Imagine ChaMel 5ª Temporada (Filhos) - Capítulo 11: Marina chega a Paris


Vinícius está sentado sozinho na mesa de uma lanchonete no aeroporto Charles de Gaulle, próximo a área de desembarque internacional. Ele toma um cappuccino, observando a comoção das pessoas que recebem os recém-chegados de Dubai. Nove dias se passaram desde que seus pais, irmã e amigos retornaram ao Brasil. Ao olhar para o painel de voos, vê que o avião vindo de Boston já se encontra no pátio. Seu coração dá um salto e ele respira fundo para se acalmar. Em seguida, levanta, paga pela bebida e caminha até a porta de correr que separa a área de desembarque do saguão. Os passageiros de Dubai se dispersam e o local fica tomado apenas por aqueles que aguardam os viajantes vindos dos Estados Unidos.
A ansiedade de Vinícius aumenta conforme os minutos vão passando. Quando as portas se abrem pela primeira vez e ele prende o ar. Uma família saí empurrando carrinhos com suas bagagens e acenam para um grupo que veio recepcioná-la. O cozinheiro tenta espiar o interior do espaço quando um casal passa, porém não consegue identificar nada de relevante.
Mesmo com os aquecedores do aeroporto funcionando normalmente, Vinícius sente calafrios e esconde as mãos dentro da manga de seu pesado casaco. Seu joelho se mexe inquietamente e ele morde os lábios. As portas deslizam várias vezes, mas em nenhuma delas é Marina quem sai. Ao seu redor as pessoas cumprimentam calorosamente seus conhecidos tanto em francês quanto em inglês, causando um burburinho confuso.
Logo após um casal de idosos, uma jovem de cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo deixa o desembarque. A boca de Vinícius seca e sua respiração é interrompida quando seus olhos caem sobre ela. No mesmo instante ela o encontra entre as outras pessoas e a expressão em seu rosto demonstra uma mistura felicidade, espanto e nervosismo. Vinícius contorna as famílias que se abraçam para chegar até a garota.
Marina e Vinícius param um diante do outro e se encaram em silêncio. O olhar dele percorre o rosto dela parecendo não acreditar na sua presença. A boca de Marina se abre e sua voz sai trêmula.
— O-oi.
Vinícius estica os braços e rodeia a cintura dela com força. Marina envolve os ombros com a mesma intensidade, sentindo o coração pulsar contra suas costelas.
— Oi! — ele responde dando um sorriso nervoso. Um sorriso radiante desabrocha no rosto de Marina e ela aperta os braços dele por cima do casaco.
— Não acredito que você está na minha frente.
— Eu também não — ri Vinícius. Eles se abraçam mais uma vez e só então Marina parece se dar conta de que eles ainda estão no saguão do aeroporto.
— Vamos?
— Pra onde?
Marina ri.
— Para o seu apartamento.
— Ah, claro, vamos — responde Vinícius. Ele se atrapalha quando tenta pegar a mala dela e Marina pergunta:
— Você está bem?
— Estou. Só não estou acreditando que estamos juntos de novo.
Ela sorri e o puxa para mais perto.
— Estamos juntos. — Marina une seus lábios aos de Vinícius e ele solta a mala dela para abraçá-la mais uma vez.
O casal se beija lentamente por longos minutos, sem se importar com as pessoas ao redor. Cada parte do corpo de Marina se aquece e Vinícius sente um novo calafrio, agora de prazer.
— Eu não quero mais ficar tanto tempo sem te ver — sussurra Marina ainda de olhos fechados.
— Eu também não. — Ele acaricia o rosto dela e dá um selinho em seus lábios. Marina sorri e fica admirando o rosto do namorado em silêncio. Um empurrão em seu ombro faz com que ela volte para a realidade.
— Sorry — pede um homem erguendo levemente a mão.
— It’s ok — Marina responde automaticamente.
Vinícius olha para os lados e pega na mão dela.
— Vamos para casa. — Com a mão livre, ele alcança a mala dela e eles caminham para uma das saídas do aeroporto parisiense.
— Uau! — exclama e uma fumaça branca sai de sua garganta. — Aqui está tão frio quanto em Boston.
— Calor só no Brasil mesmo. O Victor que deve estar aproveitando.
— Ele não foi para o Brasil.
— Não? — Vinícius arqueia as sobrancelhas e acena para um táxi.
— São mais de doze horas de voo, não ia compensar muito a viagem.
— Entendi. — Ele ajuda o taxista a colocar a bagagem de Marina no porta-malas e se junta a ela no banco traseiro. A garota fita o céu nublado da tarde de Paris e pergunta:
— Que horas são?
— Duas e meia.
— Nossa, em Boston são oito e meia da manhã.
— Você quer tomar café da manhã ou da tarde? — ri o rapaz pegando novamente na mão dela.
— Da tarde — sorri Marina.
O táxi sai da vaga e nos quarenta minutos seguintes Marina e Vinícius não trocam nenhuma palavra. Cada um observa a paisagem que passa do lado de fora do veículo, absorto em seus pensamentos. Vinícius desenha distraidamente círculos com o polegar no pulso de Marina enquanto lembra que nas próximas horas terá que deixá-la para ir para o estágio no restaurante-escola da Ferrandi. Marina saboreia do carinho dele, pensando em todos os momentos de conflito que eles passaram nos últimos meses.


Um calorzinho de reconhecimento preenche o coração de Marina quando eles chegam à rua em que fica o prédio de Vinícius. O cozinheiro paga o taxista e eles descem com a mala dela.
— As coisas estão diferentes por aqui — comenta a jovem ao entrar no apartamento do namorado.
— Se você está falando da infiltração do lado da estante o síndico já está resolvendo isso — ri Vinícius fechando a porta. À menção dele, Marina visualiza uma mancha perto da televisão.
— Nem tinha reparado — responde Marina tirando o casaco mais pesado, visto que o interior do apartamento está bem aquecido. — Estava falando do piano, do sofá, da mesa.
— Eu fiz algumas mudanças na decoração — sorri Vinícius.
— Ficou legal — Marina opina. Ela fica parada no centro da sala, sem saber como agir ou para onde ir. Ela estranha o sentimento e fica ainda mais incomodada. Vinícius deixa a mala dela ao lado do sofá e se senta.
Ele olha para Marina e franze levemente a testa diante do comportamento dela.
— Vem aqui. — A morena senta junto dele e cruza as pernas. — E aí, como você está?
— Estou muito feliz por estar aqui — ela sorri levemente. — As coisas estão diferentes, mas eu espero voltar a me sentir em casa como foi da última vez que estive aqui.
— Eu sei que as coisas não estão da mesma forma entre a gente, mas eu…
— Eu estava me referindo ao apartamento — explica Marina interrompendo-o.
— Ah. — Eles ficam em silêncio. A conclusão de que Vinícius também sente que algo não está no lugar no relacionamento deles faz seu coração ficar apertado. O silêncio vai ficando cada vez mais denso e ela pensa em alguma coisa para dizer.
— Eu trouxe a sua segunda pele — diz com os olhos fixos na mesinha de centro.
— Não precisava, eu quero que fique com você.
— Eu adorei quando a Yasmin me deu — diz a jovem. — Tenho usado como pijama.
— Então de alguma forma eu tenho dormido todo dia com você — Vinícius sorri.
— Sim. Não da forma como eu gostaria, mas sim. — Ela sorri e fita Vinícius, que desvia o olhar. Marina respira fundo e passa as mãos na calça, dizendo: — Eu quero tomar um banho.
— É claro. Pode ir para o banheiro, vou levar suas coisas para o meu quarto.
— Você leva uma toalha para mim? — indaga a morena levantando.
— Sim.
— Ok. — Marina caminha até o banheiro e fecha a porta. Ela apoia as mãos na pia e encara o seu reflexo no espelho. — O que está acontecendo entre a gente? — sussurra. Após lavar as mãos e o rosto, retira todos os casacos, a calça e os sapatos. Agradece por encontrar um chinelo de Vinícius ao lado do box e entra para tomar banho. Minutos depois a maçaneta gira e Vinícius surge trazendo um roupão branco.
— Aqui — fala pendurando a peça em um suporte na parede.
— Obrigada.
Vinícius sai do banheiro e Marina continua aproveitando o banho quente. Quando deixa o banheiro, vai direto para o quarto dele e se veste com uma calça moletom cinza e um casaco de algodão.
— O que você está fazendo? — pergunta vendo o namorado sentado no sofá com um livro sobre o colo.
— Estudando — responde o rapaz erguendo o livro de gastronomia. Marina assente e senta ao lado dele. Vinícius passa o braço direito pelas costas dela e ela se acomoda no abraço dele. O apartamento fica silencioso e Marina fecha os olhos enquanto Vinícius continua estudando. Ela tenta absorver cada sensação por estar nos braços do namorado novamente.


Cinco pessoas aguardam na fila de um mercadinho que fica localizado quase em frente da Faculdade Nacional de Direito. Entre elas está Maísa, que segura um pacote de pipoca doce nas mãos. A fila anda um pouco e ela alcança chicletes em uma prateleira. Com a mão livre, pega o celular no bolso da calça jeans e lê a mensagem de Jonas: “Estou aqui na frente, cadê você?”
— Estou no mercado — responde em áudio. — Daqui a pouco estou aí.
Um senhor que está em sua frente, olha para ela por sobre o ombro e diz:
— Pode ir na minha frente.
— Ah, obrigada — agradece Maísa passando por ele. Minutos depois ela sai do mercadinho com uma sacola plástica e caminha até a esquina, que está bastante movimentada por estudantes que saem da aula. A loira estica o pescoço, procurando o carro de Jonas. Quando o identifica, anda rapidamente até ele. — Oi — diz batendo a porta ao entrar no veículo.
— Oi. — Jonas dá um selinho nela. — Não posso ficar estacionado aqui — ele fala ligando o carro. — A gente não tinha combinado de você me esperar aqui?
— Eu estava esperando — responde Maísa —, mas você demorou tanto que eu fui ao mercado comprar alguma coisa para comer à tarde.
— Desculpa. — Ele confere o retrovisor e sai da vaga, mergulhando no engarrafamento da rua em frente à faculdade.
— Por que você se atrasou? — indaga Maísa colocando sua mochila no banco de trás.
— Eu tive que fazer uns desvios.
— Por quê? Está tendo obras?
— Não. — Em momento algum Jonas olha no rosto de Maísa, parecendo estar muito concentrado no trânsito, embora tudo esteja parado.
A acadêmica de direito olha com estranheza para ele.
— Então por que você teve que fazer desvios?
Jonas dá de ombros e tenta falar com a voz o mais natural possível:
— Eu tive a sensação de que estava sendo seguido.
— Ah, sim. — Maísa prende o cabelo em um coque e pegunta em tom casual: — Não é a primeira vez que você tem essa sensação, você tem contado isso para a sua psicóloga?
— Não vi necessidade.
— Ai, mas eu vejo! Você sabe que isso está acontecendo por causa…
— Dos índices de violência no Rio — Jonas completa.
— Não é por isso — retorque sua namorada. — Você não tinha essas sensações antes de ser sequestrado.
— Maísa, eu estou bem. — Ele olha para ela com intensidade. — Não precisa se preocupar.
— Como eu não vou me preocupar? Isso que você está tendo é estresse pós traumático e se você não contar para a sua psicóloga como vai melhorar?
— Ficando em paz — responde Jonas voltando a encarar o trânsito. Maísa dá de ombros.
— Vou deixar você em paz. — Minutos depois, Jonas pega uma avenida rumo ao shopping em que eles costumam almoçar. — Pode me deixar em casa, por favor — pede a garota.
— A gente combinou de almoçar juntos — diz ele.
— Mudei de ideia.
— Maísa, não é porque a gente se desentendeu que…
— Eu quero ir para casa — interrompe Maísa. O jovem respira fundo e assente.
— Ok, vou te deixar em casa.


O Sol já se pôs em Paris quando Marina liga para Victor.
— E aí, maninha — sorri o rapaz ao atender.
— Oi, Victor. — Ela observa o gramado ao fundo e reconhece o campus do MIT.
— Está muito frio aí?
— Bastante, mas não mais do que aí em Boston. O que você está fazendo?
— Esperando o pessoal para ir almoçar.
Marina olha para o relógio em seu pulso, que está ajustado com o horário da cidade em que mora.
— Ah, sim.
— Como foi o reencontro?
Marina hesita.
— Poderia ter sido pior — responde em voz baixa.
— Nossa! Foi tão ruim assim?
— Sei lá, as coisas estão diferentes entre a gente.
— Daqui a pouco vocês se acertam de novo.
— É o que eu quero.
— Cadê o Vinícius?
— Está tomando banho. Ele vai daqui a pouco para o restaurante.
— E você vai com ele?
— Não — ela ri. — Vou ficar sentada sozinha no salão? Vou ficar aqui no apartamento esperando ele voltar para a gente jantar.
— Entendi. — Victor analisa o rosto dela e pede: — Não fica desanimada assim, Mari.
— Não estou desanimada.
— Não é o que parece.
— É que eu pensei que quando visse o Vinícius de novo, tudo o que a gente passou nesses últimos meses fosse ficar para trás. Não foi isso que aconteceu.
— Mas é natural que seja assim. Você ficaram quase um ano sem se ver.
— Você sente isso quando reencontra a Yasmin?
Victor reflete e responde em voz baixa:
— Não. Mas cada relacionamento é um relacionamento — acrescenta rapidamente. — Marina, vou te perguntar só uma coisa.
— O quê?
— O que você sente pelo Vinícius?
— Amor — ela responde instantaneamente.
— Descreva.
Marina ri.
— Onde você quer chegar com isso, Victor?
— Descreva o que você sente por ele — insiste seu irmão gêmeo.
— Eu o amo — repete Marina. — Admiro ele, gosto de estar na presença dele, de conversar com ele. — Um sorriso surge em rosto. — Até a voz dele me encanta.
— É isso. Vocês estão passando por uma fase difícil, que já era esperada, mas vocês se amam. Eu sei que não é fácil, mas isso vai passar.
A morena assente.
— Eu sei. É que às vezes eu… — Ela se cala ao ouvir os passos de Vinícius. No segundo seguinte, o rapaz chega à sala.
— Eu só vou… — ele vê que a namorada faz uma chamada de vídeo e pede: — Desculpa.
— Tudo bem, é só o Victor.
— Só o Victor? — ri o loiro. Marina vira o celular para Vinícius visualizar o cunhado.
— Oi, Victor.
— E aí?
— Está faltando só você vir me visitar.
— Um dia eu vou — ri Victor.
— Mas então, como está sendo o Dia de Ação de Graças? — questiona Marina mudando de assunto. Victor dá um leve sorriso.
— Bem legal, estou até no MIT — ele ironiza rindo. — Estou zoando, está legal mesmo. Só passei aqui porque tinha que pegar uns negócios no meu armário para estudar. — Os irmãos passam a conversar sobre o feriado americano agora que Vinícius está presente.


Durante a tarde, Isabela caminha pelo prédio histórico do campus Praia Vermelha até o Instituto de Economia, onde se encontra com Jonas em uma lanchonete.
— O que aconteceu? — indaga sentando em uma banqueta ao lado dele.
— Eu e a Maísa brigamos.
— E o que eu tenho a ver com isso? — ela pergunta sorrindo, mas Jonas não a acompanha. — Foi sério mesmo?
— Acho que foi.
Isabela cruza as mãos sobre o balcão e diz:
— Me conta.
— Hoje a gente ia almoçar juntos, né? Eu fui buscar ela na faculdade, mas me atrasei porque eu fiz uns desvios, porque achei que estivesse sendo seguido.
A garota arregala os olhos.
— Você estava sendo seguido?
— Eu achei que estivesse sendo seguido. Quando eu contei isso para a Maísa, ela disse que eu deveria contar isso para a minha psicóloga.
— Ela está certa.
— Eu sei, mas quem tem que decidir isso sou eu. — Jonas passa a mão no rosto, nervoso. — Estou cansado de ouvir conselhos das pessoas. Quem sabe da minha vida sou eu.
— A Maísa te ama, Jonas. Ela só está preocupada com você.
— Eu só queria que as pessoas esquecessem o que a gente passou, porque parece que qualquer coisa que a gente faça sempre lembram disso. E justificam nosso comportamento com as coisas que a gente passou.
— Isso eu concordo. Só que eu tento ignorar aquilo que não é relevante para mim.
— Eu não consigo ignorar. Tudo me deixa irritado.
Isabela passa a mão nas costas dele tentando tranquilizá-lo.
— Não fica assim, Jonas. As pessoas comentam isso porque querem te ver bem.
— Ou se intrometer na minha vida.
— Tenho certeza que esse não é o caso da Maísa.
Jonas concorda.
— Claro que não é. Eu só queria que a gente pudesse ter almoçado juntos para eu me desculpar.
— Vocês não almoçaram juntos?
— Não, ela ficou brava e quis ir para casa.
— Vish Maria. Tenta conversar com ela depois.
— Vou tentar, mas é complicado quando a gente briga.
— Por quê?
— Digamos que a Maísa é um pouco difícil de lidar — sorri Jonas. — Ela é muito brava. E eu sou muito orgulhoso para ir conversar com ela.
Isabela ri.
— Ai, vocês. Mas fala com ela, tenho certeza que vocês vão se acertar. Não vale a pena brigar por algo tão besta, Jonas.
— Você tem razão. — Ele acaricia a mão dela. — Obrigado por vir até aqui me ouvir.
— Talvez eu esteja me arrependendo um pouco de começar essa amizade — brinca Isabela e eles riem.


Comentários

  1. Marina e Vinícius são um saco
    Feliz que Jonas e Isabella são amigos agora.

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  2. Não vem ao caso, mas pq eu gosto de encher o saco com isso : QUERO CHAMel de VOLTA

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  3. Se ChaMel for demorar a voltar tenta fazer mais cenas deles, a audiência clama hhahah essa amizade do Jonas e da Isabela e muito legal de ver, bom acompanhar o amadurecimento das personagens

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  4. Cadê os capítulos??!?!?!?!?

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  5. meninaaaaa, tô muito ansiosa pelo próximo capítulo

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  6. Oi, você tem planos pra volta de chamel?

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  7. Tô ficando doidinha à espera do próximo capítulo...🙉 Kkkk

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  8. Atualizo todos os dias pra ver se saiu o cap novo,amoo!!

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