor apoiado na parede ao lado da porta conversando com Jaqueline. Ela diminui o passo para que eles entrem na sala e ela não tenha que passar pelos dois, mas conforme vai se aproximando percebe que terá que fazer isso, pois eles não se movem. No instante que Yasmin passa pela porta, Victor ergue o olhar na direção dela. A adolescente entra na sala sem notar que ele a viu. Isabela, que vinha logo atrás da amiga, lança um olhar de desaprovação na direção dele e Victor abaixa a cabeça suprimindo uma risada.
   — O que foi? — pergunta Jaqueline.
   — Nada demais — ele responde olhando pra ela e sorrindo com charme.
   — Vem, vamos entrar.
Jaqueline entra na sala seguida por Victor. Yasmin está sentada na frente, na carteira de Aline, conversando com ela, Laís e Maísa. Victor e Jaqueline se separam e vão para as suas respectivas fileiras. Quando ele passa na frente de Yasmin os dois se encaram com raiva no olhar. Yasmin joga o cabelo para o lado e volta a rir com as meninas. Em seguida olha para o fundo do outro lado da sala e vê Jaqueline e Luciana rindo e conversando com animação. 
   — Aposto que ela está se vangloriando — sussurra.
   — Oi? — indaga Laís.
   — Quê!? — exclama Yasmin olhando para ela. — Não falei nada não.
O professor de educação física entra na sala e olha para Yasmin.
   — No seu lugar.
A adolescente pula da mesa com desânimo e se arrasta para a sua carteira. Após todos já estarem em seus lugares, Ronaldo começa a sua aula.
   — Turma, hoje nós iremos jogar futsal. 
   — O quê? — exclama Yasmin.
   — Sério, professor? — Isabela pergunta com melancolia. 
   — Sim. Vou fazer chamada e nós vamos para a quadra. — Ele senta em sua carteira. — Alexandre.
   — Presente.
   — Aline.
   — Presente.
   — Amanda.
   — Aqui.
   — Daniela.
   — Eu.
   — Danilo.
   — Presente. 
   — Felipe.
   — Aqui.
   — Graziele.
   — Presente.
   — Isabela.
   — Presente.
   — Jaqueline.
   — Aqui.
   — Jonas.
   — Eu.
   — Laís.
   — Presente.
   — Lorenzo.
   — Presente.
   — Luciana.
   — Presente.
   — Maísa.
   — Eu.
   — Maria Luíza.
   — Eu.
   — Marina.
   — Here — ela se atrapalha e emenda com rapidez: — Aqui.
   — Mayara.
   — Eu.
   — Pedro.
   — Aqui.
   — Samuel.
   — Eu, professor — ele responde com entusiasmo.
   — Talita.
   — Presente.
   — Thiago.
   — Aqui.
   — Victor.
   — Eu.
   — Vinícius.
   — Presente.
   — Yasmin.
   — Eu.
Ronaldo levanta e diz:
   — Eu estava observando. Tem quatorze meninas e dez meninos. Os meninos vão formar time, já as meninas vão sobrar quatro.
   — Professor — Marina chama erguendo a mão. — Eu posso ficar de fora pelo menos essa aula? Porque eu não faço a mínima ideia de como se joga futsal.
   — Tudo bem. — Ele olha para Victor. — Você vai ter que se virar.
   — Não tem problema, eu já joguei algumas vezes.
   — Ah tá. Então vamos, pessoal!
Os alunos levantam e começam a sair da sala. Felipe fala para Isabela:
   — Quero ver você jogando.
   — Se depender de mim, fico de fora.
   — Por que, Isa? — ele pergunta rindo.
   — Eu não vou nem responder.
Felipe ri e puxa Isabela para um abraço. 
   — Minha pequena — diz dando um beijo no pescoço dela. Isabela sorri e se deixa ser levada por Felipe. Yasmin está caminhando junto com Maria Luíza e Mayara, mas enquanto conversa com elas não ergue os olhos da tela do celular. Victor, que está um pouco mais a frente com Thiago e Alexandre se agacha para amarrar o cadarço do tênis. Maria Luíza se afasta um pouco de Yasmin para desviar de Victor, mas a loira nem nota e esbarra nele. Ela cai no chão e alguns alunos começam a rir. Victor olha para ela e ri junto com os demais.
   — Dá próxima vez olha onde tá pisando.
   — Dá próxima vez não interrompa o meu caminho — ela responde baixo só para ele ouvir.
   — O corredor não é só seu — rebate Victor ficando sério. Yasmin começa a levantar e ele também.
   — Ridículo!
   — Não é o que todas pensam.
   — Mas é o que eu penso.
   — Não me importo com o que você pensa.
Os demais alunos descem para o primeiro andar, não ficando para presenciar a discussão deles.
   — Antes você se importava — diz Yasmin com raiva.
   — Antes você não me achava ridículo.
Yasmin fecha ainda mais a cara e não fala nada. Victor respira fundo, dá meia volta e desce atrás da classe. 
   — Babaca — ela diz com os olhos marejados e o segue.

Ainda caminhando com muletas por causa do pé quebrado, Anelise conversa com uma colega de trabalho ao celular.
   — Eu mal saia de casa, porque trabalho a distância com o blog, agora com esse pé em recuperação que eu não estou saindo mesmo.
As duas riem e a colega de Anelise pergunta:
   — E os preparativos para o casamento?
   — Estão todos prontos, a minha mãe e minha sogra fizerem um bom trabalho. Semana passada, eu e o Bernardo fomos até a capela e ensaiamos, ficou tão perfeito. Estou mega ansiosa!
   — Calma, é quarta, mais longe já esteve.
   — Verdade — ela concorda rindo. — Amanhã vou experimentar o vestido, porque foi preciso fazer retoques pra tampar o gesso. 
   — Estou esperando pra te ver vestidinha de noiva.
   — O meu vestido é tão lindo, discreto do jeito que eu queria. 
   — A prova vai ser de manhã, né?
   — Aham, por quê?
   — Porque nós estamos preparando uma coisinha pra você.
   — Não é aquela história de despedida de solteiro, né?
   — Como você adivinhou? 
Anelise ri e se senta no sofá.
   — Não acredito! Eu falei que não queria, gente.
   — Casamento sem despedida de solteiro não é casamento.
   — Mas a minha despedida seria com o Bernardo.
   — Esse tipo de despedida fica pra lua de mel.
Anelise volta a rir.
   — O que vocês estão preparando pra mim?
   — Isso já é surpresa, mas nós vamos te levar a um lugar que você não irá esquecer.
   — Olha lá, hein? Eu não quero perder o meu noivo.
   — Fica tranquila.
Elas riem e continuam conversando. 

Quando todos já estão reunidos na quadra, o professor separa os times femininos. No time 1 ficam as alunas Jaqueline, Luciana, Laís, Maísa e Talita e no time 2 Yasmin, Isabela, Graziele, Maria Luíza e Mayara. Ronaldo se vira para os garotos e para as quatro meninas que ficaram de fora e fala:
   — Vocês ficam na arquibancada enquanto elas jogam.
   — A gente pode ir fazendo time? — pergunta Felipe.
   — Não, quem vai escolher os times será eu, igual ao das meninas.
Os adolescentes se espalham pela arquibancada. Jonas, Samuel e Pedro se reúnem e começam a conversar; Felipe, Vinícius, Marina e Victor conversam com Thiago e Alexandre enquanto Lorenzo e Iago se sentam sozinhos; Aline, Amanda e Daniela ficam papeando e rindo. Jonas, que está sentado de maneira relaxada, diz:
   — Vou torcer para o time da Maísa. 
   — Tá de olho nela? — pergunta Pedro.
   — Estou. Ela é a maior gata, pena que é amiga da fofoqueira da Laís.
Os três riem e olham para as duas jovens, Maísa e Laís, que se alongam na quadra. 
   — E você, Sam, está de olho em alguém?
   — Por enquanto não — ele responde.
   — Ainda não superou a Talita? — pergunta Jonas e ele e Pedro riem. 
   — Eu só fiquei com ela uma vez, em uma daquelas festas que teve na fazenda — se defende Samuel.
   — A Talita já ficou com metade do colégio — fala Jonas.
   — Sabe que eu fiquei sabendo? — começa Pedro.
   — O quê? — indaga Samuel.
   — Que a Amanda tentou ficar com o Victor na festa dele na fazenda e tomou um fora.
Os três riem.
   — Mas a Amanda é gostosa, bola fora do Victor.
   — Ela é gostosa, mas não chega aos pés da Yasmin — diz Samuel.
   — O que a Yasmin tem de gostosa tem de insuportável — opina Jonas olhando para a loira com ódio.
   — Mas eu pegava ela assim mesmo. — Samuel ri.
   — A gente quase ficou uma vez — conta Pedro. — Só que ela deu pra trás.
   — Milagre, né, porque aquela otária é a maior rodada — fala Jonas e eles continuam conversando sobre o público feminino da sala. 
   O professor apita e o jogo começa. Jaqueline passa a bola para Laís e corre para a área de ataque. Yasmin observa os movimentos dela e corre para marcá-la. Laís manda para Talita, que se aproxima ainda mais do gol do time 2 que é defendido por Mayara. Graziele tenta interceptar a bola, mas não consegue e Talita continua avançando. Ela passa a bola para Jaqueline, que parte em direção ao gol seguida de perto por Yasmin. Na arquibancada, todos acompanham o jogo e Victor grita:
   — Vai! Vai!
Por um momento Yasmin acredita que Victor está torcendo por ela, mas percebe que está equivocada quando Jaqueline chuta para o gol e marca o primeiro ponto da partida.
   — Isso, Jaqueline! — ele vibra na arquibancada ao mesmo tempo que Daniela e Amanda comemoram. Jaqueline sorri para ele e corre de encontro as outras integrantes de seu time. As quatro comemoram com Luciana que está no gol. Yasmin continua próxima ao gol de seu time, de queixo caído. Isabela corre até ela.
   — A gente não pode deixar elas ganharem — diz tentando fazer Yasmin mudar o foco.
   — É, a gente não pode! — ela fala ainda bastante surpresa. Em seguida olha de relance para onde Victor está na arquibancada e volta a fitar Isabela. — Nós não vamos deixar elas ganharem! — diz com determinação. Isabela sorri e balança os braços da amiga.
   — É assim que se fala. 
O jogo continua e Yasmin volta a marcar Jaqueline, agora com ainda mais empenho. Malu pega a bola e corre em direção ao gol do time 1. Talita surge em sua frente tentando roubar a bola, mas ela dribla a garota e continua sua jogada. Na arquibancada, Samuel vibra e grita:
   — Continua, Malu!
Jonas e Pedro olham para ele com espanto.
   — Torcendo pra Malu? — indaga Pedro.
   — Contra o seu amorzinho? — se diverte Jonas.
   — A Talita não é o meu amorzinho, car*lho.
Pedro e Jonas riem ainda mais e eles continuam assistindo ao jogo. Malu fica cara a cara com Luciana, a goleira do time 1, e chuta a bola para o gol. Yasmin, Graziele, Isabela e Mayara gritam quando ela marca o primeiro gol do time. Malu lança um sorriso superior a Luciana e corre até as suas colegas. Elas se abraçam e Graziele diz:
   — Vamos virar, gente.
A partida recomeça e Isabela manda a bola para Yasmin. Jaqueline consegue roubar a bola da loira e passa para Laís. Victor grita:
   — Isso!
Enfurecida, Yasmin fuzila Victor com o olhar e ele finge não ver. Ao seu lado na arquibancada, Marina pergunta:
   — Por que você está fazendo isso?
   — Isso o quê? — ele finge inocência e volta a observar o jogo das meninas. Jaqueline percebe que não tem ninguém em seu caminho até o gol e corre com mais velocidade, no entanto Isabela nota o mesmo que ela e fica em dúvida se conseguirá marcá-la ou não. Na arquibancada, Felipe a incentiva.
   — Vai, Isabela! 
Ela olha rapidamente para o namorado e corre em direção Jaqueline. A loira percebe que Isabela está se aproximando e tenta driblá-la, mas não consegue e Isabela chuta a bola para fora. Ela estufa o peito e encara a morena.
   — Eu não tenho medo de cara feia — diz Isabela retribuindo o olhar.
   — Deveria — ameaça Jaqueline enquanto se aproxima ainda mais e abaixa o olhar para enxergar o rosto de Isabela, pois é alguns centímetros maior que ela. As duas continuam se fuzilando com o olhar e o professor pede:
   — Meninas, é só um jogo.
   — Ouviu? — pergunta Yasmin se aproximando das duas. — É só um jogo, Jaqueline. Um jogo que você vai perder — completa sorrindo enquanto puxa Isabela.
   — Cala a boca! — pede Jaqueline dando um empurrão em Yasmin. As duas loiras se encaram e Yasmin devolve o empurrão, dizendo:
   — Quem você pensa que é pra colocar as mãos em mim?
   — Todo mundo já colocou as mãos em você — rebate Jaqueline.
   — Falou a santa do colégio — ironiza Yasmin. Ronaldo e as outras meninas em quadra correm até a confusão. 
   —  Ei! Ei! Ei! — O professor afasta as alunas uma da outra. — O que é isso? 
   — Essa garota me provocou — choraminga Jaqueline.
   — Você que não aceitou ter perdido a bola — rebate Isabela.
   — Eu não quero saber. Acabou o jogo de vocês, todas para a arquibancada. 
   — Mas não deu nem tempo da gente desempatar — Yasmin reclama.
   — Yasmin, vou te dar duas opções — diz Ronaldo com calma. — Ou você senta na arquibancada com suas amigas ou vai para a sala do diretor. Qual você escolhe?
   — Chupa! — exclama Jaqueline baixinho, porém todos na quadra ouvem. Ronaldo se vira para ela e diz:
   — Se a senhorita não fechar a boca nem opções irei te dar. É sala do diretor direto!
Jaqueline engole em seco e caminha para a arquibancada seguida por Luciana e Talita. Laís e Maísa se juntam a Graziele, Malu e Mayara e vão para a arquibancada. Yasmin segura no pulso de Isabela e caminha rapidamente, tentando alcançar Jaqueline.
   — Quem chupou, agora? — provoca ultrapassando as outras. Ela e Isabela riem e saem da quadra. 
   — Meninos, agora são vocês! — chama o professor. Todos os garotos levantam da arquibancada e descem em direção a quadra. Quando passa por Isabela, Felipe diz:
   — Arrasou, little girl.
   — Agora é sua vez — sorri Isabela. Victor faz questão de passar ao lado de Yasmin e fala pra ela:
   — Estava torcendo para ter uma briga de loiras.
   — Vai se f*der! — ela rebate com raiva. Em seguida segura no braço dele e diz: — E eu já disse que não sou loira. Meu cabelo é castanho claro.
   — Só você acha isso — fala Victor puxando o braço com brutalidade. Ele e Yasmin se encaram mais uma vez antes que ele vá para a quadra junto com os demais.
   — Filho da p*ta! — esbraveja Yasmin sentando ao lado de Isabela.
   — O Victor? — Isabela tenta adivinhar.
   — Exatamente.
Marina, que está do outro lado de Isabela, diz:
   — Até eu achei sacanagem ele torcer para a outra lá.
Yasmin fica surpresa e sem palavras pelo apoio de Marina. As três permanecem em silêncio e observam  Ronaldo separar os times dos garotos. Malu, Graziele, Laís, Maísa, Aline e Mayara sentam logo atrás de Yasmin, Isabela e Marina.
   — E aí, vamos torcer para quem? — pergunta Malu rindo. A presença descontraída da amiga faz com que Yasmin fique mais relaxada.
   — Vamos torcer para o Felipe e para o Vini.
   — O Vitor não? — pergunta Laís.
   — O Victor não — afirma Yasmin.
   — É, o Victor não — apoia Isabela e elas riem.
Os meninos ficam em suas posições. O time 1 é formado por Felipe, Alexandre, Vinícius, Thiago e Iago e o 2 por Jonas, Victor, Samuel, Pedro e Lorenzo. Jonas não gosta nem um pouco de ter Lorenzo em seu time, mas Ronaldo não muda de ideia. O professor apita e o jogo começa. Thiago domina a bola e toca para Felipe que corre alguns metros e passa para Vinícius. Jonas e Vinícius disputam o domínio e Vinícius sai ganhando. Victor toma a bola e sai em disparada ao outro lado da quadra. Ele passa a bola para Samuel, que logo em seguida toca para Jonas. Felipe e Thiago aguardam próximos a área do goleiro e Alexandre, o goleiro, grita para Iago, que não se moveu desde o início do jogo:
   — Marca ele!
O adolescente um tanto quanto desajeitado avança em direção a Jonas. Por acidente ele consegue roubar a bola de Jonas e corre em direção ao gol do time 2. Não gostando nem um pouco de ter perdido a bola para Iago, Jonas corre atrás dele e quando está próximo a ele coloca um pé em sua frente, fingindo ter a intenção de interceptar a bola. Iago tropeça e cai na quadra. Pedro, que está no gol do time 2, começa a rir. 
   — Falta! — berra Malu na arquibancada. Ao seu lado, Isabela pergunta:
   — Será que ele se machucou?
Iago continua deitado no chão e Ronaldo corre até ele.
   — Está tudo bem?
   — Acho que sim — ele fala tentando se levantar. 
   — Foi de propósito — acusa Felipe ao chegar correndo. — O Jonas colocou o pé para que ele caísse. 
   — Claro que não — mente Jonas para se defender. — Eu só queria mandar a bola para fora.
Iago finalmente levanta e limpa o uniforme. 
   — Vou marcar falta — diz Ronaldo. — Dá próxima vez toma cuidado, Jonas.
   — Pode deixar, professor.
Felipe cobra a falta e eles voltam a jogar. Com a posse da bola, Vinícius corre em direção a área do time 2, passa por Samuel, dribla Jonas e marca o primeiro gol. Na arquibancada Marina, Isabela, Yasmin, Malu, Mayara, Maísa, Laís, Aline e Graziele comemoram. As outras garotas sacodem a cabeça, indignadas. O jogo recomeça e Victor toma a bola de Iago. Ele corre em direção ao gol e passa a bola para Lorenzo, que fica cara a cara com Alexandre. Yasmin fica dividida entre torcer ou não para o gol de Lorenzo. O adolescente chuta desajeitadamente a bola e Alexandre defende.
   — P*ta que pariu! — reclama Jonas do outro lado da quadra. — Por isso que eu não queria esse moleque no nosso time.
Pedro concorda com ele, assentindo com a cabeça, mas Samuel finge não ouvir. As meninas que estão na arquibancada ouvem o que Jonas diz e ficam revoltadas, principalmente Yasmin.
   — Queria que o jogo fosse misto só para ter a oportunidade de quebrar a canela do babaca do Jonas — diz com raiva. Ela volta a olhar para a quadra a tempo de ver Victor receber a bola e chutar direto pro gol. Alexandre se joga, mas não consegue defender. Jaqueline, Luciana, Talita, Amanda e Daniela gritam em comemoração. Yasmin fecha a cara, esperando que Victor comemore junto com Jaqueline, mas para o seu espanto ele olha em sua direção. O breve contato visual é interrompido por Samuel, que pula em Victor.
   — Isso, cara! — ele fala bagunçando o cabelo loiro de Victor. Atrás de Yasmin, Maísa comenta:
   — Até que o gringo manja do futsal.
Todas elas riem e Yasmin força uma risada. 
O jogo recomeça e Jonas vai pra cima de Felipe com tudo, tentando desempatar o jogo em seu favor. Felipe faz um drible bonito sobre Jonas e toca a bola para Thiago. Jonas fica revoltado e grita para Lorenzo:
   — Faz alguma coisa e dribla ele!
Lorenzo corre em direção a Thiago, tentando pegar a bola, porém o adolescente passa por ele com tranquilidade e se aproxima do gol. Ele fica frente a frente com Pedro e chuta com força para o gol. Graziele e Laís gritam ao verem a bola sacudindo a rede. Jonas fica vermelho de raiva e xinga baixinho. Os cinco integrantes do time 1 comemoram. 
   O jogo recomeça, Felipe toma a bola de Samuel e corre em direção ao gol. Ainda fora da área do goleiro, ele chuta e marca mais um ponto. As meninas voltam a gritar e Felipe corre para comemorar com os colegas.
   — O gol mais rápido que já teve — ri Thiago. Jonas puxa Samuel e fala em seu ouvido:
   — Não importa o jeito, mas vamos ganhar.
   — Em vez de me cobrar, por que você não joga mais? — rebate o jovem se soltando. 
   Quando a bola volta a rolar, Thiago arma uma jogada com Felipe e os dois correm em direção ao gol. Victor rouba a bola de Thiago e toca para Samuel, que corre com rapidez em direção ao gol do time 1. Vinicius surge em sua frente e após perceber que não conseguirá marcar o gol, ele toca a bola para Lorenzo. O adolescente chuta de qualquer jeito para o gol e por sorte Alexandre não consegue pegar a bola. Yasmin dá um sorriso de espanto e em seguida sorri para Lorenzo, que não percebe pois é abraçado por Samuel.
   — Isso aí, Capitão América do Sul. — Ele bagunça o cabelo de Lorenzo do mesmo modo que vez com Victor. Lorenzo gargalha do jeito que é chamado, deixando Yasmin ainda mais surpresa, pois nunca tinha visto o jovem rir. 
   — Que fofo — ela diz baixinho e nenhuma das meninas a sua volta ouve. 
   Quando o jogo recomeça, Felipe passa a bola para Thiago, que desvia de Jonas e toca para Vinícius. O adolescente chuta a bola para o gol e marca mais um ponto. Ele corre para abraçar os colegas de time e olha para Marina. Ela sacode as mãos como se tivesse segurando pompons e eles riem. Poucos minutos depois, Ronaldo apita, encerrando a partida. 
   Dez minutos depois, os alunos já estão de volta a sala e comentam sobre os jogos enquanto aguardam o sino bater. Marina, Vinícius, Isabela, Felipe, Yasmin e Victor estão reunidos entre as carteiras da frente. Sentada em sua mesa, Marina bagunça o cabelo de Vinícius, que está em sua frente.
   — Dois gols!
Vinícius se encosta na mesa no espaço entre as pernas de Marina e ela o abraça por trás. 
   — Eu sou demais — ele fala e todos riem.
   — Merece até um beijo de recompensa — ela fala e beija a nuca dele. Na frente do casal, Felipe e Isabela estão apoiados na mesa dela.
   — Eu também fiz um gol — ele diz. — Quero um beijo de recompensa.
Isabela sorri e dá um selinho nele. Victor e Yasmin trocam um olhar, mas não se movem nem falam nada. Os outros quatro, que observavam os dois, ficam sem graça. 
   — Parabéns pelo seu gol — fala Marina ao irmão.
   — Valeu. 
Mais um silêncio constrangedor toma conta do sexteto.
   — Eu tenho bala, vocês querem? — diz Isabela.
   — Eu quero — responde Felipe.
   — Me too — fala Victor.
Isabela dá balas aos colegas e diz:
   — Vocês viram como o Jonas ficou p da cara por ter perdido?
   — Eu vi — fala Victor. — Mesmo sendo do time dele, achei demais.
Todos riem, inclusive Yasmin.  
   — Vocês já arrumaram as suas roupas para o casamento da Anelise e do Bernardo? — pergunta Vinícius.
   — Eu já — responde Yasmin com empolgação. — O meu vestido é lindo. Lindo!
   — O meu também — fala Isabela. — Tão fofo.
   — Como tudo o que você usa — diz Felipe.
   — E o terno de vocês? — pergunta Yasmin.
   — O meu já está pronto — fala Vinícius.
   — O meu também — concorda Felipe. — Não precisei fazer nada, minha mãe arrumou tudo.
   — A minha também — fala Victor rindo. 
   — A graça de tudo é escolher cada detalhe da roupa — diz Yasmin.
   — Ah, mas é chato ficar escolhendo terno — discorda Victor.
   — Claro que não, escolher o tecido, a gravata, é maneiro.
   — Prefiro que alguém faça por mim.
Quando Yasmin e Victor percebem que estão se falando, eles se calam imediatamente e olham para os outros quatro. O sinal toca e os professores trocam de sala. Quando a professora de inglês entra na classe, todos os alunos vão para os seus lugares. 

As horas passam, os alunos são liberados e vão para suas casas. Por volta das duas horas da tarde, Mel toca a campainha do apartamento de Anelise e Bernardo. A noiva abre a porta e se espanta ao encontrar a morena do outro lado.
   — Mel?
   — Quem é a noiva mais linda do ano? — pergunta Mel sorrindo ao passar pela porta. Anelise ri e fecha a porta. 
   — Eu!
   — Cadê o Bernardo?
   — Está trabalhando — responde Anelise.
   — Ele vai trabalhar até quando?
   — Amanhã de manhã.
   — Isso é bom, porque hoje nós vamos sair.
   — Pra onde? — questiona Anelise sentando ao lado de Mel no sofá.
   — Para um salão. Hoje a tarde vai ser o seu momento de beleza!
Anelise joga a cabeça para trás e ri.
   — Nem pensar.
   — Como assim, Ane?
   — Isso não estava no combinado. Já não basta a minha despedida de solteira de amanhã.
   — Você já está sabendo? — pergunta Mel surpresa.
   — Você já sabia?
   — Claro, aquela sua amiga, Cecília, combinou tudo comigo.
   — Suas danadas.
   — Você acha que sua madrinha ia ficar de fora? — pergunta Mel rindo. — Agora não pense que falando disso vai me fazer esquecer do objetivo da minha visita.
   — Eu não quero! — choraminga Anelise. — Eu já estou preparada pro casamento.
   — Você está, mas não o seu corpo.
   — Ei, ele também, tá?
   — Mas concorda que com uma massagem, uma limpeza de pele, uma depilação, tudo vai ficar melhor?
   — O Bernardo me ama do jeito que eu sou.
   — Mas depois de amanhã é o seu casamento. Casamento! Você tem que estar perfeita.
   — Eu já sou perfeita, ok?
Elas riem e Mel levanta do sofá.
   — Vem, vamos trocar essa roupinha de casa.
   — Quem falou que eu vou?
   — Eu!
Mel segura no braço de Anelise e arrasta a jovem até o seu quarto. Minutos depois as duas saem do apartamento.
   — Só você mesma! — fala Anelise no carro de Mel. 
   — Após a lua de mel você me agradece.
As duas gargalham.
   — Estou contando os dias para a lua de mel.
   — Você seria uma louca se não tivesse contando.
   — Eu nem acredito que vou me casar — fala Anelise rindo. — Depois de tanto tempo morando junto com o Bê, pensei que esse dia não chegaria.
   — Com o Chay foi a mesma coisa, só que a gente não tava morando junto.
Elas continuam conversando durante o caminho até o salão.

Na praça do condomínio, Yasmin anda de skate para passar o tempo. Ela tenta aliviar o estresse e saudade de Victor enquanto manobra com um de seus skates favoritos. Depois de dar várias voltas, fazer várias manobras e suar bastante, se senta em um banco. As memórias começam a borbulhar em sua mente. A primeira recordação é do dia em que ela conheceu Victor.
   Victor se aproxima de Yasmin e diz:
   — Oi!
   — Olá! — ela responde.
   — Tava te vendo dançar, você é linda.
Yasmin sorri.
   — Obrigada, você também é lindo. Muito lindo!
Victor sorri e coloca uma mão na cintura de Yasmin, se aproximando ainda mais dela e pergunta:
   — Você costuma frequentar lugares como esse?
   — Sim, e você?
   — É a primeira vez. Acabei de chegar de Nova York.
   — Uau, estou conversando com um gatinho americano? — ela pergunta sorrindo.
   — Eu nasci aqui, mas fui criado lá — explica Victor.  Valeu pelo gatinho!
Yasmin sorri.
   — Não falei nada a mais do que a verdade.
   — Posso falar uma verdade? — ele pergunta colocando uma mão na nuca dela. Yasmin fica ainda mais próxima de Victor e responde:
   — Pode.
   — Estou doido pra te beijar — ele sussurra bem perto da boca dela.
   — Eu também — ela diz com os lábios encostando nos de Victor.
Eles começam a se beijar. Victor coloca os braços em torno da cintura de Yasmin e ela uma mão na nuca dele, aprofundando o beijo. Ele acaricia as costas dela, fazendo Yasmin amolecer em seus braços. Os dois trocam mordidinhas nos lábios e esquentam ainda mais o clima. 
   — Você é demais — diz Victor entre os beijos.
   — Você é que é — ela fala puxando Victor para mais um beijo.
Os dois continuam se beijando no meio da pista.
   Após soltar um suspiro, Yasmin se lembra de quando dançou Who You Love pela primeira vez com ele:
Who you love começa a tocar e vários casais se juntam na pista. Não vendo outra alternativa, Yasmin e Victor começam a dançar juntos.
   — Não ouse abrir a boca — ela avisa. 
Victor não diz nada, apenas sorri e dá um beijo no pescoço de Yasmin, a deixando arrepiada. Ele passa as mãos firmemente ao redor da cintura dela e ela o abraça com força. Os dois dançam no ritmo calmo da música, ambos prestando a atenção na letra. Quando a música termina, outra eletrônica começa a tocar. Yasmin e Victor se soltam, mas não se afastam nem começam a dançar novamente. Somente ficam parados se olhando.
   — A letra — começa Victor.
   — Combina com a gente — completa Yasmin.
Victor pronuncia um trecho da música em português:
   — Você não pode fazer com que pare de sonhar com quem você está sonhando.
   — Se é quem você ama, então é quem você ama — eles dizem juntos. 
Yasmin e Victor não dizem mais nada, simplesmente se beijam. As mãos dele percorrem as costas dela, a puxando ainda mais para si. Yasmin acaricia a nuca dele, se entregando totalmente ao momento.
   Ela fecha os olhos se recordando de um dos momentos mais divertidos que passou ao lado do loiro:
Yasmin levanta e vai até a estante para pegar o carregador do seu celular. Victor finge amarrar o cadarço do tênis para ficar para trás com ela. Marina e Vinícius vão em silêncio para a cozinha. Quando se vê sozinho na sala com Yasmin, Victor vai até ela, que está conectando o carregador na tomada. 
   — Até que enfim eu consigo falar com você — ele diz. 
Yasmin deixa o celular carregando e olha para o namorado.
   — Até agora a gente não tinha se falado, né? 
   — Não, você ficou com o Vinícius o tempo todo. 
Yasmin sorri e puxa Victor pela jaqueta para perto.
   — Ficou com ciúmes, é? — ela pergunta colocando as mãos no cós da calça dele. 
   — Claro que não — mente Victor. Yasmin sorri e diz:
   — Eu sei que você mente muito bem, mas eu sei também reconhecer quando você está mentindo. 
   — E? 
   — E que agora você mentiu — ela conclui rindo. — Ficou, sim, com ciúmes de mim com o Vinícius. 
   — Tá — assume Victor. — Pode ser que eu tenha ficado um pouco incomodado.
   — Nós somos só amigos, amor. 
Victor paralisa com um sorriso no rosto.
   — Você me chamou do quê? 
   — Você já me chamou de amor, só estou retribuindo. 
   — Você fica tão linda dizendo isso — ele sorri apaixonadamente. 
   — E você fica tão lindo quando dá esse sorriso bobo. 
Victor puxa Yasmin para mais perto e entrelaça as mãos nas costas dela por dentro do longo casaco. Eles começam a se beijar. 
   — Ai que nojo — Yasmin interrompe o beijo. 
   — O que foi? — pergunta Victor assustado. 
   — A gente acabou de ter um momento cheio de romance. 
Victor gargalha. 
   — Você tem razão. 
   — Jura pra mim que nós não vamos mais ficar melosos desse jeito?
   — Eu não me garanto. Quando estou perto de você não respondo por mim. 
Yasmin se segura para não dar um sorriso apaixonado.
   — Mas eu me garanto. Nós nunca seremos um casal tipo Isabela e Felipe, Deus me livre!
   — Isabela e Felipe é mais fofo do que eu consigo aguentar. 
   — Eu não quero ser assim — diz Yasmin com firmeza. 
   — Nem eu, nós nascemos para viver entre tapas e beijos. 
Yasmin gargalha. 
   — Essa é a nossa música. 
Como Victor foi criado nos Estados Unidos e seus pais não apresentaram para ele Zezé Di Camargo e Luciano, ele não conhece a música. 
   — Que música? 
   — Ah, esqueci que você é um boy american. Tem uma música que se chama entre tapas e beijos. É assim — ela começa a cantar — Entre tapas e beijos é ódio, é desejo, é sonho, é ternura. Um casal que se ama até mesmo na cama, provoca loucuras. E assim vou vivendo, sofrendo e querendo esse amor doentio. Mas se volto pra ele, meu mundo sem ele também é vazio.
 Victor cola ainda mais o corpo de Yasmin no seu.
   — Ainda prefiro Who You Love. 
   — My boy, he ain't the one that I saw coming. And some have said his heart's too hard to hold — ela cantarola um trecho que se identifica. 
   — Essa música parece que foi feita para a gente. 
   — Olha a melação — diz Yasmin entre risos. 
   — Estou compensando o tempo que só pude ficar te olhando de longe — justifica Victor. 
   — Foram alguns minutos, Vi, não exagera. 
   — Vi? — repete Victor rindo.
   — É — afirma Yasmin. — Vi. 
   — O que você viu? — ele não consegue controlar a crise de risos e solta Yasmin. Ela observa Victor gargalhar e ri também. 
   — Viu como eu não sei ser fofa? — ela diz se aproximando dele novamente. 
Victor recua para se apoiar no sofá e responde entre os risos:
   — Eu "vi". — Ele gargalha compulsivamente. Yasmin volta a rir também. Depois de uns minutinhos rindo descontroladamente, Victor consegue parar. 
   — Posso me aproximar? — pergunta Yasmin sorrindo. — Já é seguro? 
Victor continua sem fôlego e não diz nada, somente puxa Yasmin pelo braço para perto de si. 
   — Você tá chorando de rir, Victor — diz Yasmin enxugando as lágrimas que se formam nos cantos dos olhos dele. Victor dá uma leve risada, ainda se segurando para não gargalhar de novo. 
   — Você é muito retardado, de verdade — comenta Yasmin. Ele dá de ombros, ainda sem fôlego para fala alguma coisa. Yasmim completa: — Mas eu gosto de você mesmo assim.
Victor sorri e Yasmin aproxima o rosto do dele para beijá-lo, mas ele desvia. 
   — O que foi? 
   — Estou sem fôlego para isso. 
Yasmin sorri e dá um selinho nele. Eles continuam abraçados, apenas trocando um olhar intenso.
   Com a garganta apertada, Yasmin se segura para não chorar. Seu coração fica ainda mais acelerado ao ouvir a voz que conhece tão bem perguntar a sua frente:
   — Dormindo no banco da praça? 
   — Victor — ela fala abrindo os olhos. O jovem entra em foco em sua frente.
   — O papai noel que não é.
   — Victor! — ela repete e pula do banco, se jogando nos braços dele. Victor fica surpreso com a atitude dela, mas mesmo assim envolve a sua cintura com firmeza. — Eu te amo tanto — confessa Yasmin.
   — O que aconteceu com você? — pergunta Victor. Yasmin precisa de alguns instantes para tomar consciência do que fez. Ela se afasta dele com rapidez e diz:
   — Esquece que eu fiz isso, ok?
   — Não, eu não vou esquecer. Quero saber o porquê disso. Até hoje de manhã nós nem estávamos nos falando.
   — Porque você terminou comigo.
   — Porque você quase me traiu.
   — Quase.
   — Mas você teve vontade, só isso já basta.
   — Eu não quero discutir com você!
   — Então me explica o que foi isso? — ele pergunta ainda estranhando o comportamento dela.
   — Nada demais — fala Yasmin pegando seu skate. — Esquece!
   — Eu não vou esquecer.
   — Assim como você não consegue esquecer do meu deslize?
   — Exatamente.
Yasmin suspira e fica ao lado dele.
   — Eu te odeio tanto.
   — Eu também.
   — Por que você insiste em fazer isso com a gente?
   — Isso o quê?
   — Destruir toda a nossa história.
   — Tem certeza que sou eu quem estou destruindo a nossa história?
Yasmin fica sem argumentos e diz:
   — Seu ridículo!
   — Idiota!
   — Otário!
   — Babaca!
Yasmin dá um passo na direção dele.
   — Imbecil!
   — Estúpida! — Victor cospe a palavra com raiva.
   — Trouxa!
   — Seus xingamentos não irão me abater.
   — Nem os seus — ela rebate bem próxima a ele.
   — Ridícula — fala Victor empurrando Yasmin para um lado e se afastando. 

Minutos depois, Victor chega na mansão de seus pais. Marina, que está sentada na escada lendo um livro, pergunta:
   — Ué, foi andar pra distrair a cabeça e já voltou? 
   — Encontrei a Yasmin no caminho — ele conta se sentando ao lado dela na  escada.
   — E aí? Fizeram as pazes?
   — A gente discutiu.
Para o seu próprio espanto, Marina fica murcha.
   — Sério?
   — Aham, mas antes ela me abraçou e disse que me amava.
   — Como? A Yasmin?
   — É. Ela tava com os olhos fechados e quando eu falei com ela simplesmente se jogou nos meus braços e disse que me amava muito.
Marina franze a testa.
   — Nem parece a Yasmin.
   — É, mas depois nós discutirmos. 
   — Quando você vai criar vergonha nessa cara e voltar com ela?
   — Eu ainda estou muito chateado com o que aconteceu.
   — Mas você continua gostando dela, caramba!
   — Mas se eu voltasse com ela agora, não seria de coração. Se bem que o meu coração fica apertado toda vez que eu vejo ela.
   — Isso é um sinal.
   — Sinal de que eu sou um idiota.
Victor levanta e sobe para o andar de cima. 

Isabela desce as escadas da mansãp de seus pais correndo.
   — Mãe? Vinícius? Vera?
   — O que foi, Isa? — pergunta Vera surgindo na sala.
   — Você viu a Nina?
   — Não, ela não está com você?
   — Eu tava dormindo, quando acordei ela não tava mais no pé da minha cama. Ela sempre fica perto de mim quando eu tô dormindo. 
   — Ela não está na caminha dela?
   — Não, já olhei no meu quarto, na sala de jogos, no quarto do Vinícius, dos meus pais, no banheiro, no escritório, na biblioteca. Enfim, no primeiro andar todo.
   — Por aqui ela não passou.
Isabela coça o cabelo, ficando ainda mais preocupada.
   — Ai meu Deus, onde foi parar a Nina?


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