Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 86: Vinícius fica mexido com algo dito por Marina

Os olhares de Yasmin, de Vinícius e de Felipe acompanham os movimentos de Jonas fuzilando o adolescente. O professor caminha até a porta da sala e coloca a cabeça para fora. Os alunos olham para ele com curiosidade e até os três mudam o seu foco.
   — Acho que não vai mais entrar ninguém — diz Marcelo fechando a porta com um sorriso no rosto. — Continuando. Eu sou o Marcelo, professor de física de vocês. 
   — Já vamos começar com física? — fala Yasmin baixinho para Victor.
   — Física é de boa. Eu gosto — ele responde para o espanto dela.
   — Acho que a física dos Estados Unidos é diferente da que a gente aprende aqui — ela fala rindo. A risada de Yasmin sai mais alto do que ela espera, chamando a atenção do professor e dos alunos a sua volta.
   — Pelo visto já começou o ano animada, né Yasmin? — ele fala olhando para ela.
   — Tem que ser, né? — rebate a loira.
   — Então não irá se incomodar de ser a primeira a se apresentar.
   — Me apresentar? Pra que isso, professor? Todo mundo aqui já se conhece. 
   — Eu não conheço esse garoto que está na sua frente, por exemplo. 
Yasmin solta um suspiro e diz:
   — Eu sou Yasmin e tenho 15 anos. 
   — Quem vai ser o próximo? — pergunta o professor. A sala permanece em silêncio por um tempo, até que Jonas ergue o braço. Todos olham para ele, que diz:
   — Meu nome é Jonas, tenho 16 anos. 
A maioria das meninas olham de uma maneira diferente para ele, ao contrário delas, Isabela nem vira a cabeça na direção dele. 
   — Quem vai ser o próximo? — repete Marcelo.
   — O meu nome é Felipe e tenho 16 anos — fala o adolescente sentado atrás de Isabela.
   — Espero que o senhor permaneça assim esse ano, Felipe — fala o professor.
   — Não entendi — responde Felipe.
   — Espero que você permaneça comportado.
Os alunos que já conhecem Felipe riem, inclusive ele. 
   — Quem se candidata? — pergunta Marcelo analisando a turma. Dessa vez ninguém fala nem faz nada. — Qual é, pessoal? Vocês já se conhecem. Vamos fazer o seguinte, vou perguntar por fileira. — Ele caminha até a primeira fileira, do lado oposto a porta. — Se apresente, senhorita.
   — O meu nome é Laís, tenho 16 anos.
   — A de trás.
   — Eu sou a Maísa, tenho 17 anos. 
   — Fez esse ano ou vai fazer 18? — pergunta Jonas do outro lado da sala. Maísa olha para ele com o rosto queimando e responde:
   — Fiz 17 esse ano.
   — Legal — fala o professor. — Próxima.
Uma garota de cabelos castanhos até a cintura limpa a garganta e diz:
   — Meu nome é Aline e tenho 16 anos.
   — Muito bem, Aline, resolveu sentar na frente esse ano?
   — Claro, professor. Não pretendo ficar de recuperação de novo — ela fala rindo.
Marcelo ri e aponta para um garoto de cabelo loiro escuro e pele pálida.
   — Você.
   — Meu nome é Iago e tenho 15 anos.
   — Um bebê — brinca um garoto ao lado de Yasmin no fundo. Ele e Jonas riem e trocam um olhar cúmplice.
   — Samuel — repreende o professor. 
O garoto ergue os braços acima da cabeça.
   — Desculpinha, professor. 
Iago ignora o comentário de Samuel e continua olhando para o professor. Marcelo aponta na direção de Victor. 
   — Você é novo, né?
   — Sim. Me chamo Victor e tenho 16 anos.
   — Você veio de que colégio, Victor? — pergunta Marcelo.
   — Eu morava nos Estados Unidos com os meus pais. Estudava em um colégio lá. 
   — Ah, entendi — diz Marcelo se lembrando das características que foram faladas dos filhos de Arthur e Lua. — Me falaram que você tem uma irmã gêmea, né? Quem é?
Victor olha para Marina, que diz:
   — Eu. — Ela está sentada atrás de Vinícius, na terceira carteira da segunda fileira da porta.
   — Já já chegou aí — fala Marcelo. — Você já se apresentou, Yasmin — ele olha para a carteira ao lado dela. — Se apresente, Samuel.
O garoto de cabelos negros e boca avermelhada, diz:
   — Meu nome é Samuel, tenho 17 anos.
   — Reprovado — cantarola Malu na frente dele. Samuel dá um chute na cadeira de Malu, que gargalha.
   — Você, senhorita.
   — Meu nome é Maria Luíza, mas todos me chamam de Malu, tenho 16 anos.
   — Você, ruivinha. 
   — Meu nome é Graziele e tenho 16 anos — fala Grazi na frente de Malu. O professor caminha para a carteira da frente, dizendo:
   — Você já se apresentou, Felipe. Agora é você, Isa.
Isabela olha pelo canto do olho para Jonas e nota que ele está olhando para ela. Ao mesmo tempo consegue sentir o olhar de Felipe em suas costas, transmitindo uma energia positiva. 
   — Meu nome é Isabela e tenho 15 anos — diz suavemente. 
   — Você — Marcelo diz apontando para a menina na frente de Isabela. No fundo da sala, carteiras atrás da menina, Victor espreme os olhos tentando se lembrar de onde a conhece.
   — Meu nome é Amanda e tenho 16 anos. 
Mesmo sabendo o nome dela nenhuma memória vem a cabeça de Victor. O professor rodeia a fileira para começar a perguntar o nome dos demais.
   — Vamos fazer o seguinte? Agora vocês vão se apresentando um atrás do outro, ok? Começa, Talita.
   — Meu nome é Talita e eu tenho 17 anos. 
   — Reprovada — cantarola Malu novamente. Atrás de Talita, Vinícius diz:
   — Meu nome é Vinícius, tenho 16 anos.
   — Agora sim chegamos na irmã do Victor — fala Marcelo se aproximando da mesa de Marina. — Seu nome?
   — Me chamo Marina, tenho 16 anos. 
   — Thiago, 16 anos — fala o garoto atrás de Marina quando o olhar do professor cai sobre ele.
   — Me chamo Pedro, tenho 16 anos.
Ao lado de Samuel, na última carteira da fileira, uma garota loira diz:
   — O meu nome é Jaqueline e tenho 16 anos.
Victor observa o perfil dela, tentando se lembrar de onde já viu aquele rosto. Ao lado dela, na última carteira da fileira da porta, outra garota chama a atenção de Victor ao se apresentar.
   — Meu nome é Luciana, tenho 16 anos.
   — Da onde eu conheço esse povo? — ele se pergunta baixinho. 
Na frente de Luciana, o garoto que esbarrou em Yasmin na escada, diz:
   — Meu nome é Lorenzo e tenho 15 anos — diz com sua voz fraca. Yasmin olha para ele, dos pés a cabeça e solta um sorrisinho ao ver que a capa do caderno dele é do Capitão América. 
   — Seja bem-vindo, Lorenzo — fala Marcelo simpatizando com o garoto. Em seguida dá um passo na direção da carteira de Mayara. — Como se chama a senhorita sem relógio?
A loira sorri e fala:
   — Me chamo Mayara, tenho 18 anos. 
   — Super reprovada — cantarola Malu e elas sorriem uma para outra. 
   — Você — fala o professor caminhando até a carteira da frente.
   — Me chamo Daniela e tenho 16 anos — fala a jovem de cabelos curtos na altura da nuca.
   — Jonas já se apresentou — fala Marcelo passando reto pela carteira do garoto. — Por último você, Alexandre. Fala o seu nome e idade.
   — O meu nome você já falou, né professor? — fala o jovem com cabelos compridos até os ombros. A turma ri e ele completa: — Tenho 16 anos.
Marcelo sorri e caminha na direção do quadro branco.
   — Agora que todos já estão apresentados, vamos falar do conteúdo que irá ser aplicado durante esse bimestre.
Os alunos soltam um suspiro de desânimo e Marcelo começa a desenvolver sua primeira aula. 

Após três aulas, eles são liberados para o intervalo. Alguns alunos permanecem na sala, conversando entre si, e outros saem pelos corredores. Enquanto se levanta, o olhar de Yasmin cai sobre um dos alunos novos, Lorenzo. O adolescente permanece sentado em sua carteira e lê uma história em quadrinhos.
   — Bem cara de nerd — ela pensa em voz alta. Victor, que está ao lado dela, pergunta:
   — Do que você tá falando?
A loira sacode a cabeça.
   — Nada de interessante — responde.
Os dois caminham até Marina, Vinícius, Isabela e Felipe, que estão agrupados em torno da mesa de Isabela.
   — Vamos comer alguma coisa? — propõem Marina. — Tô morrendo de fome.
   — Pode morrer — comenta Yasmin e a morena lança um olhar cortante em sua direção.
   — Vamos — apoia Isabela. — Eu também estou com fome.
Os seis caminham até a porta. Yasmin e Victor saem um do lado do outro, Marina e Vinícius abraçados e Felipe com o braço em torno dos ombros de Isabela.
   — O que achou da nossa sala? — pergunta Felipe para ela.
   — Ah, poucos alunos entraram, então não vai ser muita coisa diferente do ano passado.
   — Discordo. Acho que muita coisa vai ser diferente do ano passado.
Isabela dá um leve sorriso.
   — Sei que você tá falando do Jonas.
   — Que bom — rebate Felipe sem rir com ela. Isabela volta a ficar séria e para no corredor. Os outros quatro continuam caminhando rumo a lanchonete, mas o casal fica para trás. Isabela fica na frente de Felipe e olha nos olhos dele enquanto diz:
   — Quero te pedir uma coisa.
   — O quê?
   — Não deixa o Jonas acabar com tudo o que a gente construiu nas férias.
Felipe não diz nada e continua olhando para ela, que prossegue:
   — Nem o Jonas, nem ninguém. Eu estou notando o jeito que as pessoas estão olhando para a gente. Todas com curiosidade de saber se a gente está ou não junto. Isso me incomoda muito!
   — Por quê? — pergunta Felipe curioso.
   — Eu não gosto do jeito que olham para mim. Parece que esperam que eu fiquei dependente de você assim como eu era com o Jonas. Eu não vou e nem quero voltar a ser assim.
Felipe acaricia o rosto dela.
   — Você não vai voltar a ser aquela Isabela. 
Ela fecha os olhos e os seus braços envolvem os ombros de Felipe.
   — Te amo muito!
   — Eu também — ele fala dando um beijo no topo da cabeça dela.

Mayara e Malu conversam sentadas em um banco no pátio do segundo andar. 
   — Por um momento pensei que você não viria — fala Malu.
   — Eu sigo um ditado: Antes tarde do que nunca.
Elas riem.
   — Percebi. 
   — Mas falando sério, estou adorando esse colégio.
   — Daqui a um mês você já vai estar mudando de ideia.
   — Se você continuar estudando aqui, aposto que não.
Malu sorri e responde:
   — Fico feliz de ouvir isso.
   — Se quiser eu posso dizer muito mais — provoca Mayara.

Marina e Vinícius dividem um salgado sentados em um banco no térreo.
   — Até que estou gostando daqui — ela comenta. — Achei que seria pior.
   — Tudo que você faz ao meu lado fica melhor — diz Vinícius rindo. Marina também ri e responde:
   — Como você é engraçado — ironiza. 
   — O que achou do pessoal da nossa sala?
   — Ah, boa parte eu vi nas festas da fazenda. Então parece que eu meio que conheço todos.
   — Sei. 
   — Eu tenho uma coisa pra te perguntar.
   — O quê?
   — Os alunos podem se beijar?
Vinícius sorri e se aproxima dela no banco.
   — Vê se isso responde a sua pergunta. — Ele dá um beijo nela. Em seguida, Marina sorri e diz:
   — Acho que sim.
Eles riem e percebem que alguns alunos olham para eles.
   — Tem certeza que pode? — pergunta Marina. — Por que tão olhando para a gente?
   — Não estão olhando por causa do beijo. Não diretamente. Estão olhando porque foi a gente que se beijou. Tipo, o filho da Mel e do Chay e a filha da Lua e do Arthur.
   — Ah! — exclama Marina. — Vou ter que me acostumar com isso, porque lá nos Estados Unidos não tinha isso. 
   — Posso imaginar.
   — Quando olhavam para mim e para o Brian enquanto a gente se beijava era porque a maioria achava fofo o capitão do time de futebol com a capitã das líderes de torcida. 
   — Vocês eram o casal perfeito, né?
   — Sim — responde Marina sem pensar. Depois olha para Vinícius e completa: — Quer dizer, não perfeitos, perfeitos.
    — Entendi o que você quis dizer. Relaxa! — ele pede, mas Marina não vê sinceridade na frase.

Felipe e Isabela chegam na lanchonete e veem Yasmin e Victor comendo em uma mesinha. 
   — Nem parece que eles namoram, né? — comenta Isabela. — Os dois não se beijam, se abraçam, quase não se tocam.
   — Aqui na frente das pessoas, né? 
Eles riem. 
   — Vou no banheiro, ok? — informa Felipe. — Pede um pão de queixo para mim.
   — Tá.
Felipe vai para o banheiro e Isabela se aproxima do balcão para pedir. Instantes depois ela permanece no mesmo lugar, esperando os salgados esquentarem. Sente uma mão percorrer as suas costas e sorri, pensando ser Felipe o dono da mão. Sua pele chega a se arrepiar com o toque.
   — Quanto tempo — diz Jonas no ouvido dela. Isabela se assusta e gira rapidamente, ficando cara a cara com o seu ex-namorado. Ela engole em seco e respira ofegante enquanto troca um olhar profundo com Jonas.

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