Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 288: Victor e Felipe dão enorme susto em suas namoradas, mas algo dá errado
Aproximadamente três horas após o jantar, Marina e Brian vão trocar de roupa para mergulharem na piscina. Ela se tranca com o namorado no quarto e revira o armário atrás do maiô que deseja usar enquanto Vinícius observa sentado em uma das camas.
— Quer ajuda? — fala com um sorriso brincalhão no rosto.
Marina dá uma risada irônica.
— Achei. — Ela levanta e acaba batendo a cabeça em um das divisões do armário. — Ai! — reclama colocando a mão na cabeça.
— Está tudo bem? — preocupa-se Vinícius indo até ela, que sorri levemente e se vira.
— Está — responde com um maiô preto frente única nas mãos. — Só doeu um pouco.
— Minha mãe sempre diz para a gente massagear para não ficar galo — ele fala e leva as mãos à cabeça dela, fazendo movimentos circulares com os dedos.
Marina sorri e dá um beijo lento e apaixonado nele.
— Isso é melhor que muita massagem — fala depois.
Vinícius dá um sorriso.
— Vai logo pro banheiro trocar de roupa antes que eu faço algo que te atrase.
— Eu não preciso ir para o banheiro para me trocar. — Marina provoca, empurra ele de volta para a cama e começa a se despir.
No quarto ao lado, Yasmin pega o necessário para dormir no outro quarto. Isabela e Graziele fazem companhia à ela enquanto Malu rodopia perto da janela.
— Eu ainda estou tentando entender por que a Jaqueline quis mudar de quarto — comenta a ruiva.
— Eu também — concorda Isabela. — Porque aquela história de ronco da Marina não colou.
— Talvez ela queira ficar perto da Malu — brinca Yasmin agachada perto do beliche.
— Será que eu consigo sufocar ela com travesseiro? — indaga a morena para de girar e Yasmin e Graziele ri, mas Isabela pede:
— Por favor, não faça nada, Malu.
A ficante de Samuel começa a rir.
— Você acha mesmo que eu mataria a Jaqueline? Eu tenho amor à minha vida, queridinha.
— Matar eu sei você não faria, né? Estou falando de briguinhas bestas.
— Eu não tenho briguinhas bestas, eu tenho barracos mesmo! — Todas elas riem, exceto Isabela.
— A gente está aqui para se divertir, não para ficar arrumando confusão. Ninguém quer que o clima fique estranho.
— Falando em clima estranho — interrompe Graziele —, o que foi aquele comentário do Brian na mesa? — Elas riem.
— O Vinícius ficou constrangido, foi engraçado — opina Malu.
— Deve ser muito estranho pensar que sua namorada transou com o carinha que está logo ali — comenta Yasmin.
Malu pensa em Samuel e Ben e sente um incômodo no estômago.
— Estranho, muito estranho — concorda Graziele indo até a porta. — Vou pegar água.
— Vou pegar ar — brinca Malu e sai atrás dela.
Samuel está sentado na sala sozinho vendo os vídeos das pegadinhas que Victor e Felipe fizeram com as namoradas. Graziele surge e ao passar por ele cutuca sua cabeça. Ele ergue a cabeça e sorri para ela, quando a ruiva desaparece no corredor para a cozinha, volta a fitar o celular. Segundos depois, ele levanta a cabeça novamente, dessa vez para encarar Malu. A morena caminha até ele e se joga em seu colo.
— Oi — fala e dá um selinho nele.
— Oi — ele responde acariciando a perna dela.
— Vamos lá para fora, quero pegar um ar.
— Vamos.
Os dois levantam e caminham abraçados para o jardim, que está iluminado por algumas lâmpadas no gramado.
— Esse clima maluco — opina Samuel —, de manhã estava um calor do inferno, agora já está mais ameno.
— É a vida — ri Malu. Eles param perto de uma planta que está começando a florescer e se abraçam. — Você está gostando aqui?
— Estou, não tem outro jeito, né? — Ele ri, mas Malu continua com uma expressão contida.
— Eu tô falando sério. — Uma de suas mãos acaricia a nuca dele distraidamente. — Te trouxe pra cá mais para a gente passar um tempo juntos, mas eu sei que você não tem muita intimidade com o pessoal e a gente nem tem ficado junto o tempo todo. Então eu quero saber, está sendo legal pra você?
— Nossa, que intenso isso — ri Samuel e dá um beijo curto nela. — Está legal, de verdade. O pessoal não é tão chato quanto eu imaginei. Só estou sentindo falta de uma coisa.
— Que coisa?
— É que quando a gente tava lá na cidade, praticamente toda vez que a gente se via rolava pegação. Aqui a gente está mais controlado.
— Está com abstinência, Samuel? — Ela gargalha.
— Um pouco. — Ri o rapaz.
— Então vamos acabar um pouco com isso — sussurra a morena e dá um beijo de tirar o fôlego nele.
Logo que entrou na cozinha Graziele visualizou Jaqueline encostada em um armário comendo uma barrinha de chocolate, porém resolveu ignorá-la. Ela bebe água e enquanto deixa o copo no escorredor ouve a voz da loira às suas costas.
— Hoje iremos dormir juntas.
— No mesmo quarto — corrige Graziele.
— Não dá na mesma? — provoca Jaqueline e a ruiva gira lentamente, cravando seu olhar nela.
— Me deixa em paz, ok? Eu estou tentando fingir que você não existe, então continue quietinha na sua.
— Eu não sei porque você tem tanta raiva de mim assim, Graziele. Eu realmente não sei! Eu nunca te fiz nada.
— Vai fingir que é santa agora?
Jaqueline ri.
— Eu não sou santa, mas nunca fiz nada de grave contra você.
— Temos visões diferentes.
— Não vai me dizer que você ficou ressentida por causa das coisas que eu já disse sobre o Thiago? Não eram verdades?
Graziele aproxima-se dela com rapidez, mas não chega a encostar em nenhuma parte de seu corpo.
— Se você acha bacana brincar com os problemas dos outros, eu não acho.
— A brincadeira torna a situação mais leve.
— Pode até ser, mas ela precisa ser feita por alguém que seja próximo da pessoa. Ninguém nunca te deu liberdade para brincar com o problema do Thiago.
— Olha, Graziele, eu não tenho nada contra você, mas...
— Mas eu tenho muitas coisas contra você. Olha aqui, Jaqueline, eu já não ia com a sua cara porque você é barraqueira, mas quando você começou a brincar com a situação do Thiago, você mexeu diretamente comigo.
— Sabe o que me impressiona? — Jaqueline indaga em tom pensativo. — O próprio Thiago não é tão agressivo comigo assim.
— Eu não sou o Thiago.
— Estou percebendo, né? — ri a loira. — Aprendeu com a sua amiguinha como encurralar pessoas?
Graziele olha ao redor e nota que está muitíssimo perto de Jaqueline.
— Você faz qualquer um perder a paciência — comenta dando as costas para a outra.
— Desculpa, querida, mas pra mim isso é elogio.
Jaqueline sorri, mas sua risada dura pouco pois Graziele vira com muita rapidez e avança em sua direção. Por muito pouco a ruiva não encosta nela, isso só não ocorre porque Thiago aparece repentinamente e segura a ex-namorada pelos braços.
— Calma, Grazi — pede com suavidade, adotando o tom de voz que costumava usar com ela quando eles namoravam.
Jaqueline recupera-se do susto e diz:
— Chegou o assunto.
Thiago solta Graziele, pois sabe que a ruiva nunca pretendeu bater em Jaqueline, apenas perdeu a cabeça, e olha para a loira.
— Eu estava lá fora e ouvi a conversa de vocês — conta e Graziele fica mais espantada do que Jaqueline. — Eu não sou agressivo com você, Jaqueline, porque você e nada pra mim é a mesma coisa. Eu tento ser gentil e educado como a minha mãe me ensinou a ser com todos, mas não me dê mais motivos para agir diferente com você. — A loira continua olhando fixamente para ele, sem reação. — Sai daqui, por favor.
— Sabe de uma coisa? — Jaqueline desapoia-se do armário. — Vocês falam de mim, mas são vocês que são loucos. — Ela caminha para fora da cozinha, gritando: — Todos loucos!
Assim que fica sozinha com Thiago, Graziele pergunta:
— Você realmente ouviu tudo?
— Sim, mas esquece isso — pede e também segue para o corredor. — Eu vou fazer o mesmo — completa.
Graziele fica imóvel no centro da cozinha.
Os jovens preparam-se para dormir, Graziele e Thiago mal se olham quando cruzam o corredor e passam por Isabela e Felipe, que se beijam encostados em uma parede, Yasmin e Victor fazem guerra de travesseiro no quarto dele, ignorando os pedidos de Vinícius que arruma a cama para deitar e em outro quarto, Jaqueline e Graziele ignoram uma a existência da outra. Malu e Samuel entram de mãos dadas pela porta principal ao mesmo tempo que Marina e Brian saem juntos pela da cozinha, que fica mais perto da piscina.
— Tomara que a água esteja quente, né? — torce Brian caminhando usando apenas bermudas e chinelos, com um roupão pendurado no ombro. Ao seu lado, Marina responde:
— Acho que vai estar, passou o dia recebendo calor do Sol. — Seu corpo está coberto por um roupão idêntico ao que ele tem pendurado.
— Se não estiver, pelo menos o céu está estrelado.
Eles riem e param à beira da piscina.
— Se não estiver — fala Marina —, pelo menos você está comigo.
— Ai meu Deus, que amor! — Ele ri e abraça ela. Sua risada vai aumentando e Marina não compreende a razão para tanto.
— O que foi?
— É que se fosse outra pessoa eu teria empurrado agora na piscina. Seria uma ótima oportunidade — comenta soltando ela.
— Realmente é uma ótima oportunidade. — Marina sorri diabolicamente e empurra ele. — Vingança, baby.
Brian volta a superfície rapidamente e passa a mão no cabelo, tirando o excesso de água.
— Olha, anos depois ainda há mágoas nesse coraçãozinho?
Os dois riem e Marina abre e tira o roupão. O americano não consegue controlar e desce o olhar pelo corpo dela. A morena finge não perceber e pula na água. Mesmo não se apavorando como anteriormente ocorria, a sensação ainda é estranha.
— Está tudo bem? — indaga Brian chegando perto dela.
A visão de Brian, molhado, diante de si dentro de uma piscina, é tão inusitada que Marina não consegue não sorrir.
— Sim. Isso é tão inédito pra gente, não é? Eu e você dentro de uma piscina juntos.
Brian sorri e concorda com a cabeça.
— É mesmo. Então vamos aproveitar?
— Com certeza.
O quarterback e a ex-líder de torcida sorriem um para o outro.
Deitadas em um beliche, Yasmin e Isabela tentam dormir, sozinhas no quarto já que Marina está lá fora com Brian.
— Yasmin? — chama a menor, deitada na parte de baixo. — Você ainda está acordada?
— Não — responde a loirinha.
Isabela vê o rosto sorridente dela aparecer na lateral do colchão acima de si.
— Eu queria te perguntar uma coisa — fala com a testa franzida.
— Que coisa?
— O Victor tem problemas com o sono?
Yasmin ri.
— Sim.
— Sério? — surpreende-se Isabela.
— Sim, quando ele começa a dormir só Jesus pra acordar. — Ela gargalha.
— Então ele não tem insônia?
— Insônia? Claro que não, Isabela, de onde você tirou isso?
Isabela senta na cama, apoiando as costas na cabeceira.
— Ontem eu vi o Felipe e o Victor no corredor conversando e eu tive a impressão de ter visto o Victor com uma cartela de remédio, mas eles desconversaram. Tudo bem, eu esqueci. Hoje eu encontrei a mesma cartela no armário deles e o Victor disse que era dele, que era pra dormir.
Yasmin também franze a testa.
— Remédio para dormir? O Victor?
— É, disse que viagens tiram o sono dele.
— Ué, a gente foi pro iate aquela vez e quem precisou de remédio fui eu. Estranho!
— Foi o que eu achei.
— Bom, amanhã eu falo com ele. Espero que não seja mais uma pegadinha, que eu ainda não estou totalmente de bem com ele.
— Ele fez uma pegadinha com você, né?
— Fez, mais uma — reclama Yasmin voltando a deitar. — Sou a favor da gente se vingar.
— Eu não gosto disso, Yas.
— Mas eles merecem, Isabela!
— Eu sei, mas...
— Só uma zoeirinha — argumenta a loirinha olhando para baixo novamente.
— Vou pensar.
Yasmin sorri e deita novamente.
— Ok, já vou pensar no que a gente pode fazer.
Em outro quarto, Jaqueline está deitada em uma cama enquanto Graziele e Malu estão em um beliche.
— Sabe o que eu estava pensando? — comenta Malu.
— O quê?
— O Gabriel poderia estar aqui também, né?
Jaqueline revira os olhos ao ouvir o nome do amigo e ex-namorado na boca de Malu.
— O Gabriel? — repete Graziele sem entender a provocação a Jaqueline.
— É, o do colégio, ex dessa daí.
A loira morde a língua para controlar a primeira resposta que vem à sua mente.
— Ah, o Gabriel! — exclama a ruiva compreendendo. — É, poderia mesmo.
— Pois é, o Samuel que não iria gostar muito, mas se a gente consegue aturar pessoas desagradáveis ele também consegue.
— Verdade, sem contar que o Gabriel nem é tão desagradável quanto certas pessoas que a gente tem que aturar.
— É, Grazi! A gente deveria ter chamado ele.
— Fica para a próxima vez.
— Sim. — Elas continuam conversando, fazendo questão de fazerem provocações a Jaqueline, que tem que se controlar muito para não responder.
— O Felipe me paga por me fazer passar por isso — sussurra para si mesma abafando a voz no travesseiro.
Sozinhos no quarto, Thiago e Samuel conversam antes de dormir. Como nunca teve um momento como esses com Thiago, Samuel aproveita para fazer algumas perguntas sobre as coisas que tem curiosidade.
— Thiago?
— Hum?
— Você está fazendo tratamento contra o cigarro, né?
— Estou — responde o rapaz olhando para ele.
— Como é?
— Ah, é complicado, mas aos poucos você vai se adaptando.
— Posso imaginar, mas demora muito tempo até... você sabe, ficar recuperado?
— É um processo para a vida toda, né? Mas depois de um tempo dizem que fica tranquilo.
— Esse tempo já chegou para você?
Thiago sorri.
— Não mesmo, mas é importante não desistir agora, até porque eu não tenho opção.
— Por causa da Graziele, né? Ela ficou bem abalada com tudo isso, até eu que não sou próximo notei.
— Eu não estava me referindo à Graziele, estava falando dos meus pais mesmo. Eu sou menor de idade, vivo com eles, não tenho opção — ele dá uma risada entristecida. — Mas tem a ver com a Graziele também, ela é muito importante pra mim.
— Então por que vocês estão afastados?
— É muito complexo, Samuel.
— Hum, entendi. — Ele dá um leve sorriso e ajeita o travesseiro. Mesmo não falando nada sobre sua atual situação com quase ninguém, Thiago não se sentiu incomodado por falar disso com Samuel e se sente bem com isso.
Após mergulharem várias vezes juntos e fazerem algumas brincadeiras embaixo d'água, Marina e Brian sentam na beira da piscina para conversar.
— Eu nunca tinha nadado de noite — comenta a garota.
— É maravilhoso, né?
— É, vou fazer mais vezes.
— Vamos fazer mais vezes.
Ela sorri e Brian fica chocado ao ver lágrimas nos olhos dela.
— Por que você está chorando, Mari?
Ainda com um sorrisinho no rosto, ela explica:
— É que... é que as férias estão acabando.
— Estão — concorda o americano. — Você está chorando por isso? — Ele ri.
— É que você vai embora.
O coração dele se amolece imediatamente.
— Mari! — Ele abraça ela com força. — Eu ainda vou ficar mais alguns dias.
— Eu não queria que você fosse embora!
Também emocionado, Brian fala:
— Eu tenho que ir, Mari, eu moro lá, meu lugar é lá.
— Eu sei, mas... eu não queria ficar longe de você de novo! — Ela se afasta um pouco. — Eu sei que a gente não tem passado o tempo todo junto, mas de você estar presente no mesmo lugar, eu já fico muito mais feliz. Eu não queria que você fosse!
Brian segura o rosto dela entre as mãos.
— Não precisa ficar assim, você sabe que a gente sempre estará presente um na vida do outro. A distância não importa.
A morena assente.
— Eu sei, eu sei.
— Te amo, Mari, isso não vai mudar, não interessa a distância ou tempo.
— Eu também te amo — ela fala enxugando as lágrimas e sorrindo. — Vamos mergulhar de novo?
— Sim, água só se for da piscina.
Eles riem e pulam na água de novo. Marina está mergulhando e tenta abrir os olhos, mas ela acredita ter feito algo errado pois não enxerga quase nada. Seus olhos ardem e ela volta a superfície, tirando o cabelo do rosto.
Ao olhar o redor, vê que todas as luzes da fazenda foram apagadas e que apenas a lua ilumina o terreno. A visão do jardim e do casarão escuros é assustadora e todos os pelos da nuca de Marina ficam arrepiados. Ela rapidamente busca Brian com o olhar e constata que ele está tão surpreso quanto ela.
— O que aconteceu?
— Não sei — responde com confusão e medo. — Será que acabou a luz?
O quarto em que Isabela e Yasmin dormem está em um completo breu e com um silêncio absoluto. É exatamente por isso que Isabela desperta, a ausência do som do ar-condicionado traz ela à consciência. Demora alguns segundos para ela compreender que está tudo escuro e não que ainda está dormindo. Assim que cai a ficha, começa a ficar com medo.
— Yasmin? — chama em um sussurro, como se tivesse algo tenebroso que pudesse ouvi-lá. — Yasmin! — repete com mais urgência e levanta da cama, cutucando a amiga.
— O que foi, Isa? — questiona a loirinha ainda de olhos fechados.
— Acorda — pede Isabela olhando ao redor sem conseguir enxergar muita coisa, pois somente uma fraca luz do luar adentra no quarto. — Acho que a fazenda está sem luz.
— Como assim? — Yasmin abre os olhos e vê pouca diferença. — O que tá acontecendo? — indaga sentando no beliche.
— Está sem luz.
A loirinha pula do beliche e para ao lado da amiga.
— Eu não gosto de ficar no escuro — comenta com a voz trêmula.
— Nem eu — concorda Isabela abraçando o próprio corpo em seu pijaminha. Yasmin se arrasta até o armário e tateia até achar o seu robe. Após se vestir, olha na direção que sabe que Isabela está.
— O que a gente vai fazer?
— Não sei — responde a menor. — Será que mais alguém percebeu?
Graziele pergunta a mesma coisa no outro quarto.
— Sei lá — responde Malu atenta a qualquer ruído. Jaqueline está sentada em sua cama, olhando para todos os lados.
— A fazenda não tem gerador? — indaga a ruiva.
— Acho que tem — Malu opina.
— E por que não está funcionando?
— Não sei também, não entendendo como isso funciona.
— Não gosto disso — Jaqueline finalmente fala e Malu olha na direção da cama dela.
— Está com medinho, Jaque? — Ela caminha até a loira e um rangido no piso de madeira faz Graziele soltar um gritinho de susto.
— Pelo visto eu não sou a única — rebate Jaqueline olhando para onde acreditar estar a ruiva.
Reunindo toda a coragem que tem, Marina sai da piscina com Brian e se enrola no roupão. Ele faz o mesmo e pega na mão dela, transmitindo-lhe forças, embora também esteja assustado. A fazenda sem nenhuma iluminação é bastante assustadora para qualquer.
— Vamos entrar? — chama o americano.
— Não sei. Estou com medo de ir lá para dentro, mas — ela olha ao redor — ficar aqui fora também está me dando medo.
— Vamos entrar, com certeza alguém acordou.
— É. — Mesmo com suas pernas não querendo mover-se, Marina caminha para o jardim enegrecido. Todas as plantas que durante o dia deram privacidade para os beijos acalorados dela e de Vinícius agora projetam sombras assustadoras e fazem ruídos sinistros com o vento. Ela evita desviar o olhar da trilha, temendo que olhe sem querer para a floresta que rodeia a fazenda, porque tem certeza que a imagem é mil vezes mais assustadora do que o que ela está vendo. Seus pés molhados escorregam em algumas partes, mas a mão de Brian permanece dando suporte a ela.
Yasmin está parada no centro do quarto, respirando de maneira entrecortada. Um movimento na parte de trás de seu robe faz ela se assustar e reclamar:
— Isa!
— O que é? — A voz da morena vem de sua frente e a sombra de Isabela na janela aparece. — Eu estou tentando ver lá fora, está esquisito, acho que tem... tem alguma coisa se mexendo.
— Eu senti alguma coisa no meu robe — a voz de Yasmin vai ficando cada vez mais fraca, sua respiração acelera e lentamente ela vira para trás. Nesse mesmo tempo, Isabela cria coragem para abrir a janela.
Dois gritos ensurdecedores ecoam pelo casarão.
Yasmin fica em choque ao se virar e ver o rosto de um palhaço ensanguentado e sem um olho.
Isabela paralisa quando um rosto coberto por uma máscara de esqui e os olhos avermelhados surge em sua frente.
Assustadas e preocupadas com os gritos, Graziele, Malu e Jaqueline saem correndo do quarto sem se importarem com a escuridão. No corredor, elas se chocam com outros três corpos.
— Malu? — Samuel reconhece o corpo da morena.
— Grazi, sou eu — fala Thiago segurando nos braços da ex-namorada.
Vinícius é o único que fica em dúvida.
— Jaqueline? — indaga tateando às cegas.
— Vocês ouviram gritos? — questiona Malu em estado de alerta.
— Sim, foram vocês? — Thiago pergunta tão assustado quanto elas.
— Não — Jaqueline responde apavorada.
— Vamos atrás do resto do pessoal — sugere Graziele.
— O Felipe e o Victor não estão no quarto — conta Vinícius.
— Vamos no quarto da Isa e da Yas — fala Malu — se não foi a gente só podem ter sido elas que gritaram. Todos se espremem pelo corredor estreito e escuro e seguem apressadamente para o quarto das duas.
Assim que ouviram os gritos de pavor, Marina e Brian começaram a correr para dentro do casarão. O americano procura a maçaneta desesperadamente e quase cai ao abrir a porta, pois o piso de madeira em contato com seus pés molhados fica altamente escorregadio.
— Toma cuidado para não cair — avisa à Marina.
— Vamos logo, as meninas estão precisando de ajuda — apressa a morena, ignorando o alerta dele. Dois passos depois, seu calcanhar derrapa no chão e ela cai tão rápido que não é capaz nem de reagir. Apenas quando a lateral seu corpo se choca com o chão é que um grito escapa seco de seus lábios.
— Marina? — Brian corre para socorrê-la, esquecendo por completo do berro de Yasmin e Isabela.
— Meu braço — geme a morena. — Meu braço está doendo muito!
Depois do choque inicial, Yasmin consegue pensar com racionalidade e enfim reconhece o seu namorado por trás da máscara de palhaço. Já Isabela permanece paralisada com a boca ainda aberta, só quando Felipe tira a máscara de esquiador que sua boca volta a se fechar. Imediatamente sua expressão fica furiosíssima assim como a de Yasmin.
A porta do quarto é aberta antes que elas possam falar alguma coisa e Samuel, Graziele e Thiago entram.
— O que está acontecendo aqui? — questiona Thiago. Vinícius, Malu e Jaqueline se separaram do grupo para ir até a sala, de onde ouviram outro grito, que o rapaz reconheceu de imediato como sendo o de sua namorada.
Yasmin puxa com força a máscara de palhaço do rosto de Victor.
— Esses idiotas resolveram dar mais um susto na gente!
Felipe pula para dentro do quarto e Isabela afasta-se dele.
— Qual é o problema com vocês dois? — questiona enraivecida.
— Essa foi boa, não? — questiona Victor sorrindo. — Eu e o Felipe instalamos uma câmera com infravermelho aqui no quarto, o Felipe foi lá para fora e eu desliguei a energia da fazenda e corri para me esconder no banheiro do quarto. A gente ainda não viu a cara de vocês na hora que viram a gente, mas tenho certeza de que foram hilárias! — Ele ri e recebe um tapa de Yasmin no rosto.
Samuel, Graziele e Thiago ouvem mais do que veem a agressão e ficam ainda mais surpresos diante da atitude dela.
— Tá maluca, Yasmin? — indaga o loiro ficando com raiva.
— Maluco está você! — devolve a garota. — Car*lho, vocês queriam matar a gente do coração?
— Vocês são jovens — argumenta Felipe — não iam morrer de susto.
— Aí vocês resolveram fazer essa babaquice? — devolve Isabela com o rosto vermelho de raiva, mas ninguém consegue perceber pois a escuridão permanece intensa.
— Foi só uma brincadeira, amor — responde Felipe tentando abraçá-la, mas Isabela escapa assim que sente os dedos dele em sua cintura.
— Não toca em mim!
Nesse instante, Jaqueline aparece na porta e bate nas costas de Samuel, dando um susto no rapaz.
— Desculpa — pede e entra no quarto quando ele abre espaço.
— O que aconteceu com a Marina? — pergunta Thiago para a loira.
— Aquele outro grito foi dela? — Victor indaga virando para trás tentando enxergar Jaqueline.
— A Marina estava tentando chegar até o quarto para ver o que tinha acontecido, mas como estava molhada escorregou e caiu. Parece que machucou!
Isabela lança um olhar fulminante para Felipe e também para Victor.
— Estão satisfeitos?
Eita, espero que não tenha acontecido nada demais com a Mari, senão a final de semana foi por água a baixo!
ResponderExcluirE como esses meninos conseguem ser tão idiotas?? Não tinha Paciência sinceramente.
OMG! Sinceramente ainda não estou acreditando no que aconteceu nesse capítulo!!! Acho que os meninos pegaram pesado demais e as deveriam ficar sem falar com eles... isso foi muito idiota da parte deles!.
ResponderExcluirSabia que isso não ia acabar bem
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