Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 91: Adolescentes aproveitam casa noturna e o clima esquenta entre casais


O primeiro táxi para em frente a casa noturna e Felipe, Vinícius e Marina descem. Eles olham para a rua, mas não encontram o outro táxi.
   — O motorista deve estar vindo por um caminho mais longo — fala Felipe em tom de reclamação.
   — A gente entra ou espera eles aqui? — pergunta Marina.
   — Vamos esperar aqui — responde Vinícius. — Lá dentro vai ser difícil da gente se encontrar.
   — Você tem razão.
Felipe pega o seu celular no bolso e Vinícius começa a beijar Marina. Um táxi para próximo a eles, mas nenhum dos três percebe. Isabela, Victor e Yasmin descem do automóvel rindo.
   — Felipe, mais conhecido como a vela mais linda que eu já vi — comenta Isabela caminhando até o namorado. Ele ergue os olhos da tela do celular e sorri para ela.
   — Chegou quem estava faltando.
   — Ai, meu irmão sente a minha falta — Yasmin se aproxima do resto do grupo. Felipe olha para ela com uma cara de descrença e sorri. Victor pergunta:
   — Vamos entrar?
   — Só se for agora — fala Vinícius empolgado. Os seis furam a fila de entrada e entram na casa noturna. A música alta os envolve e eles começam a ficar animados. 
   — Vamos dançar! — fala Yasmin pegando na mão de Victor e o puxando para a pista de dança. Eles começam a dançar ao som de Timber do Pitbull. 
   — Nós não vamos ficar só olhando — fala Marina. — Vem! — Ela arrasta o namorado até a pista e eles se juntos as demais pessoas. 
   — Quer dançar? — pergunta Felipe a Isabela.
   — Vim aqui pra isso — ela responde sorrindo. Os dois vão para a pista e começam a dançar juntos. 

Deitada no sofá de seu apartamento, Anelise tira uma soneca. Bernardo se aproxima dela com uma panela nas mãos e passa um dedo lambuzado de brigadeiro em sua boca. Anelise se assusta e acorda.
   — Quer me matar do coração? — pergunta e sente algo em seus lábios. Ela lambe o brigadeiro e dá um leve sorriso.
   — Da última vez que eu te acordei você falou que eu tinha sido muito rude, que deveria ter sido mais doce. Não vi maneira de ser mais doce do que isso.
Anelise gargalha. 
   — Seu palhaço.
Bernardo senta no chão e apoia as costas no sofá. Anelise começa a acariciar o cabelo dele.
   — Dez dias — fala.
   — Ai seremos oficialmente marido e mulher.
   — Lembro até hoje do dia em que te conheci na livraria.
   — Eu também. Quem diria que ia durar tanto, né?
   — Pois é — concorda Anelise. — Agora estamos noivos, aquele dois pivetes que se conheceram no shopping.
   — E a cada dia eu te amo mais.
Anelise sorri e dá um beijo na nuca dele.
   — Eu também te amo muito! 
Todas as luzes da casa se apagam e Anelise solta um grito de susto. Bernardo levanta e fala:
   — Merda!
   — Será que faltou luz? — pergunta Anelise levantando do sofá. Ela olha na direção da janela e vê o poste aceso do lado de fora do prédio. — Por que tem luzes na rua e nos outros prédios?
O apartamento permanece silencioso e Anelise junta os pontos.
   — Não acredito que você não pagou a conta de luz, Bê!
   — Eu sai com pressa hoje cedo, esqueci de pegar a conta.
   — Só que a conta já tava bem atrasada.
   — Eu sei, Ane, só que as coisas lá na clínica estão atoladas e a minha cabeça fica a mil.
   — Daí você esquece de pagar uma conta tão simples como a de luz? — ironiza Anelise.
   — Por que você não pagou então?
   — Porque essa era a sua obrigação! — lembra Anelise se exaltando. Ela consegue ver apenas a penumbra de Bernardo.
   — Ok, desculpa — ele pede.
   — Agora a gente vai ficar sem luz até amanhã — reclama caminhando para a cozinha. — Eu tinha algumas pesquisas para fazer pro blog, sabia?
Bernardo vai atrás dela.
   — Não vamos brigar por causa disso, Ane.
O cômodo está bem menos iluminado do que a sala e Anelise tropeça na fruteira e cai no chão.
   — Droga! — esbraveja. Bernardo vai até ela e se agacha ao seu lado.
   — Você tá bem? 
   — O meu dedinho está latejando. 
   — Quer que eu dê um beijinho pra passar?
   — Eu ainda estou brava com você, tá bom? 
   — Poxa, Ane — fala Bernardo em um tom seduzente. — O escuro pode ser bom para muitas coisas.
Anelise revira os olhos, mas ele não enxerga. Ela senta e levanta rapidamente.
   — Sem chances! — Começa a caminhar de volta para a sala, pois perdeu a vontade de comer. Bernardo volta a ir atrás dela e a segura pela cintura.
   — Eu posso te fazer mudar de ideia — ele diz no ouvido dela e dá uma mordidinha. Anelise se arrepia e Bernardo percebe. Ele dá um sorriso e empurra o corpo dela contra a parede, prendendo-o com o seu. 
   — Bernardo, eu não quero — ela diz e ambos percebem que é mentira. Ele começa a dar beijos no pescoço dela e Anelise fecha os olhos. Os lábios de Bernardo vão de encontro aos dela e eles começam a se beijar com voracidade. Anelise puxa o cabelo dele enquanto mordisca os seus lábios. Bernardo ergue a noiva do chão e começa a caminhar em direção ao quarto sem interromper os beijos.

Felipe, Marina e Yasmin caminham em direção ao bar. A loira vai dançando atrás dos dois, que abrem caminho entre os corpos que se balançam ao ritmo de Hey Brother do AVICII. Na pista, Isabela continua dançando entre o seu irmão e Victor. Felipe apoia as mãos no balcão e fala para o barman:
   — Seis latas de coca-cola, por favor.
Marina senta em uma banqueta, virada para a pista, e Yasmin encosta as costas no balcão ao lado dela. Do outro lado de Marina, Felipe olha para a pista enquanto espera o barman trazer os refrigerantes. 
Isabela pula cantando a letra da música e Victor se aproxima dela, falando em seu ouvido por causa do som alto.
   — Está empolgada, hein?
   — Quero dançar até esquecer os problemas — responde Isabela erguendo o olhar para enxergar o rosto dele.
    — Acho que eu sei do que você está falando.
   — Se você tá falando do Jonas, sim, você sabe — ela diz dando um leve sorriso.
   — Por que esse cara te incomodada tanto?
   — É meio complexo de explicar. 
   — É complexo ou você não quer? — ele insiste dando um sorriso.
   — Victor? Vamos dançar!
Ele ri e coloca uma mão na cintura dela. Os dois começam a dançar juntos e sorriem descontraídos. Encostados no balcão, Marina, Yasmin e Felipe assistem a dança dos dois. A loira respira fundo e começa a pensar que é nóia da sua cabeça. Quando ela está quase acreditando nisto Felipe diz:
   — Desde quando a Isa e o Victor são tão próximos? 
Yasmin olha para ele.
   — Como?
   — Olha para eles, parece até que está rolando um clima entre os dois.
Marina não consegue segurar e ri. Os irmãos olham para ela e Felipe pergunta:
   — Qual é a graça?
   — Gente, aonde que está rolando um clima entre os dois?
   — Ali — fala Yasmin de maneira óbvia.
   — Eles só estão dançando. Quando você fica de papinho com o Vinícius é a mesma coisa.
   — Claro que não — discorda Yasmin.
   — É porque agora você está no papel de namorada que assiste. 
Yasmin pensa por um momento.
   — É, talvez você tenha razão.
Marina ergue as sobrancelhas em um silencioso "Eu disse". O barman coloca as latinhas sobre o balcão e cada um dos três pega duas. Eles caminham até Isabela, Victor e Vinícius e entregam refrigerante para eles. Felipe passa o braço livre em torno da cintura de Isabela, de certa forma para mostrar a Victor quem é que está com ela. Porém, o loiro nem nota, pois dá um beijo no ombro de Yasmin. Esta olha do namorado para a melhor amiga, Isabela, e dá um leve sorriso, sem acreditar que ficou com ciúmes dos dois juntos. Os seis começam a dançar enquanto bebem o conteúdo de suas latinhas. 
   Em um determinado momento, Felipe fala no ouvido de Isabela:
   — Vamos para um lugar mais vazio?
   — Aonde?
Ele olha para cima, onde várias mesas estão dispostas em um círculo entre as paredes da casa noturna. Isabela segue o olhar dele e vê as mesas.
   — Vamos? — Felipe pergunta. Isabela sorri e assente com a cabeça. Os dois dão as mãos e caminham em direção a escada, que fica localizada ao lado do bar. Eles sobem os degraus feitos de metal e chegam ao primeiro e único andar. Felipe leva Isabela até um canto em que há vários sofás.
   — Lá de baixo não dava para ver esse lugar — ela comenta sentando no sofá de couro preto. 
   — Aqui é mais confortável para conversar — diz Felipe se referindo a música alta, que chega mais fraca no andar. 
   — Só que eu não quero conversar — fala Isabela dando um sorriso malicioso e angelical ao mesmo tempo.
   — Não? — ele finge não entender o que ela quis dizer.
   — Não. Eu prefiro fazer outras coisas.
   — Tipo?
   — Tipo isso — ela diz colocando a mão na nuca dele. Isabela começa a beijar Felipe e ela a puxa para mais perto, fechando os braços em torno da cintura dela. O beijo vai ficando mais intenso, mais ardente e Felipe desce uma mão da cintura de Isabela, acariciando uma coxa dela. Uma calafrio de prazer percorre o corpo de Isabela e ela aperta a nuca de Felipe com mais força, intensificando ainda mais o beijo. Eles começam a ficar ofegantes, mas não separam os seus lábios. A mão de Isabela vai até o cabelo acima da nuca do namorado e ela puxa. Felipe leva as duas mãos a cintura dela e cola ainda mais os seus corpos. A boca dele começa a descer em direção ao ombro dela, beijando todo o caminho. Isabela fecha os olhos e suspira com prazer. Ele permanece beijando o pescoço dela e começa a chupar a pele. Ela, por sua vez, coloca a outra mão nas costas dele, por dentro da camisa e acaricia os seus músculos. Eles voltam a se beijar com volúpia como se estivessem sozinhos. Uma risada alta em uma das mesas, faz Isabela abrir os olhos e se afastar de Felipe. Ofegante, ela diz:
   — Acho melhor eu ir ao banheiro. 
Rapidamente, a jovem levanta do sofá e desce as escadas. Sozinho, no sofá, Felipe respira fundo, tentando controlar a respiração.

Yasmin retoca o batom no banheiro e Isabela se aproxima dela, ainda respirando pesadamente. A loira olha para ela e diz sorrindo:
   — Pelo visto as coisas com o Felipe estão cada vez mais quentes, hein!
   — Muito mais quentes — concorda Isabela apoiando as mãos na bancada da pia. Ela fica alguns minutos respirando fundo, até que diz: — Yasmin, posso te perguntar uma coisa? 
   — O quê?
   — Já passou pela sua cabeça... é... ir mais além com o Victor?
   — Todas as vezes que as coisas começam a ficar mais intensas — a outra responde com sinceridade.
   — É que agora a pouco e o Felipe estávamos nos beijando e foi ficando mais quente, mais quente...
   — E você não ficou com medo de ir mais além — deduz Yasmin.
   — Exatamente. Já aconteceu com você?
   — Ah já. Cada vez que o clima fica assim com o Victor, eu não sinto mais receio de deixar que as coisas vão até o fim. Eu estou até começando a querer ir mais além.
   — O que você vai fazer?
   — Estou pensando em... — Outra ideia passa pela cabeça de Yasmin. — É isso! Isa, você também está nessa mesma situação, né?
   — Aham.
   — Então eu acho que tive uma ideia que vai resolver os nossos problemas.
Isabela franze a testa, sem compreender o que Yasmin quer dizer com essas palavras. 

No quarto de Maria Luíza, ela e Mayara assistem ao filme The Avengers. 
   — O Capitão América é muito gato — comenta Malu mastigando pipoca.
   — Sou mais o Homem de Ferro — opina Mayara enchendo a mão de pipoca. 
   — Uma coisa eu sei que você vai concordar comigo — fala Malu. — A Viúva Negra dá um caldo — ela ri.
   — Caldo? Ela faz a sopa inteira.
As duas riem.
   — Se bem que eu acho a Pepper tão fofa — fala Mayara.
   — Prefiro a Viúva Negra — ri Malu. 

Yasmin e Isabela saem do banheiro.
   — Até daqui a pouco — fala Isabela indo em direção a escada.
   — Até! — Yasmin caminha até o balcão, onde Victor espera por ela.
   — Demorou, hein? — ele comenta passando um braço pela cintura dela.
   — Estava me retocando.
   — Pra que se eu vou borrar tudo mesmo? — pergunta Victor rindo.
   — Pelo menos vai ser por um bom motivo.
Eles riem e começam a se beijar. 

Ainda na pista, Marina e Vinícius dançam. Ela rebola com o corpo colado no dele sem interromper o contato visual que faz com ele. Depois vira de costas e começa a descer até o chão, sem se afastar. Vinícius sorri e depois que ela sobe começa a dar beijos no pescoço dela. Marina inclina a cabeça para trás, expondo ainda mais a pele de seu pescoço a ele. Vinícius dá um chupão que faz Marina estremecer em seus braços. Ela entrelaça os dedos no cabelo dele para mantê-lo ali por mais tempo. Em seguida eles voltam a se beijar com mais voracidade do que antes. 
   — Queria que você pudesse dormir lá em casa hoje, mas como amanhã tem aula os meus pais não deixariam — ela diz no ouvido dele.
   — Então vamos ter que aproveitar o máximo o tempo que estamos aqui. — Eles sorriem apaixonadamente e voltam a se beijar. 

No andar de cima, Isabela e Felipe se beijam mais controladamente do que antes. Ela interrompe o beijo com selinhos e ele passa a ponta do nariz pela bochecha dela. Isabela sorri e dá um beijinho nele. Depois tira o celular de dentro da pequena bolsa que está em seu colo e vê as horas.
   — É melhor nós irmos.
   — Ainda é cedo — discorda Felipe passando a mão no comprimento do cabelo dela.
   — Não para quem tem aula amanhã cedo. No caso, nós. 
Felipe solta um suspiro de tristeza e fala:
   — Ok, vamos chamar o pessoal.
Eles levantam e descem as escadas de mãos dadas. Isabela avista Yasmin e Victor conversando no balcão de bebidas e caminha até eles com Felipe.
   — Gente, vamos embora.
   — Ainda está cedo — fala Yasmin do mesmo modo que Felipe disse.
   — Não para quem tem aula amanhã cedo. No caso, nós — Felipe imita a voz fina de Isabela. Ela sorri e dá um beijo no braço dele.
Victor revira os olhos.
   — O pior é que você tem razão. É melhor a gente ir para que os nossos pais não fiquem pegando no nosso pé.
   — Também — concorda Isabela.
   — Vou lá chamar o Vinícius e a Marina — diz Yasmin tirando um braço dos ombros de Victor. Ela caminha até a pista, indo em direção ao casal que dança. Minutos depois os três voltam e todos caminham em direção a saída. 

Encostada na grade de sua casa, Malu se despede de Mayara.
   — Adorei assistir o filme com você — ela diz dando um abraço na loira.
   — Eu também — concorda Mayara envolvendo a cintura de Malu com seus braços. Elas ficam abraçadas por um tempo a mais que o necessário e quando se soltam ficam com os rostos bem perto.
   — Tenha uma boa noite — diz Mayara dando um beijo no canto da boca de Malu. Ela sorri e começa a caminhar pela calçada em direção a saída do condomínio.
   — Vou ter — fala a morena levando a mão até o ponto em que Mayara encostou os seus lábios. 

Na manhã seguinte todos os adolescentes retornam ao colégio Otávio Mendes para o segundo dia de aula. A maioria dos alunos do terceiro ano A conversam dentro da sala enquanto o sino não bate. Isabela e Victor conversam sobre os super-heróis da Marvel enquanto Yasmin e Vinícius falam animadamente sobre a carreira da banda 30 seconds to mars. Marina mexe distraidamente em seu celular na sua carteira e Felipe se afasta de Isabela para ir até ela.
   — O seu é o 5, né?
   — Hã? — ela pergunta erguendo o olhar. Felipe senta na carteira da frente, que é o lugar de Vinícius.
   — O seu celular é o iphone 5, né?
   — Ah — ela compreende. — Aham.
   — Você compra sempre que sai um novo?
   — Compro. Eu fiquei acampada pra comprar o 4s.
Eles riem.
   — Que louco! Eu enfrentei uma fila gigantesca pra comprar o 5s, mas não cheguei a ficar acampado. 
Marina ri.
   — Eu sei que é demais, mas eu não consigo me controlar. Sem dúvida alguma, eu gasto mais dinheiro com as coisas tecnológicas do que com qualquer outra coisa. Se bem que eu já gastei muito com a minha coleção de Harry Potter. 
Felipe olha para o colar com pingente de pomo do ouro e pergunta:
   — Esse colar faz parte da coleção?
   — Com certeza — ela diz tocando o pingente com os dedos. — Só que esse eu ganhei do meu ex-namorado.
   — Ele era fã igual ao Vinícius? 
   — Não — ela sorri ao responder. 
   — Então, voltando para o lado das tecnologias. Não sabia que você era ligada nessas coisas assim.
   — É, poucas pessoas sabem. Vou te contar uma segredo que eu nunca contei pra ninguém aqui no Brasil — ela diz abaixando o tom de voz.
   — Nem pro Vinícius?
   — Ele não conta, né? — Os dois riem e ela diz: — Eu sou uma hacker. 
   — Sério? — pergunta Felipe de queixo caído.
   — Aham. Já invadi vários sistemas, mas nunca fiz nada de mau, é claro. Sou da paz — ela ri.
   — Como você aprendeu? — ele pergunta curioso.
   — O Brian me ensinou. 
   — Quem é Brian?
   — Meu ex.
   — Ah — ele sorri. — Então não vou mais mexer com você.
Os dois riem.
   — Menos, né? — ela fala. Jonas entra na sala e caminha em direção a carteira de seu melhor amigo, Samuel, que fica no fundo. Quando passa pela carteira de Vinícius bate no pé da mesa e o tampo bate nas costas de Felipe, que se assusta e olha por cima do ombro.
   — Desculpa, tropecei — diz Jonas cinicamente. Ele e Felipe se encaram e Marina observa com curiosidade. Jonas olha de relance para ela e se afasta.
   — Tenho nojo da cara desse moleque — comenta Marina.
   — Você sabe quem ele é? — pergunta Felipe ainda sério.
   — Sei, o ex da Isa. Não gosto dele só por esse motivo, meu santo não bateu com o dele mesmo.
Felipe dá um leve sorriso.
   — Ponto pra você. 
O sinal bate e Felipe levanta.
   — Foi legal conhecer esse seu lado sociável — ele comenta sorrindo para Marina. Ela retribui o sorriso e diz:
   — Estou tentando ser sempre assim agora.
Todos vão para os seus lugares e o professor entra na sala. Yasmin olha para o resto da turma enquanto coloca o seu celular dentro do estojo. Seus olhos avistam Lorenzo, o desenhista que esbarrou nela na escada, e ela sorri ao lembrar do jeitinho tímido dele. 
   — Bom dia, turma — fala o professor. — Meu nome é Luís e eu sou o novo professor de sociologia e filosofia de vocês. Essa aula vai ser de sociologia e nós vamos conversar um pouco sobre um assunto que está gerando bastante polêmica atualmente: abuso sexual de mulheres. A gente sabe que desde muito tempo isso vem ocorrendo na sociedade, mas semanas atrás houve um bum! que foi aquela campanha do Eu Não Mereço Ser Estuprada. Não foi? — Os alunos assentem com a cabeça e ele continua: — Quem nunca ouviu um depoimento de uma mulher que foi encochada no ônibus ou no metro? Por isso eu quero saber a opinião de vocês. — Ele se apoia na mesa. — Alguém quer ser o primeiro a falar? — Yasmin ergue a mão. — Qual é o seu nome?
   — Yasmin.
   — O que você acha sobre esse assunto, Yasmin?
   — Eu acredito que nada justifica um abuso sexual, porque tem alguns caras que falam assim "Ela tava pedindo, tava mostrando tudo". Desde quando a roupa é sinal para isso? Não é porque a mulher está usando um short curto ou uma blusa decotada que ela está pedindo para ser estuprada. Isso é de tamanha ignorância, que chega a indignar.
   — Você levantou um ponto muito interessante, Yasmin, porque ocorre exatamente isso que você falou. Muitos abusadores justificam o ato na roupa que a mulher estava usando. O que é óbvio, não tem razão alguma. Mais alguém?
Jonas levanta a mão.
   — Seu nome?
   — Jonas. — O professor assente e ele começa: — Mas também têm algumas mulheres que parece que pede. Tipo, esses dias eu tava andando de carro com o meu pai e uma guria tava dançando funk na calçada com a bunda virada pra rua. Quando a gente passou ela ainda deu um tchauzinho pra gente. Depois reclama quando acontece coisas desse tipo.
   — Interessante o seu comentário — fala o professor. — Porque muitas vezes a vítima é uma garota como essa. Ela está se mostrando, chega um cara e eles ficam. Só que o homem não quer parar só na ficada e na hora H ela muda de ideia e não quer mais. Aí o cara pensa "Poxa, ela tava se oferecendo e agora não quer?" e aí acontece o que nós já sabemos. Próximo?
Vinícius ergue o braço.
   — Nome? — pergunta o professor.
   — Vinícius.
   — Diga, Vinícius.
   — Um outro lado, professor, é que só pode ser doença esse tipo de ação vinda do homem. Porque o ato só é bom quando as duas pessoas estão sentindo prazer...
   — Esse manja! — fala Samuel do fundo da sala e a turma ri. Luís, o professor, também sorri e fala para Vinícius:
   — Continua.
   — Então, um cara pra sentir prazer transando com uma garota que tá chorando e pedindo pra parar só pode ser doente.
   — Exatamente, Vinícius — concorda o professor. — Mais doente ainda é o homem que abusa de uma criança. Alguém quer opinar sobre isso?
Isabela e Iago, um dos alunos novos, erguem as mãos ao mesmo tempo. Luís olha para os dois e diz para Isabela:
   — Vamos ouvi-lo e depois você, ok?
Isabela assente com a cabeça e olha para Iago, assim como os outros alunos. O jovem diz:
   — Só sendo doente mesmo pra abusar de uma criança, porque é uma criança, ela não tem nem noção do que está acontecendo. É um ser puro, inocente, só sendo maluco pra sentir prazer abusando de um ser assim.
   — Verdade — apoia o professor. — Como é o seu nome mesmo?
   — Iago — responde o menino de estatura média.
   — E você? — pergunta Luís olhando para Isabela.
   — Isabela. Eu concordo exatamente com o que o Iago disse, porque a criança é inocente, sabe? Uma coisa é você sentir atração por uma mulher, agora por uma criança? Isso é um completo absurdo! Pior ainda é quando esse abuso ocorre dentro de casa, sendo feito pelo tio, pelo avô, ou até pior, pelo próprio pai.
   — Muito bom esse assunto que você levantou — diz Luís. — O abuso doméstico. Quem quer falar sobre isso?
Aos poucos, cada aluno vai expondo sua opinião.

Anelise acorda, e ainda com os olhos fechados, passa a mão pela cama, encontrando o espaço vazio. 
   — Ele já foi trabalhar — conclui abrindo os olhos. Ela levanta, faz sua higiene matinal e vai para a cozinha. — Uau! — exclama ao encontrar a mesa já posta. Sobre as frutas há um bilhete, que Anelise pega e lê em voz alta: — Quando você acordar, o que já deve ter acontecido, porque você está lendo esse bilhete... — Ela ri. —, a luz já vai ter voltado. Só pra comprovar, deixei a luz acesa. — Olhando para a lâmpada, ela comprova que é verdade. — O café caprichado foi um jeito de eu pedir desculpas. Te amo!
Anelise sorri e dá um beijo no papel.
   — Também te amo.

Solitária na sala de jantar, Mel toma o café da manhã. Ela conversa através do whatsapp com a diretora de marketing da grife MelPhia e com sua parceira, Sophia. Chay entra no cômodo com pressa e pega uma maçã enquanto diz:
   — Bom dia, amor.
   — Bom dia — Mel sorri para ele.
   — Perdi o horário, tenho uma reunião marcada com a gravadora daqui a vinte minutos. Preciso voar até lá. — Ele caminha até ela e dá um selinho seco em seus lábios. — Te amo, tchau.
A saída de Chay é tão rápida quanto sua entrada e Mel diz melancolicamente:
   — Não deu nem tempo de eu dizer que já arrumei minha mala pra turnê.

O sino bate, encerrando a aula de Luís e ele sai da sala após se despedir dos alunos. Victor olha para trás e fala para a namorada:
   — Nossa, adorei a aula dele.
   — Eu também. Ele é um ótimo professor. 
O professor de educação física entra na sala.
   — Bom dia, turma! — ela fala empolgadamente um pouco mais alto do que o necessário. 
Os alunos novos se espantam e Marina sussurra pra Vinícius:
   — Ele é sempre assim?
   — Hoje ele está até falando baixo — ele comenta virando para trás. Marina ergue as sobrancelhas e fala consigo mesma:
   — Meu Deus, vou sair surda daqui.
   — Então, pessoal — fala o professor aumentando o tom de voz. — Hoje nós vamos lá para quadra fazer uma maratona só para eu conhecer o estilo de vocês e identificar onde cada um tem mais facilidade e dificuldade. Vamos lá?
Os alunos levantam e seguem o professor até o ginásio. Eles descem as escadas, passam pelo pátio principal e vão para o ginásio poliesportivo. 
   — Formem um círculo, por favor!
Todos fazem um círculo no centro do ginásio e o professor fica no meio.
   — Estou vendo que tem alguns alunos novos, por isso vou me apresentar. Meu nome é Ronaldo, ok? Sou formado em educação física e dou aula faz seis anos, sendo metade nesse colégio. Como estou vendo que nem todos vieram de tênis — ele fala olhando para os pés dos alunos —, não vou ser tão crítico na avaliação e nem exigir muito de vocês. Quando vocês tiverem o horário certinho quero todos de tênis, ok? Não veio de tênis, perdeu ponto e não participa das aulas. Bom, o circuito se baseia em pular obstáculos, fazer três cestas, pular corda e por último uma partida de vôlei. Podem fazer uma fila e no meu comando começar.
Os alunos fazem o que o professor manda e o circuito começa. Depois que todos fazem duas vezes todos os exercícios, eles começam a partida de vôlei. Quatro times mistos são formados, sendo Jonas e Felipe líderes de dois deles. Os times dos dois entram na quadra para disputarem. 
Yasmin respira fundo e fala para Isabela:
   — Espero que não dê merda.
   — Não vai dar — torce Isabela.


Comentários

  1. O que falar desse capítulo? Foi simplesmente genial! Faz tempo que você não escreve capítulos assim #confesso. Matou várias saudades desses seus leitores aqui: ChaMel, capítulo grande, colégio e Belise. Falando de Belise, o que foi essa cena hot dos dois? Perfeita demais! Se a primeira cena quente deles já foi assim, imagine a lua de mel? kkk Gostei muito da aula de sociologia, tratou de um tema bastante sério. Enfim, você lacrou com esse capítulo! Queremos muito mais assim. Beijos, Rê!

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  2. Obrigada por esse comentário maravilhoso! Beijos.

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  3. Achei demais!!! Belipe foi super fofo, gostei da aproximação de Marina e Felipe.

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  4. Ai adorei o capítulo agora falta vc colocar a primeiro vez de belipe e yasvic. mais eu estou ansiosa mesmo para a primeira vez de belipe tá na cara q já passou da hora de acontecer

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  5. Cara ... AMEI!!!!!! tudo lindo... Adorei de colocar cenas de ciumes entre YasVi e BeLipe!!!!!!! AMEI BeLise Cena HOT!!!!!!
    Tomara que o Felipe arrebente com o Jonas!!!!!! Quero que ele morra no fogo do inverno...kkkkkkk!!!!! sqn,né? coitado!! mas que ele merece uma liçao,MERECE!!!!!!
    #esperandoproximocapitulo #maiorcomentario HUMOR:feliz!!!!!:3

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  6. Mds deu imagine è muito bom acompanho toda dia . Bj Renata

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  7. Maravilhoso!!!!!!
    Rê quantos anos vc tem??

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  8. Nossa mt bm...fikei um tempo sem ler e agr ki to terminando de ler mts capitulos...toh adorando Rê S2

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