Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 52: Adolescentes se divertem em touro mecânico

Imagine ChaMel - Filhos

Enquanto conversa com sua irmã, Marina, Victor lança alguns olhares na direção de Yasmin e Vinícius, que permanecem juntos no sofá ao lado.

   — Eu não sei o que eu faço — continua Marina, sem perceber a falha na atenção de Victor. — Eu amo o Vinícius, mas nunca fui de ficar correndo atrás de menino, não vai ser agora que eu vou fazer isso. 

Victor volta a olhar para ela e diz:

   — Por que você correria atrás dele? 

   — Eu já disse isso — ela reclama, mas responde novamente: — Porque ele não quer falar comigo sobre o assunto do verdade ou desafio, não hoje que é a comemoração do meu aniversário. 

Victor balança a cabeça.

   — Entendi. 

   — O que eu faço? — pergunta Marina.

   — Eu acho que você deve puxar ele em um canto e conversar, mesmo que ele não queira. Vocês não podem ficar brigados justo no dia da sua festa. 

   — É, acho que você tem razão — admite Marina. 

   — Eu sempre tenho razão — sorri Victor. Ela sorri também e diz:

   — Vou esperar dar mais um tempo, se até a hora da festa ele não chegar em mim, eu vou até ele. 

   — É. 

Marina olha para o sofá em que Vinícius conversa com Yasmin. 

   — Agora ele ainda fica conversando com aquela piriguete. 

   — Não fala assim dela! — censura Victor. 

   — Nossa, calma! — pede Marina sorrindo. — Eu pensei que agora vocês fossem só amigos. 

   — E somos, só que eu não quero que você trate a Yasmin nesses termos. 

Marina dá de ombros. 

   — Ok. — Ela fica um tempo em silêncio, depois diz: — Sabe o que eu tava pensando?

   — Não leio pensamento — fala Victor dando um sorriso. 

   — Besta! Eu tava pensando que eu tenho que arrumar uma pessoa para poder falar mal da Yasmin. 

   — Hã? — Victor fica sem entender. 

   — Tipo, não existe ninguém para falar mal da Yasmin comigo. Olha, a Isabela é a melhor amiga dela, o Felipe é o irmão, o Vinícius é um dos melhores amigos dela também, você é caidinho por ela...

   — Eu não sou caidinho por ela — interrompe Victor. 

   — Que seja — Marina dá de ombros e continua. — A Graziele é uma mosca morta, parece uma Isabela mais sem sal ainda, se bem que a Isabela foi legal comigo hoje — ela pensa em voz alta. — Enfim, continuando, o Thiago é meio fechado, até hoje não entendi qual é a dele e a Malu, que é mais louca e bocuda, o que poderia ser muito legal se ela falasse mal da Yasmin, também é amiga dela. 

   — Pra você ver como a Yasmin é querida. 

Marina coloca um dedo na boca, fingindo forçar um vômito. 

   — Eca! 

Victor ri.

   — Será que vai demorar pra sair o almoço? — ele pergunta. — Estou com fome. 

   — Acho que não — opina Marina. — A gente acordou tarde, já já sai a comida. 

Eles mudam de assunto, agora falando da festa de mais tarde, e continua conversando. 

No outro sofá, Yasmin e Vinícius continuam conversando com empolgação. 

   — Cara, tá muito frio hoje — reclama Yasmin. 

   — A fazenda fica no alto, é mais frio mesmo — diz Vinícius. 

   — Vou ter que repensar na roupa que vou usar mais tarde — diz Yasmin em tom de lamentação, fazendo Vinícius rir.

   — Nada de vestidinhos curtos de piriguete.

   — Eu não estou usando roupa de piriguete. 

   — Uhum — ironiza Vinícius. 

   — Posso confessar uma coisa? — pergunta Yasmin mudando o rumo da conversa.

   — Fala. 

   — Eu tô feliz da gente estar tendo esse papo agora. Fazia tempo que nós não conversávamos sozinhos. 

Vinícius passa um braço em torno dos ombros de Yasmin.

   — Verdade — ele concorda. — Mas não importa quanto tempo nós ficamos sem nos falar, nós sempre vamos ser amigos. 

Yasmin sorri e dá um beijo na bochecha dele.

   — Fofo. 

Ao lado, Marina e Victor observam e se mordem por dentro de ciúmes. 

Os minutos passam e Mel entra na sala.

   — Vamos almoçar, povo!

   — Graças a Deus — diz Felipe levantando do sofá. 

   — Morto de fome — brinca Isabela. 

   — Sou mesmo — concorda Felipe rindo. Os dois vão abraçados para a cozinha. Vinícius e Yasmin levantam e ela vai até a estante para pegar o carregador do seu celular. Victor finge amarrar o cadarço do tênis para ficar para trás com ela. Marina e Vinícius vão em silêncio para a cozinha. Quando se vê sozinho na sala com Yasmin, Victor vai até ela, que está conectando o carregador na tomada. 

   — Até que enfim eu consigo falar com você — ele diz. 

Yasmin deixa o celular carregando e olha para o namorado.

   — Até agora a gente não tinha se falado, né? 

   — Não, você ficou com o Vinícius o tempo todo. 

Yasmin sorri e puxa Victor pela jaqueta para perto.

   — Ficou com ciúmes, é? — ela pergunta colocando as mãos no cós da calça dele. 

   — Claro que não — mente Victor. Yasmin sorri e diz:

   — Eu sei que você mente muito bem, mas eu sei também reconhecer quando você está mentindo. 

   — E? 

   — E que agora você mentiu — ela conclui rindo. — Ficou, sim, com ciúmes de mim com o Vinícius. 

   — Tá — assume Victor. — Pode ser que eu tenha ficado um pouco incomodado.

   — Nós somos só amigos, amor. 

Victor paralisa com um sorriso no rosto.

   — Você me chamou do quê? 

   — Você já me chamou de amor, só estou retribuindo. 

   — Você fica tão linda dizendo isso — ele sorri apaixonadamente. 

   — E você fica tão lindo quando dá esse sorriso bobo. 

Victor puxa Yasmin para mais perto e entrelaça as mãos na costas dela por dentro do longo casaco. Eles começam a se beijar. 

   — Ai que nojo — Yasmin interrompe o beijo. 

   — O que foi? — pergunta Victor assustado. 

   — A gente acabou de ter um momento cheio de romance. 

Victor gargalha. 

   — Você tem razão. 

   — Jura pra mim que nós não vamos mais ficar melosos desse jeito?

   — Eu não me garanto. Quando estou perto de você não respondo por mim. 

Yasmin se segura para não dar um sorriso apaixonado.

   — Mas eu me garanto. Nós nunca seremos um casal tipo Isabela e Felipe, Deus me livre!

   — Isabela e Felipe é mais fofo do que eu consigo aguentar. 

   — Eu não quero ser assim — diz Yasmin com firmeza. 

   — Nem eu, nós nascemos para viver entre tapas e beijos. 

Yasmin gargalha. 

   — Essa é a nossa música. 

Como Victor foi criado nos Estados Unidos e seus pais não apresentaram para ele Zezé Di Camargo e Luciano, ele não conhece a música. 

   — Que música? 

   — Ah, esqueci que você é um boy american. Tem uma música que se chama entre tapas e beijos. É assim — ela começa a cantar — Entre tapas e beijos é ódio, é desejo, é sonho, é ternura. Um casal que se ama até mesmo na cama, provoca loucuras. E assim vou vivendo, sofrendo e querendo esse amor doentio. Mas se volto pra ele, meu mundo sem ele também é vazio.

 Victor cola ainda mais o corpo de Yasmin no seu.

   — Ainda prefiro Who You Love. 

   — My boy, he ain't the one that I saw coming. And some have said his heart's too hard to hold — ela cantarola um trecho que se identifica. 

   — Essa música parece que foi feita para a gente. 

   — Olha a melação — diz Yasmin entre risos. 

   — Estou compensando o tempo que só pude ficar te olhando de longe — justifica Victor. 

   — Foram alguns minutos, Vi, não exagera. 

   — Vi? — repete Victor rindo.

   — É — afirma Yasmin. — Vi. 

   — O que você viu? — ele não consegue controlar a crise de risos e solta Yasmin. Ela observa Victor gargalhar e ri também. 

   — Viu como eu não sei ser fofa? — ela diz se aproximando dele novamente. 

Victor recua para se apoiar no sofá e responde entre os risos:

   — Eu "vi". — Ele gargalha compulsivamente. Yasmin volta a rir também. Depois de uns minutinhos rindo descontroladamente, Victor consegue parar. 

   — Posso me aproximar? — pergunta Yasmin sorrindo. — Já é seguro? 

Victor continua sem fôlego e não diz nada, somente puxa Yasmin pelo braço para perto de si. 

   — Você tá chorando de rir, Victor — diz Yasmin enxugando as lágrimas que se formam nos cantos dos olhos dele. Victor dá uma leve risada, ainda se segurando para não gargalhar de novo. 

   — Você é muito retardado, de verdade — comenta Yasmin. Ele dá de ombros, ainda sem fôlego para fala alguma coisa. Yasmim completa: — Mas eu gosto de você mesmo assim.

Victor sorri e Yasmin aproxima o rosto do dele para beijá-lo, mas ele desvia. 

   — O que foi? 

   — Estou sem fôlego para isso. 

Yasmin sorri e dá um selinho nele. Eles continuam abraçados, apenas trocando um olhar intenso. Mel retorna a sala.

   — Desculpa atrapalhar, meninos — ela diz. — Mas estão perguntando por vocês. Quase que a Sophia veio chamá-los, mas eu me meti pois já imaginava que vocês estariam namorando. 

   — Valeu — agradece Yasmin e solta Victor. 

   — Vamos almoçar — diz Mel indo para a cozinha. 

   — Vem! — Yasmin pega na mão de Victor e o arrasta para a cozinha. No corredor, ele encosta ela na parede. 

   — Eu deveria ter te beijado aquela hora, agora vai saber quando nós vamos ficar sozinhos de novo. 

Yasmin sorri e olha em direção a cozinha para ter certeza que ninguém está vindo de lá.

   — Perdeu a chance, playboy — ela sorri e continua a caminhar para a cozinha. Victor abraça ela por trás e beija a sua nuca.

   — Só amizade — lembra Yasmin se soltando dos braços dele. Victor revira os olhos e entra atrás dela na ampla cozinha. 

Após o almoço, os adolescentes resolveram ir pegar um Sol para se esquentarem. Os seis sentaram na margem da floresta, onde Marina e Isabela conversaram anteriormente. Felipe e Isabela dividem um tronco, Marina e Victor outro e Yasmin e Vinícius um terceiro. 
   — Nós vamos ficar aqui torrando até que horas? — pergunta Marina. 
   — Se está incomodada, pode voltar para o casarão — rebate Yasmin. 
   — E ficar lá sozinha?
Yasmin dá de ombros e não diz mais nada. Marina fala depois de um momento de silêncio, assustando os demais.
   — Tive uma ideia!
   — Matar todos nós do coração? — sugere Victor levando uma mão ao peito. Eles riem e Marina responde:
   — Eu e os meus pais preparamos uma surpresa para os convidados, mas era só para mais tarde. Como a gente não tem nada pra fazer, acho que a gente poderia aproveitar a surpresa. 
   — Que surpresa? — pergunta Isabela. 
   — Vamos lá que você veem com os próprios olhos. 
Eles levantam e seguem Marina de volta ao casarão. Enquanto caminham, Isabela passa a mão no bumbum de Felipe para limpar a calça dele. 
   — Vingança — ela sorri para ele. Felipe puxa Isabela para um abraço.
   — Se você quiser se vingar mais vezes, eu não me importo.
Eles sorriem e se beijam. Marina passa pela entrada do casarão e vai para a lateral onde está montada a festa. Nas duas noites anteriores, mesas foram colocadas no centro e ao fundo foi colocado uma pista de dança, grande parte da área não fora usada. 
Nessa manhã, reorganizaram a decoração, as mesas foram instaladas na parte mais afastada, ao leste do casarão, a pista de dança permanece no mesmo lugar e a frente dela, onde estava as mesas, foi montado uma enorme tenda transparente. Dentro da tenda há vários brinquedos infláveis, entre eles: piscina de bolinha, cama elástica, pirâmide de escada, guerra de cotonete e touro mecânico.
Os adolescentes passam pela entrada da tenda de queixo caído.
   — Uau! — exclama Isabela. 
   — Não é incrível? — pergunta Marina com empolgação. 
   — É demais — concorda Vinícius. 
   — Acho que nós podemos brincar com um deles — diz Marina. 
   — Só um? — lamenta Victor.
   — Agora, né? — responde Marina. — O resto só mais tarde. 
   — Qual nós vamos escolher? — pergunta Felipe. 
   — Eu quero o touro mecânico — diz Yasmin. 
   — Eu também — concorda Victor.
   — É — apoia Felipe.
   — Ok, então vamos para o touro mecânico — Marina bate o martelo. — Vou lá chamar o carinho que liga. — Ela diz e sai da tenda. 
   — Gente, estou encantada — comenta Isabela olhando todos os brinquedos. 
   — Estou me sentindo uma criança no parque diversões — Yasmin ri. 
   — Falando em parque de diversões — diz Felipe —, aquilo ali no fundo e um carrinho de pipoca e um de algodão doce? 
Todos olham na direção indicada por Felipe. 
   — Ai, meu Deus! — exclama Isabela em êxtase. — Eu amo algodão doce. 
   — Claro que ama — concorda Vinícius. — Lembro até hoje da primeira vez que nós viajamos de avião e você queria abrir a janela pensando que as nuvens eram algodão doce. 
Eles gargalham. 
   — Eu era criança — se defende Isabela. 
Marina volta com um senhor de meia idade. 
   — Vamos? — ela chama os outros e corre até o touro mecânico. 
Eles rodeiam a parte inflável em que o touro está colocado. 
   — Pode entrar o primeiro — diz o senhor com a voz rouca. 
   — Eu! — Marina tira a bota, sobe na plataforma inflável e no touro mecânico. Ela segura bem firme a corda e diz:
   — Pode ligar. 
O touro mecânico é ligado. No início ele se move lentamente, depois aumenta a velocidade e Marina escorrega, soltando um gritinho. 
   — É mole demais — zoa Victor. Ela levanta e arruma o cabelo. 
   — Quero ver você fazer melhor. 
   — Fechado — Victor tira o tênis, entra e sobe no touro mecânico. Marina desce e fica observando com os outros. O touro é ligado novamente e começa a girar. Victor se segura, mas a medida que a velocidade cresce, sua mão vai escorregando. Segundos depois, ele já está estirado no chão inflável. 
   — Quem vai ser o próximo? — ele diz levantando. 
   — Eu quero — diz Yasmin com empolgação. 
   — A gente poderia fazer uma competição, né? — sugere Isabela. — Quem dura mais tempo. 
   — Vamos fazer em dupla! — completa Felipe. 
   — Boa — concorda Marina. — Eu fico com o Vini — ela diz sem lembrar que eles estão brigados. 
Ninguém diz nada e eles ficam em um silêncio constrangedor. O senhor que opera o touro fica sem entender, mas não diz nada. 
   — Agora já falou — diz Isabela. — Eu fico com o Felipe, a Marina com o Vinícius e a Yasmin com o Victor. 
   — Os três casais — Felipe se diverte vendo o constrangimento dos outros. 
   — Casais de amigos — corrige Yasmin. 
   — Vamos começar a disputa? — pergunta Isabela. 
   — Vamos — apoia Vinícius. 
Eles tiram os sapatos, ficando apenas de meia. A primeira dupla a subir é Isabela e Felipe. Ele sobe no touro e estica o braço para ajudar Isabela.
   — Vou cronometrar, hein! — avisa Yasmin pegando o celular.
Felipe olha para o senhor e diz:
   — Pode ligar. — Isabela envolve a cintura dele com os braços e ele segura a corda com força. O touro começa a girar. Depois de segundos, a velocidade já está bem elevada, mas eles continuam firmes. 
   — Eu vou cair — avisa Isabela e logo em seguida cai do touro. O animal mecânico para e Felipe desce. 
   — Vem! — ele estica a mão na direção de Isabela, que pega e levanta. 
   — Quanto tempo a gente conseguiu? — ela pergunta descendo da plataforma. 
   — Quinze segundos — informa Marina. 
   — Até que não foi tão ruim — diz Felipe.
   — Mas nós vamos ser melhores — gargalha Vinícius. Ele e Marina sobem no touro e ela abraça ele por trás. 
   — Pode ligar — ele diz e o touro começa a girar. Marina segura Vinícius com toda a sua força. Depois de alguns segundos, o touro se inclina muito e os dois caem. Marina fica sobre Vinícius e dá um selinho nele. 
   — Te amo — ela sussurra só para ele ouvir. Em seguida levanta e desce rapidamente. Vinícius dá um leve sorriso e também desce. Os outros quatro fingem que não viram o selinho e não comentam o ocorrido.
   — Dezessete segundos — anuncia Yasmin. 
   — Ganhamos de vocês — se gaba Marina. 
Felipe, que abraça Isabela por trás, revira os olhos. 
   — Mas nós vamos ficar mais tempo que os dois — avisa Victor pegando na mão de Yasmin. Eles sobem e sentam no touro. 
   — Nada de selinho depois — diz Yasmin no ouvido de Victor. Ele vira o rosto para olhar para ela.
   — Eu não sou Vinícius e você não é a Marina. 
   — Graças a Deus! — comemora Yasmin rindo.
Isabela grita para os dois:
   — Vão ficar de cochicho ou vão começar? 
Victor sorri e olha para o senhor.
   — Pode ligar.
O touro é ligado novamente e Victor e Yasmin se seguram firmemente. Mesmo com vários movimentos bruscos do touro, eles permanecem sobre o animal. O touro se inclina para a esquerda e logo em seguida para a direita, fazendo Victor se desequilibrar e cair junto com Yasmin. Eles caem um ao lado do outro. 
   — Quanto tempo? — pergunta Yasmin ainda deitada no chão inflável. 
   — Vinte segundos — diz Isabela em tom de surpresa. 
   — Chupa! — Victor gargalha levantando. Ele puxa Yasmin para cima e ela também se levanta. Os dois descem abraçados e comemoram:
   — Ganhamos! Ganhamos! — cantarola Yasmin. 
   — Ninguém bate os loiros aqui — zomba Victor. Os dois riem bem próximos, mas não se beijam nem fazem nada que levante suspeita. 
   — Duvido você ganhar de mim na guerra de cotonete, Yasmin — diz Marina. 
   — Isso é um desafio? — pergunta Yasmin. 
   — Sim! — responde Marina com um sorriso superior nos lábios. — Aceita? 
Contra a vontade de Victor, Yasmin responde:
   — Aceito. 
As duas se encaram com os olhos cintilando. Victor fica sério e continua com um braço firme em torno da cintura de Yasmin. Vinícius também não aprova o comportamento das duas, mas não intervém. Isabela e Felipe se divertem com a rixa das duas meninas. 
   — O que nós vamos fazer agora? — pergunta Isabela. 
   — Não sei — responde Yasmin. — Ainda não está no horário da gente começar a se arrumar. 
   — Nós poderíamos voltar lá para dentro, estou voltando a ficar com frio — diz Marina. 
   — É, vamos voltar para o casarão — apoia Victor. 
Eles calçam os sapatos e Marina olha para o senhor. 
   — Obrigada. 
Os adolescentes saem da tenda. Isabela comenta enquanto eles caminham para a entrada do casarão:
   — Essa brincadeira em duplas foi muito who you love. 
Yasmin e Victor trocam um olhar cúmplice e sorriem.
   — Who you love? — repete Felipe sem entender. 
   — É, a música do John Mayer com a Katy Perry, o clipe mostra casais no touro mecânico — explica a garota. 
   — Ah! — exclama Felipe compreendendo. 
   — Vocês nunca viu o clipe? — pergunta Isabela. 
   — Não. 
   — Eu já vi — responde Victor e olha para Yasmin. — E você? 
   — "Vi" — ela responde começando a rir. Victor volta a gargalhar freneticamente junto com Yasmin. Os outros quatro observam com expressões confusas. 
   — Qual é o motivo da piada? — pergunta Felipe. 
   — Piada interna — responde Yasmin aos risos. Ela se apoia em Victor para não cair e ele nela. Eles continuam caminhando com os amigos para o casarão, rindo sem parar. 

Minutos depois, eles desabam nos sofás da sala. Yasmin e Victor continuam rindo juntos, Isabela abraça Felipe para espantar o frio e Vinícius e Marina não trocam nenhuma palavra. 
   — Mais tarde tem festa — comenta Isabela. 
   — Estou doido para ver o desafio da Yasmin com a Marina — diz Felipe entusiasmado. 
   — Eu também — concorda Isabela. — Mas não quero que acabe em briga. 
   — Eu vou rir se elas brigarem. 
   — Felipe? A Yas é a sua irmã. 
   — E daí? É minha irmã e é maluca.
   — Então eu devo esperar barraco nessa noite? — pergunta Isabela olhando para o rosto do quase namorado. 
   — Na minha opinião, com certeza. 

Próximo capítulo | Capítulo anterior