Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 58: Último dia de festa agita os jovens
Imagine ChaMel - Filhos
Minutos depois, Yasmin passa pela grande porta do casarão e enxerga Isabela sentada em um dos sofás com um tablet nas mãos. Felipe foi jogar videogame com Thiago e deixou a jovem na sala.
— Oi — Yasmin diz sentando ao lado da amiga.
— Oi! — Isabela responde sem tirar os olhos da tela. Yasmin continua olhando para Isabela, até que a menina vira o rosto para encará-la, perguntando:
— O que foi?
— Contei — sussurra Yasmin.
— Contou o quê? — pergunta Isabela confusa.
— Contei pra Marina que eu coloquei amendoim no mousse dela.
Isabela arregala os olhos.
— E ela?
— Ameaçou se vingar — conta Yasmin tranquilamente.
— Você não ficou com medo? — A pergunta de Isabela faz a loira gargalhar.
— Medo? Da Marina?
— Eu ficaria. Se você foi capaz de adulterar o doce dela, por que ela não seria capaz de fazer alguma coisa contra você?
— Porque ela não é louca de tentar algo contra mim. Eu mato ela e o Victor também!
Isabela franze a testa, sem entender.
— O Victor também? — ela repete. Yasmin pensa em algo para desconversar, mas não tem tempo de dizer nada pois Victor sai do corredor e entra na sala.
— Fez? — ele pergunta diretamente a Yasmin. Ela confirma com a cabeça, sentindo o olhar curioso de Isabela. — Vem cá!
Victor caminha para a cozinha e Yasmin vai atrás dele, deixando Isabela com expressão de intensa curiosidade.
— Do que eles estão falando?
Victor e Yasmin passam pela cozinha e vão para o quintal. Ele para sob um guarda-sol de praia ao lado da piscina. Yasmin se aproxima e ouve ele perguntar:
— Como ela reagiu?
— Ela falou que eu ia pagar.
Victor sorri.
— Bem a cara dela.
— Se ela fizer alguma coisa contra mim eu não vou ficar quieta, estou te avisando.
— Ela não vai fazer nada.
— Acho bom!
Victor puxa Yasmin para mais perto, segurando em um dos braços dela.
— Fico feliz por você ter assumido o que fez.
— Eu fiz isso por você.
— E a sua consciência? Não ficou pesada?
Como estão bem próximos, os dois falam bem baixo. Yasmin responde:
— Não, quer dizer, na hora que ela começou a passar mal eu fiquei preocupada, mas depois vi que ela não ia morrer por isso.
Victor ri e passa os braços pela cintura de Yasmin, colando o corpo dela no seu.
— Você é má.
— Não exagera!
— Eu não sou o mocinho da história e não vou cobrar que você seja, mas não faz nada contra a Marina, ok?
— Não faço nada de graça, se fiz o que fiz foi porque ela me provocou — se defende a loira.
— Tudo bem, não vamos discutir mais sobre isso.
Yasmin sorri e passa a mão na lateral do rosto de Victor.
— Pensei que fosse te perder por causa da idiota da Marina.
— Você nunca vai me perder — garante Victor. — Só quiser.
— Essa é a última coisa que eu quero — sussurra Yasmin. — Já me acostumei a ter um idiota irresponsável na minha vida.
Victor ri.
— Que bom! — Ele encosta o nariz na bochecha de Yasmin com suavidade e dá um beijinho no canto da boca dela. Yasmin leva uma mão a nuca dele e busca a sua boca, os dois começam a se beijar. Victor para o beijo com selinhos e abraça Yasmin com força.
— Ah, tenho uma coisa para te dar — ele diz depois de alguns minutos em silêncio. Eles se soltam e Victor coloca a mão no bolso, pegando algo. Yasmin observa o movimento dele e vê um pequeno anel vermelho sair do bolso dele.
— Quero que você use isso hoje a noite — pede Victor exibindo o anel na palma de sua mãe.
— Um anel?
— Sim, pra você usar na minha festa.
— É de compromisso? — indaga Yasmin sem saber se fica feliz ou incomodada com isso. Victor sorri e responde:
— É só um anel para você usar na minha festa. Eu nunca te daria um anel de compromisso.
Yasmin tem a sensação que jogaram em seu corpo um balde de água fria e percebe que gostaria que aquilo fosse um anel de compromisso.
— Como?
Victor nota que se expressou errado e completa:
— Eu não te daria um anel de compromisso porque acho isso muito clichê, não que você não mereça ou algo do gênero. Quando chegar o momento vou te dar uma coisa que somente nós dois teremos para representar o nosso namoro.
Yasmin dá um leve sorriso e pega o anel da mão dele.
— Vou colocar logo agora. — Ela encaixa o anel fininho no seu dedo anelar e estica a mão para ver como ficou. — Até que ele é bonitinho, igual a você.
— Então pra você eu sou apenas bonitinho? — pergunta Victor sorrindo.
— É — Yasmin gargalha. Victor coça o queixo e diz:
— E você até que é gostosinha.
— Gostosinha é o car*lho!
Victor ri.
— Bonitinho é o car*alho — ele corrige. Os dois riem e se beijam novamente.
— Estava com saudades das nossas zoações — diz Yasmin.
— Eu também!
Ele abraça ela novamente e eles voltam a se beijar.
Durante a tarde, Victor fala para todos os convidados irem vestidos com roupas brancas para a festa e Marina conta para Vinícius o que Yasmin fez. Por volta das nove horas da noite os convidados começam a transitar pela área destinada a festa. Graziele e Malu terminam de se arrumar em um quarto.
— Ai, amiga, me ajuda! — pede Graziele com voz chorosa.
— O que foi? — pergunta Malu terminando de calçar os sapatos de salto alto brancos.
— O Thiago não falou comigo o dia todo.
— E daí?
— Eu acho que estou com saudades dele.
Malu ergue a cabeça para encarar o rosto da amiga.
— Saudades do Thiago?
Graziele confirma com a cabeça, ficando envergonhada.
— Vocês já ficaram alguns dias sem se falar antigamente e você nem lembrou da existência dele.
— Como você disse, isso foi antigamente.
Maria Luíza gargalha.
— Você tá apaixonada por ele!
— Para com isso, Malu!
— Não é verdade?
— Um pouco — sussurra Graziele.
— Então por que vocês não ficam logo?
— Porque ele só quer ficar.
— Que eu me lembre você também não quer nada sério agora — diz Malu.
— Não queria, mas se for só uma ficada com ele vai ficar muito estranho o clima entre a gente.
— Então deixa eu ver se entendi. Você quer namorar com o Thiago por que não quer que fique um clima estranho depois da ficada? Isso não faz o menor sentido!
— Não é só por isso, é que eu comecei a cogitar a ideia de namorar, mas só se for com ele.
Malu ri novamente.
— Ele vale o sacrifício?
— Acho que sim. — Graziele fica com uma expressão entristecida. — Acontece que ele não quer namorar, nem comigo nem com ninguém.
— Fazer o quê? — Malu dá de ombros.
— É esse conselho que você me dá? Eu esperava mais!
— Ok — diz Malu jogando o cabelo para trás. — Vamos lá! Se o Thiago não quer namorar com você, o que eu posso fazer?
— Me dá um conselho! É isso que amigas costumam fazer.
Malu revira o olhos e em seguida respira fundo.
— Se eu fosse você falaria com ele, contaria todos os meus sentimentos e tentaria achar um jeito para que eu não me magoasse.
— Eu não vou confessar para o Thiago que gosto dele! — diz Graziele emburrando a cara. Malu ergue as sobrancelhas, dizendo:
— Por quê?
— Ele se acha, isso só seria mais um motivo para elevar o ego dele.
Malu bufa.
— Você prefere ficar aí vendo o garoto pegar todas, podendo namorar com ele?
— Ele não quer namorar comigo — diz Graziele lentamente, pronunciando cada palavra com bastante ênfase.
— Duvido! — discorda Malu.
— Ele falou, Malu!
— Faz ele mudar de ideia então.
— Como eu faria isso? — pergunta Graziele não vendo nenhuma solução para o seu problema. Maria Luíza dá um sorriso travesso, amadurecendo sua ideia.
No casarão Yasmin e Isabela saem do quarto e vão para a sala, deixando Marina sozinha no quarto. Enquanto elas se aprontavam, nem Yasmin nem Marina disseram nada e como percebeu o clima tenso no ambiente, Isabela preferiu ficar com a boca fechada também. As duas amigas chegam à sala e encontram Vinícius sentado no sofá com o celular nas mãos e os olhos fixos na tela. Todos os três estão vestidos com roupas brancas, Yasmin com um vestido longo e todo fechado na frente com um decote em V nas costas até sua cintura; Isabela com um short de alfaiataria e uma regata por dentro; e Vinícius com uma bermuda jeans e uma camisa polo. As duas completaram o look com sapatos de salto alto da cor nude, Isabela usando um com a ponta arredondada e Yasmin um clássico scarpin, que desapareceu sob o vestido, já Vinícius colocou com um sapatênis bege.
Elas sentam em um sofá e Vinícius olha para Yasmin.
— A Marina me contou o que você fez.
Yasmin, que já está cansada de ouvir comentários sobre a sua atitude, revira os olhos e não diz nada.
— Como você pôde? — pergunta Vinícius sem acreditar.
— Depois te passo a receia! — Yasmin levanta do sofá e sai porta afora. Vinícius olha para a irmã e diz:
— Ela ainda se acha no direito de ficar brava.
— Acontece que esse assunto já rendeu demais — explica Isabela com calma.
— O que ela fez foi muito grave, Isa.
— Eu sei, mas ela já pediu desculpas a Marina. Isso que importa, não é?
Vinícius dá de ombros, ainda chateado com a amiga.
Se equilibrando em seu salto alto, Yasmin desliza pelo jardim e vai para a lateral do casarão. Ela observa os outros convidados e olha para o céu.
— Ainda bem que o tempo melhorou.
Um leve brisa passa por ela, mas não chega a causar frio. Caminhando com tranquilidade, vai até a mesa de bebidas e serve um copo com refrigerante.
— Afogando as mágoas? — diz Malu sorrindo ao se aproximar. Yasmin olha para e retribui o sorriso.
— Não tenho mágoas para afogar.
— Ui, poderosa!
As duas riem e Malu se serve com caipirinha.
— Cadê o aniversariante do dia? — pergunta a Yasmin.
— Deve estar se arrumando.
— Já deu o seu presente à ele? — Malu não esconde o tom malicioso na voz. Yasmin ri novamente com tranquilidade.
— Não esse que você está pensando.
— Uma pena! — diz Malu rindo e bebericando a caipirinha. Yasmin olha para a pista de dança e vê algumas mesas no interior, encostadas nas paredes laterais.
— Você já viu o que tem naquelas mesas? — pergunta para Maria Luíza.
— Ainda não — responde Malu seguindo o olhar da loira. — De longe parece alguns acessórios.
— Até agora não entendi porquê ele pediu para a gente vir de branco.
— Deve ser para pedir paz! — Elas gargalham novamente.
— Victor e paz não combinam na mesma frase — diz Yasmin ainda rindo.
— Quem sou eu para discordar de alguém que o conhece tão bem?
— Você está cheia das gracinhas, né!
— Eu sou uma gracinha! — rebate Malu gargalhando.
Surge na sala do casarão Felipe, usando uma camisa com decote arredondado e uma calça jeans, as duas peças brancas. Ele caminha até o sofá e senta ao lado de Isabela.
— Você não ficou chateada por eu ter ido jogar videogame com o Thiago, né? — pergunta colocando uma mão na coxa direita dela.
— Ainda bem que você tocou nesse assunto — diz Isabela adotando um tom de voz mais sério. — Eu não quero que você pense que eu sou daquelas garotas possessivas. Acontece que eu estou de TPM, então eu fico mais intensa, sabe? Mais chorosa, mais brava, mais romântica, foi isso. Não quero dizer pra você o que você tem que fazer, não quero agir contigo do jeito que o Jonas agia comigo.
Felipe aperta a perna de Isabela.
— Ei, calma! Eu sei que você não é uma garota possessiva. E é bom saber que você só agiu assim por causa da TPM aí.
Isabela sorri, ficando aliviada.
— Pensei que você tivesse achado que eu sou louca.
— Eu já acho isso faz tempo.
Os dois gargalham e Felipe puxa Isabela para um beijo.
Em um dos quartos, Victor termina de se arrumar, olhando no espelho. Ele passa a mão no cabelo loiro, confere o zíper da calça, abotoa os botões da camisa, deixando os dois primeiros abertos e fica encanado com a sua boca. Depois de passar a mão várias vezes em seus lábios, reclama:
— Essa p*rra não fica menos rosa? Parece até que eu passei batom. — Ele observa os lábios. — Parece que ficou mais rosa ainda.
Victor sai incomodado do quarto e caminha pelo corredor, dando meio volta em um certo ponto.
— Perfume! — ele se lembra e volta correndo para o quarto. Minutos depois, sai do quarto perfumado com o seu perfume favorito. Chegando na sala encontra com Vinícius, Isabela e Felipe.
— E aí, povo, preparados para a melhor festa?
— A melhor festa foi a minha — discorda Felipe.
— Não, foi a minha — opina Vinícius.
— Por que a gente teve que se vestir de branco? — pergunta Isabela.
— Ano novo ainda não chegou — zoa Felipe. Victor dá um risada irônica e responde a Isabela:
— Pra ser divertido.
— Divertido? — ela repete sem entender.
— Vamos lá para fora e vocês vão sacar do que eu tô falando.
— A Marina ainda não apareceu — diz Vinícius.
— Problema é dela — Victor dá de ombros rindo. Marina sai do corredor e dá um tapa atrás da cabeça dele.
— Isso é pela consideração.
Victor passa a mão no cabelo, dizendo:
— Eu passei um tempão arrumando o meu cabelo, sabia?
A sua irmã ri e se aproxima de Vinícius.
— Perdeu tempo, porque continua a mesma merda.
— Merda é a sua cara — rebate Victor.
— Mas vocês são gêmeos! — observa Isabela.
— Bivitelinos — diz Marina. — Ainda bem, se não eu seria parecida com esse tosco aí.
— Sabia que existe gêmeos bivitelinos que se parecem? — pergunta Vinícius guardando o celular no bolso.
— Não é o nosso caso — diz Victor. — Graças a Deus!
Felipe e Isabela riem.
— Vamos ou não para a festa? — pergunta Isabela ficando em pé.
— Cadê a Yasmin? — questiona Victor notando a ausência da namorada.
— Não! — ralha Marina. — A minha falta pouco importa, agora da loira insuportável é outra coisa.
Victor gargalha.
— Ciúmes irmãzinha?
— Ciúmes é o car*lho! Eu tô morrendo de raiva daquela filha da...
— Olha a boca! — censura Felipe. Marina revira os olhos e começa a caminhar para a saída do casarão. Victor vai atrás dela e a abraça por trás.
— Coisa insuportável da minha vida.
— Me solta, você tá amaçando a minha blusa — ela diz tentando se libertar dos braços de Victor.
— Por que você não colocou um vestido? — pergunta Victor ficando ao lado da irmã. Os outros três vêm logo atrás.
— Porque eu não quis.
— Grossa! — acusa Victor.
— Você.
— Nojenta.
— Você.
— Imbecil.
— Você — repete Marina.
— Gostosa.
— Obrigada.
Victor começa a rir.
— Cadê o você?
— Não sou falsa, querido.
— Então eu não sou gostoso? Fiquei magoado agora — dramatiza Victor. Isabela, Felipe e Vinícius riem atrás dele atravessando o jardim.
— Só falei a verdade — diz Marina rindo.
— Tem quem goste — rebate Victor enquanto Marina continua rindo.
— Quem?
— A Yasmin, por exemplo — ele responde sem pensar.
— Opa! Será que hoje rola uma recaída? — pergunta Felipe rindo.
— Nem morto! Hoje eu quero pegar todas — desconversa Victor.
— Nos últimos dois dias você não ficou com ninguém, né? — comenta Isabela.
— Você que não viu! — rebate Victor. Eles chegam no local da festa, que já está cheia de convidados. A pista de dança ainda não foi liberada, estando vazia. O DJ já está em sua mesa, tocando algumas músicas.
— Ok, agora vamos começar o agito! — diz Victor, saindo caminhando na direção da pista de dança. Ele passa pela fita que impede a entrada dos demais e vai até a mesa do DJ.
— Empresta o microfone aqui!
O DJ entrega o microfone para ele.
— Boa noite, galera! — anuncia tendo a voz amplificada. Os adolescentes se aproximam da pista, ficando atrás da fita. — Antes de liberar a pista, eu quero explicar uma coisa pra vocês. Eu pedi para todo mundo vir de branco, pra deixar as coisas muito mais divertidas. — Vendo as caras confusas dos convidados, ele continua: — Aqui nessas mesas — ele aponta para as mesas encostadas nas paredes — têm tintas neon para roupa, cabelo, maquiagem e tudo mais. — Os jovens vibram. — Os copos e as outras coisas também são fluorescentes, então quando as luzes especiais se acenderem tudo vai brilhar. Peguem os sprays e pintem os outros e se deixem ser pintados. Ah, não vale jogar tinta inapropriada no rosto do pessoal, né? É isso aí, galera! Vamos curtir a neon party!
Todos gritam e Victor devolve o microfone ao DJ, em seguida solta a fita e os convidados se espalham pela pista. Uma música eletrônica começa a tocar e Felipe se aproxima dele.
— Uau! Essa ideia foi genial.
— Eu sei! — gargalha Victor. — Cadê o pessoal?
— Estão todos nas mesas, pegando as coisas.
Eles riem e são atingidos por um vento de tinta azul. Os dois olham para as camisas brancas que ficaram com manchas azuis. Isabela se aproxima com um spray azul na mão, sua blusa já está tingida de rosa e amarelo.
— E aí, amores!
Vinícius se aproxima deles com uma gravata verde e a blusa pintada de vermelho e laranja.
— Gente, essa festa vai ser demais!
Marina solta um grito de empolgação se aproximando dos quatro. Ela está com um chapéu amarelo na cabeça e sua calça e blusa pintadas com várias cores.
— Vocês estão muito brancos ainda — diz olhando para Victor e Felipe. — Vou dar uma ajudinha!
Ela aponta um spray rosa e pinta parte das calças dos dois. Yasmin se aproxima com um spray e um batom em uma das mãos e um chapéu azul na outra. Ela joga tinta em todos, misturando tinta roxa as outras já nas roupas deles.
— Está só no começo, mas eu já estou amando! — diz enquanto coloca o chapéu na cabeça de Victor. Ele passa um braço em torno da cintura dela e os outros quatro observam o movimento.
— Pelo visto a noite vai ser boa — diz Isabela rindo e jogando tinta azul em Graziele que passa por eles. — O que é isso na sua mão? — pergunta à Yasmin.
— Um batom! — responde a loira, entregando o objeto a amiga. — Parece um vermelho normal, mas fica fluorescente com a luz negra.
Isabela olha para a boca da amiga, que já está com o batom e destampa o item.
— Você não beijou ninguém suspeito, né? Não quero pegar nada! — ela ri, mas fala sério. Victor se segura para não rir também e Yasmin responde:
— Só beijei caras gatos e limpos.
Ela aperta o ombro de Victor, onde se apoia. Isabela passa o batom e guarda em um dos bolsos do short.
— Está borrado aqui! — Felipe segura o rosto dela em suas mãos e limpa o batom. Eles se mexem no ritmo da música, mas não dançam como os outros a sua volta.
— Que fofo! — diz Vinícius rindo.
— Por que eu não arrumo um namorado assim? — questiona Yasmin rindo. Victor também ri, assim como os demais.
— Nós não somos namorados — lembra Isabela.
— Ainda — completa Felipe.
— Ui! Qual será o primeiro casal a começar a namorar? — pergunta Marina. — Eu e o Vini ou vocês dois?
Victor e Yasmin trocam um olhar e ele beija o pescoço dela. Os outros nem percebem a carícia.
— Vão ficar aí parados mesmo? — pergunta Malu se aproximando deles.
— Nem pensar! — responde Yasmin começando a dançar com a amiga. Todos dançam ao som de Burn de Ellie Goulding.
— Você viu a Graziele? — pergunta Malu se aproximando de Yasmin para ela ouvir.
— Não, por quê?
— Estou dando umas dicas para ela deixar o Thiago louco.
— Louco em que sentido?
— Louco de tesão, desejo, o que você preferir.
As duas riem e continuam dançando.
— Mas eu pensei que ele já estivesse na dela — comenta Yasmin.
— Está, mas só para pegação, ela quer namorar.
— Ai a p*rra ficou séria! — gargalha Yasmin.
— Me ajuda encontrá-la?
— Claro! — grita Yasmin em resposta. — Vamos lá!
As duas se afastam de Victor, Felipe, Isabela, Vinícius e Marina e começam a procurar Graziele.
Após Burn começa a tocar Hey Brother do AVICII e Isabela canta a letra. Ela e Felipe cantam um para o outro e se divertem. No refrão, ele puxa o corpo dela para mais perto e a beija. Isabela cruza os braços em torno dos ombros de Felipe e aumenta a intensidade do beijo. Ela volta a cantar e se afasta um pouco para dançar e pular.
— Ainda bem que eu coloquei um short, quero dançar até me acabar hoje! — grita para Felipe.
— Vamos ser os últimos a sair — concorda Felipe.
Eles são atingidos por tinta laranja e Isabela desenha um coração no peito de Felipe com o spray azul.
— Te amo!
— Eu sei — gargalha Felipe. Isabela revira os olhos e é puxada por Felipe para mais perto dele.
— Seu bobo!
— Todo seu — sussurra Felipe próximo aos lábios dela. Eles voltam a se beijar e ele aperta a cintura de Isabela, colando o corpo dela no seu.
Ao lado de Isabela e Felipe, Marina e Vinícius dançam bem juntinhos e começam a se beijar. Ele acaricia as costas dela e ela aperta a nuca dele. Um garota passa por eles e joga tinta amarela nos dois e em Victor que está bem próximo. O loiro olha para o casal que volta a se beijar e gira, procurando por Yasmin.
— Tantas garotas dando mole, mas cadê a MINHA garota?
Ao pensar em Yasmin, Victor tira um pequeno objeto do bolso.
Do outro lado da pista, próximo a uma mesa, Yasmin e Maria Luíza conversam com Graziele.
— Você já falou com ele? — pergunta Malu.
— Ainda não, ele tava dançando com o Marco Antônio e com umas gurias lá.
— Ele estava ficando com uma delas? — indaga Yasmin.
— Ah, ele tava abraçado numa lá, mas não vi beijo nem nada — responde Graziele.
— Então você ainda tem chances.
— O que eu faço?
— Peraí! — diz Malu pegando algo na mesa. — Se aproxima dele e tenta passar isso nele de forma sensual.
— O que é isso? — questiona Graziele.
— Uma tinta para pele, passa no rosto dele — responde Malu.
— Ai, gente, não vou conseguir fazer isso.
— Olha e aprende! — Yasmin toma a tinta das mãos de Graziele e caminha até Victor. A ruiva e Malu ficando observando. Yasmin se aproxima de Victor, dançando.
— Vou fingir que vou te beijar, mas não retribui, ok?
— Tá — responde Victor sem entender. Ela apoia uma mão na cintura dele e eles começam a dançar juntos. Victor puxa Yasmin para mais perto, passando um braço em torno da cintura dela.
— Não me beija — repete Yasmin.
— Estou te beijando por acaso?
Eles riem e Yasmin dá um tapa no peito de Victor.
— Idiota! — ela abre a tinta e mergulha um dedo no potinho. Depois passa na ponta do nariz de Victor, olhando nos olhos dele de maneira intensa.
— Não sei se vou conseguir não te beijar.
— Nem ouse! — ela sussurra passando mais tinta nele, agora na bochecha. Victor sorri e passa tinta no queixo de Yasmin, eles se olham profundamente. Quase do lado deles, Graziele e Malu fingem dançar para prestarem atenção na performance de Yasmin com Victor. A loira continua dançando colada em Victor e começa a dar beijos no pescoço dele.
— Yasmin, não provoca! — pede.
— Shiu!
Victor segura Yasmin com mais firmeza e beija o pescoço dela. Vendo que eles estão quase ficando na frente de todos, ela o empurra.
— Mais tarde a gente continua.
Victor continua segurando Yasmin, impedindo o afastamento dela.
— Fica aqui comigo, amor — pede sussurrando.
— Me solta, eu tenho que ir!
— Por que a gente não assume logo?
— O trato era que depois das festas a gente ia contar. Hoje é o último dia, mais longe já esteve.
Victor sorri e beija a testa dela.
— Te adoro!
— Eu também, muito!
Eles se olham e Yasmin volta a se aproximar de Malu e Graziele.
— Viu como é? — pergunta a loira para Graziele. — Simples e com grande resultado.
— Pra você é fácil — diz Graziele. — Você já ficou com o Victor e tem a maior intimidade com ele.
— Vai dizer que você não tem intimidade com o Thiago?
— Um pouco.
— Um pouco nada — discorda Malu. — A gente foi criados todos juntos, vocês se conhecem muito bem.
Graziele revira os olhos e pega o pote de tinta das mãos de Yasmin.
— Seja o que Deus quiser! — Ela se afasta e vai em direção a Thiago.
Thiago está dançando com Marco Antônio, um jovem do colégio dele, e algumas garotas. Ele está bem próximo a uma delas e a garota acaricia o braço dele. Graziele se aproxima e segura em um braço de Thiago, fazendo ele olhar para ela.
— O que é? — ele pergunta secamente. Engolindo a insegurança, Graziele responde:
— Eu quero falar com você.
— Estou dançando.
Graziele demora alguns segundos para responder, sentindo o peso das palavras de Thiago esmagar o seu peito.
— Thiago — ela sussurra olhando no olhos dele. Thiago olha para a garota ao seu lado, que observa ele e Graziele, e volta a olhar para a ruiva.
— O que você quer? — ele pergunta ainda com rispidez, mas com uma doçura nos olhos.
— Você — responde Graziele sem pensar. — Digo, conversar com você.
Ele dá um leve sorriso e pega na mão dela.
— Aonde você vai? — pergunta a garota.
— Eu já volto — responde Thiago sorrindo para ela. Graziele não gosta da resposta e solta a mão de Thiago, caminhando para fora da pista de dança. Ele vai atrás dela e eles param no gramado ao lado de uma mesa vazia.
— Peraí! — diz Thiago puxando um braço de Graziele. — O que você queria falar comigo?
Graziele coloca o potinho de tinta sobre a mesa e desabafa:
— Eu passei o dia todo pensando em você, nesse gelo que você tá me dando e quando finalmente chego para falar contigo você tá de gracinha com aquela garota.
— Peraí, Grazi, só preciso esclarecer uma coisa: Você não é nada minha, não é minha namorada, não é nem minha ficante. Não tem o mínimo direito de ficar chateada por eu estar dançando com a menina.
Graziele engole em seco.
— Você tem razão. Não sou nada sua e nem vou ser!
Ela tenta se afastar, mas Thiago segura seu braço novamente.
— Você vai ficar brava comigo por causa disso?
— Você está me ignorando o dia todo, Thiago. O dia todo!
Thiago ri sem o mínimo humor.
— Cara, ontem na festa da Marina eu fui até você, falei que tava gostando de você e o que você fez? Me deixou lá plantado.
— Por que eu não quero só ficar e você sabe disso.
— E eu não quero namorar e você sabe disso.
— Tudo bem, Thiago, já entendi tudo. Eu fui uma idiota quando comecei a gostar de você, mais idiota ainda quando me iludi pensando que poderia acontecer algo entre nós. Volta lá para aquela garota, que é o melhor que você faz.
Graziele se solta e começa a caminhar em direção a casa em que os outros hóspedes estão, mergulhando na semi-escuridão. Ela anda por um caminho feito de pedras brancas, por entre o gramado, se segurando para não chorar. Ouve passos atrás de si e olha sobre o ombro para ver quem é.
— Dá pra me deixar sozinha? — perguntando encarando Thiago.
— Só quero te perguntar uma coisa — ele diz se aproximando dela.
— Que coisa?
Um vento passa por eles, fazendo Graziele ficar arrepiada.
— Por que você é assim?
— Assim como?
— Tão complexa, tão complicada, tão divertida, — ele vai abaixando o tom de voz conforme se aproxima dela — tão linda, tão companheira... tão você.
Thiago coloca uma mão na nuca de Graziele e olha para os lábios dela.
— Não, Thiago, eu não quero — ela sussurra em resposta e se solta. Depois de trocar um rápido olhar com ele, Graziele vira as costas e volta a caminhar. Thiago vai atrás dela e a abraça por trás, dando um beijo em sua nuca.
— Eu posso ficar com várias garotas, mas sempre irei querer beijar a sua boca.
— Que legal ouvir isso — ironiza Graziele empurrando os braços dele em uma tentativa de se soltar. — Agora me solta!
— Só depois que você me der um beijo de boa noite — sussurra Thiago no ouvido dela.
— Eu não vou ficar com você só por ficar.
— Só um beijo, Graziele.
— Um beijo pode melhorar tudo — ele argumenta.
— E estragar também. Me solta!
— Se você quer assim! — diz Thiago soltando Graziele. Ela olha para ele e diz:
— Volta para a aquela morena.
— Prefiro ruivas.
— Procura na pista que você encontra — ela se faz de desentendida.
— Você quer que eu seja direto? Ok! Eu prefiro você.
— Agora, depois que a gente ficar você não vai nem lembrar que eu existo.
— Claro que não, Grazi! A gente vai voltar a ser amigos.
— Não vai voltar ser a mesma coisa! — Graziele eleva a voz.
— Nunca ouviu falar em amizade colorida?
— Amizade colorida é legal quando os dois se sentem bem com isso, eu não me sentiria.
Thiago suspira e passa a mão no cabelo.
— Faz o que você quiser então, mas não enche mais meu saco quando eu estiver com outra.
A frase dita por ele deixa Graziele indignada.
— Eu enchi o seu saco? Ah, vai se ferrar, Thiago!
— Você ficou com ciúmes.
— Fiquei mesmo, confesso! Confesso também que sou uma idiota por gostar de um garoto estúpido como você.
— Eu não sou estúpido!
— É, sim, é um estúpido, idiota, imaturo, galinha e otário!
— E com todos esses adjetivos ótimos — ele ironiza —, você gostou de mim.
Graziele fica sem ter o que dizer e Thiago continua:
— Eu não quero namorar, nem com você nem com ninguém. Só que eu gosto de você e quero muito ficar contigo!
— Essa discussão idiota não vai nos levar a lugar nenhum. Vou dormir que eu ganho mais!
Graziele volta a caminhar e Thiago fica observando ela se afastar.
Na pista de dança, Felipe curte e joga tinta nas pessoas a sua volta. Já está com o cabelo pintado de azul, a ponta do nariz de vermelho e as roupas coloridas. Ele aproveita a festa sozinho enquanto Isabela caminha para a mesa de bebidas. A adolescente se aproxima e serve um copo com refrigerante.
— Coca-Cola para o Felipe e para mim... — ela pensa por um momento e pega uma garrafa de vodka. — Não deveria beber, mas só uma garrafa não vai fazer mal.
Minutos depois, todos dançam na pista e Isabela pula com um copo de uísque na mão. Além da garrafa de vodka, ela ingeriu outras bebidas sob o olhar de reprovação de Felipe.
— Quando você bebe, você perde o juízo, Isa — ele disse vendo a quase namorada beber um copo de caipirinha.
— Hoje é o nosso último dia aqui na fazenda. Vamos nos permitir! — ela diz abrindo os braços.
— Você pode aproveitar muito, mas sem beber. Eu mesmo não bebi quase nada.
— Mas eu não sou você!
Felipe bufa e recebe um jato de tinta do spray que está nas mãos de Isabela.
— Hoje eu quero curtir como se não houvesse amanhã!
— Essa curtição toda não dando merda, está ok — diz Felipe baixinho.
— O que você disse? — pergunta Isabela gritando.
— Nada — responde Felipe. — Nada demais.
Isabela começa a cantar e pula ao som da música eletrônica enquanto Felipe finge estar empolgado, porém esconde a preocupação com ela.
Ai ainda bem q vc voltou a postar estava com muita saudade desse imagine
ResponderExcluirNossa ke bm ke voltou...amei o cap. De hj :)
ResponderExcluirVolta a por o Victor doente pfv para a yas cuidar dele
ResponderExcluirVolta a por o Victor doente pfv para a yas cuidar dele
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