Imagine ChaMel 5ª Temporada (Filhos) - Capítulo 15: Isabela e Vinícius tentam entender o que ocorreu entre os pais


Assim que o relógio marca seis horas da manhã, Isabela levanta de sua cama. Ela prende o longo cabelo em um coque e caminha sonolenta até o banheiro. Minutos depois, deixa o cômodo um pouco mais desperta, alcança seu celular na mesinha de cabeceira e desce as escadas ainda de pijama. 
— Bom dia, Verinha — deseja à governanta quando entra na cozinha da mansão.
— Bom dia, Isa! — cumprimenta a senhora sorridente. — O que você vai querer comer hoje?
— O de sempre — responde a jovem desbloqueando a tela de seu celular.
— Salada de frutas, iogurte e torrada?
— Isso. Oi, amiga! — cumprimenta instantes depois. A imagem de uma Yasmin sorridente aparece na tela de seu celular.
— Bom dia, querida! — ri a loirinha. — Como você está?
— Com sono e com preguiça — sorri Isabela coçando os olhos.
— Não é fácil essa vida de universitária, né?
— Não, mas eu tento pensar que depois só vai piorar. Me ajuda a valorizar o que temos. — Elas riem e Yasmin concorda:
— Faz sentido.
— E como anda as coisas por aí?
— Uma correria. Eu tenho um trabalho para entregar na quarta.
— Deixa eu ver se adivinho, você deixou para fazer de última hora?
— Eu nem comecei! — ri Yasmin. — Mas vai dar tudo certo, hoje ainda é segunda.
— Se você diz — sorri Isabela. — Mas vem cá, cadê o Victor?
— No meu bolso não está — brinca a namorada do rapaz.
— Eu estou falando sério. Ele desapareceu do grupo.
— Ele desapareceu de tudo mesmo — sorri Yasmin.
— Que estranho.
— É que ele está começando uma semana de testes agora, daí está totalmente focado nisso.
— Ah, sim, entendi.
— Bom dia, pessoal! — Felipe entra sorridente na cozinha. Isabela olha para ele, devolvendo o cumprimento enquanto Yasmin questiona:
— É quem eu estou pensando que é?
— Se você está pensando no seu irmão lindo, sim — responde o jovem parando atrás da namorada.
— Pensei que vocês estivessem brigados ainda — comenta a loirinha.
— O Felipe se tocou que estava sendo tosco — diz Isabela e o rapaz faz uma careta.
— Não foi bem assim. Eu percebi que não vale a pena ficar chateado com a Isabela por causa do Jonas.
— Em outras palavras, percebeu que estava sendo tosco — ri a morena. Yasmin faz o mesmo em São Paulo e diz:
— A Isabela está certa. 
— A sua opinião não conta — responde Felipe.
— Ah, não?
— Não, vocês todas formam um complô contra a minha pessoa — ele ri.
— Coitadinho — ironiza Isabela entre gargalhadas.


Vinícius está em seu horário de almoço, em Paris. Ele come em um bistrô com um colega quando seu celular começa a tocar.
— Meu pai — informa em francês ao levantar da mesa. O cozinheiro vai até a pequena calçada do bistrô e atende.
— Oi, filho! — cumprimenta Chay.
— Oi! Como o senhor está?
— Bem e você?
— Estou bem, mas estive melhor nos últimos dias.
— Esse bem estar todo foi por causa de uma certa visita que você recebeu?
Vinícius sorri e pensa em Marina.
— Exatamente.
— É por isso que eu te liguei, queria saber como você está agora que ela voltou para os Estados Unidos.
— Estou voltando à minha rotina sem ela. É bizarro, porque eu passo meses sozinho aqui em Paris, daí bastam três dias da Marina aqui comigo para eu ficar desestabilizado quando ela vai embora.
— Mas não é fácil mesmo, meu filho.
— Eu sinto tanta falta dela, pai. Três dias não são suficientes para matar toda a saudade, ainda mais comigo tendo que estagiar e estudar.
— Imagino, mas é melhor que nada, né?
— Com certeza — ri Vinícius.
— Deixa eu te perguntar outra coisa, como está a sua mãe?
— Que eu saiba bem, por quê?
— Nada demais, só queria saber mesmo.
Vinícius estreita os olhos.
— Tem certeza de que não é nada demais?
— Tenho. 
— Hum. A gente não se falou nos últimos dias, mas eu acredito que esteja tudo bem com ela, senão eu saberia.
— Faz sentido. — A desconfiança de Vinícius não passa despercebida por Chay, que pergunta para disfarçar: — E a Isabela, como vai?
— Bem também. — Pai e filho conversam por mais alguns minutos e se despedem. — Que estranho — Vinícius comenta antes de retornar para o interior do bistrô.


No Rio de Janeiro, Jonas e Pedro caminham até um dos pátios do Palácio Universitário durante o intervalo de suas aulas.
— Olha quem está ali — Pedro aponta na direção de um banco, onde Isabela está deitada lendo.
— Vamos lá falar com ela — chama Jonas. Os dois se aproximam da acadêmica de jornalismo, que está tão concentrada em sua leitura que não nota. — E aí, Isabela?
— Ah, oi, Jonas. Oi, Pedro — acrescenta olhando para o outro rapaz.
— O que você está fazendo aqui? — indaga seu ex-namorado.
— Não parece óbvio? — rebate a morena erguendo o livro em suas mãos.
— Pensei que você estivesse em aula.
— Eu estou tendo aula, mas achei mais produtivo sair para ler o capítulo que o professor indicou para a aula da tarde.
— Matando aula para estudar — conclui Pedro sorrindo.
— Fazer o quê? 
— Abre espaço para a gente — pede Jonas e Isabela se senta no banco. Os dois se acomodam ao lado dela.
— E o que vocês estão fazendo aqui? — ela pergunta.
— Estamos no intervalo.
— Vocês têm intervalo no mesmo horário? — espanta-se Isabela.
— O destino quer que a gente fique junto, né Pedro? — brinca Jonas e eles riem.
— Ainda bem, né? — responde Pedro e olha diretamente para Isabela. — Estava tentando colocar juízo na cabeça desse garoto.
— Você querendo colocar juízo na cabeça de alguém? — provoca a jovem.
— Eu estou falando sério, tá?
— O que foi dessa vez? — indaga Isabela alternando seu olhar entre os dois.
— Sexta-feira é aniversário de morte do pai da Maísa e o Jonas não sabe se vai falar com ela — conta Pedro.
— Ei, não é bem assim — corta Jonas.
— Ah, não? Como é então?
Jonas respira fundo e diz:
— Eu quero estar ao lado da Maísa sexta, porque ela ficou bem mal ano passado e…
— Vão fazer dois anos que ele cometeu suicídio, né? — questiona Isabela.
— Exatamente. E eu quero estar ao lado dela, mas não sei como me reaproximar.
— Já experimentou mandar uma mensagem? — Isabela pergunta em tom de obviedade.
— Sei lá, queria fazer algo pessoalmente, mas tenho medo dela não querer falar comigo e me deixar falando sozinho.
— Só tem uma maneira de saber qual será a reação dela, né Jonas? Eu acho que você deveria fazer algo. Tenho certeza que a Maísa vai gostar de te ter por perto nesse dia que é tão difícil para ela.
Jonas acente e fica pensativo.


O cabelo de Maísa está preso em um alto rabo de cavalo quando ela desce as escadas do casarão de sua mãe na manhã de sexta-feira. As olheiras abaixo de seus olhos deixam claro que ela teve uma noite mal dormida. A acadêmica de direito não segue o trajeto costumeiro até a cozinha, mas vai até o antigo escritório de seu pai, que agora é utilizado exclusivamente por sua mãe, que no momento já saiu para dar aula. 
A disposição dos móveis está totalmente diferente, assim como as cores das paredes, as cortinas e os tapetes. Os livros da estante que anteriormente tratavam sobre economia e política, agora foram substituídos por livros acadêmicos sobre saúde da mulher. Maísa senta em uma poltrona diante da janela e fecha os olhos, recordando-se de como era o ambiente quando ainda era frequentado por seu pai. Lágrimas rolam por suas bochechas por longos minutos até que ela as enxuga na manga da blusa e deixa o escritório.
Sem comer nada, a jovem pega sua mochila e sai pela porta principal do casarão. Ela cruza o jardim sem olhar para os lados, evitando despertar mais algum recordação de Edson. Quando destranca os pesados portões de madeira e pisa na calçada, surpreende-se com o que encontra.
— Jonas?
— Bom dia. — O rapaz está encostado em seu carro de braços cruzados e olhos fixos nela.
— O que você está fazendo aqui?
Jonas se aproxima dela e diz:
— Vim te fazer um convite.
— Como assim?
— Passa o dia comigo. Nós podemos viajar até o chalé da minha família e ficarmos só nós dois.
— E a minha…
— Nós sabemos como a sua mãe vai passar esse dia.
Maísa recorda-se perfeitamente de como Lorena passou o dia dois de dezembro do ano anterior. Depois de chegar da aula na Universidade, trancou-se em seu quarto e não saiu mais até a manhã seguinte.
— Mas…
— Se você não quiser ir para o chalé, a gente pode fazer qualquer outra coisa. Eu só quero ficar com você.
Os olhos de Maísa voltam a se encher de lágrimas e ela abraça Jonas com força.
— Te amo — sussurra sobre o ombro dele.


Na hora do almoço, Malu afasta-se de suas amigas da Universidade para conversar com Samuel por telefone.
— Como você está? — pergunta o rapaz.
— Péssima.
— O que houve?
— Estou morrendo de dor de cabeça, tive uma aula daquelas hoje, estou estressada. Ai, só raiva.
— Calma, Malu. Você sabe que isso é passageiro.
— Acontece que não está passando, Samuel, estou desde o começo do semestre assim. Vivo cansada e estressada.
— A faculdade faz isso com a gente. Eu também não estou muito bem hoje.
— Por quê?
— Sei lá, acordei meio esquisito. Estou precisando muito de férias.
— Todos estamos.
— Sim, mas eu não aguento mais ficar aqui longe de todo mundo. Longe da minha família, longe de você.
— Imagino.
— Pois é, aí têm dias que eu acordo meio pra baixo por causa disso. Acho que hoje é um desses dias. Eu só queria um mimo seu.
— Pena que querer não é poder — responde Malu.
— Aceito mimos por telefone também — brinca Samuel, mas Malu não acha graça.
— No estado que eu estou, não consigo mimar ninguém, Samuel.
— Tudo bem, amor. Sobreviverei sem seu carinho — ele sorri.
— Para de drama.
— Eu estou só brincando.
— Desculpa, é que eu não estou para brincadeiras hoje.
— Estou percebendo. Mas não adianta ficar assim, Malu. Isso só te fará mal.
— É fácil falar quando não é você que está vivendo assim.
— Você não ouviu nada do que eu disse, né? A graduação não é só difícil para você, não.
— Quem dera minhas angústias fossem só saudade de você ou dos meus pais.
— Eu não disse que é só isso. Tenho todo estresse e cansaço que você tem, Maria Luíza, e ainda tenho que lidar com a saudade de todo mundo.
— Eu te entendo. — Ela solta um suspiro e diz: — Desculpa.
— É que não é a primeira vez que isso acontece, né?
— Como assim? 
— Sempre que você está muito estressada com a faculdade, você acaba descontando em mim, Malu.
— Não é proposital.
— Eu sei, mas é difícil, né? Eu estou longe, quando a gente se fala é o momento que eu tenho para dar uma relaxada e você só me trata mal.
— Você está exagerando.
— Não estou, é porque tem sido tão natural que você nem percebe mais as patadas que me dá.
— Ah, pronto! Eu já te pedi desculpas, Samuel.
— Ok, Malu.
Eles ficam em silêncio e Malu fica arrependida de ter ligado para o namorado e tudo que se sucedeu após isso.
— Eu preciso desligar — diz instantes depois. — Mais tarde a gente se fala.
— Tá bem.
— Desculpa, de verdade.
— Tá bem — repete Samuel e Malu percebe que ele não a desculpou genuinamente. 
— Te amo. Tchau!
— Também te amo — responde o rapaz e eles desligam.


Três dias se passam. Na noite de terça-feira, Isabela deixa seu quarto usando um vestido preto tomara que caia. Ela vai até o quarto de sua mãe e após dar três batidinhas, entra no cômodo.
— Estou pronta — diz indo até o closet, onde Mel termina de se arrumar para o jantar de aniversário de Felipe.
— Quinze minutos e eu fico pronta — responde a empresária penteando os cabelos pretos diante de um grande espelho.
— Tudo bem. — Isabela se acomoda em um sofazinho e elogia: — A senhora está linda.
Mel fita seu macacão vermelho de alfaiataria e sorri.
— Obrigada. Filha — chama a atenção de Isabela, que mexe no celular, minutos depois.
— Oi.
— Você sabe se o seu pai vai hoje?
— Não.
— Ele não vai ou você não sabe?
Isabela sorri.
— Ele não vai, tem um evento da gravadora.
— Entendi.
— O que está pegando entre vocês dois, hein?
Mel quase deixa cair o porta jóias que está em suas mãos.
— Como assim?
— Ele tem me perguntado como a senhora está nos últimos dias e o Vinícius comentou que ele fez o mesmo dias atrás com ele. E agora a senhora pareceu aliviada quando eu disse que ele não vai no aniversário do Felipe.
— Não é nada demais.
— Ele respondeu a mesma coisa para mim e para o Vinícius.
Mel larga o porta jóias sobre uma penteadeira com força.
— Você quer saber mesmo o que aconteceu?
— Quero — responde Isabela de imediato.
— O seu pai fez algo inadmissível, Isabela.
— O que ele fez?
— Ele encontrou umas composições minhas e resolveu gravar sem que eu ao menos soubesse.
Isabela franze a testa.
— Como assim, mãe?
— Ele invadiu o meu espaço de uma forma inaceitável. Eu estou furiosa e não quero vê-lo tão cedo.


Comentários

  1. Poxa, Chay pisou na bola real já tava com tudo pra reconquistar a mulher e faz uma merda dessas ? Coisa triste.
    ObS : eu queria ver a treta e tu cortou

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  2. " — Não é nada demais.
    — Ele respondeu a mesma coisa para mim e para o Vinícius."
    A sintonia do casal , Brother!

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  3. Ah meu Deus,já estou vendo como será essa volta, só que vc poderia não demorar tanto pra dá continuidade né!Foram dias de angústia,kkk mas ainda espero aquela volta de tirar o fôlego.

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  4. pensei que você tivesse desistido de postar, já estava tendo um treco aqui!! ansiosa pelo próximo capítulo. que bom que a isabela e o felipe estão bem.

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  5. Que esse é o melhor imagine da vida nem preciso dizer né?😉 Fiquei curiosa com o que rolou na discussão e tô doida pelo próximo capítulo... Não nos mate de ansiedade please....🙏 Kkkk

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  6. Eu digo o que houve depois de voltar no " início " da temporada anterior: a Mamãe de vocês, Vulgo Mel, está fazendo o famoso " cu doceee" é isso, infelizmente

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