Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 157: Felipe e Isabela se beijam
— Não vamos conversar aqui fora — responde Isabela em tom de obviedade e começa a caminhar para o interior do colégio.
— O que você falou pra ela? — indaga Felipe olhando fixamente para Vinícius.
— Relaxa, cara, o plano maior está seguro.
Yasmin bate a porta do carro e olha para os dois.
— Que história é essa de plano maior?
Felipe olha para o portão do colégio e vai nesta direção, deixando Vinícius sozinho com Yasmin na calçada.
— Não é nada demais — responde o garoto evasivamente.
— Ah, conta outra! Vai, me conta, Vinícius.
Vinícius revira os olhos.
— Yasmin, segura a curiosidade, ok?
— Ah-ha, então tem alguma coisa rolando! Eu sabia.
— Sim, tem alguma coisa rolando e se você não quer ver as pessoas que você mais ama triste, fica de boca calada.
Vinícius dá uma piscadela para ela e faz o mesmo caminho que a irmã e Felipe. Yasmin arruma a mochila em suas costas e corre para alcançá-lo.
— Você não vai mesmo me contar? — pergunta insistentemente.
— Não — afirma Vinícius sorrindo com prazer em ver a amiga curiosa.
— Beleza, então. Você não quer me contar, tudo bem, eu descubro sozinha. — Yasmin bagunça ainda mais os cachos dele e acelera o passo, subindo os degraus da escada sem Vinícius. O garoto ri sozinho e vai atrás dela.
Com a cabeça apoiada no travesseiro, Samuel relembra da noite anterior.
O adolescente dedilhava em seu violão tranquilamente sentado no sofá da sala do apartamento de sua avó materna. A campainha tocou e a empregada correu para atender, dizendo sorridente:
— Boa noite, Senhora Hamid.
Ao ouvir o sobrenome de seu pai, Samuel ergueu a cabeça.
— Mãe? — Ruth Hamid adentrou no apartamento carregando sua bolsa envelope. — O que a senhora está fazendo aqui?
A mulher de aproximadamente quarenta e cinco anos sentou elegantemente no sofá ao lado do filho e arrumou os óculos de grau em seu rosto.
— Eu vim te fazer um pedido — disse com os olhos penetrantes.
— Que pedido?
— Volte para casa, filho.
Samuel coçou a cabeça, desviando o olhar do da mãe.
— Por favor — insistiu Ruth. — Eu estou tão solitária. — Sem avisos, ela começou a chorar compulsivamente. Samuel voltou a olhar para ela com rapidez, assustado com o choro repentino.
— Mãe, fica calma — pediu se aproximando dela.
— Volte para casa, Sam — suplicou a mulher tirando os óculos para secar as lágrimas com um lenço que puxou da bolsa.
A cabeça do adolescente, anteriormente calma, agitou-se buscando uma alternativa para não regressar à casa dos pais sem deixar Ruth ainda mais deprimida. Quando o seu cérebro praticamente latejava, ele desistiu e falou:
— Tudo bem. Eu vou com a senhora.
De volta ao presente em sua cama no seu confortável quarto, Samuel começa a ouvir gritos vindo do térreo do casarão. Ele fica alguns minutos certificando-se de que o que está ouvindo é real e quando se convence, pula da cama e calça os chinelos antes de sair do quarto apressadamente. No corredor reconhece as vozes de Ruth e de seu pai, Elias, e resolve correr para ver o que está acontecendo. Quando está chegando no final do corredor, para descer a escada, ouve um grito e em seguida a porta principal bate.
O silêncio invade todo o casarão e Samuel paralisa no topo da escada, temendo o que encontrará quando chegar à sala. Enquanto o seu coração bate acelerado diversos flashes passam por seus olhos, cada um deles ilustrando maneiras em que Ruth pode estar. Despertando do transe, ele pisa nos degraus e desce pulando-os de dois em dois.
Com a cabeça apoiada no travesseiro, Samuel relembra da noite anterior.
O adolescente dedilhava em seu violão tranquilamente sentado no sofá da sala do apartamento de sua avó materna. A campainha tocou e a empregada correu para atender, dizendo sorridente:
— Boa noite, Senhora Hamid.
Ao ouvir o sobrenome de seu pai, Samuel ergueu a cabeça.
— Mãe? — Ruth Hamid adentrou no apartamento carregando sua bolsa envelope. — O que a senhora está fazendo aqui?
A mulher de aproximadamente quarenta e cinco anos sentou elegantemente no sofá ao lado do filho e arrumou os óculos de grau em seu rosto.
— Eu vim te fazer um pedido — disse com os olhos penetrantes.
— Que pedido?
— Volte para casa, filho.
Samuel coçou a cabeça, desviando o olhar do da mãe.
— Por favor — insistiu Ruth. — Eu estou tão solitária. — Sem avisos, ela começou a chorar compulsivamente. Samuel voltou a olhar para ela com rapidez, assustado com o choro repentino.
— Mãe, fica calma — pediu se aproximando dela.
— Volte para casa, Sam — suplicou a mulher tirando os óculos para secar as lágrimas com um lenço que puxou da bolsa.
A cabeça do adolescente, anteriormente calma, agitou-se buscando uma alternativa para não regressar à casa dos pais sem deixar Ruth ainda mais deprimida. Quando o seu cérebro praticamente latejava, ele desistiu e falou:
— Tudo bem. Eu vou com a senhora.
De volta ao presente em sua cama no seu confortável quarto, Samuel começa a ouvir gritos vindo do térreo do casarão. Ele fica alguns minutos certificando-se de que o que está ouvindo é real e quando se convence, pula da cama e calça os chinelos antes de sair do quarto apressadamente. No corredor reconhece as vozes de Ruth e de seu pai, Elias, e resolve correr para ver o que está acontecendo. Quando está chegando no final do corredor, para descer a escada, ouve um grito e em seguida a porta principal bate.
O silêncio invade todo o casarão e Samuel paralisa no topo da escada, temendo o que encontrará quando chegar à sala. Enquanto o seu coração bate acelerado diversos flashes passam por seus olhos, cada um deles ilustrando maneiras em que Ruth pode estar. Despertando do transe, ele pisa nos degraus e desce pulando-os de dois em dois.
No colégio Otávio Mendes, dentro da sala do terceiro ano A, Graziele, Laís, Maísa, Daniela e Iago conversam reunidos nas carteiras da frente. Daniela conta para os colegas sobre a noite anterior, quando ocorreu um jantar de família em sua casa.
— Vocês tinham que ver, rolou treta no final entre uns primos meus. Foi hilário — ela completa gargalhando.
Maísa está com um braço apoiado no ombro de Iago, o que evidencia ainda mais a diferença de altura de entres, a loira é aproximadamente vinte centímetros maior que ele. Os dois riem junto com as outras duas garotas.
— É tão legal ver essas tretas — fala Laís.
— Legal quando não envolve a gente — acrescenta Graziele e eles riem. Thiago entra na sala e troca um olhar com a namorada enquanto caminha para o fundo da sala.
— Mas sempre tem um tio bêbado, uma tia inconveniente e um primo ou prima atirado — fala Iago.
— É verdade — concorda Graziele. — Tem sempre uma tia que pergunta "E os namoradinhos?".
— Daí você faz uma cara de pamonha — fala Maísa e eles gargalham.
— Falando em namorado — diz Laís —, o seu chegou Grazi, você viu?
— Aham — responde Graziele olhando de relance para Thiago, que conversa com Alexandre. — Daqui a pouco eu vou lá falar com ele.
— E você e a Isabela, hein? — pergunta Maísa para Iago. — Nós já sacamos o clima entre vocês e a Grazi contou que vocês ficaram na festa a fantasia.
Iago ruboriza.
— Não está acontecendo nada.
— E a Maísa não quer pegar o Jonas — ironiza Daniela e Maísa fica da mesma cor de Iago.
— Daniela sendo Daniela — comenta Graziele para deixar o clima mais leve e tem resultado pois todos riem.
Maísa abraça Iago e o garoto fica com o rosto na altura do colo, sentindo o agradável cheiro floral do perfume dela.
— Fui querer te deixar na saia justa e quem ficou fui eu. — Os dois riem. Do fundo da sala, Jonas fuzila Iago com olhar.
Ruth está sentada no chão, no centro da sala, com lágrimas rolando pelo rosto e a bochecha esquerda vermelha. Samuel corre até ela, perguntando:
— Mãe? Mãe, o que houve?
A mulher ergue os olhos para o rosto do filho e sussurra:
— Seu pai... nós discutimos.
— Eu ouvi, mas por que a senhora está aqui no chão? O que aconteceu com o seu rosto? — Suas expressões suavizam ao entender o que se passou. — Ele te bateu, não foi? — indaga com a raiva controlada.
Ruth soluça e confirma com a cabeça. Samuel segura nos braços da mãe e a guincha do chão, colocando-a no sofá.
— Isso não vai ficar assim — fala correndo para a escada.
Sem desperdiçar um segundo sequer, ele troca a bermuda de algodão cru por uma calça jeans preta e coloca uma camisa jeans. Correndo até o guarda-roupa pega um par de meias brancas e alcança o seu all-star preto embaixo da cama, calçando-o no corredor depois de pegar o seu celular e um óculos escuro arredondado.
Duas estudantes do primeiro ano saem do banheiro de um dos pátios e cochicham ao passar por um banco.
— A Isabela e o Felipe juntos de novo? Será? — comenta uma delas.
— Não sei, ouvi falar que ela ficou com o Iago.
— Quem é Iago?
— Um garoto pequeno de cabelo castanho claro da sala dela, nunca viu?
— Acho que não, mas com certeza o Felipe é mais bonito.
— É claro, ele é o mais bonito da escola. Se bem que o Victor também é perfeito.
— E o Vinícius? O Thiago?
— Ai, não tem como escolher só um.
Elas riem e deixam o pátio. Sozinhos no espaço, Felipe e Isabela conversam.
— O que você quer conversar comigo? — pergunta Felipe apreensivo.
— Eu sei que você tem visitado a Nina.
Felipe solta um suspiro interior enquanto sua expressão permanece impassível.
— Como você soube? — indaga já sabendo a reposta.
— O Vinícius deixou escapar.
— É, eu tenho feito isso mesmo.
— E por que você não queria que eu soubesse?
— Não é que eu não queria que você soubesse, é que sempre tinha a coincidência de você estar ocupada e não ver.
— Ah, Felipe, conta outra. Por que você não queria que eu soubesse? — Isabela pergunta querendo ouvir da boca dele o motivo.
— Ok. — Felipe suspira. — Eu não queria que você soubesse porque não quero que você pense que eu só estou visitando a Nina para te agradar.
— Eu não pensaria isso. Sei que você gosta da Nina, afinal foi você quem adotou ela.
— Mas se eu aparecesse na sua casa todos os dias, você não iria pensar que estaria querendo ficar perto de você?
Isabela reflete por um momento.
— É, talvez.
— Nós dois sabemos que você pensaria isso e eu não quero. — Ele pega nas mãos dela. — Não é desse jeito que eu vou te reconquistar.
Isabela puxa as mãos lentamente e embora o seu coração bata aceleradamente, ela diz tentando manter o clima leve.
— Você fala com uma certeza de que vai me reconquistar.
— Você sabe que eu não desisto facilmente. Ainda mais aquelas coisas que são importantes pra mim.
— Você está me chamando de coisa? — pergunta Isabela sorrindo.
— A Yasmin e o Victor se chamam de coisa.
— Mas nós não somos a Yasmin e o Victor.
— Desde quando voltamos a ser "nós"?
Isabela sente um calor subir por seu pescoço.
— Força do hábito.
Felipe acaricia a bochecha dela.
— Sinto falta dos velhos hábitos. — Isabela não diz nada e aproveitando a abertura, Felipe fica mais próximo lentamente, sem tirar os olhos dos dela. — Sinto sua falta.
A adolescente não diz nada e nem se move, agindo como se estivesse hipnotizada pelo olhar do ex-namorado. Felipe, sem parar de acariciar a bochecha dela, aproxima o seu rosto do de Isabela.
— Felipe — ela sussurra. — Felipe, não.
— Não fala nada — pede Felipe fechando os olhos. Isabela permanece fitando-o por alguns segundos e quando os lábios de Felipe se unem com os seus, todo o seu corpo reage instintivamente. Com a boca dele se moldando com a sua, em um ritmo perfeito, Isabela envolve os ombros dele com seus braços finos, se encaixando ainda mais no abraço de Felipe. Durante o beijo, eles se esquecem de que estão no pátio do colégio e agem como se estivessem em um universo paralelo onde só existem os dois.
Samuel desce as escadas velozmente, encontrando Ruth, que não saiu do lugar em que ele a deixou.
— Aonde você vai? — pergunta a mulher secando as lágrimas.
— Vou fazer o que já era para eu ter feito faz tempo — responde Samuel enigmaticamente pegando as chaves do carro da mãe sobre a mesa de canto.
— Você não tem idade para dirigir, Sam — fala Ruth e o filho finge não ouvir, caminhando apressadamente para a porta principal, onde minutos antes Elias passou.
Depois de entrar no Jeep Grand Cherokee, Samuel liga o motor e deixa a garagem do casarão.
Em seu interior, Felipe vibra com o beijo e aproveita cada segundo do beijo, deixando com que seu corpo sinta todas as sensações do momento. Sua pele se aquece com rapidez, seu coração acelera descompassadamente e sua boca vai buscando a de Isabela com, cada vez mais, voracidade. Cada partícula de seu corpo deseja mais e mais da pele, do toque, do cheiro e do gosto de Isabela.
A morena interrompe o beijo repentinamente e pula do banco.
— Isso não é certo! — exclama sem fôlego. Felipe limpa os lábios, tirando o batom alaranjado dela.
— Por que não? — pergunta ainda confuso do beijo tão intenso.
— O Iago... isso não é certo com ele.
— Como assim? Pelo o que eu sei vocês não são nada um do outro. — Ele levanta. — Ao contrário de nós, que temos uma história desde sempre.
— Não, isso não é certo. A gente ficou na festa do Terceirão e a gente está mais ou menos juntos.
— Como é que é? — indaga Felipe atônito.
Isabela olha para ele confusa.
— Você não sabia que eu e o Iago nos beijamos?
— Não, como eu saberia se você não estava falando comigo?
— Sei lá, eu contei para o Victor, pensei que ele fosse contar pra Yasmin e ela contaria pra você.
— Mas nada disso aconteceu. — Ele passa a mão no cabelo. — Como você pode ficar com ele?
— Foi só uma vez, ok? E eu não me arrependo.
Felipe reage como se tivesse levado um soco no estômago.
— Agora vocês estão juntos?
— Não, digo, não sei. A gente não ficou mais desde então mas... ainda está uma coisa indefinida. — Ela joga o cabelo para trás. — Por que eu estou dividindo tudo com você?
Felipe balança a cabeça.
— Não sei. — Sem dizer mais nada, ele deixa o pátio com rapidez. Isabela sente um impulso de ir atrás dele, mas os seus pés não se movem.
Estacionando em uma vaga em frente ao prédio sede da rede hoteleira Hamid, Samuel desce do carro calmamente e entra no edifício. Passando despercebido pelas secretárias, ele entra em um dos elevadores e aperta o número correspondente ao andar em que fica o escritório de seu pai.
— Seu Samuel? — se surpreende a secretária de Elias.
— Eu vim falar com o meu pai — informa o adolescente parando em frente à mesa dela.
— É claro, vou avisar que o senhor está aqui — diz a moça levando uma das mãos ao telefone.
— Não precisa! — Samuel se apressa em dizer. — Eu quero que seja surpresa. — Ele sorri convincentemente. — Você sabe, faz tempo que eu não apareço por aqui.
— É — confirma a funcionária — ainda mais depois de tudo o que aconteceu.
Samuel sente uma pontada de ódio quando a secretária diz isso, pois relembra de tudo o que o pai fez.
— Pois é — ele fala com ar de inocência. — Vou entrar, então.
— Tudo bem.
Samuel caminha calmamente até a porta da sala de Elias e gira a maçaneta, encontrando o seu pai sentado em um poltrona examinando alguns papéis.
— Samuel, o que você faz aqui? — pergunta Elias se levantando.
— Eu sei muito bem o que você fez — fala o jovem com frieza.
— Eu não sei do que você está falando.
Samuel ri e tira os óculos escuros, encarando com firmeza o pai.
— Acho que você não sabia que eu estava em casa hoje de manhã.
— Como é?
— Isso mesmo, eu ouvi você discutindo com a minha mãe e vi o que você fez com ela.
— Eu não fiz nada, e se não for pedir demais gostaria que você se retirasse.
Samuel bate na mesa do pai com as mãos abertas, fazendo os objetos vibrarem.
— Quem você pensa que é para bater na minha mãe? — indaga ameaçadoramente.
Elias levanta lentamente de sua cadeira.
— Não se meta nos meus assuntos com a sua mãe, isso é coisa de casal.
Samuel tira as mãos da mesa, gargalhando.
— A partir do momento que aquela mulher bateu na nossa porta dizendo que tinha um filho seu, os assuntos passaram a pertencer a toda família. E agora você ainda se acha no direito de bater na minha mãe? — Ele balança a cabeça incrédulo. — Eu tenho nojo de você.
— Olha como fala comigo, Samuel — censura Elias contornando a mesa.
O jovem se aproxima do empresário sem se intimidar pelo olhar ameaçador de Elias.
— Eu não quero mais ver a minha mãe chorando por sua causa, fui claro? E não ouse encostar um dedo nela, seu babaca.
— Olha como fala comigo — responde Elias apontando o indicador para o rosto de Samuel. — Eu sou seu pai.
— Agora você é meu pai, né? Mas e na hora que você deveria ter me ensinado a ser homem? — Ele dá um passo na direção de Elias. — Você nunca se importou de verdade comigo, sempre vivendo para os seus hotéis e, como eu recentemente soube, para as suas amantes.
— Amante — corrige Elias. — Eu só traí a sua mãe com uma mulher.
Samuel ri.
— Então eu lhe devo os parabéns? — questiona ironicamente, mas logo fica sério. — Eu tenho nojo de ser seu filho, nojo de ter o seu sangue no meu.
Elias abandona o ar comedido e berra:
— Cala a boca, fedelho de merda!
Samuel bate palmas, falando no mesmo tom do pai.
— Isso! Mostra a sua verdadeira identidade, Elias Hamid. Sabe o que eu queria entender? O porquê disso. Você traiu a minha mãe, teve um filho fora do casamento e ainda reclama dela querer a separação, porque eu soube que ela já entrou com os papéis do divórcio.
— A sua mãe não sabe o que está fazendo — fala Elias recobrando o seu tom de voz calmo.
— Pois me parece que ela sabe exatamente o que está fazendo. E eu apoio ela completamente.
— Eu sei, a sua mãe sabe e no fundo você também sabe que ela não quer se separar de mim.
— Não, Elias, isso é o que você quer. Você sabe que com o divórcio, metade da sua rede de hotéis vai para a minha mãe e a sua ganância não permite isso, não é mesmo? Mas eu não vou deixar que a minha mãe continue presa a um monstro como você.
— E o que você vai fazer?
— Não é da sua conta. — Samuel passa a mão no cabelo. — Agora eu já perdi tempo demais com um bosta como você.
O rapaz vira as costas, caminhando lentamente para a porta quando ouve Elias dizer:
— Eu deveria quebrar a sua cara como fiz com a sua mãe.
Samuel vira rapidamente e se aproxima de Elias em um piscar de olhos. Antes que o empresário possa reagir, ele acerta um soco em seu olho esquerdo com tanta intensidade que faz o homem se desequilibrar, caindo de costas na própria mesa, quebrando alguns objetos.
Aproveitando que o sinal está atrasado, Graziele caminha até o namorado que conversa com Malu.
— Bom dia — deseja abraçando Thiago.
— Bom dia — falam os dois adolescentes juntos.
— Do que vocês estavam conversando? — pergunta a ruiva.
— Eu estava contando para a Malu que o Douglas foi preso.
— Como é? — Graziele solta Thiago. — O Douglas foi preso? Pelo o quê? Porte de drogas?
— Não, claro que não. Ele não é trouxa de dar mole.
— Então foi pelo o quê?
— Dirigir alcoolizado.
Graziele suspira.
— Ai que susto, pensei que fosse algo mais sério. Quer dizer, não isso não seja sério, mas pelo menos ele não vai ficar preso.
Com a testa franzida, Malu pergunta:
— Desde quando você é tão íntima dos amigos do Thiago?
— Desde quando você é íntima do Samuel.
— Nem me fala no Samuel! — pede Malu ficando séria.
— Por quê? O que aconteceu? — indaga a ruiva apoiando o corpo no de Thiago.
— Ontem ele voltou para a casa da mãe dele.
— E daí?
Thiago apenas observa a conversa das duas despreocupadamente enquanto brinca com o cabelo alaranjado da namorada.
— E daí que aquela casa é um poço de más energias. E ele nem chegou ainda.
— Talvez ele decidiu faltar.
— Mas a gente combinou de almoçar juntos depois do colégio. Ele não me avisou que ia faltar.
— Tá preocupada? — pergunta Thiago com curiosidade.
— Não — mente Malu.
— Fica tranquila — fala Graziele percebendo a mentira. — Ele deve estar apenas atrasado.
Quando a primeira aula termina e Samuel não entra na sala para o segundo tempo, Malu constata que ele não se atrasou, e sim não foi para o colégio. Victor estuda Isabela pelas costas, a adolescente lhe contou sobre o beijo com Felipe e a sua indecisão entre os garotos. Seu olhar muda de pessoa e ele passa a fitar a nuca de Felipe, que batuca com o lápis na lateral da mesa. Marina rouba a sua atenção ao se virar repentinamente para trás para conversar com Thiago. O loiro se surpreende com a intimidade com que eles se tratam, mas logo ele recorda de que a sua gêmea já foi a uma festa sozinha com o namorado de Graziele. Uma cutucada em suas costas o faz virar para trás. Yasmin aproxima o rosto do dele, se apoiando na mesa:
— Vê se tem alguma coisa no meu olho?
Victor analisa o olho esquerdo dela ficando impressionado com o tom de azul fechado que colore o olhar dela.
— Não tem nada — fala depois de um instante.
Yasmin pisca rapidamente.
— Estranho.
— Igual à sua cara.
— Larga de ser idiota.
— É a convivência com você — rebate Victor.
Yasmin bate com o seu caderno na cabeça do loiro.
— Ganhei.
Victor se estica e rouba um selinho dela.
— Quem ganhou fui eu.
Quando o último sinal toca, os adolescentes enchem os corredores do colégio caminhando para a saída. Isabela, que ignorou Felipe e Iago a manhã toda, anda junto com o irmão e Marina pela escada. Felipe, que não fez muita questão de conversar com a ex, segue logo atrás com Yasmin e Victor. Malu e Graziele andam lado a lado, com Thiago atrás mexendo no celular. Ao chegar na calçada, Graziele avista algo do interesse de Malu.
— Ele pode não ter vindo para a aula, mas veio para o almoço.
Malu, que estava distraída reparando nas ondas do cabelo comprido de Alexandre, indaga olhando para a amiga:
— Hã?
Graziele aponta com o queixo na direção de um carro que está estacionado do outro lado da rua. Malu segue a indicação dela e sorri de canto de boca ao enxergar Samuel sentado no capô do carro.
— Até mais tarde — diz Malu atravessando a rua. Ela se junta a Samuel, que com a aproximação vira a cabeça para fitá-la.
— Oi.
— Oi — responde Malu. — Por que você faltou?
— Vamos entrar — ele diz indicando o carro.
— Você que está dirigindo?
— É.
— Você é louco de parar aqui na frente?
— Relaxa. Entra no banco de trás.
Malu acha estranho o pedido dele, mas acata. Samuel também entra pelo banco de trás, gerando ainda mais curiosidade nela.
— Quem vai dirigir? Um fantasma?
— Claro — ironiza Samuel passando para o banco do motorista.
— Ah! — exclama Malu compreendendo a atitude dele. — Assim quem vê de fora acha que tem um motorista.
— Está ficando inteligente — comenta Samuel ligando o carro. Ele sai pela rua em alta velocidade, porém Malu não se importa e se senta na ponta do banco, de modo a ficar mais perto dele.
— Qual é o motivo da grosseria?
Samuel freia bruscamente ao parar em um sinal fechado, obrigando Malu a se segurar em seu banco para não cair. Ela ignora o ocorrido e volta a perguntar:
— Pra que essa grosseria?
Samuel gira a cabeça para fitar o rosto dela e responde:
— Eu dei um soco no meu pai.
— Como?
— Vocês tinham que ver, rolou treta no final entre uns primos meus. Foi hilário — ela completa gargalhando.
Maísa está com um braço apoiado no ombro de Iago, o que evidencia ainda mais a diferença de altura de entres, a loira é aproximadamente vinte centímetros maior que ele. Os dois riem junto com as outras duas garotas.
— É tão legal ver essas tretas — fala Laís.
— Legal quando não envolve a gente — acrescenta Graziele e eles riem. Thiago entra na sala e troca um olhar com a namorada enquanto caminha para o fundo da sala.
— Mas sempre tem um tio bêbado, uma tia inconveniente e um primo ou prima atirado — fala Iago.
— É verdade — concorda Graziele. — Tem sempre uma tia que pergunta "E os namoradinhos?".
— Daí você faz uma cara de pamonha — fala Maísa e eles gargalham.
— Falando em namorado — diz Laís —, o seu chegou Grazi, você viu?
— Aham — responde Graziele olhando de relance para Thiago, que conversa com Alexandre. — Daqui a pouco eu vou lá falar com ele.
— E você e a Isabela, hein? — pergunta Maísa para Iago. — Nós já sacamos o clima entre vocês e a Grazi contou que vocês ficaram na festa a fantasia.
Iago ruboriza.
— Não está acontecendo nada.
— E a Maísa não quer pegar o Jonas — ironiza Daniela e Maísa fica da mesma cor de Iago.
— Daniela sendo Daniela — comenta Graziele para deixar o clima mais leve e tem resultado pois todos riem.
Maísa abraça Iago e o garoto fica com o rosto na altura do colo, sentindo o agradável cheiro floral do perfume dela.
— Fui querer te deixar na saia justa e quem ficou fui eu. — Os dois riem. Do fundo da sala, Jonas fuzila Iago com olhar.
Ruth está sentada no chão, no centro da sala, com lágrimas rolando pelo rosto e a bochecha esquerda vermelha. Samuel corre até ela, perguntando:
— Mãe? Mãe, o que houve?
A mulher ergue os olhos para o rosto do filho e sussurra:
— Seu pai... nós discutimos.
— Eu ouvi, mas por que a senhora está aqui no chão? O que aconteceu com o seu rosto? — Suas expressões suavizam ao entender o que se passou. — Ele te bateu, não foi? — indaga com a raiva controlada.
Ruth soluça e confirma com a cabeça. Samuel segura nos braços da mãe e a guincha do chão, colocando-a no sofá.
— Isso não vai ficar assim — fala correndo para a escada.
Sem desperdiçar um segundo sequer, ele troca a bermuda de algodão cru por uma calça jeans preta e coloca uma camisa jeans. Correndo até o guarda-roupa pega um par de meias brancas e alcança o seu all-star preto embaixo da cama, calçando-o no corredor depois de pegar o seu celular e um óculos escuro arredondado.
Duas estudantes do primeiro ano saem do banheiro de um dos pátios e cochicham ao passar por um banco.
— A Isabela e o Felipe juntos de novo? Será? — comenta uma delas.
— Não sei, ouvi falar que ela ficou com o Iago.
— Quem é Iago?
— Um garoto pequeno de cabelo castanho claro da sala dela, nunca viu?
— Acho que não, mas com certeza o Felipe é mais bonito.
— É claro, ele é o mais bonito da escola. Se bem que o Victor também é perfeito.
— E o Vinícius? O Thiago?
— Ai, não tem como escolher só um.
Elas riem e deixam o pátio. Sozinhos no espaço, Felipe e Isabela conversam.
— O que você quer conversar comigo? — pergunta Felipe apreensivo.
— Eu sei que você tem visitado a Nina.
Felipe solta um suspiro interior enquanto sua expressão permanece impassível.
— Como você soube? — indaga já sabendo a reposta.
— O Vinícius deixou escapar.
— É, eu tenho feito isso mesmo.
— E por que você não queria que eu soubesse?
— Não é que eu não queria que você soubesse, é que sempre tinha a coincidência de você estar ocupada e não ver.
— Ah, Felipe, conta outra. Por que você não queria que eu soubesse? — Isabela pergunta querendo ouvir da boca dele o motivo.
— Ok. — Felipe suspira. — Eu não queria que você soubesse porque não quero que você pense que eu só estou visitando a Nina para te agradar.
— Eu não pensaria isso. Sei que você gosta da Nina, afinal foi você quem adotou ela.
— Mas se eu aparecesse na sua casa todos os dias, você não iria pensar que estaria querendo ficar perto de você?
Isabela reflete por um momento.
— É, talvez.
— Nós dois sabemos que você pensaria isso e eu não quero. — Ele pega nas mãos dela. — Não é desse jeito que eu vou te reconquistar.
Isabela puxa as mãos lentamente e embora o seu coração bata aceleradamente, ela diz tentando manter o clima leve.
— Você fala com uma certeza de que vai me reconquistar.
— Você sabe que eu não desisto facilmente. Ainda mais aquelas coisas que são importantes pra mim.
— Você está me chamando de coisa? — pergunta Isabela sorrindo.
— A Yasmin e o Victor se chamam de coisa.
— Mas nós não somos a Yasmin e o Victor.
— Desde quando voltamos a ser "nós"?
Isabela sente um calor subir por seu pescoço.
— Força do hábito.
Felipe acaricia a bochecha dela.
— Sinto falta dos velhos hábitos. — Isabela não diz nada e aproveitando a abertura, Felipe fica mais próximo lentamente, sem tirar os olhos dos dela. — Sinto sua falta.
A adolescente não diz nada e nem se move, agindo como se estivesse hipnotizada pelo olhar do ex-namorado. Felipe, sem parar de acariciar a bochecha dela, aproxima o seu rosto do de Isabela.
— Felipe — ela sussurra. — Felipe, não.
— Não fala nada — pede Felipe fechando os olhos. Isabela permanece fitando-o por alguns segundos e quando os lábios de Felipe se unem com os seus, todo o seu corpo reage instintivamente. Com a boca dele se moldando com a sua, em um ritmo perfeito, Isabela envolve os ombros dele com seus braços finos, se encaixando ainda mais no abraço de Felipe. Durante o beijo, eles se esquecem de que estão no pátio do colégio e agem como se estivessem em um universo paralelo onde só existem os dois.
Samuel desce as escadas velozmente, encontrando Ruth, que não saiu do lugar em que ele a deixou.
— Aonde você vai? — pergunta a mulher secando as lágrimas.
— Vou fazer o que já era para eu ter feito faz tempo — responde Samuel enigmaticamente pegando as chaves do carro da mãe sobre a mesa de canto.
— Você não tem idade para dirigir, Sam — fala Ruth e o filho finge não ouvir, caminhando apressadamente para a porta principal, onde minutos antes Elias passou.
Depois de entrar no Jeep Grand Cherokee, Samuel liga o motor e deixa a garagem do casarão.
Em seu interior, Felipe vibra com o beijo e aproveita cada segundo do beijo, deixando com que seu corpo sinta todas as sensações do momento. Sua pele se aquece com rapidez, seu coração acelera descompassadamente e sua boca vai buscando a de Isabela com, cada vez mais, voracidade. Cada partícula de seu corpo deseja mais e mais da pele, do toque, do cheiro e do gosto de Isabela.
A morena interrompe o beijo repentinamente e pula do banco.
— Isso não é certo! — exclama sem fôlego. Felipe limpa os lábios, tirando o batom alaranjado dela.
— Por que não? — pergunta ainda confuso do beijo tão intenso.
— O Iago... isso não é certo com ele.
— Como assim? Pelo o que eu sei vocês não são nada um do outro. — Ele levanta. — Ao contrário de nós, que temos uma história desde sempre.
— Não, isso não é certo. A gente ficou na festa do Terceirão e a gente está mais ou menos juntos.
— Como é que é? — indaga Felipe atônito.
Isabela olha para ele confusa.
— Você não sabia que eu e o Iago nos beijamos?
— Não, como eu saberia se você não estava falando comigo?
— Sei lá, eu contei para o Victor, pensei que ele fosse contar pra Yasmin e ela contaria pra você.
— Mas nada disso aconteceu. — Ele passa a mão no cabelo. — Como você pode ficar com ele?
— Foi só uma vez, ok? E eu não me arrependo.
Felipe reage como se tivesse levado um soco no estômago.
— Agora vocês estão juntos?
— Não, digo, não sei. A gente não ficou mais desde então mas... ainda está uma coisa indefinida. — Ela joga o cabelo para trás. — Por que eu estou dividindo tudo com você?
Felipe balança a cabeça.
— Não sei. — Sem dizer mais nada, ele deixa o pátio com rapidez. Isabela sente um impulso de ir atrás dele, mas os seus pés não se movem.
Estacionando em uma vaga em frente ao prédio sede da rede hoteleira Hamid, Samuel desce do carro calmamente e entra no edifício. Passando despercebido pelas secretárias, ele entra em um dos elevadores e aperta o número correspondente ao andar em que fica o escritório de seu pai.
— Seu Samuel? — se surpreende a secretária de Elias.
— Eu vim falar com o meu pai — informa o adolescente parando em frente à mesa dela.
— É claro, vou avisar que o senhor está aqui — diz a moça levando uma das mãos ao telefone.
— Não precisa! — Samuel se apressa em dizer. — Eu quero que seja surpresa. — Ele sorri convincentemente. — Você sabe, faz tempo que eu não apareço por aqui.
— É — confirma a funcionária — ainda mais depois de tudo o que aconteceu.
Samuel sente uma pontada de ódio quando a secretária diz isso, pois relembra de tudo o que o pai fez.
— Pois é — ele fala com ar de inocência. — Vou entrar, então.
— Tudo bem.
Samuel caminha calmamente até a porta da sala de Elias e gira a maçaneta, encontrando o seu pai sentado em um poltrona examinando alguns papéis.
— Samuel, o que você faz aqui? — pergunta Elias se levantando.
— Eu sei muito bem o que você fez — fala o jovem com frieza.
— Eu não sei do que você está falando.
Samuel ri e tira os óculos escuros, encarando com firmeza o pai.
— Acho que você não sabia que eu estava em casa hoje de manhã.
— Como é?
— Isso mesmo, eu ouvi você discutindo com a minha mãe e vi o que você fez com ela.
— Eu não fiz nada, e se não for pedir demais gostaria que você se retirasse.
Samuel bate na mesa do pai com as mãos abertas, fazendo os objetos vibrarem.
— Quem você pensa que é para bater na minha mãe? — indaga ameaçadoramente.
Elias levanta lentamente de sua cadeira.
— Não se meta nos meus assuntos com a sua mãe, isso é coisa de casal.
Samuel tira as mãos da mesa, gargalhando.
— A partir do momento que aquela mulher bateu na nossa porta dizendo que tinha um filho seu, os assuntos passaram a pertencer a toda família. E agora você ainda se acha no direito de bater na minha mãe? — Ele balança a cabeça incrédulo. — Eu tenho nojo de você.
— Olha como fala comigo, Samuel — censura Elias contornando a mesa.
O jovem se aproxima do empresário sem se intimidar pelo olhar ameaçador de Elias.
— Eu não quero mais ver a minha mãe chorando por sua causa, fui claro? E não ouse encostar um dedo nela, seu babaca.
— Olha como fala comigo — responde Elias apontando o indicador para o rosto de Samuel. — Eu sou seu pai.
— Agora você é meu pai, né? Mas e na hora que você deveria ter me ensinado a ser homem? — Ele dá um passo na direção de Elias. — Você nunca se importou de verdade comigo, sempre vivendo para os seus hotéis e, como eu recentemente soube, para as suas amantes.
— Amante — corrige Elias. — Eu só traí a sua mãe com uma mulher.
Samuel ri.
— Então eu lhe devo os parabéns? — questiona ironicamente, mas logo fica sério. — Eu tenho nojo de ser seu filho, nojo de ter o seu sangue no meu.
Elias abandona o ar comedido e berra:
— Cala a boca, fedelho de merda!
Samuel bate palmas, falando no mesmo tom do pai.
— Isso! Mostra a sua verdadeira identidade, Elias Hamid. Sabe o que eu queria entender? O porquê disso. Você traiu a minha mãe, teve um filho fora do casamento e ainda reclama dela querer a separação, porque eu soube que ela já entrou com os papéis do divórcio.
— A sua mãe não sabe o que está fazendo — fala Elias recobrando o seu tom de voz calmo.
— Pois me parece que ela sabe exatamente o que está fazendo. E eu apoio ela completamente.
— Eu sei, a sua mãe sabe e no fundo você também sabe que ela não quer se separar de mim.
— Não, Elias, isso é o que você quer. Você sabe que com o divórcio, metade da sua rede de hotéis vai para a minha mãe e a sua ganância não permite isso, não é mesmo? Mas eu não vou deixar que a minha mãe continue presa a um monstro como você.
— E o que você vai fazer?
— Não é da sua conta. — Samuel passa a mão no cabelo. — Agora eu já perdi tempo demais com um bosta como você.
O rapaz vira as costas, caminhando lentamente para a porta quando ouve Elias dizer:
— Eu deveria quebrar a sua cara como fiz com a sua mãe.
Samuel vira rapidamente e se aproxima de Elias em um piscar de olhos. Antes que o empresário possa reagir, ele acerta um soco em seu olho esquerdo com tanta intensidade que faz o homem se desequilibrar, caindo de costas na própria mesa, quebrando alguns objetos.
Aproveitando que o sinal está atrasado, Graziele caminha até o namorado que conversa com Malu.
— Bom dia — deseja abraçando Thiago.
— Bom dia — falam os dois adolescentes juntos.
— Do que vocês estavam conversando? — pergunta a ruiva.
— Eu estava contando para a Malu que o Douglas foi preso.
— Como é? — Graziele solta Thiago. — O Douglas foi preso? Pelo o quê? Porte de drogas?
— Não, claro que não. Ele não é trouxa de dar mole.
— Então foi pelo o quê?
— Dirigir alcoolizado.
Graziele suspira.
— Ai que susto, pensei que fosse algo mais sério. Quer dizer, não isso não seja sério, mas pelo menos ele não vai ficar preso.
Com a testa franzida, Malu pergunta:
— Desde quando você é tão íntima dos amigos do Thiago?
— Desde quando você é íntima do Samuel.
— Nem me fala no Samuel! — pede Malu ficando séria.
— Por quê? O que aconteceu? — indaga a ruiva apoiando o corpo no de Thiago.
— Ontem ele voltou para a casa da mãe dele.
— E daí?
Thiago apenas observa a conversa das duas despreocupadamente enquanto brinca com o cabelo alaranjado da namorada.
— E daí que aquela casa é um poço de más energias. E ele nem chegou ainda.
— Talvez ele decidiu faltar.
— Mas a gente combinou de almoçar juntos depois do colégio. Ele não me avisou que ia faltar.
— Tá preocupada? — pergunta Thiago com curiosidade.
— Não — mente Malu.
— Fica tranquila — fala Graziele percebendo a mentira. — Ele deve estar apenas atrasado.
Quando a primeira aula termina e Samuel não entra na sala para o segundo tempo, Malu constata que ele não se atrasou, e sim não foi para o colégio. Victor estuda Isabela pelas costas, a adolescente lhe contou sobre o beijo com Felipe e a sua indecisão entre os garotos. Seu olhar muda de pessoa e ele passa a fitar a nuca de Felipe, que batuca com o lápis na lateral da mesa. Marina rouba a sua atenção ao se virar repentinamente para trás para conversar com Thiago. O loiro se surpreende com a intimidade com que eles se tratam, mas logo ele recorda de que a sua gêmea já foi a uma festa sozinha com o namorado de Graziele. Uma cutucada em suas costas o faz virar para trás. Yasmin aproxima o rosto do dele, se apoiando na mesa:
— Vê se tem alguma coisa no meu olho?
Victor analisa o olho esquerdo dela ficando impressionado com o tom de azul fechado que colore o olhar dela.
— Não tem nada — fala depois de um instante.
Yasmin pisca rapidamente.
— Estranho.
— Igual à sua cara.
— Larga de ser idiota.
— É a convivência com você — rebate Victor.
Yasmin bate com o seu caderno na cabeça do loiro.
— Ganhei.
Victor se estica e rouba um selinho dela.
— Quem ganhou fui eu.
Quando o último sinal toca, os adolescentes enchem os corredores do colégio caminhando para a saída. Isabela, que ignorou Felipe e Iago a manhã toda, anda junto com o irmão e Marina pela escada. Felipe, que não fez muita questão de conversar com a ex, segue logo atrás com Yasmin e Victor. Malu e Graziele andam lado a lado, com Thiago atrás mexendo no celular. Ao chegar na calçada, Graziele avista algo do interesse de Malu.
— Ele pode não ter vindo para a aula, mas veio para o almoço.
Malu, que estava distraída reparando nas ondas do cabelo comprido de Alexandre, indaga olhando para a amiga:
— Hã?
Graziele aponta com o queixo na direção de um carro que está estacionado do outro lado da rua. Malu segue a indicação dela e sorri de canto de boca ao enxergar Samuel sentado no capô do carro.
— Até mais tarde — diz Malu atravessando a rua. Ela se junta a Samuel, que com a aproximação vira a cabeça para fitá-la.
— Oi.
— Oi — responde Malu. — Por que você faltou?
— Vamos entrar — ele diz indicando o carro.
— Você que está dirigindo?
— É.
— Você é louco de parar aqui na frente?
— Relaxa. Entra no banco de trás.
Malu acha estranho o pedido dele, mas acata. Samuel também entra pelo banco de trás, gerando ainda mais curiosidade nela.
— Quem vai dirigir? Um fantasma?
— Claro — ironiza Samuel passando para o banco do motorista.
— Ah! — exclama Malu compreendendo a atitude dele. — Assim quem vê de fora acha que tem um motorista.
— Está ficando inteligente — comenta Samuel ligando o carro. Ele sai pela rua em alta velocidade, porém Malu não se importa e se senta na ponta do banco, de modo a ficar mais perto dele.
— Qual é o motivo da grosseria?
Samuel freia bruscamente ao parar em um sinal fechado, obrigando Malu a se segurar em seu banco para não cair. Ela ignora o ocorrido e volta a perguntar:
— Pra que essa grosseria?
Samuel gira a cabeça para fitar o rosto dela e responde:
— Eu dei um soco no meu pai.
— Como?
OMG! O que foi isso do Samuel com o pai dele? Nunca esperaria isso! Sempre surpreendendo, né Rê? É por isso que eu amo o seu Imagine. E a Isabela confusa? Tadinha! Espero que ela escolha o Felipe, mas ela está sofrendo com essa situação. Quero ver logo essa surpresa que o Felipe está preparando para ela, tem tudo para ser emocionante <3 CHEGA LOGO TERÇA!
ResponderExcluirCapítulo maravilhoso! Malu e Samuel <3 <3 <3
ResponderExcluir— Pra que essa grosseria?
ResponderExcluirSamuel gira a cabeça para fitar o rosto dela e responde:
— Eu dei um soco no meu pai.
— Como?
MORRI
Sem palavras para descrever... PERFEITO
ResponderExcluirGenial a briga do Samuel com o pai dele... O jeito com que você escrever foi perfeito! Você arrasa <<<3
ResponderExcluir# Chegalogoterça!!!
ResponderExcluirNunca vi algo tão perfeito. O jeito que o Samuel defendeu a mãe dele foi incrivel. Estou louca para ler o proximo capitulo
ResponderExcluirterça feira chegue logo sua linda..
ResponderExcluirBelipe, belipe ,belipe eu preciso de mais muito mais
ResponderExcluirCade a surpresa do Felipe meu deus do ceu
ResponderExcluireu estou amando cada dia mais e mais
ResponderExcluirquero mais
ResponderExcluirAi Rê assim vc me mata
ResponderExcluiruhuuuuu beijo de belipe
ResponderExcluiramei amei amei
ResponderExcluirIsabela e Felipe se beijaram :o :o :o :o Foi lindo o beijo deles!! Quero eles de volta *-------* Samuel foi incrível defendendo a mãe dele.
ResponderExcluirPERFEITOOO
ResponderExcluirAmo a isabela, ao mesmo tempo que ela aparenta ser a mais madura das 3, ela Não tem um pingo de juizo kkkkkkk como que ela fala para o ex que está tentando reconquista-lá que ficou com outro kkkkkkkkk
ResponderExcluirperfeito
" sinto falta dos velhos habitos .... beijo " isso me lembra algo jsjs
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