Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 92: Anelise sofre acidente doméstico

O time de Felipe é formado por ele, Thiago, Maísa, Iago, Lorenzo e Laís. O de Jonas é constituído por ele, Samuel, Jaqueline, Mayara, Pedro e Aline. O professor, Ronaldo, caminha até os outros alunos e fala para eles:
   — Quais são os dois times que tem aqui?
   — O meu — fala Yasmin.
   — E o meu — diz Luciana enchendo o peito. Yasmin olha para ela dos pés a cabeça e revira os olhos.
   — Quais são as pessoas do seu time, Yasmin?
   — Eu, a Isabela, o Vinícius, o Victor, a Malu e a Grazi.
Isabela e Vinícius ficam surpresos por Yasmin não chamar Marina para o time. A morena, que já esperava por esse ato, abaixa a cabeça e dá um leve sorriso.
   — E o seu, Luciana?
   — Eu, a Amanda, a Talita, o Alexandre, a Daniela e a aluna nova.
Ronaldo olha para Marina e pergunta:
   — Qual é o seu nome?
   — Marina. 
   — Ok, Marina, seja bem-vinda. 
   — Obrigada — responde a garota. Ela sente o olhar de Talita sobre ela e olha na direção da garota, que desvia o olhar fazendo cara de nojo. Marina franze a testa, sem entender a atitude da jovem.
   — Quantos vocês são? — pergunta o professor sem alguma pessoa específica. — Deu time certinho, alguém faltou?
   — Deu time — responde Amanda. 
   — Entendi. Vocês se sentem na arquibancada e assistam ao jogo do pessoal.
Os alunos assentem com a cabeça e começam a caminhar em direção aos degraus da arquibancada. O professor se encaminha até os times na quadra e fala para todos:
   — As regras vocês já sabem. Qual time começa?
   — O meu — responde Jonas pomposo. — Nós tiramos par ou ímpar enquanto você falava com o resto do povo e eu ganhei.
   — Ok — diz Ronaldo jogando a bola para Jonas. — Ao meu apito, você começam. O primeiro time que fizer 10 pontos ganha.
Ronaldo sai da área da quadra e apita. Jonas começa sacando.
   — Eu falei com a minha mãe hoje sobre aquele nosso papo ontem na balada — diz Yasmin baixinho para Isabela.
   — Você contou de mim?
   — Não, eu não falei nada ainda. Só pedi pra falar com ela e com a Mel mais tarde. Daí ela falou que de tarde elas vão se reunir com os fornecedores da grife e depois se encontram com a gente.
   — Entendi. 
Elas ouvem a batida forte da bola e olha para a quadra, vendo Felipe receber um saque duríssimo de Jonas.
   — Espero que isso fique só na quadra — fala Isabela. Vinícius e Victor conversam em bancos acima das duas. O loiro ouve o que Vinícius fala enquanto observa o jogo. Ao olhar para Mayara ele se lembra dela de imediato. 
   — Caramba! — exclama interrompendo Vinícius.
   — O que foi?
   — Tá vendo aquela loira ali na quadra? — pergunta Victor.
   — Qual? — questiona Vinícius olhando para as loira que jogam: Maísa, Mayara e Jaqueline.
   — A do cabelo quase branco.
   — Ah, sei. 
   — Ela deu em cima durante a festa na fazenda.
   — Sério? Eu nem a vi nas festas.
   — Mas ela tava lá. Ela até me levou pro quarto dela.
   — Sério? — repete Vinícius boquiaberto. 
   — Aham. Ela é a maior gata.
   — A Malu é amiga dela.
   — Não tinha reparado.
   — Pois é. 
Victor olha para Yasmin e abaixa ainda mais o tom para falar:
   — Não conta isso pra Yasmin, porque ela não sabe quem é a garota, só sabe o que aconteceu. 
   — Pode deixar.
A loira ergue a cabeça e encara os dois.
   — Eu ouvi o meu nome.
   — Eu tava dizendo como você é insuportável — mente Vinícius rindo.
   — Sei.
   — Volta a conversar aí — diz Victor.
   — Se eu não quiser, eu não volto — fala Yasmin e Victor vira a cabeça dela na direção do rosto de Isabela. — Você bagunçou o meu cabelo, seu idiota.
   — Não, bagunçaria se eu fizesse isso. — Ele mexe no topo da cabeça dela, erguendo vários fios.
   — Para, Victor! — ela reclama empurrando a mão dele. — Seu babaca.
Isabela, Vinícius e Victor riem enquanto Yasmin arruma o cabelo. Alguns passos de distância deles, está reunido o time de Luciana. Ela conversa empolgadamente com Talita e Amanda. Daniela e Alexandre conversam também e Marina assiste o jogo desanimadamente. Ela olha para os bancos da arquibancada e se lembra do ginásio de seu colégio nos Estados Unidos. Sua garganta se aperta ao recordar das vezes que animou entre as arquibancadas daquele ginásio. 
   Na quadra, o jogo vai ficando cada vez mais pesado e Jaqueline recebe uma bolada na cabeça. Ela cai de joelhos e Pedro se aproxima dela.
   — Tá bem?
   — Acho que sim — ela diz levantando.
   — Foi mal — pede Thiago do outro lado da rede.
   — Gente — adverte o professor —, tem meninas jogando. Não precisa descer o braço!
Jonas se prepara para sacar e ignora o comentário de Ronaldo, mandando com toda a sua força uma bola para o time de Felipe. Iago recebe a bola meio desajeitado, mas consegue impedir que ela caia no chão. 
   — Não ouviu o que o professor falou? — pergunta Samuel se aproximando de Jonas.
   — Quero ver se acerto o Felipe — responde Jonas dando um sorriso maligno. Samuel revira os olhos e retorna a sua posição a tempo de receber uma jogada de Maísa. Eles se olham através da rede e ele dá um sorriso para ela, que desvia o olhar envergonhada. O time de Felipe é o primeiro a fazer 10 pontos e eles comemoram quando o professor apita.
   — Time 1 venceu!
Jonas bate a bola com força no chão e vai para a arquibancada. Observando a reação dele, Ronaldo diz:
   — Calma, pessoal! É só um jogo.
O time de Felipe e Jonas saem da quadra. 
   — Vamos arrebentar, pessoal! — incentiva Yasmin prendendo o cabelo para entrar em quadra.
   — Eu só tenho uma coisa a dizer — diz Luciana reunindo o grupo. — A gente tem que ganhar de qualquer jeito! 
   — Os times 3 e 4. Quadra!
Yasmin, Isabela, Vinícius, Victor, Graziele e Maria Luíza entram no lado esquerdo da quadra enquanto Luciana, Amanda, Talita, Alexandre, Danilo e Marina do lado direito. 
   — As regras vocês já sabem. O primeiro time que completar 10 pontos vence o jogo. Tirem par ou ímpar para ver quem começa.
Yasmin e Luciana tiram par ou ímpar e a loirinha vence.
   — Começamos — ela fala para o professor e recebe a bola. Luciana revira os olhos e vai para sua posição. Ronaldo apita e Yasmin saca, dando início a partida. Felipe conversa com Thiago sentado em um arquibancada.
   — Cara, o Jonas tava pegando pesado, hein? — fala Thiago.
   — Coisa que eu vou ter medo das bolas dele.
Eles se olham e riem do duplo sentido da frase. Minutos depois, Isabela faz o ponto decisivo do jogo e encerra a partida. Yasmin pula e comemora a vitória.
   — Aê!! — Ela faz uma dancinha com os braços, olhando para Luciana. A morena cai na provocação e passa por baixo da rede, se aproximando de Yasmin.
   — Ri enquanto você tem dentes, porque eu ainda vou quebrá-los.
O sorriso de Yasmin aumenta ainda mais.
   — Duvido que isso aconteça algum dia — diz encarando Luciana. A jovem empurra Yasmin, que devolve o empurrão. Vinícius e Danilo se aproximam das duas.
   — Para, Yasmin — pede Vinícius segurando no braço dela. Ronaldo, caminha até elas, que se encaram.
   — Acho que nenhuma das duas vai querer ir parar na direção logo no segundo dia de aula, não é mesmo?
   — Essa dai que não sabe perder — fala Yasmin com superioridade, deixando Luciana ainda mais enfurecida. — Aceita que dói menos, meu amor.
Ela sorri e se afasta com Vinícius. Victor, que assistia tudo ao lado de Isabela, ri.
   — Só porque eu queria ver alguns puxões de cabelo.

Alguns minutos depois todos os alunos já estão de volta a sala de aula recompostos da aula de educação física. Victor vira para trás para conversar com a namorada.
   — Estava pensando em fazer uma coisa hoje a noite.
   — Dormir? — ela pressupõem rindo.
   — Idiota! Tava pensando em uma coisa pra gente fazer junto.
   — O quê?
   — Eu encontrei uma barraca esses dias lá na dispensa de casa, tava pensando na gente montar no quintal.
   — No quintal? — gargalha Yasmin.
   — Em uma floresta não dá, né!
Yasmin sorri com meiguice. 
   — Ok, eu topo. 
Victor não diz nada e continua olhando para ela.
   — O que foi? — pergunta Yasmin acariciando a mão dele. Ele responde ao contrário do que ela está esperando:
   — Tô vendo essa espinha horrorosa na sua testa.
Yasmin solta a mão dele e toca na espinha em sua pele.
   — Pensei que tivesse escondido com corretivo.
   — Não dava pra ver antes.
   — Então foi na educação física. Depois, quando eu enxuguei o rosto na toalha da Isa deve ter saído um pouco da maquiagem. Tá tão feia assim?
Victor aproxima o rosto do dela.
   — Tá ficando amarela.
   — Afs! 
   — Não ficando aquelas perebas nojentas — ela comenta e começa a rir.
   — Para, seu inútil! 
Victor manda um beijo pra ela e continua rindo. Nas carteiras da frente, Marina e Vinícius conversam com Isabela e Felipe.
   — Que aula a gente vai ter agora? — pergunta Isabela.
   — Não sei — responde Marina. — Não sendo português está ótimo.
   — Por que não português? — pergunta Felipe enquanto faz carinho na mão de Isabela.
   — Eu estou com medo da aula. Eu não sei quase nada de gramática e essas coisas.
   — Relaxa, você vai se sair bem — tranquiliza Vinícius. Felipe pega na mão de Isabela e começa a puxar uma pelinha no dedo dela.
   — Ei! — ela reclama puxando o braço. — Vai tirar pele da sua mão.
Felipe ri e dá um beijo na mão dela.
   — Desculpa, não resisti. 
A professora de inglês entra na sala e os alunos param de conversar. Depois de se apresentar para os alunos novos, Tânia diz:
   — Quero que vocês formem cinco grupos. 
Os alunos começam a se entreolhar, mas a professora logo os corta, dizendo:
   — Os grupos vão ser formados a partir da lista de chamada. Assim os alunos novos podem se misturar e não fica nenhuma panelinha formada. — Ela caminha até sua mesa e remexe em alguns papéis. — Pois bem, o primeiro grupo vai ser formado por: Alexandre, Aline, Amanda, Daniela e Danilo. O segundo: Felipe, Graziele, Iago, Isabela e Jaqueline. O terceiro: Jonas, Laís, Lorenzo, Luciana e Maísa. O quarto: Maria Luíza, Marina, Mayara, Pedro e Samuel.

   — Eca — comenta Malu interrompendo a professora. — Eu vou ter que ficar no mesmo grupo que o Samuel?

   — Me ame menos — fala o garoto atrás dela. Eles se olham e riem.

   — A amizade de vocês me comove — fala Tânia com ironia e sala cai na gargalhada. — E por último: Talita, Thiago, Victor, Vinícius e Yasmin. Se organizem enquanto eu vou pegar a atividade que vocês farão. 

Quando a professora sai da sala os alunos começam a se levantar e arrastar as mesas.
   — E mais uma vez eu vou ficar longe de todo mundo — comenta Marina com mau-humor.
   — Pelo menos agora tem a Malu — diz Isabela puxando a sua mesa para o lado. Marina dá de ombros e fala para Vinícius:
   — Não é justo a Yasmin ficar com você e com o Victor.
Vinícius sorri e se aproxima ainda mais dela.
   — Você fica linda assim, sabia? 
Marina dá um leve sorriso.
   — Vem logo aqui pro fundo, Marina — fala Malu. — A gente não vai te comer, não!
Na frente ficam os grupos de Isabela e Amanda, no meio o de Jonas e no fundo os de Yasmin e Marina. 
   Em seu grupo, Isabela fica sentada entre Felipe e Iago. Ela olha para o garoto percebendo o quanto ele é belo de perto. Em seguida olha para Felipe e sorri para ele, que retribui. Jaqueline faz cara de nojo e Graziele dá um leve sorriso e fala para ela:
   — Inveja é pecado, tá?
   — Do que você tá falando? — pergunta Jaqueline olhando para ela.
   — De você com inveja da Isabela porque ela tá com o Felipe.
   — Aí você acordou, né!
   No fundo da sala, Yasmin observa Lorenzo mais a frente. O deslocamento do jovem em seu grupo é perceptível a todos que veem e ela fica com pena dele.
   — Coitado — fala baixinho. Ao seu lado, Victor escuta e pergunta:
   — Coitado quem?
   — O Lorenzo.
   — Quem?
   — O aluno novo ali — ela diz apontando para Lorenzo com o queixo. Victor olha para o jovem.
   — O que é que tem ele?
   — Ele está super deslocado. Tadinho!
   — Desde quando você se importa assim com os alunos novos?
   — Desde quando o aluno em questão é legal.
Victor dá um leve sorriso e volta a conversar com Vinícius, deixando Yasmin observando Lorenzo. O garoto tenta equilibrar suas canetas, quando elas estão quase ficando paradas, caem pela mesa. Nenhuma outra pessoa de seu grupo percebe e ele dá um leve sorriso solitário. Yasmin gargalha e ele olha para ela. Os dois se olham e ele desvia o olhar rapidamente. Yasmin dá um leve sorriso ao notar que ele ficou vermelho. 
A professora retorna a sala com cinco caixas nas mãos.
   — Nessas caixas — ela fala deixando uma caixa em casa grupo —, estão um quebra-cabeça. Quando montado, ele mostra um ponto turístico de um país de língua inglesa. Vocês irão pesquisar sobre esse país e me entregar semana que vem.
   — Individual? — pergunta Iago.
   — Sim — responde Tânia deixando a última caixa no grupo de Marina. Eles começam a montar os quebra-cabeças. 

Em sua casa, Mel conversa com Chay na sala de estar. 
   — Minha mala já está pronta — ela diz. Chay sorri alegremente.
   — Então está tudo pronto para a minha mulher me acompanhar na abertura da turnê?
   — Sim — responde Mel sorrindo. Ela se senta no colo de Chay e diz: — Pena que eu não vou poder te acompanhar em todos os shows.
   — Mas nós vamos sempre estar ligados.
   — Eu espero.
Chay coloca uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e beija os seus lábios.

Anelise está no banheiro de seu apartamento. Seu cabelo está preso em um coque e ela usa roupas velhas.
   — Ok, vamos lavar essa merda.
Ela joga sabão em pó no chão e coloca um balde sob o chuveiro para molhar o chão. Em seguida começa a esfregar o piso com um vassoura.
   — Essa joça fica escorregadia — diz tomando cuidado para não escorregar. Depois de ensaboar o chão, começa a lavar o vidro do box com uma esponja. O objeto escapa de sua mão e cai no chão a alguns passos dela. Anelise caminha até ele, o apanha e quando vai voltar para terminar de esfregar o vidro, seu chinelo escorrega no chão ensaboado e ela cai.
   — Ai, caramba! — geme de dor no chão. Ela se senta com a roupa toda molhada e tenta se levantar, porém sente uma dor lancinante no tornozelo direito e grita. — Ai! Ai! Ai! — ela respira entrecortado. — E agora o que eu faço? 
Depois de se arrastar até o box, ela se segura no vidro e levanta com dificuldade. 
   — Calma, Anelise — diz para si mesma. — Você consegue!
Ela vai pulando em um pé só apoiada na parede até o corredor. Depois de respirar fundo, vai para a sala e senta no sofá.
   — Deve ter sido só uma torcidinha — diz e tenta girar o pé, mas sente uma dor profunda: — Ai! — ela exclama e lágrimas de dor começam a se formar em seus olhos. — Ai, tá doendo muito — sussurra chorando. Ela pega o seu celular na mesinha de centro e liga para Bernardo apavorada.
   — Oi, Ane — ele diz atendendo. — Se você tivesse ligado cinco minutos antes eu não teria atendido, porque estava com um paciente — sorri.
   — Bernardo — ela chama chorando.
   — Anelise!? O que aconteceu? — ele percebe o pavor na voz dela e se assusta.
   — Eu caí no banheiro e o meu pé tá doendo muito. Muito mesmo! Por favor, Bernardo, me ajuda.

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