Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 94 [Parte2]: Marina se prepara para contar o que aconteceu a Vinícius


Vinícius franze a testa, confuso.
   — O que houve? — insiste Isabela e Felipe olha para ele com curiosidade.

Thiago pega no pulso de Marina e grita:
  — Corre. Corre! 
Ele arrasta a jovem para fora da casa e juntos se apertam entre os outros convidados para sair. 

Vinícius olha para a irmã e responde:  
   — Eu... eu não sei.
   — Você tá pálido — conta Felipe.
   — Eu vou lavar o rosto — diz Vinícius saindo do cômodo. Isabela olha para o namorado com uma preocupação estampada no rosto.
   — Ele não está bem.
   — Não deve ser nada demais, Isa. Relaxa.
Ele se aproxima dela e a abraça. Isabela apoia a cabeça no peito dele e fecha os olhos, expirando lentamente.

De mãos dadas, Marina e Thiago correm pelas ruas do bairro, se afastando ainda mais da residência de Fabrício. Todas as casas estão trancadas e com as luzes apagadas. Ela corre ofegante e olha por cima do ombro para garantir que ninguém está vindo atrás deles. O estampido de três tiros seguidos fazem os dois acelerarem  a corrida. Após correrem várias quadras, Thiago para ao ouvir o som de uma sirene de polícia. Marina para ofegante junto a ele. Uma viatura se aproxima dos dois e um policial pergunta:
   — O que vocês estão fazendo a essa hora aqui?
Marina fica ainda mais apavorada e não consegue esconder isso.
   — Estamos voltando para casa — responde Thiago mentindo com facilidade.
   — A essa hora? — indaga o outro policial.
   — A gente estava em um aniversário.
   — Vocês parecem cansados — observa a autoridade.
   — É porque a gente tava correndo — responde Thiago.
   — Por quê?
   — A gente ouviu o barulho de tiro e ficamos com medo.
   — Aceitável. É bom vocês irem para casa logo.
   — Estamos indo — fala Thiago e puxa Marina para que eles voltem a caminhar. A viatura liga a sirene novamente e sai em alta velocidade. 
   — Parabéns — elogia Marina.
   — É melhor a gente correr. Você consegue mais algumas quadras? Eu sei que tem um ponto de táxi aqui perto.
   — Consigo — responde Marina e eles voltam a correr juntos.

Depois de jogarem bastante pergunta ou prenda, Yasmin e Victor resolvem ir dormir.
   — A essa hora os seus pais devem estar no último sono — comenta Yasmin levantando.
   — Verdade.
   — E a Marina, cadê?
   — Ela foi em uma festa com o Thiago.
   — Com o Thiago? — repete Yasmin surpresa.
   — É, também fiquei de queixo caído.
   — Ela não voltou até agora?
   — Acho que não — responde Victor. Yasmin coça o cabelo e fala:
   — Sair sozinha com o Thiago não é uma boa coisa.
   — Por que não?
   — O Thiago não é uma das melhores companhias. Quer dizer, os amigos dele não são boas companhias.
   — Você acha que ela tá correndo perigo?
   — Acho que não. Não chega a tanto.
   — Então vamos aproveitar a nossa noite.
   — Vamos — sorri Yasmin.
Victor pega na mão dela e eles entram na barraca montada por ele.
   — Ela é pequena, né? — comenta Yasmin.
   — É pra gente ficar mais perto.
Eles sorriem e dão um beijo.

Vinícius olha para o seu reflexo no espelho e enxuga o rosto.
   — Que coisa estranha, meu Deus. 
Seus batimentos cardíacos vão ficando mais controlados e ele sai do banheiro. No corredor, se encontra com sua mãe.
   — Ainda acordado, filho? Amanhã você tem aula.
   — Eu sei, é que eu tava jogando videogame com a Isa e com o Felipe.
   — O Felipe ainda está aqui?
   — Aham.
   — Avisa pra ele que já é hora de ir, tá?
   — Tá — diz Vinícius de forma apática. — Eu aviso e vou dormir.
   — Vinícius, você está bem?
O adolescente suspira e abaixa a cabeça, se apoiando na parede. Mel se aproxima ainda mais dele e afaga o seu ombro.
   — O que houve, meu amor?
Vinícius ergue o olhar para visualizar o rosto dela.
   — Mãe, lembra daquela vez que a senhora e a Isa sofreram um acidente de carro?
   — É meio irônico eu falar que eu me lembro, porque eu perdi a memória naquela época.
Ele dá um leve sorriso e prossegue:
   — Então, o pai te falou que eu senti algo, né?
   — Falou — responde Mel ficando mais séria. 
   — Ano passado, quando o Felipe foi atropelado, eu senti a mesma coisa.
   — Como? — Mel questiona espantada. 
   — Eu não contei pra ninguém, só pra Marina, porque fiquei assustado com isso.
   — O que você realmente sente?
   — Eu fico tenso, nada vem a mente apenas o nome da pessoa. Eu também sinto um arrepio e depois tudo passa e eu fico apavorado.
Mel morde um lábio, sentindo o peso das palavras dele.
   — Você sentiu algo parecido hoje? — pergunta após um tempo.
   — Não — responde Vinícius com sinceridade. — É isso que está me incomodando! Estou inquieto, não consigo me concentrar, mas nada acontece.
   — Isso deve ser cansaço, filho.
   — Não é, mãe. Eu percebo que não é isso.
   — Sabe o que eu acho que você tem que fazer? Dormir. Descansa, tenta relaxar.
   — Tudo bem. Acho que a senhora tem razão.
Mel dá um leve sorriso e passa uma mão no cabelo dele.
   — Vem, vou com você até o seu quarto.
   — Eu tenho que dar o recado pro Felipe ir embora.
   — Deixa eles pra lá — ela fala dando de ombros. — Vem, meu principezinho. 
Ela passa um braço em torno dos ombros dele e Vinícius a abraça. Juntos, eles caminham até o quarto dele.

Deitados sobre cobertores dentro da barraca, Yasmin e Victor se beijam apaixonadamente. Ele acaricia a cintura dela enquanto a loira passa a ponta dos dedos do pé pela perna dele. Victor coloca uma mão por dentro da blusa dela e começa a fazer carícias por sua pele. Yasmin fecha os olhos e deita a cabeça no cobertor, expondo o seu pescoço para ele. Os lábios de Victor começam a roçar pelo pescoço  dela, beijando cada milímetro de pele. 
   — Victor — sussurra Yasmin levando a mão ao rosto dele. — Preciso te falar uma coisa.
   — Eu também gosto de você — ele fala sem parar de beijá-la. Yasmin ri e ergue a cabeça para dar um selinho nele.
   — Eu não ia dizer que gosto de você.
   — Você não gosta de mim? — pergunta Victor dando um leve sorriso. 
   — Se eu não gostasse não estaria aqui — ela rebate erguendo a camisa dele. Victor ri e tira a camisa, fazendo Yasmin ficar admirada com o seu porte físico. — A acadêmia já está fazendo efeito.
Victor ri.
   — Ainda vai ficar muito melhor.
Yasmin o empurra, fazendo Victor ficar deitado de barriga para cima. Ela senta sobre o quadril dele e passa a mão pela sua barriga.
   — Bom é saber que tudo isso é meu.
   — Eu não sou de ninguém.
Yasmin sorri e se inclina em direção ao rosto dele.
   — Mas essa noite você é meu — ela sussurra em seu ouvido.
   — Todo seu — concorda Victor segurando no cabelo dela com firmeza. Eles voltam a se beijar com voracidade. 

Exaustos, Thiago e Marina desabam no banco detrás de um táxi. Ele fala o endereço do condomínio e olha para Marina.
   — Você tá bem?
   — Acho que sim — responde a adolescente.
   — Desculpa por fazer você passar por isso — ele pede com sinceridade.
   — Você não tem culpa.
   — Se a gente tivesse ido embora na hora em que o Santana chegou, não teríamos passado por isso.
   — Não tinha como prever o que ia acontecer.
   — Tinha — fala Thiago sabiamente. 
   — Tá, tinha — ela concorda. — Mas eu fui parar lá porque eu quis. Foi azar da nossa parte isso ter acontecido justo quando a gente tava lá.
Thiago assente com a cabeça e não diz mais nada.
   — A única coisa que eu quero é chegar em casa. Estou morta! — diz apoiando a cabeça no ombro dele. Thiago envolve os ombros dela com um braço, falando:
   — Acho que amanhã eu não apareço na escola.
   — Se os meus pais deixassem eu faltar, mas não.
   — Falo assim, mas vou acabar indo, tenho que contar o que aconteceu para a Grazi antes que ela saiba por outra pessoa.
   — Ela não vai gostar, né?
   — Não, ainda mais quando souber que você estava comigo.
   — Se você quiser eu posso falar com ela.
   — Não, não precisa.
Marina suspira.
   — Eu também vou ter que contar pro Vini.
   — Boa sorte.
   — Acho que não vou precisar de sorte — ela diz dando um leve sorriso. — O Vinícius sempre me entende, dessa vez não vai ser diferente. Eu acho.

Em um dos enormes sofás da sala de jogos, Isabela e Felipe se beijam calorosamente. 
   — É melhor eu ir — ele fala entre os beijos. — Já está bem tarde.
   — Um minuto a mais ou a menos não vai fazer diferença — ela diz puxando ele para mais perto. — Além do que eu tenho um convite pra te fazer.
   — Opa, que convite? — pergunta Felipe enquanto faz um carinho na nuca dela.
   — Esse final de semana os meus pais vão viajar, né? Você está sabendo.
   — Aham, por causa do início da turnê do Chay.
   — É. Isso quer dizer que a casa vai ficar livre.
Felipe sorri e dá um selinho nela.
   — O que você quer dizer com isso?
   — Você poderia vir dormir aqui comigo.
   — Não sei, tenho que ver na minha agenda.
   — Larga de ser bobo! — gargalha Isabela. Felipe dá um beijo nela e diz:
   — É óbvio que eu aceito.
   — Sinto que esse final de semana será um dos melhores da minha vida — ela fala olhando nos olhos dele.
   — Vou fazer de tudo para que realmente seja.
Eles voltam a se beijar, mas Isabela interrompe o beijo.
   — É melhor você ir.
   — Amanhã a gente se vê no colégio?
   — Sem dúvida alguma.
   — Vem — fala Isabela levantando. — Vou te levar até a porta para você voltar.
   — Com certeza eu volto — garante Felipe abraçando ela por trás.

Victor começa a levantar a blusa de Yasmin enquanto beija os lábios dela. Os seus corpos estão colados em todos os pontos e a temperatura dentro da barraca está cada vez mais quente, ao contrário da noite gelada do lado de fora. Victor passa a blusa dela por sua cabeça, deixando-a com o sutiã a mostra. Ele começa a beijar o pescoço e ombro dela. Yasmin, com os olhos fechados, pede:
   — Victor, para.
O loiro permanece beijando o corpo dela e Yasmin se arrepia a cada toque dele. Mesmo assim, ela volta a pedir:
   — Victor, não, para.
   — Você quer que eu pare? — ele pergunta descendo uma mão para o zíper do short dela.
   — Eu não quero — ela sussurra —, mas é o melhor.
   — Você e eu queremos, qual é o problema?
   — Hoje não, Victor — ela fala colocando as duas mãos nos ombros dele para afastá-lo. — Hoje não!
   — Por quê? — pergunta Victor parando de beijá-la, mas sem se distanciar. — Eu pensei que você queria, por isso preparei tudo isso pra gente. 
Yasmin fica um pouco triste ao ver um lampejo de decepção passar pelos olhos dele.
   — Eu quero muito, de verdade — fala Yasmin. Victor se afasta dela e senta próximo a lateral da barraca.
   — Não é o parece — ele fala baixinho.
   — Victor, você sabe o que eu sinto por você, sabe o quanto eu te quero, só que antes eu tinha medo.
   — Se agora você não tem mais medo o que impede?
   — Nada.
   — Então por que a gente não continua de onde parou?
   — Porque hoje não dá!
   — Yasmin, eu não estou entendo aonde você quer chegar.
   — Hoje não dá porque eu estou naqueles dias.
   — Ah! — exclama Victor. — Isso é tudo o que eu não esperava.
Yasmin diminui a distância entre eles e pega nas mãos de Victor.
   — Eu só quero que você saiba que você fez tudo perfeitamente. Tudo! Desde a ideia, da nossa janta, da brincadeira, absolutamente tudo.
   — Só que o final não foi do jeito que eu esperava.
   — Não é só porque não vai rolar que a noite foi um fiasco. Eu estou aqui, você também, só isso faz tudo ficar incrível.
Victor acaricia o braço dela.
   — Eu sei que eu nunca falo isso, mas... eu te amo.
   — Eu também te amo.
Yasmin encosta a sua testa na dele e os dois se beijam.
   — A gente pode dormir abraçadinhos — ela fala.
   — Pelo menos você vai estar nos meus braços.
   — Eu só saio dos seus braços se você me tirar deles.
   — Isso jamais vai acontecer.
Eles sorriem e dão mais um beijo. Em seguida Yasmin coloca a sua blusa e eles deitam. 
   — Não conta pra ninguém desse momento romântico, tá? — ele pede sorrindo no ouvido dela.
   — Claro que não. Não quero que as pessoas saibam que no fundo eu sou fofa com você.
Victor ri e beija a nuca dela. Minutos depois os dois já estão adormecidos.

O táxi estaciona em frente a mansão dos Aguiar e Marina olha para Thiago.
   — Mesmo com o final trágico, a noite foi ótima. Obrigada por tudo!
   — Precisando.
Eles sorriem e se abraçam.
   — Espero que essa noite não afete o seu relacionamento com a Grazi.
   — Eu também espero que tudo fique bem entre você e o Vini.
   — Até amanhã?
   — Até amanhã — sorri Thiago e ela sai do carro. Silenciosamente, Marina abre o portão e entra na mansão sem ser vista por ninguém.

A manhã chega rapidamente e os adolescentes vão para o colégio. Marina está sentada em sua carteira mexendo em seu celular quando Vinícius chega junto com Isabela. A adolescente ergue a cabeça e sorri timidamente para o namorado. Vinícius não teve uma boa noite de sono e isso está perceptível em seu rosto.
   — Oi — ele fala sentando na carteira na frente dela.
   — Oi — responde Marina. — Está tudo bem?
   — Dormi mal — ele explica coçando os olhos. Marina olha para trás, vendo Thiago conversando com Samuel.
   — Ontem a noite aconteceu uma coisa e eu preciso te contar — diz Marina.


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