Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 20: Marina foge de casa

Imagine ChaMel - Filhos

Victor não mexe um músculo de seu corpo e fica olhando para os pais sem esboçar nenhuma reação. Ao seu lado, Marina começa a rir freneticamente. Lua e Arthur se olham, eles esperavam qualquer reação da filha, menos essa. 

Marina: (sem parar de rir) É uma brincadeira, né?

Arthur: Não, filha. Nós estamos falando sério.

Lua: Você sabe que a sua avó está doente e nós queremos passar o Natal com ela.

Arthur: Faz anos que nós não aparecemos no Brasil.

Marina: Então vai ser só uma visita. Férias, né?

Arthur: Não! Nós pretendemos voltar a morar no Brasil.

Marina levanta em um pulo.

Marina: (alterada) Como assim? Pra que morar naquele país?

Arthur: Nós somos brasileiros, Marina. Esqueceu?

Marina: Eu sou americana!

Lua: Não é isso que está na sua certidão.

Marina: Eu não quero saber o que está na minha certidão. Para o Brasil eu não vou e ponto final!

Ela se joga no sofá e cruza os braços.

Arthur: Você nem sabe como é a vida no Brasil. A única vez que você foi para lá foi quando era criança.

Marina: Pai, a minha vida está aqui em Nova York. Olha, eu estudo em um ótimo colégio, sou a capitã das líderes de torcida, tenho o namorado mais popular do colégio. A minha vida é perfeita!

Lua: Mudanças são boas, filhas.

Marina: E quem falou que eu quero mudar? Eu não quero me separar do Brian, não quero sair do meu colégio, não quero animar em outro time.

Arthur: No Brasil não tem líderes de torcida.

Marina: Como assim? Eu vou ter que enterrar os meus pompons? Jamais!

Lua: Marina, a gente vai e ponto final.

Marina: EU NÃO VOU PARA O BRASIL!

Ela levanta e sobe correndo para o seu quarto. Lua e Arthur olham imediatamente para Victor.

Victor: Eu preciso de um tempo para digerir essa informação.

Lua: Você pode subir para conversar com a sua irmã? Tenta acalmá-la.

Victor: Acho meio difícil, mas vou tentar.
Ele levanta e sobe.

Logo que se aproxima do quarto de Marina, Victor ouve barulho de vidro sendo quebrado. Ele abre a porta e encontra a irmã destruindo vários objetos ao jogá-los na parede. O rosto dela está encharcado de lágrimas.
Victor: (indo até ela) Marina!
Marina lança um porta retratos na parede e se joga nos braços de Victor.
Marina: (chorando de soluçar) Eu não quero abandonar a minha vida aqui. Não quero, Victor!
Victor a envolve em seus braços. O corpo de Marina se sacode, tomado pelo desespero de sair de Nova York.
Victor: Ei, calma! Algumas mudanças podem ser boas.
Marina olha para ele com os olhos cheios de lágrimas.
Marina: (chorando ainda mais) Eu não quero me separar do Brian.
Victor: Vocês podem namorar a distância e nas férias ele pode ir para lá e vice e versa.
Marina: Não! Eu quero ficar com ele todos os dias.
Victor: A gente tem que ir, Mari. A vovó não está bem. Talvez esse seja o último Natal dela e nós temos que passar ao seu lado.
Marina não diz nada, apenas continua molhando a camisa de Victor com suas lágrimas.
Marina: Eu não vou para o Brasil. Não vou!

Com o seu tablet em mãos, Yasmin navega em sites de notícia e fofoca. Ela está deitada em sua cama, no seu quarto. 
Yasmin: (sentando na cama, boquiaberta) Que notícia é essa?
Ela entra em um link e lê a seguinte matéria:
"Nessa tarde, os filhos dos cantores Sophia Abrahão, Micael Borges, Mel Fronckowiak e Chay Suede se encontram para um almoço na Barra da Tijuca. Yasmin, filha de Sophia e Micael, chegou a um restaurante na companhia de um outro filho dos integrantes da banda Rebeldes, Vinícius Rocha. Os dois ficaram por volta de uma hora no estabelecimento e quando perceberam que estavam sendo clicados por um de nossos fotógrafos, abandonaram o local. Yasmin e Vinícius já foram vistos em outros locais com amigos e com os irmãos. Será apenas amizade?"
Yasmin começa a rir e pega o celular.
Yasmin: (discando o número de Vinícius) O Vinícius precisa saber disso.
Ela deita na cama novamente enquanto aguarda Vinícius atender. 
Vinícius: Alô?
Yasmin: Não olha mais no identificar, não? Sou eu, Yasmin.
Vinícius: Fala, praga da minha vida.
Yasmin: Não disse que o cara do restaurante era um paparazzi?
Vinícius: Como você sabe?
Yasmin: Ouve essa.
Ela lê a matéria para Vinícius. No final, os dois começam a rir juntos.
Vinícius: Não, o que é esse final?
Yasmin: (repetindo as palavras) Será apenas amizade?
Eles riem mais uma vez.
Yasmin: Já estão querendo juntar nós dois.
Vinícius: Também, nós somos os únicos que sobraram.
Yasmin: Como assim?
Vinícius: Pensa bem, se eles querem juntar os filhos dos Rebeldes, só sobra nós dois. A Isabela está namorando, os filhos da Lua e do Arthur moram nos Estados Unidos e nós nem falamos com eles, você é irmã do Felipe, não tem como ficar com ele. Então só sobre eu. (risos)
Yasmin: Não, você pode ficar com o Felipe também. (risos)
Vinícius: Não, não gosto da fruta.
Eles riem.
Yasmin: Até que a sua lógica tem sentido.
Vinícius: Claro, minha querida, tudo o que eu falo tem sentido.
Yasmin: Idiota.
Vinícius: Idiota que você ama. Tchau!
Yasmin: Tchau!
Eles desligam e Yasmin volta a mexer em seu tablet.

Sentada em uma cadeira de praia na beira da piscina, Isabela responde a alguns comentários em seu instagram. Ela começa a stalkear algumas pessoas e acaba encontrando Marina.
Isabela: MariAguiar. Será que ela é a filha da tia Lua? (Ela dá de ombros) Vou seguir.
Ela continua relaxada na cadeira durante o entardecer. 

A noite, Felipe e Thiago, filho de Fernanda e Mateus, saem para curtir. Os dois vão até uma balada e conseguem entrar, mesmo não tendo idade suficiente. Eles começam a dançar na pista de dança. 
Thiago: Tem um cara que eu conheço ali no bar. Vamos lá?
Felipe: Claro.
Os dois caminham até o bar.
Thiago: Fala, Rafael!
Um garoto loiro, chamado Rafael, olha para Thiago.
Thiago: E aí, cara?
Eles se cumprimentam. 
Thiago: Esse é o Felipe, amigo meu.
Felipe e Rafael trocam um aceno de cabeça.
Rafael: Como você conseguiu entrar? Que eu saiba você não tem idade para frequentar baladas como essa.
Thiago: Estamos no Brasil, dinheiro resolve tudo!
Os três riem.
Rafael: Já que você está tão cheio do dinheiro assim, não quer levar uma parada?
Thiago: Depende da parada, o que você tem aí?
Rafael: Pra você eu recomendo isso.
Rafael entrega algo embrulhado em um papel para Thiago, que abre e dá um leve sorriso. Felipe tenta ver o que é, mas de onde está não consegue. Thiago tira algumas notas do bolso e entrega para Rafael.
Thiago: O preço está ok?
Rafael: Poxa, Thiago, só isso?
Thiago sorri e balança a cabeça negativamente.
Thiago: (entregando uma nota de 100 reais para Rafael) Tchau!
Rafael: (sorrindo) Até mais. Volte sempre!
Felipe e Thiago vão até algumas mesas no fundo da casa noturna. 
Felipe: (falando alto por causa do som) O que tem aí?
Thiago: Cigarros de maconha.
Felipe: Maconha?
Thiago: Isso, fala mais alto! Nós já somos de menor, você ainda quer ser pego com droga?
Felipe: Desde quando você é maconheiro?
Thiago: (desembrulhando o papel) Desde nunca. Essa é a primeira vez. Eu já estava com vontade de experimentar, dai o Rafael apareceu... por que não?
Thiago pega um isqueiro no bolso e acende um cigarro. 
Felipe: Você anda com um isqueiro no bolso?
Thiago dá uma tragada, tosse e olha para Felipe.
Thiago: A menininha vai ficar só fazendo perguntas ou vai fumar um?
Felipe: Eu? Fumar maconha? Dispenso.
Thiago traga mais uma vez, dessa vez se acostumando mais.
Thiago: Só uma vez. Relaxa que você não vai ficar viciado.
Felipe olha para o embrulho sobre a mesa e depois volta a olhar para Thiago, cogitando na ideia de fumar apenas um cigarro.
Felipe: Você tem certeza que não vicia na primeira?
Thiago: Se viciasse, você acha que eu estaria fumando? Larga de ser idiota e acende logo um.
Felipe: O que acontecer aqui, permanece aqui.
Thiago: É assim que se fala.
Felipe pega um cigarro e acende com o isqueiro de Thiago. Logo que dá a primeira tragada, se engasga com a fumaça e tosse. Thiago ri. Felipe começa a fumar e aos poucos vai se acostumando com a sensação e começa a aproveitar o momento. 

Marina desce as escadas rapidamente. Lua, que está sentada no sofá assistindo televisão, olha para ela.
Lua: Vai sair?
Marina: Vou falar com o meu namorado.
Ela abre a porta e sai. Marina caminha até os fundos da mansão pelo lado de fora e vai até a casa do motorista. Após chamá-lo, eles saem em rumo a um barzinho no centro da cidade. 
Minutos depois, Marina desce do carro e se encontra com Brian. 
Brian: (após beijá-la) O que aconteceu? Sua voz estava tão séria no telefone?
Marina: A gente precisa conversar.
Brian aperta os ombros de Marina.
Brian: Seus músculos estão tensos. (Ele olha para o carro parado do lado de fora) Dispensa o motorista, eu te levo pra casa no meu carro.
Marina: Tudo bem.
Marina dispensa o motorista e volta para dentro do barzinho. Ela e Brian sentam em uma mesa nos fundos.
Brian: Pode falar.
Marina: Meus pais querem voltar a morar no Brasil.
Brian: Como é que é?
Marina: (segurando um choro) Eu não quero ir, Brian. Não quero me afastar de você.
Brian: Me explica isso direito, é definitivo?
Marina: A minha avó está doente, né?
Brian: Sei.
Marina: Então, como ela está bem velhinha, não sabemos até quando ela vai aguentar. Meus pais querem passar o Natal ao lado dela. Eu entendo eles, mas... e a minha vida, como fica?
Brian apoia os cotovelos na mesa e esconde o rosto nas mãos.
Brian: Isso não pode estar acontecendo.
Marina: Se eles insistirem nessa história, eu vou fugir de casa.
Brian ergue a cabeça para olhar para Marina.
Brian: Você não pode fazer isso, Marina.
Marina: Eu não quero sair de Nova York, Brian, ainda mais para ir para o Brasil. Naquele país só tem carnaval e mulher pelada, sabia?
Brian: Não é bem assim, eu vejo na televisão.
Marina: Não me importa! Eu faço qualquer coisa, mas não vou para o Brasil.
O casal continua conversando.

Felipe e Thiago saem da boate, a maconha já fazendo efeito pelo corpo deles, conforme vai se espalhando pelo sangue. Eles estão bem mais eufóricos do que o normal e riem de tudo, até do carro que passou na rua. 
Felipe: (passando por duas garotas) Ei, gostosas!
Ele olha para Thiago e ri. As meninas balançam a cabeça e entram na casa noturna. 
Felipe: Cara, eu tô muito doido!
Thiago: Claro, a gente fumou quantos cigarros?
Felipe: (rindo) Não lembro.
Eles enxergam um táxi se aproximando.
Felipe: Tem um táxi lá na frente.
Thiago: Claro que não, o táxi tá aqui perto.
Felipe: Óbvio que não, você não tá vendo ele lá longe?
Thiago acena para o táxi, que para na frente dos dois. 
Felipe: Ih, caramba, como ele chegou tão rápido?
Thiago: Eu falei que ele estava perto.
Thiago e Felipe começam a tentar abrir a porta do táxi. Eles têm dificuldade e riem bastante. O motorista, percebendo o estado dos dois, abre a porta por dentro. 
Felipe: (entrando no carro) E aí, cara? Tudo bem?
Thiago também entra e bate a porta. Eles dizem o endereço do condomínio e o carro sai.
Thiago: Meu coração tá acelerado, o seu também tá?
Felipe: Acho que é por causa do gatão ali do banco da frente.
Eles começam a rir e o motorista revira os olhos. 
Felipe: (para o motorista) Você tem algum doce?
Motorista: Não.
Felipe: (olhando para Thiago) Me deu uma vontade de comer doce.
Thiago: Eu só quero beber água, a minha boca tá seca.
Felipe: Só não te dou um beijo, porque não gosto da fruta.
Os dois gargalham e vão falando coisas sem nexo até chegarem em casa de madrugada. Como os seus pais já estão dormindo, eles conseguem ir para os seus quartos sem que ninguém os veja. 

Os dias passam. Felipe e Thiago continuaram saindo juntos, mas não usaram mais nenhuma droga. Marina e Victor receberam a notícia que irão embarcar com seus pais para o Brasil daqui a 15 dias. A jovem ficou devastada e pretende colocar o seu plano de fuga em prática. 

Durante a madrugada, Marina pega uma mochila que preparou com algumas roupas e pertences e sai do quarto. Tomando cuidado para não fazer barulho, ela desce as escadas e sai da mansão. Como a noite está um pouco gelada, Marina coloca um casado preto e cobre a cabeça com o capuz. 
Marina: Eu não queria fazer isso, mas não tenho outra opção. Que nada de mal me aconteça!
Ela começa a caminhar pelas ruas desertas do seu bairro de luxo, pisando em algumas poças de água com o seu vans preto. 

Aproveitando a noite com alguns amigos, Victor bebe em um bar. Ele olha no relógio e se espanta com as horas. 
Victor: Pessoal, já está muito tarde. Vamos embora!
Peter: Já, Vitinho?
Victor bebeu, mas não está tão bêbado quanto os seus amigos, e consegue calcular o estrago dos seus atos se os seus pais o ver chegando em casa nesse horário. 
Victor: Sim! Eu dirijo, já que vocês não têm a mínima condição.
Eles pagam a conta e saem. Victor dirige o carro de seu amigo em alta velocidade pelas ruas de Nova York. Um de seus amigos, Mark, coloca a cabeça para fora do carro e começa a mexer com as pessoas do lado de fora. Os outros se divertem e fazem o mesmo. 
Próximo a quadra da sua mansão, Victor ouve um de seus amigos dizer:
Peter: Olha aquela gatinha ali!
Victor olha para uma garota que caminha na mesma direção do carro. Ela está de costas a dois metros de distância do veículo, caminhando em passos apressados. 
Mark: (gritando para a garota) Ei, gata! Quer dar uma volta com a gente?
Victor: Cala a boca, Mark!
Peter: Para o carro! Para o carro!
Victor: Eu não vou parar o carro. Deixem a garota!
O veículo vai se aproximando cada vez mais da menina, que usa um capuz sobre a cabeça e uma mochila nas costas. 
Peter: O carro é meu e eu já disse para parar!
Victor revira os olhos.
Victor: Se ela não quiser ficar com nenhum de vocês a gente vai embora.
Mark: Ela está sozinha essa hora na rua, é óbvio que vai querer uma companhia.
Victor ri e para ao lado da garota.
Peter: Ei, quer entrar?
A garota para e olha assustada para o carro. Sua pele branca se destaca de toda a roupa preta que usa. Victor dá um leve sorriso e olha para ela. No momento que seus olhos encontram com os da menina, ele fica completamente sério.
Victor: Marina?

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