Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 32: Jonas termina com Isabela deixando a garota desolada



Imagine ChaMel - Filhos

O sangue desaparece do rosto de Jonas ao ver Felipe, deixando-o ainda mais branco. Felipe fecha os punhos, ficando cada vez mais furioso. Jonas levanta do sofá, aparentemente nervoso. Isadora e a garota que acompanha Jonas ficam perdidas.
Jonas: — Felipe...
Felipe: — Seu vagabundo!
Felipe dá um soco certeiro no maxilar de Jonas. O jovem cambaleia para trás, mas assim que recupera o equilíbrio parte para cima de Felipe. Os dois começam a disferir socos um no outro. Felipe recebe uma cotovelada no estômago instantes depois de atingir o olho de Jonas. As meninas começam a gritar e as pessoas em volta olham para os garotos que continuam brigando. Dessa vez Jonas recebe uma joelhada na barriga e um soco na boca. Dois seguranças enormes se aproximam da confusão. Sem dificuldade nenhuma, eles separam Felipe e Jonas e começam a arrastá-los para a saída dos fundos da casa noturna. Felipe tenta se libertar, em vão.
Felipe:  Peraí! Tem pessoas que estão comigo.
Segurança: (jogando Felipe na calçada)  F*da-se!
O outro segurança faz o mesmo com Jonas. Ele e Felipe levantam do chão e se encaram, os seguranças já fecharam a porta da casa noturna, deixando os dois sozinhos na rua deserta com poças de água. Assim que poem os olhos em Jonas novamente, Felipe sente toda a raiva retornar e empurra o garoto até uma parede, onde soca várias vezes o rosto dele. Quando acha que já feriu suficientemente Jonas, ele se afasta. Jonas escorrega e cai sentado na calçada com o rosto ensanguentado. O nariz e o canto da boca de Felipe também sangram, mas ele nem se importa, só consegue pensar no que Jonas fez com Isabela.
Felipe:  Como você pôde fazer isso com ela?  Ele grita:  Como?
Jonas tenta responder, mas não consegue e cospe um pouco de sangue. Felipe continua na frente dele, furioso.
Felipe:  Ela te ama mais do que tudo! Por que você fez isso com ela, seu filho da p*ta? Eu deveria te matar. 
Felipe se aproxima de Jonas e chuta a barriga dele. O jovem se curva de dor, deitado no chão. 
Felipe: (se afastando novamente)  O que eu faço com você? Hã?  Ele grita mais uma vez:  Responde!
Jonas não consegue dizer nenhuma palavra, só geme de dor. Felipe se agacha próximo ao rosto de Jonas, este se encolhe achando que irá receber mais um soco. 
Felipe:  Olha na minha cara, seu vagabundo.
Jonas vira a cabeça lentamente e olha nos olhos de Felipe.
Felipe:  Eu vou te dizer o que você vai fazer. Você vai fazer exatamente o que disser, se não vai se ver comigo, entendeu? Isso aqui  Ele soca novamente o rosto de Jonas.  é só um pouco do que eu posso fazer com você. Fui claro?
Jonas: (sussurrando)  Foi.
Ao falar, Jonas deixa cair um pouco de sangue na mão de Felipe. 
Felipe: (limpando a mão na calça)  Seu nojento!  Ele respira fundo, tentando ficar calmo.  Você vai contar a verdade para a Isabela.
Jonas: (cuspindo mais sangue)  Não. Não.
Felipe:  Isso não foi uma pergunta. Você vai contar para ela da traição. Foram quantas? Um, duas ou você nem lembra mais a quantidade?
Jonas: (baixinho)  Duas.
Felipe se segura para não bater em Jonas novamente, e continua falando.
Felipe:  Eu não posso contar para ela, nem eu nem ninguém, porque ela não vai acreditar. Você tem que ser homem pelo menos uma vez na vida e confessar a verdade para a Isabela. Amanhã você vai na casa dela e vai falar o que houve.
Jonas:  Amanhã... amanhã não.
Felipe:  Amanhã, sim! A Isabela não pode continuar fazendo papel de trouxa nem mais um dia. Amanhã você vai contar a verdade para ela se não, já sabe. 
Felipe levanta e caminha pela calçada até a entrada da casa noturna. Jonas continua no chão, gemendo de dor e xingando baixinho. 

Após reunir todo o seu estoque de coragem, Marina sai do banheiro. Ela caminha pela pista até ver Vinícius no bar. O olhar dele encontra o dela e os pelos da nuca de Marina se eriçam. Tentando ficar calma, ela caminha até ele e senta na banqueta à sua frente.
Vinícius:  Por um momento eu pensei que você tivesse ido embora.
Marina:  Eu só estava me recuperando no banheiro. 
Vinícius:  Meu beijo causou tanto efeito assim em você? 
Ele ensaia um sorriso, mas ao ver que Marina continua séria, volta a encarar o copo de refrigerante sobre o balcão. 
Marina:  Eu não sei como vou contar o que houve para o Brian.
Vinícius: (voltando a olhar para ela)  Desculpa! Eu não deveria ter te beijado. Foi bom, mas eu sei que foi um erro. 
Marina:  Eu tenho tanta culpa quanto você. Me deixei levar.
Vinícius: (fazendo a pergunta que não sai da sua cabeça)  Você se arrepende?
Marina fica inquieta na banqueta e olha para a pista, evitando o olhar doce de Vinícius.
Marina:  Não quero responder. 
Vinícius:  Tudo bem! 
Ele bebe um gole do refrigerante e permanece em silêncio. Marina cruza as mãos no joelho e fica observando a pista, tentando encontrar seu irmão. 

Isabela dança e faz um giro completo, depois se aproxima de Graziele para poder falar no ouvido da garota.
Isabela:  O Felipe sumiu com a garota.
Graziele:  Eu também percebi. Devem ter ido para um lugar mais tranquilo. 
Isabela:  Será? O que eu quero dizer, é que eu sei que o Felipe não é mais virgem, mas ele não transaria com uma garota que ele conheceu hoje, ainda mais na balada. 
Graziele: (dando de ombros)  Pra mim tanto faz. 
Isabela: (mentindo)  É, pra mim também.
Isabela continua dançando, mas pensando no amigo. 

Sentado na calçada do outro lado da rua, Felipe limpa a boca e o nariz na camisa, depois tira o celular do bolso. 
Felipe:  Tenho que avisar o pessoal.  Ele liga para Thiago, mas ninguém atende.  Ele não deve estar ouvindo por causa do som alto. 
Felipe tenta ligar para todos os outros: Vinícius, Victor, Yasmin, Marina e Graziele. Ele respira fundo, pensando em sua última alternativa. No fundo ele sabe que se ligar para Isabela, ela atenderá, pois seu celular fica na cintura, dentro da saia no perfil vibrador. Impossível de não sentir. 
Felipe: (pensando em voz alta) — Não vou conseguir falar com ela e fingir que nada aconteceu. Por outro lado, se eu não ligar, ninguém vai saber que eu estou aqui fora.  Ele pensa por mais um tempo, depois toma sua decisão. – Vou ligar.
Ele liga para Isabela e como o esperado, ela atende.
Isabela: (tampando o outro ouvido para ouvir melhor)  Felipe?
Felipe:  Estou aqui fora, não posso mais entrar. Avisa o pessoal!
Isabela:  O que é que houve?
Felipe:  Quando vocês chegarem aqui fora eu explico. 
Antes que Isabela possa perguntar mais alguma coisa, Felipe desliga. 

Minutos depois, todos saem da casa noturna. Felipe levanta e acena para eles. No instante que vê o estado de Felipe, Isabela corre até ele, preocupada. 
Isabela:  Meu Deus! O que houve com você?
Felipe: (tentando ser o mais frio possível)  Briguei com um cara aí.
Os outros observam Felipe, curiosos e preocupados.
Isabela:  Como assim brigou com um cara aí?
Felipe não responde, mas sente vontade de afastar Isabela quando ela se aproxima ainda mais para limpar a boca dele que voltou a sangrar. É muito difícil para ele fingir que não sabe do que Jonas fez. 
Yasmin: (cruzando os braços)  Explica isso melhor.
Yasmin conhece o irmão e imagina que ele se envolveu em uma briga por um motivo idiota. 
Felipe:  O cara veio pra cima de mim.
A irmã dele fica ainda mais desconfiada de que foi ele quem começou a briga.
Yasmin:  Assim, do nada?
Felipe: (ainda sob os cuidados de Isabela) Foi.
Isabela olha no fundo dos olhos de Felipe, também descrente na versão dele. Os dois se olham por poucos segundos, pois Felipe não consegue manter o olhar por muito tempo. Assim que limpa totalmente a boca dele, Isabela se afasta, ficando ao lado de Marina. 
Marina:  Desculpa, Felipe, eu sei que mal te conheço, mas está difícil de acreditar nessa história.
 Felipe: — Foi o que aconteceu, se vocês não acreditam a culpa não é minha.
Isabela: — Também não precisa ser grosso.
Felipe ignora o comentário de Isabela e fica inquieto.
Felipe: — Então, a gente já pode ir embora?
Yasmin: (descruzando os braços) — Claro, né? Agora que você estragou com a noite de todo mundo. 
Felipe já está irritado por causa de Jonas e acaba explodindo com Yasmin.
Felipe: — Vai se f*der, Yasmin! O que eu estraguei? A sua noite de liberdade? A culpa não é minha se você precisa ficar com vários em uma noite pra se sentir bem.
Yasmin franzi a testa.
Yasmin: — Do que você tá falando?
Felipe: — Nada, esquece. Vamos embora!
Yasmin agora está indignada e um pouco elevada, pois conseguiu que um garoto que ficou com ela (maior de idade) pagasse bebidas alcoólicas para os dois. 
Yasmin: — Não! Agora você começou, termina. Fala, Felipe! Seja homem pelo menos uma vez.
Felipe: — Eu não sou homem? P*ta que pariu, Yasmin! Você não sabe o que... — Ele engole as próprias palavras, se controlando para não contar a verdade a todos. 
Yasmin: — Eu não sei o quê? O que você sabe que eu não sei?
Felipe: (lembrando de Jonas) — Eu sei que eu não sou um idiota!
Yasmin, que não sabe o que aconteceu, entende de outra maneira o que Felipe disse.
Yasmin: — Você tá me chamando de idiota? Por que não fala com todas as letras? 
Felipe: — Eu não quis te chamar de idiota, mas se você quiser, eu chamo.
Yasmin: (se aproximando de Felipe) — Ah, é? Me chama, então. 
Felipe fica bem próximo da irmã.
Felipe: — Você está bravinha porque eu "estraguei" a sua noite, porque é uma idiota. 
Yasmin tenta ir para cima de Felipe, mas Victor é mais rápido e segura seus braços. 
Victor: (próximo ao ouvido dela) — Ei! Para com isso. 
Yasmin ignora o comentário de Victor e continua furiosa com Felipe.
Yasmin: — É óbvio que eu estou brava! Tava lá dentro, me divertindo com meus amigos e você estragou tudo porque se envolveu em uma briguinha idiota!
Felipe: — Não foi uma briguinha idiota! Não fala o que você não sabe!
Yasmin: — O que a gente não sabe? Fala, Felipe! Para de c*zice.
Felipe: — Na hora certa você vai saber. 
Yasmin: — Viu, você é covarde! Não tem coragem de falar na nossa cara.
Felipe: — Cala a boca, Yasmin! — Ele se aproxima ainda mais dela e cheira o seu rosto. — Tá explicado o porquê desse showzinho, você tá bêbada. 
Yasmin aproveita da proximidade do irmão e dá um chute na coxa esquerda dele. Felipe recua e Isabela se mete entre eles. 
Isabela: — Já chega! — Ela olha de um irmão para outro. — Quantos anos vocês têm? Cinco? Caramba! Yasmin, você está bêbada...
Yasmin: (tentando se defender) — Eu não estou bêbada. 
Isabela: — Está, sim! — Ela olha para Felipe. — Você está alterado porque brigou com não sei quem e está descontando sua raiva nela. Nenhum de vocês queriam mesmo fazer isso! Aposto que amanhã irão estar arrependidos. 
Felipe não diz nada, apenas limpa a boca com as costas da mão, o ferimento voltou a sangrar. Yasmin vira e esconde o rosto no pescoço de Victor. 
Victor: (tentando se desculpar por Yasmin) — Ela não tá bem. 
Felipe: (bufando) — Quem está? 
Vinícius: — Tá bom, já deu. Vou chamar os táxis pra gente. 
Vinícius começa a caminhar em direção ao ponto de táxi. Marina olha para Thiago e Graziele, os dois estão perplexos com a cena. Em seguida, ela encara o irmão e ele nota que algo nela está diferente. 
Victor: — Aconteceu alguma coisa?
Marina: — Quando a gente chegar em casa eu te conto. 
Felipe se afasta e senta no meio fio. Isabela vai até ele e fica ao seu lado. 
Isabela: — O que aconteceu?
Felipe: — Você não viu? Eu briguei com a minha irmã e ela me deu um chute. 
Isabela respira fundo e pega no braço de Felipe. Ele não tem mais forças para empurrar a mão dela ou se afastar. 
Isabela: — Você não é assim, Felipe! O que está acontecendo com você? Antes você estava só brigado comigo...
Felipe: (interrompendo Isabela) — Eu nunca estive brigado com você.
Isabela: — Não é o que parecia. 
Felipe: — Você não sabe o que eu fiz por você essa noite, Isabela. 
Isabela: — Como assim? Do que você tá falando? 
Felipe: — Nada demais. 
Isabela aperta mais o braço de Felipe. 
Isabela: — Me diz!
Felipe: (sem olhar para ela) — Amanhã você saberá. 
Isabela expira lentamente. 
Isabela: — Tudo bem. Posso te pedir uma coisa?
Felipe: (encarando o asfalto) — Fala. 
Isabela: — Me deixa cuidar de você essa noite? 
Felipe vira o rosto para olhar para Isabela pela primeira vez durante a breve conversa. 
Felipe: — O quê? 
Isabela: — Você não tá bem. Me deixa cuidar de você. 
Felipe fica arrepiado ao ouvir a proposta de Isabela e torce para que ela não tenha percebido. Ele não nota que passou alguns instantes.
Isabela: — Então, o que você me diz?
Felipe: — Não sei. 
Isabela apoia a cabeça no ombro do amigo.
Isabela: — Não sei o que você fez por mim, mas obrigada. 
Felipe respira fundo, ficando cada vez mais incomodado por estar escondendo a traição de Jonas para Isabela. 
Isabela: — Posso te fazer mais uma pergunta?
Felipe: — Faz.
Isabela: — O que você fez por mim tem a ver com esses machucados? 
Felipe não diz nada. 
Isabela: (levantando a cabeça para olhar nos olhos dele) — Por favor, me responde!
Felipe: — Tem. 
Isabela fica apreensiva, mas logo relaxa. 
Isabela: — Esse é mais um motivo para eu cuidar de você. Se você está machucado por minha causa, nada mais justo que eu cuidar de você. 
Felipe dá um leve sorriso e passa um braço pelas costas de Isabela. Ela se apoia novamente no corpo dele. 
Felipe: — Você venceu!
Isabela sorri e dá um beijo na bochecha de Felipe. 
Isabela: — Te amo! 
Felipe: — Eu também.
Isabela: — Já disse que você é o melhor amigo do mundo?
Felipe sorri novamente.
Felipe: — Já.
Isabela: — Mas eu não me canso de dizer, você é o melhor amigo do mundo. 
Felipe aperta ainda mais o corpo de Isabela contra o seu, pensando em como vai ajudar a amiga depois que ela souber de tudo. 

Uma hora depois, os adolescentes já estão em suas casas. Marina e Victor conversam sentados no chão do quarto dela, sobre um tapete. 
Victor: — Então, o que foi que te deixou desse jeito?
Marina: — Eu... eu traí o Brian.
Victor: — Sério?
Marina está se sentindo super culpada e confirma com a cabeça, abaixando o olhar para as suas mãos.
Victor: — Eu conheço a pessoa, né?
Marina: — Está tão na cara assim?
Victor: — Sim! Todo mundo viu que rolava algo mais entre você e o Vinícius. 
Marina suspira, começando a ficar apavorada.
Marina: — Como eu vou contar isso ao Brian?
Victor: — Você não precisa contar. 
Marina: (encarando Victor) — Victor? Não! Isso nunca. Eu traí o Brian e tenho que ter coragem pra contar à ele.  
Victor: — Foi só uma opção!
Marina: — Eu tô me sentindo tão mal! 
Victor: — Você se arrepende? 
Marina não responde. 
Victor: (insistindo) — Você se arrepende, Marina?
Marina: — Eu não sei! Estou tão confusa. 
Victor: — Vou tentar simplificar pra você. Você gostou do beijo do Vinícius?
Marina: (baixinho) — Sim.
Victor: — Você queria que não tivesse acontecido? 
Marina: — Não sei, Victor! 
Victor se esforça para entender a situação da irmã, mas está difícil. 
Marina: — Olha, foi bom o beijo e eu queria que tivesse acontecido, só que ao mesmo tempo eu sei que isso não é certo e me sinto culpada, porque eu amo o Brian. 
Victor: — Você ainda ama o Brian?
Marina: — Muito! Eu sinto falta de quando a gente estava junto, de quando ele me abraçava, me beijava. — Ao lembrar do beijo de Brian, Marina não consegue evitar pensar no beijo de Vinícius também. — Mas ao mesmo tempo, eu gosto de estar com o Vinícius, gosto de conversar com ele e... gostei de quando a gente se beijou. — Ela confessa e Victor junta os pontos.
Victor: — Então você está divida entre eles, Mari. Essa é a verdade. 
Marina cobre o rosto com as mãos. 
Marina: — O que eu faço?
Victor: — Posso dar a minha mais sincera opinião?
Ela olha para ele e confirma com a cabeça. 
Victor: — Termina com o Brian e fica com o Vinícius. 
Marina: — Mas eu amo o Brian! Eu quero ficar com ele.
Victor: — Só que você também está gostando do Vinícius. Olhando do ponto de vista prático, fique com o Vinícius, porque ele está aqui no Brasil. Só Deus sabe quando você e o Brian vão se ver de novo.
Marina: — Só de pensar nisso o meu coração fica apertado.
Victor: — Faz o que você acredita que é o melhor. 
Marina: (cada vez mais confusa) — O problema é que eu não sei o que é o melhor. 
Victor: — Deixa pra pensar nisso depois, agora você tem que contar para o Brian da traição. 
Marina: — Eu não vou conseguir fazer isso!
Victor: — Só você pode fazer. 
Marina expira e deita no tapete. Victor dá um leve sorriso e levanta. 
Victor: — Vou para minha cama. Vê se não vai dormir aí no chão, hein? 
Marina sorri e senta novamente. 
Marina: — Peraí! Eu quero conversar com você sobre outra coisa.
Victor senta ao lado dela novamente. 
Victor: — Sobre o quê?
Marina: — A Yasmin me contou que você e ela curtiram a noite separados. 
Victor: — Você e a Yasmin conversaram? — Ele ri. 
Marina: — Por incrível que pareça, sim. Agora responde a minha pergunta. 
Victor: — Foi, por quê?
Marina: — Como vocês conseguem? Quero dizer, você não fica com nenhum pouquinho de ciúmes de pensar nela ficando com outro garoto?
Victor: — Ah, não vou mentir, fico. Só que o desejo de ficar com outras garotas é maior e ela também quer ficar com outros garotos. — Ele ri. — Eu sei que parece estranho, mas a gente consegue se entender. 
Marina: — É, é bem estranho. 
Victor: — Mais alguma coisa?
Marina: — Não, só isso mesmo. 
Victor: — Ok! Vou dormir. Boa noite, Mari.
Marina: — Boa noite!
Victor levanta e sai do quarto de Marina. Ela continua no tapete e volta a pensar no seu conflito pessoal.

Vinícius chega em casa sozinho e encontra os pais assistindo um filme na sala. 
Vinícius: — Pensei que vocês já estivessem dormindo.
Mel: — Não, estamos vendo um filme. — Ela vê que Isabela não está com ele. — Cadê a sua irmã?
Vinícius: — Ela pediu pra avisar que vai dormir na casa da Sophia e do Micael.
Mel: — Tá, mas ela levou roupa ou alguma coisa assim?
Vinícius: — Não, a Yasmin empresta o que ela precisar. 
Mel: — Entendi. 
Vinícius caminha até o sofá em que os pais estão e senta ao lado deles. 
Vinícius: — A gente teve que voltar mais cedo porque o clima ficou pesado por lá.
Chay: — Teve alguma briga na casa noturna? 
Mel já fica preocupada com o que poderia ter acontecido com os filhos. 
Vinícius: — Sim e quem brigou foi o Felipe.
Mel: — Meu Deus! Sério? Com quem?
Vinícius: — Primeiro com um cara aí, a gente não viu quem é. Depois ele e a Yasmin tiveram uma baita discussão na rua. 
Chay: — Por quê?
Vinícius: — A Yasmin tava p*ta da cara, quer dizer, chateada porque o Felipe brigou e a gente teve que sair mais cedo. Dai ela já tava bêbada e ele com raiva por causa da briga, começaram a discutir feio. 
Mel: — A Yasmin tava bêbada? Como ela conseguiu comprar bebida? A gente sabe que não era nem pra vocês entrarem na casa noturna, isso só acontece porque eu e o seu pai conversamos com o dono para eles liberarem. Agora bebida continua proibida para todos.
Chay: — A conversa teve algumas notas de dinheiro entre nós. — Ele ri, mas Mel continua séria ao seu lado. 
Vinícius: — Não sei como ela conseguiu, talvez alguém maior de idade tenha comprado pra ela.
Mel: — Você a Isabela não estão bebendo, né Vinícius?
Vinícius: — Não, mãe! Eu não bebo. — "Só às vezes" completa ele em pensamento. — Muito menos a Isa. Agora eu vou dormir, porque a noite foi puxada. 
Ele levanta e vai para a escada. 
Vinícius: (parando no primeiro degrau) — Ah, pai, talvez o senhor fique feliz por saber que eu fiquei com a Marina. 
Chay: — Você o quê? — Ele olha para Vinícius com um sorriso enorme no rosto. — Vocês ficaram?
Vinícius: — Sim, mas ela não gostou muito por causa do namorado. 
Ele sobe as escadas rapidamente. Chay cutuca Mel.
Chay: — Viu, minha ideia está começando a dar certo. 
Mel: — Você ouviu o que ele disse, ela não gostou muito por causa do namorado.
Chay: — Esse é um mero detalhe. 
Mel: — Ok! — Ela ri. — Agora vamos voltar a prestar atenção no filme. 
Chay sorri e volta a olhar para a tela da televisão. 

Sophia e Micael já estão dormindo e Felipe, Yasmin e Isabela só conseguem entrar por causa da governanta. 
Governanta: (maternalmente) — Da próxima vez vocês levem a chave, hein?
Felipe: (ainda mal-humorado) — Tá.
Ele olha para Isabela quando vai subir as escadas. 
Isabela: — Eu vou ajudar a Yasmin....
Yasmin: (interrompendo a amiga) — Eu não preciso de ajuda. 
Governanta: — Você bebeu, Yasmin?
Yasmin: — Que droga! Por que todo mundo acha que eu bebi? 
Ela vai para as escadas, empurra Felipe e sobe para o seu quarto, mal se aguentando em pé. Isabela balança a cabeça e dá um leve sorriso.
Isabela: (olhando para a governanta) — Ela já é terrível sóbria, bêbada é pior ainda. 
Elas riem e até Felipe sorri levemente. A governanta olha para ele e observa sua camisa e calça manchadas de sangue e o rosto machucado. 
Governanta: — Meu Deus, o que houve com você, meu querido?
Felipe: — Briguei com um panaca aí. 
Isabela: (indo até Felipe) — Hoje é assim, tia, os adolescentes vão para as baladas, enchem a cara, brigam e voltam pra casa bêbados e quebrados. — Ela sorri. 
Felipe: (sorrindo) — Peraí! Eu não estou bêbado, nem quebrado. Aposto que o... — Ele engole o nome de Jonas. — Aposto que o cara que brigou comigo está pior. 
Isabela: — Sempre é assim!
Felipe: — O que eu posso fazer se sou bom de briga? 
Isabela: (começando a subir as escadas) — Você fala isso como se fosse uma qualidade. Boa noite, tia!
Felipe: (indo atrás dela) — Mas é uma qualidade.
Eles riem e vão para o andar de cima. A governanta vai para a cozinha, sorrindo.
Governanta: — É só ela abrir a boca que o mal-humor dele desaparece. Espero ainda estar viva quando esses dois perceberem que tem mais amor nessa amizade do que o normal. 
Isabela para no corredor e olha para Felipe.
Isabela: — Eu vou ver como a Yasmin está, ok?
Felipe: — Tudo bem! Estou lá no meu quarto. 
Isabela: — Tá, daqui a pouco eu vou lá.
Felipe vai para o seu quarto e Isabela para o quarto da irmã dele.

Yasmin está jogada na cama, ainda com os sapatos nos pés e a bolsa em uma das mãos. Isabela bate na porta. 
Yasmin: (com a voz enrolada) — Entra.
Isabela abre a porta e olha para a amiga.
Isabela: (indo até a cama) — Vim ver como você está.
Yasmin: — Admito que estou um pouco bêbada. Só um pouquinho! 
Isabela ri e coloca a sua bolsa na mesinha de cabeceira de Yasmin.
Isabela: — Vem, vou te ajudar a trocar de roupa. 
Yasmin senta na cama com a ajuda de Isabela. A morena abre o zíper lateral do vestido de Yasmin e instantes depois a loira está somente de lingerie. 
Isabela: (indo até o closet de Yasmin) — Onde fica os seus pijamas?
Yasmin: (tombando na cama) — No closet.
Isabela entra no closet rindo da situação da amiga. Ela encontra um pijama preto de seda e vai até Yasmin.
Yasmin: (olhando para o pijama nas mãos de Isabela) — Eu não gosto desse.
Isabela: — Foi o único que eu achei. Você deveria organizar o seu closet, sabia? — Ela ri e começa a colocar o pijama em Yasmin. 
Yasmin: (pulando da cama) — Vamos cantar!
Ela começa a pular e dançar pelo quarto. Isabela começa a rir. 
Yasmin: (cantarolando) — Eu tô indo te encontrar, então me diz qual é o andar ahh. — Ela olha para Isabela. — Vai, canta uma música do seu pai também?
Isabela: — Não, obrigada. — Ela levanta. — Eu preciso de um pijama emprestado, vou passar a noite aqui ajudando o Felipe com os machucados. 
Yasmin para de cantarolar e caminha até Isabela aos tropeços. 
Yasmin: — Ah, não! Você vai ficar aqui só pra ajudar o Felipe? E eu?
Isabela: — Eu já te ajudei. 
Yasmin: — Então, tá! Já que você quer ajudar o Felipe, vai ajudar o Felipe.
Ela empurra Isabela até a porta.
Isabela: — Peraí, amiga, eu preciso do pijama. 
Yasmin joga Isabela no corredor e fecha a porta. 
Isabela: (dando um leve sorriso) — Eu não acredito que ela fez isso. 
Yasmin: (abrindo a porta) — Você esqueceu sua bolsa. — Ela joga a bolsinha de mão no rosto de Isabela. — Boa noite, amiga!
Yasmin bate a porta e volta a cantarolar dentro do quarto. Isabela fica sem acreditar e vai para o quarto de Felipe.

Em seu quarto, Felipe tira a camisa tranquilamente e caminha até o espelho. Ele vê manchas roxas dos socos e cotoveladas que recebeu de Jonas.
Felipe: — O Jonas ainda me paga!
Sem bater na porta, Isabela entra e para abruptamente. 
Isabela: — Ai, desculpa! Não sabia que você tava trocando de roupa. 
Felipe: — Relaxa! — Ele fica aliviado ao perceber que Isabela não ouviu o que ele falou. 
Isabela: (fechando a porta) — A Yasmin não quis me emprestar nenhuma roupa. Cantar tava mais divertido pra ela. 
Felipe: — Eu te empresto. Fica tranquila! 
Isabela olha para o tórax de Felipe e não consegue não reparar nos músculos bem definidos no abdômen e braços dele. Ela também nota as manchas arroxeadas na pele dele. 
Isabela: (indo até ele) — Nossa! A briga foi feia, hein?
Felipe: — Não foi nada demais. 
Isabela joga a bolsa na cama dele e se aproxima ainda mais. 
Isabela: — Não? — Ela passa a mão em uma mancha na barriga dele. — Olha isso, Felipe!
Felipe sente a estranha vontade de beijar Isabela novamente. Enquanto ela analisa os machucados dele, ele observa os traços delicados do rosto dela, o cabelo macio que molda o seu rosto e escorrega por suas costas, a boca corada e os olhos meigos. Felipe acorda do transe e se afasta bruscamente. Isabela franze a testa.
Isabela: — Te machuquei?
Felipe: — Não, não mesmo. 
Ao olhar para o rosto angelical de Isabela, Felipe se pergunta como Jonas pôde trair a garota e sente a raiva o dominar de novo. 
Isabela: — Vocês têm uma maleta de primeiros socorros?
Felipe: — Acho que sim! Vou lá ver.
Isabela: (indo até a porta) — Não precisa. Troca de roupa, que eu vejo. 
Ela sai do quarto e Felipe vai até o seu guarda-roupa.
Felipe: (pegando uma bermuda preta) — Como alguém pode trair uma garota tão incrível como ela? — Ele se dá conta do que falou. — Garota incrível? Do que eu estou falando? 
Felipe começa a trocar de roupa. Depois pega uma camisa cinza que fica um pouco comprida nele e joga na cama. 
Minutos depois, Isabela retorna com uma maleta de primeiros socorros nas mãos. 
Isabela: — Voltei!
Felipe: — Estava quase indo te buscar. — Ele ri.
Isabela: — Eu sei, me ama tanto que não consegue ficar longe de mim. — Ela coloca a maleta sobre a cama e vê a camisa. — Não vai colocar a camisa?
Felipe: — Essa é pra você.
Isabela: (olhando para Felipe) — Pra mim?
Felipe: — Você não esperava que eu te desse um pijama super fofo, né? — Ele ri novamente. — Isso é o que eu tenho.
Isabela: — Você não tem um short?
Felipe: — Não vai precisar, a camisa vai ficar um vestido em você.
Isabela sorri e pega a camisa.
Isabela: — Isso que dá você ser grande demais.
Felipe: — Você que não comeu fermento.
Eles riem.
Isabela: (indo para o banheiro de Felipe) — Seu idiota!
No banheiro, Isabela tira a saia de cintura alta e a blusa e coloca a camisa de Felipe, que fica um pouco acima de seus joelhos.
Isabela: — Até que ele tinha razão. — Ela pega as suas roupas, abre a porta do banheiro e sai. — Prontinho!
Felipe olha para Isabela dos pés a cabeça. 
Felipe: (falando sem pensar) — Ficou perfeito. 
Isabela fica incomodada e coloca as roupas lentamente sobre a cama de Felipe. Ele se toca do que disse e tenta concertar. 
Felipe: — Ficou perfeito, tá na cara que a camisa é do gatinho aqui, né? — Ele ri e acaba ficando mais relaxado, assim como Isabela.
Isabela: (ficando séria novamente) — Agora senta aí que eu vou dar um jeito nessa sua cara. 
Felipe: — Ok, mãe. 
Felipe ri e senta na cama.
Isabela: — Estou morrendo de curiosidade pra saber quem fez isso na sua cara. 
Felipe: — Isa, não começa!
Isabela: — Se eu estou envolvida, eu preciso saber.
Felipe: — Você vai saber, só que no momento certo. 
Isabela conversa com ele enquanto limpa o rosto dele com um algodão.
Isabela: — E quando vai ser esse momento certo?
Felipe: (colocando as mãos na cintura dela) — Não posso falar!
Isabela: — Só estou perguntando o momento? — Ela vai até a maleta e pega uma pomada. 
Felipe: — Vamos mudar de assunto!
Isabela: — Ok! Eu tô preocupada com o Jonas. 
O corpo de Felipe fica tenso, mas Isabela não percebe, pois lê a embalagem da pomada. 
Isabela: (prosseguindo) — Ele falou que ia passar a noite com a mãe, só que ele tava meio estranho. 
Felipe: — Não acredito que ele te disse isso!
Isabela levanta o olhar para encará-lo. 
Isabela: — Por quê?
Felipe: — Você sabe que eu não acredito em tudo o que ele diz. 
Isabela senta ao lado de Felipe e estica a pomada para ele.
Isabela: — Passa aí nos roxos da sua barriga. 
Felipe: (pegando a pomada) — Tá.
Felipe começa a passar a pomada e olha para Isabela que está absolvida em seus pensamentos. 
Felipe: — No que você está pensando?
Isabela: — Será que o Jonas mentiu pra mim? Tipo, ele não estava a fim de sair e resolveu falar que ia ficar com a mãe. 
Felipe prefere não falar nada e continua passando a pomada. Minutos depois, quando ele já terminou de passar a pomada nos hematomas, levanta.
Felipe: — Vamos dormir?
Isabela: — Vamos! O quarto de hóspedes está disponível, né?
Felipe: — Quarto de hóspedes, Isa? Dorme aqui comigo.
Isabela: — O quê? — Ela ri. — Isso foi uma piada, né?
Felipe: — Não! Você dorme na minha cama e eu durmo no chão, monto uma caminha com cobertores pra mim.
Isabela: — Eu não vou deixar você dormir no chão todo machucado desse jeito. Eu durmo nos cobertores. 
Felipe: — Eu posso não ser o mais cavalheiro do mundo, mas não vou deixar você dormir no chão. Fica, vai! Eu pensei que a gente pudesse assistir a um filme antes de dormir. 
Isabela: — Que filme?
Felipe: — Homem de ferro!
Isabela sorri.
Isabela: — Você só escolheu esse por que sabe que é um dos meus filmes favoritos, né?
Felipe também sorri e concorda com a cabeça. Isabela pensa por um momento e acaba cedendo. 
Isabela: — Ok, eu durmo aqui!
Felipe: — Ótimo! Você pode ir colocando o filme enquanto eu preparo a minha cama?
Isabela: — Tá, onde está o DVD? 
Felipe: — Ali no armário. 
Isabela vai até o armário indicado por Felipe e começa a procurar o DVD do Homem de Ferro em meio aos outros DVDs. Felipe monta uma espécie de cama com cobertores. Ela coloca o DVD no aparelho e deita na cama dele. Felipe também deita em sua cama improvisada. 
Felipe: — Bom filme!
Isabela: — Pra você também. 
O filme começam e minutos depois, Isabela coloca a cabeça para fora da cama, olhando para Felipe.
Felipe: — O que foi? 
Isabela: — Fica aqui na cama. — Felipe sorri. — Só enquanto a gente assiste ao filme.
Felipe: (levantando) — Pode deixar!
Ele senta ao lado dela na cama e Isabela apoia a cabeça no ombro dele. Felipe passa um braço pelas costas dela, a envolvendo. Eles ficam assistindo ao filme e Isabela acaba dormindo sentada ao lado de Felipe. Ele percebe e deita ela na cama. Em seguida também deita e continua assistindo ao filme, que se encaminha para o final. Felipe não assiste ao filme completo, pois adormece. Os dois acabam dormindo juntos na cama dele. 

Na manhã seguinte. Marina acorda toda torta no tapete de seu quarto. Ela levanta e se espreguiça.
Marina: — Ai! Não acredito que eu dormi aqui.
Ela caminha até o seu banheiro, lava o rosto, escova os dentes e volta para o quarto. É nesse momento que ela se lembra do beijo de Vinícius e sorri. Depois lembra de Brian e fica tensa. 
Marina: — Eu deveria ligar para ele agora, contando a verdade. — Ela respira fundo. — Não vou conseguir! Não agora. 
Marina sai do quarto e desce para tomar café. Ela encontra Lua e Arthur na mesa de café da manhã. 
Lua: — Bom dia, filha!
Arthur: — Já acordou, princesa?
Marina: — Bom dia, gente! Já, acho que perdi o sono. 
Lua: — Tá tudo bem? Você não está com uma carinha boa. 
Marina desaba na cadeira ao lado de Arthur e decide desabafar com os pais. 
Marina: — Ontem a noite eu fiquei com o Vinícius.
Lua fica de queixo caído e Arthur ergue as sobrancelhas. 
Arthur: — Sério, filha? — Marina confirma com a cabeça. — Você e o Brian terminaram e a gente não sabe?
Marina: — Não, pai! É isso mesmo, eu fiquei com o Vinícius e traí o Brian. 
Lua: — Ai, filha!
Marina: (ficando com a voz mais fina por causa do pânico) — Agora eu não sei como contar para o Brian!
Arthur: — Liga para ele e fala tudo o que está te afligindo. 
Marina: — Eu não sei! Tô com medo da reação dele. 
Lua: — Você não quer terminar, minha filha?
Marina: — Não sei, mãe. Eu me sinto atraída pelo Vinícius, mas ainda amo o Brian.
Arthur: — Não é querendo ser pessimista, mas a sua situação é complicada. 
Marina respira fundo e continua tomando café da manhã com os pais. 

Isabela começa a abrir os olhos aos poucos e se mexe, sentindo o corpo de Felipe em contato com o seu. Ela levanta rapidamente, ficando sentada na cama, e olha para o rosto sereno dele, que dorme tranquilamente. 
Isabela: — Eu dormi com o Felipe e durante a noite ainda abracei ele. — Ela coloca as mãos na cabeça. — Isso não é normal! 
Isabela levanta e começa a andar pelo quarto.
Isabela: (falando sozinha) — Ontem eu meio que senti ciúmes dele, fiquei sem fôlego ao ver ele sem camisa e agora eu durmo abraçada nele? O que está acontecendo comigo?
Isabela caminha até o banheiro e Felipe abre os olhos. 
Felipe: — Ela sentiu ciúmes de mim e gostou de me ver sem camisa. — Ele sorri. — Ah, moleque!
Felipe pula da cama e vai até o espelho para ver como está os seus machucados. Os hematomas na barriga estão mais roxos ainda, mas a boca e o nariz estão bem melhores. Isabela sai do banheiro e se espanta ao ver Felipe acordado. 
Felipe: (olhando para ela) — Bom dia, pequena. 
Isabela: — Bom dia! A gente dormiu juntos mesmo?
Felipe: — Pelo visto, sim. Desculpa, eu sei que você falou que eu deveria ir para cama quando acabasse o filme, só que eu acabei dormindo.
Isabela: — Assim como eu. 
Felipe: — É.
Isabela: — Tudo bem, mas só pra esclarecer... Não aconteceu nada, né?
Felipe sorri.
Felipe: — Claro que não, nós somos só amigos, lembra?
Isabela: (sorrindo) — Claro! E eu tenho namorado também. 
O sorriso de Felipe desaparece e ele fica tenso ao lembrar que é hoje que Isabela irá descobrir toda a verdade. 
Felipe: — É, vou escovar os dentes. 
Felipe vai para o banheiro e Isabela começa a procurar sua roupa pelo quarto. Após reunir todas as peças, ela tira a camisa de Felipe e começa a se vestir, aproveitando que ele está no banheiro. Primeiramente ela coloca o sutiã, ficando apenas de lingerie. Felipe abre a porta do banheiro e sai. Isabela se assusta e vira. 
Felipe: — Não lembro aonde eu deixei minha escova de dentes. — Os olhos dele caem no corpo dela. — Desculpa, desculpa. Eu não vi nada.
Felipe volta rapidamente para o banheiro e Isabela fica imóvel por um momento. Ele apoia a cabeça na porta do banheiro e pensa no corpo dela. 
Felipe: — Felipe, vocês são só amigos! Mas ela é uma gata. Muito gata. 
Isabela se veste mais rápido do que nunca, com medo de Felipe sair do banheiro novamente. 
Felipe: (antes de abrir a porta) — Já posso sair?
Isabela: (dando um leve sorriso) — Pode.
Felipe abre a porta e sai do banheiro.
Felipe: — A escova de dentes estava na minha cara, eu é que não vi. 
Isabela ri e resolve agir como se nada tivesse acontecido.
Isabela: (se aproximando de Felipe) — Como está a sua boca? Já desinchou?
Felipe: — É, acho que sim.
Isabela: — Tem certeza? 
Felipe: — Tenho, ela é carnuda assim mesmo. 
Eles prendem a respiração por um momento e se afastam. 
Isabela: — Já vou indo!
Felipe: — Não quer tomar café?
Isabela: — Eu tomo lá em casa. — Ela pega a sua bolsa e praticamente voa para a porta. — Tchau!
Felipe: — Tchau!

Isabela sai e desce as escadas às pressas, torcendo para não encontrar ninguém, o que acaba acontecendo. Ela sai e vai para sua casa sem ser percebida.  

Rodeadas por seus travesseiros, Yasmin acorda. Sua cabeça lateja e ela leva as mãos aos cabelos.
Yasmin: (se afundando nos travesseiros) — Ai, minha cabeça! — Ela sente a seda em seu corpo e olha para o pijama que veste. — Nossa, eu odeio esse pijama, como vesti isso? 
Yasmin faz um esforço e acaba se lembrando da noite anterior.
Yasmin: — Ah, a Isabela. — Sua cabeça lateja novamente. — Ainda bem que hoje é sábado, ir para a escola com ressaca não rola. 
Ela se cobre novamente e volta a dormir.

Minutos depois. Isabela está praticamente sozinha em casa, pois Chay e Mel saíram para visitar Hérica e Vinícius dorme em seu quarto. A campainha toca e ela levanta do sofá. 
Isabela: — Deixa que eu atendo, Vera!
Ela caminha até a porta e abre. Leva um susto ao ver Jonas quase deformado do outro lado da porta. 
Isabela: — Jonas? 
Jonas: — A gente precisa conversar.
Isabela fica séria ao ouvir a frase de Jonas, mas a preocupação com o estado dele é maior.
Isabela: — Entra.
Ela dá espaço para ele passar. Quando Jonas já está dentro da mansão, Isabela fecha a porta e se aproxima dele, que está na frente do sofá.
Isabela: — O que aconteceu com você?
Jonas: — Eu preciso te falar uma coisa.
Isabela: — O quê? Primeiro me diz o que aconteceu com o seu rosto.
Jonas olha ao redor.
Jonas: — Nós estamos sozinhos?
Isabela: (cada vez mais preocupada) — Pode-se dizer que sim.
O coração dela martela com força em seu peito e ela pode jurar que até Jonas é capaz de ouvir os seus batimentos cardíacos. 
Jonas: — Ótimo! Eu vou ser direto com você, Isabela.
Isabela: (cada vez mais apavorada) — Do que você tá falando?
Jonas: — Eu te traí.
As feições de Isabela ficam vazias e ela permanece em silêncio por alguns longos segundos. Jonas continua olhando para o rosto dela, esperando alguma reação.
Isabela: (fazendo um esforço para falar, ofegante) — Você tá falando sério?
Jonas: — Sim! 
Isabela cai no sofá, perplexa. Ela começa a respirar cada vez mais ofegante e Jonas se aproxima dela, ficando preocupado. 
Jonas: — Você tá bem?
Isabela levanta e dá a volta na mesinha de centro, ficando de frente para Jonas com o móvel entre eles.
Isabela: — Onde foi? Quando?
Jonas: — Foi ontem na mesma casa noturna que você estava. 
Isabela sente as pernas fraquejarem e usa toda a sua força para se manter em pé. Rapidamente, ela lembra do rosto machucado de Felipe, das frases sem nexos que ele disse: "Você não sabe o que eu fiz por você essa noite, Isabela."; "Você vai saber, só que no momento certo."; "Aposto que o... Aposto que o cara que brigou comigo está pior.", da reação que ele teve quando ela disse que Jonas tinha passado a noite cuidando da mãe. Finalmente, ela monta as peças do quebra-cabeça. 
Isabela: (fazendo um esforço enorme para falar) — Foi o Felipe que fez isso com você, não foi?
Jonas: (abrindo o jogo) — Ele me viu ficando com uma garota e a gente brigou. Depois ele me ameaçou, dizendo para eu contar a verdade para você.
Isabela: — Meu Deus! — A mente dela gira tão rápido, que ela acredita que vai desmaiar a qualquer momento. — Foi só ontem? Você me traiu só ontem ou teve mais vezes?
Jonas: — Mais uma vez. 
Isabela: — Foi no dia do desfile? 
Jonas: — Não.
Isabela: — A sua mãe chegou a passar mal ou era tudo mentira?
Jonas: — Eu não queria te dizer que esqueci do desfile, por isso inventei a mentira.
Isabela fica cada vez mais apavorada e perdida. Sua boca está entreaberta, suas sobrancelhas franzidas, sua garganta apertada por causa do choro. 
Isabela: — Meu Deus! Meu Deus, Jonas. Por quê? Por que você fez isso comigo?
Jonas: — Eu não sei! Eu fui fiel tanto meses, mas teve uma hora que eu não aguentei mais. 
Isabela: — Você se arrepende?
Jonas: (sendo sincero) — Eu nunca quis te ver sofrendo. 
Isabela abaixa a cabeça, entendo a resposta de Jonas como um "sim". Ela começa a respirar fundo, tentando ficar mais calma. Jonas continua imóvel, os olhos fixos nela. 
Isabela: — Eu te perdoou! — Ela levanta a cabeça para olhar nos olhos de Jonas. — Eu te perdoou! Você não vai mais fazer isso, dá pra gente continuar o nosso namoro. Eu te perdoou, Jonas!
Jonas fica surpreso com a reação de Isabela. Ele pensou que ela fosse jogar tudo para o ar e terminar o relacionamento, no fundo ele estava aliviado por causa do fim do relacionamento. Jonas sempre quis curtir, ficar com outras garotas, mas o namoro com Isabela era uma pedra em seu caminho. Como ele via que ela estava envolvida demais no relacionamento, ia empurrando o término para cada vez mais longe. Quando a bomba estourou e Felipe o pegou com a garota, Jonas acreditou que aquele seria o fim do namoro. O fim de tudo e o início de sua liberdade. 
Jonas: — Você não pode estar falando sério.
Isabela fica mais perplexa ainda com a reação de Jonas.
Isabela: (sussurrando) — Mas eu estou. 
Jonas: — Eu quero terminar, Isabela. 
Isabela: — Você ouviu o que eu disse? Eu te perdoou, Jonas. A gente pode recomeçar. 
Jonas: — Eu não quero recomeçar. Eu não quero mais namorar você. Eu não te quero mais, Isabela!
Isabela tem a sensação de ter levado um soco no estômago. 
Isabela: — O... o quê?
Jonas: — Eu não te quero mais! Acabou. 
Isabela: — Não, Jonas. Eu te amo! Eu te amo!
Jonas: — Você não pode me amar, você nem se ama. 
Isabela caminha até Jonas.
Isabela: — Você não pode duvidar do meu amor por você, isso é tudo o que eu tenho.
Jonas: — Isabela, eu gosto muito de você, mas eu amo a minha liberdade. Eu quero sair, eu quero ficar com outras garotas, não quero ficar preso à ninguém. Eu não quero mais namorar você!
Isabela não se controla e começa a chorar na frente de Jonas.
Isabela: — Você não pode terminar comigo. Eu te amo!
Jonas: — Primeiro se ame, depois queira amar alguém. Ah, de preferência alguém te ame de volta, o que não é o meu caso. — Ele passa por Isabela e começa a caminhar até a porta. — Desculpa te fazer sofrer, mas eu não sei fazer isso de outra forma.
Jonas abre a porta e Isabela olha para ele com todo o seu sofrimento estampado no rosto.
Isabela: (sussurrando) — Não, por favor!
Jonas: (saindo e fechando a porta) — Acabou.
Assim que a porta se fecha, Isabela cai de joelhos no tapete da sala.
Isabela: (chorando compulsivamente) — Não! Não! NÃO!


Comentários

  1. Ameei o Felipe E a Isa,mas achei ela um pouco idiota de perdoar o Jonas.

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  2. Eeeeeeeeee agora tem que ter BELIPE 😍😍😍😍 (Isabela troxa

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  3. Ia ser fofo o Felipe cantando "pensando em você-Pementas do reino" kkkkkkkkk ia ser mega fofo ia combinar muito!!

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    1. Concordo. Ia combinar super, fora que ia ser mega fofo e mega romântico

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  4. Puf, morri com as cenas de BeLipe. Cara, como vc consegue? Tudo tao perfeito!!!! Jonas e a Isa terminando: confere/ Lipe e Isa se aproximando: confere/ próximo passo é a junção de BeLipe!! Maaais

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  5. A Isa é idiota?? Como ela diz que perdoa ele??? Quero ver como o Felipe vai cuidar da isa

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  6. Belipe,Belipe,Belipe!!!! Finalmente eles vão ficar juntos

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  7. Mais um dia sem vc postar :(((((

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  8. O Jonas foi muito grosso com a coitada da Isa mas por outro lado, eu amei agora ninguém mais vai ficar no caminho do Felipe!! Ninguém mais segura BeLipe! By: Gabriella ❤

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