Imagine ChaMel 3ª Temporada - Capítulo 90: Mel tem pesadelo com sequestro

Imagine ChaMel

Luíza: Não é isso.

Mel: Então o que é?

Luíza: Elas são ricas, não vão ficar presas. Tenho medo do que elas possam fazer por vingança.

Daniel: Não vou deixar que nada aconteça com você.

Luíza: (sem olhar nos olhos de Daniel) Você já disse isso uma vez.

O clima fica pesado na sala, ninguém esperava por essa resposta de Luíza. Daniel fica magoado, mas não demonstra um pingo desse sentimento.

Daniel: Se elas forem presas, não vão ter dinheiro para saírem da cadeia.

Luíza: Como assim?

Daniel: Elas não têm dinheiro.

Luíza ri sem o menor humor.

Luíza: Não é porque a pessoa não tem a conta bancaria igual a sua que não seja rica, Daniel.

Daniel respira fundo, tentando manter a calma com Luíza.

Daniel: (com a voz controlada) Os bens do meu pai estão trancados, Luíza. A Marisa e a Míriam não têm nada. Absolutamente nada.

Luíza: Não acredito que elas não tenham uma conta no exterior. Pessoas ricas, que fazem coisas erradas sempre tem.

Daniel: O meu pai tem, mas elas eu garanto que não.

Luíza: Mesmo assim, eu tenho receio. 

Larissa: Mas a decisão não é só sua. Eu e a Mel também fomos sequestradas e nós queremos que elas sejam denunciadas. A maioria vence, vivemos em uma democracia.

Luíza olha para Daniel, buscando pelo apoio dele, mas o jovem não se manifesta. 

Chay: Então vamos denunciá-las?

Daniel: (levantando) Vamos!

Luíza: Daniel?

Daniel: (lançando um olhar duro para Luíza) Isso não depende só de você.

Luíza cruza os braços, sem entender o motivo desse tratamento de Daniel. Ela não percebeu nada demais em nenhuma de suas frases anteriores. 

Daniel: Eu vou ligar para o César, ele vai cuidar de tudo.

Ele coloca o celular no ouvido e se afasta do grupo. Mel caminha até Luíza e senta ao lado dela no sofá.

Mel: Pirou?

Luíza: É a minha opinião, Mel.

Mel: Eu não estou falando dessa loucura, estou falando da outra.

Luíza: Hã?

Mel: Do jeito com que você falou com o Daniel.

Luíza: Eu não falei nada demais.

Mel: Você foi grossa com ele, Luíza. Não sei como ele não ficou chateado.

Luíza olha na direção de Daniel, percebendo que ele age naturalmente, mas sabe que ele consegue esconder os seus sentimentos perfeitamente.

Luíza: O que eu falei?

Mel: (imitando a voz de Luíza) Você já disse isso uma vez.

Luíza balança a cabeça.

Luíza: Eu não quis que isso soasse de maneira grosseira.

Mel: Mas soou.

Luíza: Ai que saco! (Ela levanta) Vou lá falar com ele.

Mel: Mas ele está no celular!

Luíza: (se afastando) Dane-se!

Mel afunda no sofá e revira os olhos. Chay olha para ela.

Chay: (colocando a mão no joelho dela) Você está bem?

Mel: Eu estou, mas a Luíza não.

Chay: Por causa da patada que ela deu no Daniel?

Mel: Todo mundo percebeu isso, menos ela. Acho que é TPS.

Chay: (segurando um riso) O que seria isso?

Mel: Tensão pós sequestro.

Chay e Mel riem.

Chay: Espero que você não esteja com isso.

Mel: Nãão, eu estou com SPS.

Chay: E o que é isso?

Mel: Saudades pós sequestro.

Chay: Ai, minha linda.

Eles sorriem e se beijam.

Colocando os braços em torno da cintura de Daniel, Luíza ergue a cabeça e dá um beijo na nuca dele. Daniel retira as mãos dela do seu redor e se afasta. Ela fica perplexa, mas volta a se aproximar dele novamente.

Daniel: Tudo bem. Resolve as coisas aí!

Ele desliga e olha para Luíza.

Luíza: Desculpa se o que eu disse saiu de maneira grosseira, aquela hora. Não foi a minha intensão.

Daniel: Não, você tem razão. Eu prometi que ia te proteger, mas não cumpri com a minha promessa.

Daniel tenta se afastar de Luíza, mas ela o impede, segurando em seu braço.

Luíza: Daniel, desculpa!

Daniel: (se soltando) Em casa a gente conversa. Você vai dormir no meu apartamento hoje.

Daniel volta para o meio da sala. Luíza continua parada, próxima a escada.

Luíza: (resmungando sozinha) Obrigada pelas opções.

Para a sua surpresa, Daniel olha para trás.

Daniel: Se não quiser ir, eu não vou te obrigar.

Luíza: Não, eu quero ir. 

Assim que Daniel volta a olhar para frente, Luíza arregala os olhos, surpresa por ele ter ouvido o que disse.

As horas passam. Larissa e Henrique vão para casa, ela reencontra a sua filha, Graziele, e se emociona bastante. Lua e Arthur vão para a sua mansão. Eles passam a noite com Marina e Victor. Sophia e Micael aproveitam o resto da noite para brincarem com Felipe. Chay e Mel se jogam na cama do casal.

Mel: Ai que saudade que eu estava dessa cama!

Chay: Essas últimas 24 horas foram bastante complicadas.

Mel: Complicadas? Foram terríveis!

Chay: (abraçando Mel) Mas o que importa é que agora já passou. Você está de volta para a nossa casa, para o nosso filho, para mim.

Mel: Se eu não estivesse tão cansada, iriamos comemorar a minha volta

Chay: (passando a mão no cabelo de Mel) Descansa, nós vamos ter todo o tempo do mundo para comemorarmos a sua volta. (Ele sussurra no ouvido dela) Pode ter certeza que eu vou cobrar.

Mel sorri e beija Chay. Os dois dormem abraçados.

Deitada na enorme cama de Daniel, Luíza repensa nas últimas horas de sua vida. Respira aliviada por estar na cama de seu namorado, em segurança. Daniel sai do banheiro, com o cabelo molhado e uma toalha em torno da cintura.

Luíza: (sentando no meio da cama) Nós vamos conversar agora?

Daniel: (indo até o guarda-roupa) Pode ser amanhã.

Luíza: Você está fugindo de mim?

Daniel ri e coloca uma cueca box preta, fazendo Luíza conter um suspiro ao ver o seu corpo quase nu.

Daniel: Eu não preciso fugir de você!

Luíza: Sua auto confiança irrita muito, sabia?

Daniel dá de ombros, fazendo Luíza ficar ainda mais irritada.

Daniel: Não posso fazer nada.

Luíza passa a mão no rosto, tentando se acalmar. Daniel coloca uma bermuda jeans e senta na beira da cama. Ela se esforça para não descer o olhar e admirar o tronco despido dele.

Luíza: Eu não esperava ter uma noite dessas depois do sequestro.

Daniel: E eu não esperava ouvir o seu comentário na sala da mansão.

Luíza: (elevando a voz) Eu não quis ser grossa, caramba!

Daniel: (calmo) Está sendo agora.

Luíza revira os olhos e sai da cama, sentindo muitas dores por causa do movimento brusco.

Luíza: Me leva para a minha casa!

Daniel: Não.

A tranquilidade de Daniel deixa Luíza ainda mais furiosa.

Luíza: Você não pode me obrigar a ficar aqui!

Daniel: E você não pode me obrigar a dirigir essa hora da noite.

Ele deita na cama e cruza as mãos atrás da cabeça, de maneira relaxada. Luíza morde o lábio, indignada.

Luíza: Se você não me levar agora, vou pegar as chaves do seu carro e vou eu mesma dirigir o seu super carro.

Daniel: Estão na mesinha de centro, na sala.

Luíza: (franzindo a testa) Hã?

Daniel: As chaves do meu super carro.

Luíza percebe que Daniel está tirando sarro com sua cara e sai do quarto, bufando. Daniel joga a cabeça para trás, afundando no travesseiro e ri.

Sentindo cada parte de seu corpo doer, Luíza desce as escadas rapidamente e caminha até a mesinha de centro. Pega as chaves do carro de Daniel e caminha até a porta. Quando vai abrir a porta do apartamento, sente uma mão se fechar em torno de seu braço. Olha para trás e encontra Daniel.

Daniel: (dando um leve sorriso) Não vou deixar você dirigir a essa hora nesse estado.

Luíza: Eu quero te matar!

Daniel: Você sabe tanto quanto eu, que isso é mentira.

Luíza não diz nada, sabendo que Daniel está certo.

Daniel: Vamos lá para o quarto, você precisa descansar. Amanhã nós terminamos essa conversa.

Luíza: Eu não quero dormir na mesma cama que você.

Daniel: Outra mentira!

Luíza grunhi, joga as chaves contra o peito de Daniel, se solta e vai para o segundo andar do apartamento. Daniel ri e devolve as chaves para a mesinha de centro. 

Minutos depois, ele está ao lado da cama, olhando para Luíza na cama.

Daniel: Confesso que preciso de você. Deixa eu dormir ao seu lado?

Luíza olha para ele e dá um leve sorriso.

Luíza: Só essa noite.

Daniel sorri e deita ao lado dela, a abraçando.

Daniel: Sonhe com os anjos, minha pequena.

Luíza: (fechando os olhos, nos braços de Daniel) Vou sonhar com você.

Os gritos de Luíza ecoam nos ouvidos de Mel, o sangue da sua irmã invade a sua vista, impedindo que ela enxergue algo além da imensidão vermelha. O canivete de Míriam surge em meio ao sangue e corta um pedaço de pele, que minutos depois Mel reconhece ser seu braço. Um ardor se espalha pelo seu rosto e Mel relembra da sensação do soco do capanga. 

Um aperto em seu ombros, faz com que o sangue desapareça, assim como o ardor e os gritos. Mel abre os olhos e Chay entra em foco em sua frente.

Chay: Tá tudo bem? Você estava gritando muito e se debatendo.

Mel afunda nos braços de Chay, deixando que as lágrimas escorram pelo seu rosto.

Mel: Eu tive um pesadelo com o sequestro.

Chay: Calma! Já passou. Tudo já passou.

Mel treme entre soluços nos braços de Chay.

Mel: Acho que eu nunca vou esquecer desse dia.

Chay: Daqui a algum tempo isso tudo não vai passar de uma lembrança distante.

Mel: Rezo para que esse dia chegue logo.