Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 95: Chay e Mel viajam deixando Isabela e Vinícius sozinhos em casa

Vinícius permanece olhando para Marina e pergunta:
   — O que foi?
   — Ontem eu estava precisando esfriar a cabeça e saí para correr — ela começa. — Acabei esbarrando no Thiago e a gente começou a conversar. Ele me contou que estava indo para uma festa e eu perguntei se poderia ir com ele.
Vinícius ergue as sobrancelhas, surpreso com a atitude da namorada, mas não fala nada. Marina prossegue:
   — Nós dois fomos a uma festa, digamos que mais agitada.
   — Eu sei o tipo de festa que o Thiago costuma frequentar — corta Vinícius.
   — Então — continua a garota com receio. — Acabou acontecendo um briga na festa, um cara saiu atirando, e eu e o Thiago tivemos que dar um jeito de ir embora dali. Nós dois corremos pelas ruas, um carro de polícia parou a gente e...
   — Eu não quero saber, Marina! — ele interrompe.
   — Como?
   — Eu não quero saber da sua aventura noturna com o Thiago.
   — Mas eu estou tentando te explicar para que não chegue aos seus ouvidos coisas nada a ver sobre isso.
   — Eu não quero as suas explicações.
   — Vinícius!?
   — Enquanto você brincava de bad girl com o Thiago, eu estava sentindo uma coisa muito estranha, que até agora eu não entendo. 
   — Como assim? Que coisa?
   — Marina, me deixa sozinho um pouco.
Vinícius vira para a frente, deixando Marina perplexa.
   — Não é possível! — ela exclama baixinho.

Graziele e Maria Luíza entram na sala rindo e conversando. Elas caminham até as suas carteiras e Thiago se aproxima das duas.
   — Grazi — ele chama —, posso falar com você?
   — Tá, fala — ela responde sem entender a postura séria dele.
   — A sós — diz Thiago olhando para Malu.
   — Ok, não estou mais aqui — fala a jovem se virando para trás pra conversar com Samuel.
   — O que foi, Thiago? — questiona Graziele.
   — Eu quero te contar uma coisa pra que você não saiba por outras pessoas e fique pensando besteiras.
   — Do que você está falando?
   — Vou te explicar — ele começa. Maria Luíza olha para Samuel e pergunta:
   — E aí?
   — E aí o quê?
   — Só estou tentando socializar com você, idiota.
   — Eu não quero socializar com você — ele fala rindo.
   — Não perguntei. Preciso passar o tempo, porque a minha amiga está tendo uma DR e a Mayara vai faltar hoje. Resumindo, não tenho ninguém para encher o saco.
   — Daí você me escolheu como vítima?
   — Exatamente — ela fala gargalhando. Samuel balança a cabeça e ri.

Yasmin vai até a carteira de Isabela na frente e senta na mesa.
   — E aí, pequena princesa?
   — Pequena princesa? — repete Isabela sorrindo.
   — Preciso te contar como foi a noite — fala Yasmin animada. O rosto de Isabela se ilumina.
   — Verdade! O que aconteceu?
   — Não aconteceu aquilo, né!
   — Não, isso eu já esperava. Como ele reagiu? 
   — Ele ficou um pouco triste.
   — O Victor?
Yasmin ri.
   — Pois é — ela diz colocando o cabelo atrás da orelha. — Mas depois ele entendeu e a gente dormiu abraçadinhos.
   — Oh, que meigo! Rolou declaração?
   — Ele falou que me amava — conta Yasmin sorridente. — Ele quase nunca fala isso.
   — Que lindo!
   — Mas não conta pra ninguém, porque eu disse pra ele que não ia comentar com ninguém, mas você é minha melhor amiga, pra você pode.
As duas riem e Yasmin olha para a porta no exato momento em que Lorenzo entra. Ele olha rapidamente para ela, mas logo volta a encarar o chão e caminha rapidamente para o seu lugar. Yasmin acompanha os passos dele, ainda sorrindo, e olha com ternura para ele. Assim que senta em sua carteira, Lorenzo olha para ela e Yasmin sorri pra ele. Timidamente, ele retribui o sorriso.
   — Vocês são amigos? — pergunta Isabela que observava a amiga e Lorenzo.
   — Oi? — Yasmin olha para ela.
   — Você e o garoto novo são amigos?
   — Não.
   — Então porque essa troca de sorrisos?
   — Eu sou a garota mais popular do colégio, é normal eu sorrir para as pessoas — fala Yasmin voltando a sorrir. Isabela assente com a cabeça e fala descrente:
   — Aham, sei. O Victor que não irá gostar nada desses seus sorrisos aí.
   — O Victor com ciúmes do Lorenzo? Acorda, amiga!
   — É que o Victor tem muita confiança.
   — Igual a mim, por isso que nós nos damos tão bem.
As duas riem.
   — Você não tem jeito!

O sinal bate e o professor entra na sala. Os alunos assistem as aulas e depois de poucas horas saem para o intervalo. Vinícius sai da sala, deixando os amigos e a namorada para trás. Marina fecha o caderno rapidamente e vai atrás dele.
   — Vinícius, espera! — pede se aproximando dele.
   — O que você quer, Marina?
   — Você vai ficar bravo comigo?
   — Eu não estou bravo com você, só quero ficar na minha.
   — Por causa do que eu contei?
   — Por causa do que eu senti.
   — Me conta melhor sobre isso.
   — Eu estava inquieto, não conseguia me concentrar em nada. Agora que você me contou que estava correndo um pouco de risco nessa festa me fez pensar em algo.
   — No quê?
   — Será que tem alguma ligação isso? Eu não cheguei a ficar daquele jeito, porque nada de realmente sério chegou a te acontecer. 
   — Será? — questiona Marina franzindo a testa.

Na lanchonete do colégio, Yasmin e Victor conversam em uma mesa. Ela reconhece uma colega que é de outra sala e acena para esta.
   — Vou ali falar com a Lívia e já volto, tá?
   — Vai me deixar aqui?
   — Eu só vou conversar com a minha amiga. Daqui a pouco eu volto!
Yasmin levanta e vai até Lívia com um sorriso no rosto. Victor olha em volta, encontrando Felipe e Isabela encostados no balcão. Ele pega a sua latinha de refrigerante e se aproxima dos dois.
   — E aí, casal.
   — A Yasmin te trocou pela popularidade? — questiona Felipe rindo.
   — Hã?
   — É que ela foi conversar com a garota lá e te deixou — explica o adolescente.
   — Ah, verdade — concorda Victor ficando entre Felipe e Isabela.
   — Estava demorando para a Yasmin popular dar as caras — comenta Isabela olhando para a amiga, que ri entre as outras garotas como uma líder nata.
   — Lá nos Estados Unidos sabe quem era exatamente assim? — Victor pergunta aos dois.
   — Quem? — indagam Isabela e Felipe em um oníssono. 
   — A capitã das líderes de torcida Marina.
   — Eu sou a única que não consigo imaginar a Marina vestida como uma líder de torcida com pompons nas mãos? — pergunta Isabela.
   — Eu também não — concorda Felipe.
   — Mas ela era assim — afirma Victor. — Só que a Mari mudou bastante quando veio pra cá. Mas aposto com vocês como ela sente falta dessa popularidade. Disso eu não tenho dúvida!
   — Quando a pessoa chega ao poder é difícil querer abandoná-lo — opina Isabela.
   — Nossa, que pessoa profunda — gargalha Felipe fazendo os outros dois rirem.

Graziele chega perto do grupo de Thiago e o chama para uma conversa.
   — Eu pensei sobre o que você me contou e tomei uma decisão — ela fala com seriedade.
   — Que decisão?
   — É melhor nós dois voltarmos a ser só amigos.
   — Sério, Grazi? — questiona Thiago surpreso.
   — Você não me deixou ir com você nessa festa, mas a Marina sim. 
   — É porque eu não queria você metida naquele tipo de lugar. Imagina se alguma coisa acontecesse com você durante a correria? Eu não me perdoaria.
   — Não finja que se importa comigo.
   — Mas eu me importo.
   — Se se importasse não teria levado a Marina com você. Não passou pela sua cabeça que eu ficaria me sentindo de lado?
   — Passou, por isso que eu resolvi te explicar tudo.
   — Thiago, eu não quero discutir. Só não quero mais continuar ficando com você. A gente nunca deveria ter começado, pra falar a verdade. Você estava certo desde o começo.
Graziele se afasta e Thiago fica de queixo caído. 

No andar de baixo, Marina e Vinícius continuam conversando sentados em um banco.
   — Acho que se tem alguma ligação entre o que você sentiu e o que eu passei só pode ser sinal de que nós dois temos uma sintonia muito forte — opina Marina —, porque as únicas vezes que algo parecido aconteceu foi porque a sua mãe, a sua irmã e o seu melhor amigo estavam correndo perigo. 
   — Eu não tenho dúvida que nós dois temos uma sintonia.
   — E mesmo assim você vai ficar chateado comigo?
   — Por que ao invés de sair com o Thiago você não me procurou para desabafar como nas outras vezes?
   — Porque eu precisa de uma coisa diferente.
   — Você está enjoada de mim, é isso?
   — Não! Nunca. Você é o meu namorado, meu confidente, eu nunca me enjoaria de você. É que eu cruzei com o Thiago e pensei "Por que não?". Foi só por isso!
   — Da próxima vez promete que vai me contar antes de acontecer?
   — Não vai ter próxima vez.
Vinícius dá um leve sorriso.
   — Isso é desculpa para não prometer?
   — Eu prometo — fala Marina —, se você me garantir que não vai continuar chateado comigo.
   — Eu não vou conseguir ficar muito tempo chateado com você mesmo.
Marina sorri e fala:
   — Eu prometo.
Eles trocam um olhar intenso e se beijam selando as pazes. 

Sentados juntos nos degraus da escada que dá acesso ao segundo andar, Malu e Samuel conversam.
   — Malu, posso te pedir uma ajudinha?
   — Dependendo da ajuda — responde Malu mordendo um pedaço de seu sanduíche.
   — É que você conhece bem a Mayara e eu queria saber um pouco mais dos gostos dela.
Maria Luíza quase se engasga com o sanduíche e pergunta de boca cheia:
   — Como é?
   — É porque ela é uma garota atraente e eu estou pensando em investir nela.
   — Na Mayara?
   — É.
Malu engole em seco e morde um lábio, ficando com ciúmes.
   — A Mayara não é para o seu bico.
   — Por que não?
   — Por nada. Só não mexe com ela — pede Malu levantando. Ela sobe os degraus rapidamente, deixando Samuel confuso.
   — Que garota estranha.

O final de semana chega com rapidez. Na mansão dos Rocha, Isabela conversa com Mel deitada na cama dela. Mel termina de arrumar a sua mala de mão para a viagem.
   — Mãe, quero te pedir uma coisa antes da senhora viajar.
   — O quê? — pergunta Mel conferindo as horas no relógio.
   — A senhora poderia deixar algum motorista a minha disposição e do Vinícius?
   — Como?
   — É porque a gente não tem um motorista e quando queremos sair vocês que nos levam. Quando vocês tiverem viajando, quem vai levar a gente pros lugares?
Mel pensa por um momento e diz:
   — Faz sentido.
   — Isso quer dizer um sim?
   — Sim, Isabela — fala Mel sorrindo. — Agora vamos descer porque o seu pai já está me esperando.
   — Vou sentir falta de vocês — fala Isabela seguindo sua mãe pelo corredor.
   — Serão só dois dias, depois eu estou voltando.
   — Mas o pai não.
   — É, ele vai direto pra Porto Alegre, onde vai ser o próximo show.
   — Então.
   — Mas é o trabalho dele, né meu amor?
As duas descem as escadas.
   — Fazer o quê? — Isabela dá de ombros. No andar de baixo, Chay aguarda por Mel junto com Vinícius.
   — Vamos, amor.
   — Relaxa, o jatinho não vai sem a gente, porque ele é o nosso jatinho.
   — Mas eu tenho horário.
Mel abraça Isabela e Vinícius.
   — Se cuidem, hein? A dispensa está recheada e a Vera está aí para o que vocês precisarem. 
   — Não pensem que só porque nós estamos longe que não vamos estar de olho em vocês dois — fala Chay se juntando aos três. A família dá um abraço coletivo e se soltam.
   — Amo vocês, meus filhos.
   — A gente também te ama, mãe — fala Vinícius.
   — Tchau! Amo vocês — se despede Chay saindo.
   — Qualquer coisa é só me ligar — diz Mel indo atrás do marido.
   — Não esquece do que eu te pedi — fala Isabela.
   — Pode deixar — garante Mel entrando no carro. Vinícius e Isabela acenam para os pais, que vão embora. Eles entram na mansão e fecham a porta.
   — Dois dias com a casa liberada — diz Isabela sorrindo.
   — Já preparou a lista dos convidados pra nossa party house? — pergunta Vinícius rindo.
   — Hã?
Os dois sentam no sofá.
   — Estou zoando — ele ri.
   — Ah tá, porque o único convidado que eu quero já chamei — fala Isabela sorrindo e pensando em como vai ser seu final de semana com Felipe.

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