Imagine ChaMel 3ª Temporada - Capítulo 88: Mel é ajudada por senhor e encontra Chay

Imagine ChaMel

Ainda sentindo os sintomas da anemia, Mel abaixa o tronco, colando os seis nas coxas. Ela respira fundo e fica nessa oposição alguns minutos. Depois levanta devagar, mais calma.

Mel: Tudo bem. Só preciso achar a saída antes que eu desmaie.

Tentando não ficar mais tonta do que já está, Mel levanta sem pressa. Ela começa a caminhar pela mata e encontra um riacho.

Mel: (correndo até as margens) Ah, água!

Ela se agacha na beira do riacho, mergulha a mão na água e molha o rosto. Soltando o ar, Mel sente o frescor se espalhar pelo seu rosto. Logo em seguida, ela usa a mão como concha e bebe um pouco de água. Com a mão molhada, ela refresca a nuca e os braços.

Mel: Quer saber de uma coisa? Vou mergulhar! Estou sozinha mesmo.

Mel levanta, tira a blusa rasgada e encardida, a calça jeans manchada com terra e sangue e as coloca sobre uma pedra junto com seus sapatos de salto, que já estão fora de seus pés faz tempo. Ela olha para os lados, só para ter certeza de que não tem ninguém nas redondezas e mergulha na água. Sente o seu cabelo ser jogado pra trás no contato com a água e agita os braços e pernas, nadando no riacho de águas limpas e transparentes. Flutuando nas águas, Mel até consegue esquecer dos problemas e de onde está. 

O barulho de folhas sendo esmagadas, faz com que Mel abra os olhos e afunde no riacho. Ela olha em volta, em busca da causa do barulho. Mel evita a pergunta "Quem está aí?" com medo de que os capangas estejam por perto e descubram a sua localização. "Se é que já não descobriram" ela pensa. Tentando fazer o mínimo barulho possível, sai da água e se aproxima da rocha em que está suas roupas. Um senhor de meia idade, cabelos brancos e postura curvada, sai de dentro da mata, assustando Mel, que não consegue segurar o grito dentro da garganta.

Mel: (colocando as roupas na frente do corpo molhado) Quem é você?

Senhor: Sou Raimundo, você quem é?

Raimundo tem um jeito de falar um tanto quanto rude e maneira humilde, demonstrando não ter muito estudo.

Mel pensa rápido, percebendo que se ele não sabe quem ela é, não faz parte da quadrilha de Marisa e Míriam, podendo ser uma ajuda.

Mel: Sou Mel Fronckowiak, estou perdida aqui. (Ela dá um passo na direção dele) Você pode me ajudar a sair daqui?

O senhor balança a cabeça positivamente, fazendo Mel dar um sorriso de alívio.

Raimundo: Eu moro im uma fazenda aqui perto. Essas área é tudo minha.

Mel: (falando um pouco rápido) Eu fui sequestrada. Consegui fugir, mas não acho o caminho de volta. Eu preciso muito de ajuda!

Raimundo: Vem comigo! Minha muié vai sabê o que fazê pra ti ajudá.

Mel olha para o próprio corpo.

Mel: O senhor pode virar para lá enquanto eu coloco as minhas roupas?

O senhor vira de costas para Mel e rapidamente, ela veste a blusa e a calça jeans.

Mel: (colocando o sapato esquerdo) O senhor tem algo pra comer? Eu sou anêmica e estou me sentindo um pouco fraca. Comida não é remédio, mas pode ajudar um pouco.

Raimundo: Já posso virar?

Mel: Ahã.

Raimundo: (olhando para Mel) Só tem cumida lá im casa.

Mel termina de calçar o sapato direito e se endireita, erguendo os ombros.

Mel: Tudo bem, vamos pra lá?

Raimundo: Vamu!

Ele se mete  na mata e Mel vai atrás dele.

Depois de decidirem que só vão até Luíza e Larissa depois de encerrarem as buscas por Mel, Henrique e Daniel permanecem no carro com Chay. O dono do veículo estaciona no acostamento de uma rua sem asfalto que têm os dois lados repletos de mato.

Chay: (descendo do carro) Eu vou entrar na mata!

Daniel e Henrique também saem.

Daniel: (com as mãos sobre o capô) O quê?

Henrique: (ao lado de Daniel) Ficou maluco, cara? Se nós entrarmos na mata é capaz de ficarmos tão perdido quanto ela.

Chay: (determinado) Eu vou correr o risco!

Daniel: Não, Chay! Você não pode fazer isso.

Chay bate com as mãos do outro lado do capô, encarando Daniel e Henrique.

Chay: (com uma lágrima escorrendo na bochecha esquerda) Já estou farto disso! Estou cansado, com fome, sem dormir e sem tomar banho. Sem contar com a saudade que estou da Mel. Quem é a Míriam pensa que é para sequestrar a mãe do meu filho? (Ele chuta o pneu do carro, extravasando a sua raiva) Agora a Mel está perdida no meio de alguns desses matos e eu estou de mãos atadas!

Daniel e Henrique ficam comovidos.

Daniel: (apertando a ponta do nariz) Eu sei, cara! Estou com tanta raiva quanto você, quero matar a Míriam por isso. Estou me sentindo culpado...

Henrique: (interrompendo Daniel) Ninguém é culpado!

Daniel: (ignorando o comentário de Henrique) Me sentindo culpado, porque tudo isso está acontecendo por minha causa, por causa do meu dinheiro que a Marisa e a Míriam tanto querem.

Henrique: Vamos tentar pensar com a cabeça. (Ele olha para a mata) Está cercada, então vai tem um dono. Estamos quase na área rural, aqui é cheio de fazendas. Vamos até uma dessas fazendas e pedir ajuda para o pessoal que conhece a região.

Daniel: (desapoiando do carro) Boa ideia! Vamos, Chay?

Chay ergue a cabeça e olha para os dois.

Chay: (abrindo a porta do carro) Vamos nessa!

Os outros dois entram no carro e Chay sai em alta velocidade.

O carro de César estaciona na frente da mansão de Chay e Mel. Larissa e Luíza estão sentadas no banco de trás.

César: (abrindo a porta para elas) A família das duas estão lá dentro. Todos estão ansiosos para reencontrar vocês.

Luíza: (saindo do carro) Não são só eles que estão ansiosos.

Juntas, Luíza e Larissa correm para dentro da mansão. A irmã de Mel é a primeira a passa pela porta e vai direto em direção aos braços de sua mãe. As duas se abraçam, ambas chorando muito.

Berenice: (apertando Luíza) Ai, minha filha, você como é bom te ver de novo.

Luíza chora muito que até esquece dos seus machucados, que já estão com curativos, pois César as levou para o hospital primeiramente. Larissa também chora nos braços de sua mãe, Patrícia.

Larissa: Foi horrível, mãe! Horrível.

Patrícia: (passando a mão no cabelo da filha) Calma! Passou. Passou.

Berenice e Luíza sentam no sofá, André se ajoelha na frente da filha.

André: (chorando) Deixa eu te olhar. É tão bom te ver!

Luíza abraça André, chorando bastante.

Berenice: (olhando para os braços de Luíza) O que fizeram com você, minha filha?

Luíza olha para César, pedindo para que ele conte, já que ela prefere nem lembrar do houve.

César: Elas foram torturadas.

Berenice cobre a boca com a mão, perplexa.

André: Agora só faltam encontrar a Mel!

Depois de andar muito com Raimundo, Mel entra na casa humilde do senhor, apoiada no ombro dele. Josefina, a mulher de Raimundo, levanta rapidamente da cadeira de madeira em que estava.

Josefina: Quem é essa?

Raimundo: Encontrei na mata.

Josefina: Como assim? Agora você trás mulheres que encontra na mata?

Mel olha para mulher, completamente fraca.

Mel: (sussurrando) Eu fui sequestrada.

Como a audição da mulher é meio precária, ela não ouve com clareza as palavras de Mel.

Josefina: O que ela disse?

Raimundo: Qui foi sequestrada.

Josefina: (colocando a mão na boca) Minha Nossa Sinhora!

Ela se aproximado de Mel e a segura.
Josefina: Senta aí, minha fía.
Mel sente na cadeira de madeira e apoia o braço na mesa.
Josefina: O que você está sentindo?
Mel: (baixinho) Eu estou fraca.
Desse vez, como está próxima de Mel, Josefina ouve o que ela diz.
Josefina: Eu vou trazê alguma coisa pra você comê.
A senhora arrasta os chinelos até a cozinha. Raimundo se aproxima de Mel.
Raimundo: Quem é a sua famía?
Mel: (sussurrando) Chay Suede.
Mel apoia o braço no antebraço.
Raimundo: Ele é o seu pai?
Mel: Marido.
Raimundo: Como eu faço pra encontrá ele?
Mel respira fundo, ficando sem ar. Josefina volta para a sala com uma tigela cheia de sopa.
Josefina: Toma um pôco, você vai se sentí mió.
Mel tenta pegar a colher, mas não consegue.
Raimundo: Dá na boca dela, muié.
Josefina faz o que o marido disse e começa a dar sopa na boca de Mel. Depois de alguns minutos, Mel começa a se sentir melhor.
Josefina: Você precisa discansá.
Mel: (menos fraca) Eu preciso dar um telefonema. Vocês têm telefone?
Raimundo ri.
Raimundo: Não tem sinal de telefone aqui não, moça.
Mel: Eu preciso falar com o Chay, eles precisam saber que eu estou aqui.
Josefina: Fica calma!
Josefina e Raimundo continua conversando com Mel, tentando dar um jeito de ajudá-la.

No processo de revesamento, Fernanda e Mateus vão embora e Sophia e Micael chegam. Lua e Arthur também aparecem para dar forças para todos.
Lua: A gente teve que vim.
Arthur: Não estávamos conseguindo ficar lá em casa sem nenhuma notícia.
Sophia: (com Vinícius nos braços) Aqui também está difícil conseguir informações. Os meninos não ligaram mais nem a equipe do César.
César: Os meus homens estão na mata atrás da Mel, me ligaram pela última vez a alguma horas.
Micael: Devem estar sem sinal.
Lua: E o Chay, nada?
Berenice: Nada! Ontem ele falou que estava com o César, mas era mentira.
Arthur: Como assim?
André: Eles falaram que iam encontrar com o César, mas decidiram procurar as meninas por conta própria.
Lua: Não acredito que eles fizeram isso!
Berenice: Pois é, hoje ele ligou dizendo que vai continuar procurando a Mel e só vai parar quando encontrá-la.
Lua: Coitado! Está desesperado, né?
André: Muito!
Arthur: E onde estão a Luíza e a Larissa?
Berenice: Nos quartos, tomando banho. Elas estão todas machucadas.
Sophia: Sofreram muito no cativeiro, né?
André: Elas foram torturadas.
Os quatro integrantes dos Rebeldes ficam chocados.

Sentados em bancos de madeira, Chay, Henrique e Daniel conversam com um rico fazendeiro.
Fazendeiro: Deixa eu ver se entendi. Vocês querem a nossa ajuda para encontrar a Mel na mata?
Chay: Sim! É possível?
Fazendeiro: Claro! Vou reunir os meus homens.
O homem levanta. Os três rapazes se olham.
Henrique: Espero que isso dê certo!
Minutos depois, o fazendeiro volta com os trabalhadores de sua fazenda.
Fazendeiro: Estão todos aqui.
Homem: Nós podemos ir até a fazenda do Raimundo, ele é o que conhece melhor a região.
Chay: (sem entender) Quem é Raimundo?
Fazendeiro: É um outro empregado. (Ele olha para o homem) Você tem razão. Vamos até a casa dele.
Daniel: É muito longe daqui?
Fazendeiro: Mais ou menos. Podemos ir na minha caminhonete, ela está acostumada a andar pelo campo.
Chay: Então vamos, o quanto antes encontrarmos esse tal de Raimundo, melhor.
Eles levantam e saem. Chay, Daniel e Henrique vão com o fazendeiro na caminhonete dele. Os homens vão a cavalo ao lado do carro. 
Poucos minutos depois, eles estacionam na frente da casa de Raimundo. Todos descem. Chay cobre os olhos com a mão para conseguir enxergar a casa, o Sol do inicio da tarde está muito forte.
Fazendeiro: Um de vocês, corre até lá e chama o Raimundo.
Um dos homens desce do cavalo e caminha até a casa de Raimundo. Chay e Daniel conversam de costas para o casebre.
Chay: Com a ajuda deles vai ficar bem mais fácil encontrar a Mel.
Daniel: (colocando a mão no ombro de Chay) Fica calmo! Até o final do dia você vai estar com a Mel de novo.
Henrique: (olhando para a entrada do casebre) Sábias palavras, Daniel. (Ele sorri) Olhem quem está vindo.
Chay e Daniel viram. Daniel fica de queixo caído e com um sorriso congelado no rosto. Chay tem os olhos tomados por lágrimas e o coração acelera. Ele corre em direção a Mel. Ela reúne o pouco de energia que tem e também corre na direção dele. Os dois se abraçam. 
Mel envolve o pescoço de Chay com os seus braços, chorando no ombro dele. Chay, por sua vez, aperta a cintura de Mel com as mãos, dando beijos na nuca dela. Ambos choram muito.
Chay: (olhando nos olhos de Mel) Como é bom te ver de novo.
Mel: Estava rezando por esse momento, quando iria olhar nesses seus olhos mais uma vez.
Chay: Ninguém mais vai te tirar de mim, amor. Mais ninguém!
Chay e Mel dão um beijo cheio de paixão e saudade. Daniel, Henrique, o Fazendeiro e seus trabalhadores, Raimundo e Josefina se emocionam com o reencontro e aplaudem o casal.
Chay: Amo você!
Mel: Também te amo.
Eles dão mais um beijo, com os aplausos de fundo.