Imagine 5ª Temporada | Capítulo 56: Cerimônia de casamento
O apartamento em que Marina e Vinícius moram em Boston é pequeno e aconchegante, repleto de plantas e quadros que representam a personalidade do casal. Com uma necessaire em uma das mãos e um pente de cabelo na outra, Marina caminha de um lado para o outro do apartamento com o telefone celular preso à orelha pelo ombro.
— Você tem certeza que não vai? É a Laís e o Alê! — exclama ao arremessar o pente dentro de uma mala que está aberta ao lado da cama do casal.
— Não adianta insistir, Marina — responde Victor do outro lado da ligação. — Eu não vou para o Brasil.
— E você vai perder o casamento dos nossos amigos? — tenta apelar Marina.
— Eles nunca foram meus amigos — observa Victor. — Aliás, nem seus. Somos colegas de escola.
— Você vai perder o casamento dos seus colegas de escola, então?
Victor ri.
— Sim. E não adianta insistir. Aproveita o que você tiver que aproveitar, eu não vou e ponto final.
Marina suspira.
— Ok. Você que sabe.
Óculos escuros cobrem metade do rosto de Yasmin quando ela desembarca no aeroporto de Santos Dumont. Com pressa, ela caminha até o carro de Sophia, que a aguarda na saída.
— Como foi a viagem? — pergunta Sophia dando um beijo na bochecha da filha.
— Cada dia mais demorado fazer a ponte Rio-São Paulo — responde Yasmin.
— Vamos para casa ou você quer passar em algum lugar para a gente almoçar?
— Podemos ir direto para casa, estou sem fome.
— Sem fome e com mau-humor — constata Sophia. Ela dá partida no carro. — O que houve?
Yasmin expira com profundidade e tira os óculos.
— O de sempre, né? Será que nunca mais eu vou encarar o Rio de outra forma, mãe? — questiona com a voz apertada.
— Está tudo muito recente — responde Sophia entendendo sobre o que a filha se refere.
— Já se passaram sete meses — observa Yasmin. — E nada mudou para mim. E, pelo visto, nem para ele — acrescenta baixinho.
— Você já parou para cogitar na hipótese de que ele está bem assim? — indaga a empresária sem rodeios. Yasmin não responde de imediato.
— Não — responde por fim. — Não consigo acreditar que ele esteja bem sendo que eu continuo mal.
Sophia dá um leve sorriso.
— Ô, minha filha. Você não pode considerar os sentimentos dos outros com base nos seus.
— Eu sempre acreditei, e ainda acredito, que a gente sentia o mesmo um pelo outro.
— Por isso que talvez seja tão difícil para ele perdoar o que aconteceu.
Yasmin aperta os olhos com força.
— Só de lembrar me dá ânsia.
— Então não lembre, não fique se torturando. O que for para ser…
— Vai ser — completa Yasmin junto com a mãe.
Na mansão de Mel e Chay, Felipe e Isabela conversam sentados à beira da piscina.
— Você parou para pensar que o Alexandre e a Laís vão se casar? — comenta ele.
— Sim. Acho fofo.
— Mas nós somos tão novos.
— A idade é só um número em alguns casos.
— Não acho que seja nesse caso — discorda Felipe. — Sei lá, para mim casamento envolve tanta responsabilidade.
— Sim, mas se eles estão esses anos juntos e acham que estão preparados, por que não?
— É, isso é verdade. — Ele mexe os pés, que estão dentro d’água. — Você sabe que horas a Marina e Vinícius chegam?
— Mais a noite — diz Isabela, tomando sol.
— E o Victor não vem mesmo, né?
Isabela dá um sorriso de canto de boca.
— Não sei por que você ainda insiste.
— Porque eu ainda não aceitei esse comportamento dele. Ele nunca conversou comigo sobre o que aconteceu, amor.
— Eu sei! Comigo também não. Ele simplesmente foi embora naquela confusão do ano passado, bloqueou todo mundo em todos os lugares e está vivendo a vida dele. — Ela sacode a cabeça. — Acho isso muito imaturo, até vindo dele.
— E a Marina só diz que ele está bem.
— Ela não vai dizer mais do que isso — rebate Isabela. — O Victor deve ter pedido para ela não falar sobre a vida dele. Até o Vinícius, às vezes, eu acho que não me conta tudo também.
— Ele te contou mês passado que o Victor tava saindo com uma menina — lembra Felipe.
— Isso é. Mas não deu em nada, parece. Nem contamos para a Yasmin nada. Mas olha — ela vira de barriga para cima —, se com o Vinícius, que está morando na mesma cidade que ele, o Victor é frio e só encontra a Marina quando ela está sozinha, o que a gente pode esperar dele com a gente em outro país?
— É que para mim a nossa amizade era verdadeira — lamenta Felipe.
— Eu acho que era, mas também era fraca. Ao menos da parte dele, para ele abrir mão de tudo assim. — Apesar das palavras firmes, os olhos de Isabela ficam marejados por de baixo dos óculos escuros.
A igreja do casamento de Laís e Alexandre é uma das mais tradicionais da cidade, localizada na região central. Diversos arranjos de flores estão dispostos pelo espaço, em tons claros e neutros. Aos poucos, os convidados vão chegando e se acomodando em seus assentos. Jonas e Maísa são um dos casais padrinhos da noiva e foram também um dos primeiros a chegarem ao local da cerimônia.
— Está demorando, né? — ele comenta, agitando a perna com impaciência.
— Casamentos são assim, amor — retruca Maísa. Ela confere a gravata dele e sorri. — Você está tão lindo.
— E você está cada dia mais maravilhosa. Devo dizer que começar a estagiar no presídio feminino te fez bem. Você está com uma vibe de poder — ele comenta acariciando a cintura dela.
— É a energia das minhas parceiras detentas — diz Maísa em tom de brincadeira.
— O próximo será o nosso — fala Samuel sentado em um dos primeiros bancos junto com Malu, que ri.
— Vamos com calma, meu querido. Agora que estamos comprando o nosso apartamento.
— Então, primeiro deveria vir o casamento, depois morar junto, não acha? Estamos pulando uma fase.
Malu sorri e dá um selinho nele.
— Prefiro fazer o teste drive antes.
Mais ao fundo, Jaqueline, Gabriel, Luciana, Pedro e Daniela conversam.
— Quem diria que seríamos convidados para o casamento da Laís e do Alexandre, né? — diz Luciana.
— Agradeçam a mim — diz Daniela rindo. — Se não fosse a minha conexão com o grupo de vocês, eles nem se lembrariam que vocês existem.
— Ah tá, eu sou inesquecível — fala Jaqueline gargalhando. — Mas eu achei fofo eles convidarem todos da turma. Está sendo um ótimo reencontro.
— Parece até que passaram dez anos — ironiza Pedro, ao lado da namorada, Daniela.
— Vai fazer quatro anos que a gente terminou o ensino médio — observa Gabriel.
— Tantas coisas aconteceram, nem parece que foi só isso de tempo — diz Jaqueline.
Passam por eles, Iago, Aline e Lorenzo, que se acomodam em uma das primeiras fileiras de assentos.
— Uma pena a Grazi não ter vindo — comenta Iago após cumprimentar Thiago.
— Pois é, ela não conseguiu uma folga no estágio daí não rolou sair de BH.
— E vocês voltaram firmes e fortes, né? — diz Aline.
O sorriso de Thiago é de orelha a orelha.
— Sim. Agradeço todos os dias a segunda chance que a vida e a Graziele me deram.
— Então vocês serão os próximos? — Lorenzo pergunta, indicando com a cabeça o altar.
Thiago gargalha.
— Hoje é o dia das apostas de quem serão os próximos, né? A minha namorada não está aqui para pegar o buquê, nem a sua pelo visto.
— Daqui a pouco ela está chegando — fala Lorenzo dando um leve sorriso.
— Então você tem mais chances de ser o próximo do que eu. — Eles riem.
O casamento religioso de Laís e Alexandre comove e emociona a todos os presentes, da mesma forma com que o casal transborda alegria e sintonia ao altar. Ao término da cerimônia, todos se reúnem no salão da igreja onde uma grande festa foi detalhadamente preparada.
Isabela, Felipe, Yasmin, Marina e Vinícius estão sentados em uma única grande mesa, juntamente com Malu, Samuel e Thiago. É a primeira vez que o grupo de amigos se reúne desde que Marina e Vinícius foram morar juntos nos Estados Unidos.
Eles conversam com animação enquanto bebem sucos e drinks, mas em nenhum momento citam o nome de Victor.
— Senhoras e senhores — diz Laís ao microfone. — Ou melhor, senhoritas. Quero convidar todas as mulheres solteiras para se reunirem aqui na frente. Chegou o grande momento do buquê! — ela vibra sorridente em seu vestido de noiva estilo princesa.
As jovens vão se levantando de seus lugares e se agrupando em frente ao palco montado no salão. Isabela e Marina levantam e olham para Yasmin, que permanece sentada.
— Você não vem? — questiona Isabela.
— Vou deixar vocês terem mais chances — diz Yasmin, que durante toda a cerimônia lembrou-se dos vestidos de noivas que já desenhou, em especial aqueles que cogitou usar em sua união com Victor.
— Nem vem! — Malu, que já estava mais à frente, retorna e pega no pulso da amiga. — Você vem com a gente.
As quatro caminham até o grande grupo e esticam as mãos para o alto.
— No três — avisa Laís no palco. — Um. Dois. Três!
O buquê de rosas brancas é arremessado para cima e para trás. As meninas se apertam, dirigindo-se na direção em que as flores se movimentam. Os olhos de Yasmin estão fixos nas rosas e ela sente que, se as flores tivessem olhos, eles também estariam cravados nela.
Como em um vídeo em câmera lenta, ela vê o buquê se aproximar cada vez mais de seus dedos. Pelo canto de olho, enxerga Jaqueline, com os braços também erguidos, ao seu lado.
O buquê de Laís está a poucos centímetros dos dedos de Yasmin quando ela recua levemente as mãos e abre espaço para que os dedos de Jaqueline envolvam as rosas.
— É meu! — exclama Jaqueline saltitando com o buquê de rosas brancas.
Yasmin sorri com a animação da garota que nos anos anteriores travou com ela diversas brigas, inclusive pela atenção de Victor. No centro do salão da festa de casamento de Alexandre e Laís, Yasmin constata que Jaqueline, durante o ensino médio, tentou de todas as formas ficar com Victor, em vão. Do mesmo jeito, mesmo com diversas tentativas após revelar a traição na Itália, ela nunca mais teve contato com o rapaz que acreditava ser o único homem que ocuparia amorosamente o seu coração.
Próximo capítulo | Capítulo anterior
Uma passagem de tempo enormeeee e eu tô entendendo nada do que aconteceu, mas posta mais
ResponderExcluirMds, YasVi terminou de vez mesmo?
ResponderExcluirNão nego que se fosse o Vitor, faria o mesmo. Mas tô sentindo falta do casal...
Agora que eu reparei que O BUQUÊ IA CAIR DIRETO NAS MÃOS DA YASMIN VEI
ResponderExcluirTodos os dias atualizando o site esperando mais capítulos...😪
ResponderExcluir